Classificação, Manejo da Fase Aguda Flashcards
O que e quais são as Zonas de Jackson?
É uma classificação das queimaduras baseadas na profundidade da lesão.
- Zona de coagulação
- Zona de estase
- Zona de hiperemia
O que é a zona de coagulação?
- É a zona mais interna e mais grave da queimadura. Nesta zona, ocorre a necrose celular irreversível. A pele apresenta-se com coloração branca, seca e dura.
- Tecido desvitalizado.
O que é a zona de estase?
- É a zona intermediária. Nesta zona, ocorre um déficit de perfusão sanguínea. A pele apresenta-se com coloração avermelhada ou roxa.
- Com manejo adequado, passível de evoluir para hiperemia e consequente epitelização.
O que é a zona de hiperemia?
- É a zona mais externa. Nesta zona, ocorre uma vasodilatação sanguínea. A pele apresenta-se com coloração avermelhada e edematosa.
- Evolui com a epitelização.
Quais são as alterações metabólicas em resposta ao estresse das queimaduras?
- Aumento de hormônios catabólicos como cortisol e catecolaminas.
- Diminuição de hormônios anabólicos como GH e testosterona.
- Aumento acentuado na taxa metabólica.
- Aumento mantido na temperatura corporal.
- Aumento acentuado da necessidade de glicose e da gliconeogênese hepática.
- Rápido catabolismo da musculatura esquelética com uso de AA como fonte de energia
- Ausência de cetose
- Não responsividade do catabolismo à ingesta de nutrientes.
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com catabólitos (glucagon, cortisol e catecolaminas)?
- Aumentam
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com os hormônios anabólicos (GH, insulina e testosterona)?
- Diminuem
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a taxa metabólica?
- Aumenta
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a temperatura corporal?
- É mantida aumentada
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a necessidade de glicose e gliconeogênese hepática?
- Aumentam
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece com a musculatura esquelética?
- Ocorre rápido catabolismo com uso dos aminoácidos como uma fonte de energia (em oposição ao encaminhamento normal de nutrientes).
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece em relação a cetose?
- Ausência de cetose, indicando que a gordura não é a principal fonte de calorias.
Na resposta metabólica ao estresse (queimadura), o que acontece em relação à ingesta de nutrientes?
- Não responsividade do catabolismo à ingestão de nutrientes.
- Indicação de nutrição enteral em queimados com SCQ > 20%
A partir de qual porcentagem de SCQ há aumento dos níveis de corticosol? Qual a incidência de insuficiência adrenal nestes casos?
- A partir de 30%
- Ocorre insuficiência adrenal absoluta em 36% dos pacientes grandes queimados, não havendo associação entre a resposta à estimulação da corticotropina e a sobrevivência.
Quando haverá resposta inflamatória sistêmica?
- A partir de 30% da SCQ
Como calcular a demanda calórica de um queimado através da fórmula de Curreri?
- 16-59 anos: (25 x peso corporal) + (40x %SCQ)
- > 60 anos: (20 x peso corporal) + (65x %SCQ)
Qual a correlação em porcentagem entre o aumento da taxa metabólica e a SCQ?
- SCQ 20% —–> 30%
- SCQ 30% —–> 50%
- SCQ 40% —–> 75%
- SCQ 50% —–> 100%
- SCQ 60% —–> 100%
Qual a correlação entre a % de perda de massa magra associada com complicação e mortalidade?
Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 10% da massa magra?
- Complicação:
—> Imunidade prejudicada
—> Infecção aumentada - Mortalidade: 10%
Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 20% da massa magra?
- Complicação:
—> Cicatrização diminuída
—> Falha para se afastar infecções. - Mortalidade: 30%
Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 30% da massa magra?
- Complicação:
—> Muito fraco para sentar
—> Feridas por pressão
—> Pneumonia - Mortalidade: 50%
Qual a complicação e a mortalidade quando há perda de 40% da massa magra?
- Complicação:
—> Morte, geralmente por pneumonia. - Mortalidade: 100%
Quais são os sinais de lesão inalatória?
- História de queimadura por chama em um espaço fechado.
