Classificação, Manejo da Fase Aguda Flashcards

1
Q

O que e quais são as Zonas de Jackson?

A

É uma classificação das queimaduras baseadas na profundidade da lesão.
- Zona de coagulação
- Zona de estase
- Zona de hiperemia

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Q

O que é a zona de coagulação?

A
  • É a zona mais interna e mais grave da queimadura. Nesta zona, ocorre a necrose celular irreversível. A pele apresenta-se com coloração branca, seca e dura.
  • Tecido desvitalizado.
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3
Q

O que é a zona de estase?

A
  • É a zona intermediária. Nesta zona, ocorre um déficit de perfusão sanguínea. A pele apresenta-se com coloração avermelhada ou roxa.
  • Com manejo adequado, passível de evoluir para hiperemia e consequente epitelização.
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4
Q

O que é a zona de hiperemia?

A
  • É a zona mais externa. Nesta zona, ocorre uma vasodilatação sanguínea. A pele apresenta-se com coloração avermelhada e edematosa.
  • Evolui com a epitelização.
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5
Q

Quais são as alterações metabólicas em resposta ao estresse das queimaduras?

A
  • Aumento de hormônios catabólicos como cortisol e catecolaminas.
  • Diminuição de hormônios anabólicos como GH e testosterona.
  • Aumento acentuado na taxa metabólica.
  • Aumento mantido na temperatura corporal.
  • Aumento acentuado da necessidade de glicose e da gliconeogênese hepática.
  • Rápido catabolismo da musculatura esquelética com uso de AA como fonte de energia
  • Ausência de cetose
  • Não responsividade do catabolismo à ingesta de nutrientes.
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6
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com catabólitos (glucagon, cortisol e catecolaminas)?

A
  • Aumentam
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7
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com os hormônios anabólicos (GH, insulina e testosterona)?

A
  • Diminuem
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8
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a taxa metabólica?

A
  • Aumenta
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9
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a temperatura corporal?

A
  • É mantida aumentada
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10
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a necessidade de glicose e gliconeogênese hepática?

A
  • Aumentam
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11
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a musculatura esquelética?

A
  • Ocorre rápido catabolismo com uso dos aminoácidos como uma fonte de energia (em oposição ao encaminhamento normal de nutrientes).
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12
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece em relação a cetose?

A
  • Ausência de cetose, indicando que a gordura não é a principal fonte de calorias.
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13
Q

Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece em relação à ingesta de nutrientes?

A
  • Não responsividade do catabolismo à ingestão de nutrientes.
  • Indicação de nutrição enteral em queimados com SCQ > 20%
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14
Q

A partir de qual porcentagem de SCQ há aumento dos níveis de corticosol? Qual a incidência de insuficiência adrenal nestes casos?

A
  • A partir de 30%
  • Ocorre insuficiência adrenal absoluta em 36% dos pacientes grandes queimados, não havendo associação entre a resposta à estimulação da corticotropina e a sobrevivência.
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15
Q

Quando haverá resposta inflamatória sistêmica?

A
  • A partir de 30% da SCQ
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16
Q

Como calcular a demanda calórica de um queimado através da fórmula de Curreri?

A
  • 16-59 anos: (25 x peso corporal) + (40x %SCQ)
  • > 60 anos: (20 x peso corporal) + (65x %SCQ)
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17
Q

Qual a correlação em porcentagem entre o aumento da taxa metabólica e a SCQ?

A
  • SCQ 20% —–> 30%
  • SCQ 30% —–> 50%
  • SCQ 40% —–> 75%
  • SCQ 50% —–> 100%
  • SCQ 60% —–> 100%
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18
Q

Qual a correlação entre a % de perda de massa magra associada com complicação e mortalidade?

A
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19
Q

Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 10% da massa magra?

A
  • Complicação:
    —> Imunidade prejudicada
    —> Infecção aumentada
  • Mortalidade: 10%
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20
Q

Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 20% da massa magra?

A
  • Complicação:
    —> Cicatrização diminuída
    —> Falha para se afastar infecções.
  • Mortalidade: 30%
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21
Q

Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 30% da massa magra?

A
  • Complicação:
    —> Muito fraco para sentar
    —> Feridas por pressão
    —> Pneumonia
  • Mortalidade: 50%
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22
Q

Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 40% da massa magra?

A
  • Complicação:
    —> Morte, geralmente por pneumonia.
  • Mortalidade: 100%
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23
Q

Quais são os sinais de lesão inalatória?

A
  • História de queimadura por chama em um espaço fechado.
  • Queimaduras dérmicas de espessura completa ou profunda na face, pescoço ou parte superior do tórax.
  • Pelos nasais chamuscados.
  • Escarro carbonáceo ou partículas de carvão na orofaringe.
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24
Q

Qual a região mais acometida pela inalação de ar superaquecido?