- Queimaduras dérmicas de espessura completa ou profunda na face, pescoço ou parte superior do tórax.
- Pelos nasais chamuscados.
- Escarro carbonáceo ou partículas de carvão na orofaringe.
Qual a região mais acometida pela inalação de ar superaquecido?
- Região INFRAGLÓTICA.
Quais são indicações para IOT?
- Eritema ou inchaço da orofaringe sob visualização direta.
- Alteração na voz, com rouquidão ou tosse áspera.
- Estridor, taquipneia ou dispneia.
- Partículas carbonáceas pintando a face do paciente após uma queimadura em espaço fechado.
Qual a correlação da % de carboxi-hemoglobina com os sintomas?
Quando indicar câmara hiperbárica na intoxicação por CO?
- > 25/30% em adultos ou
- > 15% em gestantes e crianças
Quais são os 4 níveis de profundidade de uma queimadura?
- 1º grau: superficial –> epiderme
- 2º grau superficial: derme papilar (rosadinha)
- 2º grau profunda: derme reticular (esbranquiçada)
- 3º grau: espessura completa.
Quais são as características das queimaduras de primeiro grau?
- Atinge apenas a camada mais superficial da pele, a epiderme. A pele fica vermelha, dolorida e inchada, mas não há formação de bolhas. As queimaduras de primeiro grau geralmente cicatrizam em 3 a 5 dias.
Quais são as características das queimaduras de segundo grau superficial?
- Atinge a epiderme e a parte mais superficial da derme. A pele fica vermelha, dolorida, inchada e com bolhas. As queimaduras de segundo grau superficial geralmente cicatrizam em 2 a 3 semanas.
Quais são as características das queimaduras de segundo grau profundo?
- Atinge a derme, mas não atinge a camada mais profunda da pele, a hipoderme. A pele fica vermelha, dolorida, inchada e com bolhas. As queimaduras de segundo grau profunda geralmente cicatrizam em 4 a 6 semanas.
Quais são as características das queimaduras de terceiro grau?
- Atinge todas as camadas da pele, incluindo a hipoderme. A pele fica branca, seca e dura. As queimaduras de terceiro grau geralmente requerem tratamento cirúrgico para reparar o tecido danificado.
A partir de quantas horas a profunidade final da lesão torna-se óbvia?
- Após 48 a 72 horas.
Manejo da fase aguda. Qual conduta do A?
- Avaliar lesão de via aérea, elevar cabeceira, checar outras lesões na face.
Manejo da fase aguda. Qual conduta do B?
- O2 100%, avaliar necessita de IOT ou mesmo TQT, colher gasometria.
Manejo da fase aguda. Qual conduta do C?
- Acesso venoso e iniciar infusão de volume baseado na % de SCQ.
- CVD para estimar débito urinário visando
1 ml/kg/hora - Profilaxia tétanto.
Manejo da fase aguda. Qual conduta do D?
- Exame neurológico com cuidado em relação à desorientação por hipóxia.
Manejo da fase aguda. Qual conduta do E?
- Despir e examinar paciente, remover joias, bijuterias, checar outras lesões.
- Cálcular da SCQ% e profundidade.
- Lavar queimaduras químicas.
Manejo da fase aguda. Qual conduta do F?
- Reposição volêmica (FLUID)
Quais são melhores parâmetros na avaliação da reposição volêmica?
- Débito urinário
- Frequência cardíaca
- Medidas de aferição da PA não invasivas (manguito) não são fidedignas devido edema tecidual.
Quais são os valores do débito urinário e da FC esperados durante/após reposição de volume no grande queimado?
- Valores ≥ 0,5/1 ml/kg/hora, sendo preferível obter valores ≥ 2 ml/kg/hora nas primeiras 48 horas.
- FC ≤ 110 bpm
Quando internar um paciente (parte 1)?
- Queimaduras de espessura parcial > 10% SCQ em pacientes que necessitam de reposição volêmica para reanimação do choque
- Queimaduras que envolvem face, mãos, pés, órgãos genitais, períneo ou grandes articulações.
- Queimaduras de espessura parcial profundas e queimaduras de espessura completa em qualquer faixa etária.