A
  • Região INFRAGLÓTICA.
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25
Q

Quais são indicações para IOT?

A
  • Eritema ou inchaço da orofaringe sob visualização direta.
  • Alteração na voz, com rouquidão ou tosse áspera.
  • Estridor, taquipneia ou dispneia.
  • Partículas carbonáceas pintando a face do paciente após uma queimadura em espaço fechado.
26
Q

Qual a correlação da % de carboxi-hemoglobina com os sintomas?

A
27
Q

Quando indicar câmara hiperbárica na intoxicação por CO?

A
  • > 25/30% em adultos ou
  • > 15% em gestantes e crianças
28
Q

Quais são os 4 níveis de profundidade de uma queimadura?

A
  • 1º grau: superficial –> epiderme
  • 2º grau superficial: derme papilar (rosadinha)
  • 2º grau profunda: derme reticular (esbranquiçada)
  • 3º grau: espessura completa.
29
Q

Quais são as características das queimaduras de primeiro grau?

A
  • Atinge apenas a camada mais superficial da pele, a epiderme. A pele fica vermelha, dolorida e inchada, mas não há formação de bolhas. As queimaduras de primeiro grau geralmente cicatrizam em 3 a 5 dias.
30
Q

Quais são as características das queimaduras de segundo grau superficial?

A
  • Atinge a epiderme e a parte mais superficial da derme. A pele fica vermelha, dolorida, inchada e com bolhas. As queimaduras de segundo grau superficial geralmente cicatrizam em 2 a 3 semanas.
31
Q

Quais são as características das queimaduras de segundo grau profundo?

A
  • Atinge a derme, mas não atinge a camada mais profunda da pele, a hipoderme. A pele fica vermelha, dolorida, inchada e com bolhas. As queimaduras de segundo grau profunda geralmente cicatrizam em 4 a 6 semanas.
32
Q

Quais são as características das queimaduras de terceiro grau?

A
  • Atinge todas as camadas da pele, incluindo a hipoderme. A pele fica branca, seca e dura. As queimaduras de terceiro grau geralmente requerem tratamento cirúrgico para reparar o tecido danificado.
33
Q

A partir de quantas horas a profunidade final da lesão torna-se óbvia?

A
  • Após 48 a 72 horas.
34
Q

Manejo da fase aguda. Qual conduta do A?

A
  • Avaliar lesão de via aérea, elevar cabeceira, checar outras lesões na face.
35
Q

Manejo da fase aguda. Qual conduta do B?

A
  • O2 100%, avaliar necessita de IOT ou mesmo TQT, colher gasometria.
36
Q

Manejo da fase aguda. Qual conduta do C?

A
  • Acesso venoso e iniciar infusão de volume baseado na % de SCQ.
  • CVD para estimar débito urinário visando
    1 ml/kg/hora
  • Profilaxia tétanto.
37
Q

Manejo da fase aguda. Qual conduta do D?

A
  • Exame neurológico com cuidado em relação à desorientação por hipóxia.
38
Q

Manejo da fase aguda. Qual conduta do E?

A
  • Despir e examinar paciente, remover joias, bijuterias, checar outras lesões.
  • Cálcular da SCQ% e profundidade.
  • Lavar queimaduras químicas.
39
Q

Manejo da fase aguda. Qual conduta do F?

A
  • Reposição volêmica (FLUID)
40
Q

Quais são melhores parâmetros na avaliação da reposição volêmica?

A
  • Débito urinário
  • Frequência cardíaca
  • Medidas de aferição da PA não invasivas (manguito) não são fidedignas devido edema tecidual.
41
Q

Quais são os valores do débito urinário e da FC esperados durante/após reposição de volume no grande queimado?

A
  • Valores ≥ 0,5/1 ml/kg/hora, sendo preferível obter valores ≥ 2 ml/kg/hora nas primeiras 48 horas.
  • FC ≤ 110 bpm
42
Q

Quando internar um paciente (parte 1)?

A
  • Queimaduras de espessura parcial > 10% SCQ em pacientes que necessitam de reposição volêmica para reanimação do choque
  • Queimaduras que envolvem face, mãos, pés, órgãos genitais, períneo ou grandes articulações.
  • Queimaduras de espessura parcial profundas e queimaduras de espessura completa em qualquer faixa etária.
  • Queimaduras circunferenciais em qualquer faixa etária.
  • Queimaduras elétricas.
  • Queimaduras químicas.
  • Queimaduras de qualquer tamanho com trauma ou doença concomitante que possa piorar o prognóstico.
43
Q

Quando internar um paciente (parte 2)?

A
  • Doenças associadas a queimaduras como NET, fasceíte necrotizante, síndrome da criança escaldada estafilocócica… se a área da pele envolvida for maior que 10% em crianças e idosos ou 15% para adultos.
  • Todos pacientes com queimaduras e trauma concomitante nos quais a queimadura apresenta maior risco de morbimortalidade.
  • Suspeita de lesão não acidental.
44
Q

Quais são sinais de queimaduras não acidentais?

A
45
Q

Como classificar a porcentagem de superfície corporal queimada segundo Lund e Browder?

A
46
Q

Como classificar a porcentagem de superfície corporal queimada segundo Pulaski e Tennison (regra dos 9)?

A
47
Q

Como classificar a porcentagem de superfície corporal queimada nas crianças?

A
48
Q

Qual a fórmula de reposição volêmica de Parkland?

A
  • 4 ml de RL x kg x %SCQ, sendo 50% nas primeiras 8 horas e os outros 50% nas 16 horas subsequentes ao trauma.
49
Q

Qual a fórmula de reposição volêmica de Brooke modificada?

A
  • 2 ml de RL x kg x %SCQ
50
Q

Qual a fórmula de reposição volêmica conforme o ATLS?

A
  • 2 ml de RL x kg x %SCQ, sendo 50% nas primeiras 4 horas e o restante nas 4 horas subsequentes.
  • Após 8 horas, a reposição deve ser ajustada de acordo com a resposta do paciente, baseando nos parâmetro clínicos do paciente, tais como uma PAS > 90 mmHg e débito urinário > 30 ml/h.
51
Q

Qual a fórmula de reposição volêmica conforme o ATLS na queimadura elétrica??

A
  • 4 ml de RL x kg x %SCQ, sendo 50% nas primeiras 4 horas e o restante nas 4 horas subsequentes.
  • Após 8 horas, a reposição deve ser ajustada de acordo com a resposta do paciente, baseando nos parâmetro clínicos do paciente, tais como uma PAS > 90 mmHg e débito urinário > 60 ml/h.
52
Q

Quando indicar a reposição endovenosa de albumina?

A
  • Grandes extensas > 40% SCQ
  • Queimaduras de 3º grau
  • Queimaduras elétricas
  • Pacientes com IRA
  • Hipoalbuminemia grave (< 2,5 g/dl)
53
Q

Qual a dose iniciar da reposição de albumina e qual valor procuramos manter?

A
  • Procuramos manter sempre em níveis > 2,5 g/dl
  • Dose inicial de 2 a 3 g/kg.
54
Q

Qual a definição de síndrome compartimental abdominal?

A
  • Aumento da pressão intra-abdominal > 20 mmHg, associado a pelo menos uma disfunção de órgão-alvo:
    —> Insuficiência renal
    —> Isquemia mesentérica
    —> Má perfusão cardíaca
    —> Má perfusão pulmonar
55
Q

Quais são sintomas da síndrome compartimental abdominal?

A
  • Abdome tenso
  • Diminuição da complacência pulmonar
  • Hipercapnia
  • Oligúria
56
Q

Como e quando deve ser feito o monitoramento da pressão intra-abdominal?

A
  • Em todo paciente submetido à reposição volêmica com > 30% SCQ
  • Realizado através principalmente de cateter vesical.
57
Q

Quais são medidas clínicas a serem tomadas na prevenção a síndrome compartimental intra-abdominal?

A
  • Posicionamento corporal adequado
  • Reposição volêmica adequada (não hiperidratadar)
  • Controle da dor
  • Sedação
  • Bloqueadores neuromusculares
58
Q

Quais são medidas intervencionistas a serem tomadas no tratamento da síndrome compartimental intra-abdominal?

A
  • Descompressão por SNG
    —> Principalmente se reposição volêmica > 250 ml/kg nas primeiras 24 horas
  • Escarotomias
    —> Descompressão abdominal percutânea
    —> Laparotomia
59
Q

Qual agente microbiano tópico pode causar acidose metabólica e por qual motivo?

A
  • Acetato de mafenide, por inibição da anidrase carbônica.
  • Normalmente quando aplicado em grandes áreas.
  • O efeito é observado após 3 a 5 dias.
  • Principal indicação: cartilagem exposta, principalmente em orelhas.
  • Principal desvantagem: dor importante.
60
Q

Qual a complicação decorrente do curativo tópico com nitrato de prata?

A
  • Descoloração da pele e das roupas próximas e lençois.
61
Q

Qual a complicação decorrente do curativo tópico com sulfadiazina de prata?

A
  • Neutropenia transitória. Geralmente leve e reversível, ocorre em cerca de 1-2% dos pacientes.
  • Associado com dose alta, uso prolongado, insuficiência renal e/ou hepática.