- Queimaduras circunferenciais em qualquer faixa etária.
- Queimaduras elétricas.
- Queimaduras químicas.
- Queimaduras de qualquer tamanho com trauma ou doença concomitante que possa piorar o prognóstico.
Quando internar um paciente (parte 2)?
- Doenças associadas a queimaduras como NET, fasceíte necrotizante, síndrome da criança escaldada estafilocócica… se a área da pele envolvida for maior que 10% em crianças e idosos ou 15% para adultos.
- Todos pacientes com queimaduras e trauma concomitante nos quais a queimadura apresenta maior risco de morbimortalidade.
- Suspeita de lesão não acidental.
Quais são sinais de queimaduras não acidentais?
Como classificar a porcentagem de superfície corporal queimada segundo Lund e Browder?
Como classificar a porcentagem de superfície corporal queimada segundo Pulaski e Tennison (regra dos 9)?
Como classificar a porcentagem de superfície corporal queimada nas crianças?
Qual a fórmula de reposição volêmica de Parkland?
- 4 ml de RL x kg x %SCQ, sendo 50% nas primeiras 8 horas e os outros 50% nas 16 horas subsequentes ao trauma.
Qual a fórmula de reposição volêmica de Brooke modificada?
- 2 ml de RL x kg x %SCQ
Qual a fórmula de reposição volêmica conforme o ATLS?
- 2 ml de RL x kg x %SCQ, sendo 50% nas primeiras 4 horas e o restante nas 4 horas subsequentes.
- Após 8 horas, a reposição deve ser ajustada de acordo com a resposta do paciente, baseando nos parâmetro clínicos do paciente, tais como uma PAS > 90 mmHg e débito urinário > 30 ml/h.
Qual a fórmula de reposição volêmica conforme o ATLS na queimadura elétrica??
- 4 ml de RL x kg x %SCQ, sendo 50% nas primeiras 4 horas e o restante nas 4 horas subsequentes.
- Após 8 horas, a reposição deve ser ajustada de acordo com a resposta do paciente, baseando nos parâmetro clínicos do paciente, tais como uma PAS > 90 mmHg e débito urinário > 60 ml/h.
Quando indicar a reposição endovenosa de albumina?
- Grandes extensas > 40% SCQ
- Queimaduras de 3º grau
- Queimaduras elétricas
- Pacientes com IRA
- Hipoalbuminemia grave (< 2,5 g/dl)
Qual a dose iniciar da reposição de albumina e qual valor procuramos manter?
- Procuramos manter sempre em níveis > 2,5 g/dl
- Dose inicial de 2 a 3 g/kg.
Qual a definição de síndrome compartimental abdominal?
- Aumento da pressão intra-abdominal > 20 mmHg, associado a pelo menos uma disfunção de órgão-alvo:
—> Insuficiência renal
—> Isquemia mesentérica
—> Má perfusão cardíaca
—> Má perfusão pulmonar
Quais são sintomas da síndrome compartimental abdominal?
- Abdome tenso
- Diminuição da complacência pulmonar
- Hipercapnia
- Oligúria
Como e quando deve ser feito o monitoramento da pressão intra-abdominal?
- Em todo paciente submetido à reposição volêmica com > 30% SCQ
- Realizado através principalmente de cateter vesical.
Quais são medidas clínicas a serem tomadas na prevenção a síndrome compartimental intra-abdominal?
- Posicionamento corporal adequado
- Reposição volêmica adequada (não hiperidratadar)
- Controle da dor
- Sedação
- Bloqueadores neuromusculares
Quais são medidas intervencionistas a serem tomadas no tratamento da síndrome compartimental intra-abdominal?
- Descompressão por SNG
—> Principalmente se reposição volêmica > 250 ml/kg nas primeiras 24 horas - Escarotomias
—> Descompressão abdominal percutânea
—> Laparotomia
Qual agente microbiano tópico pode causar acidose metabólica e por qual motivo?
- Acetato de mafenide, por inibição da anidrase carbônica.
- Normalmente quando aplicado em grandes áreas.
- O efeito é observado após 3 a 5 dias.
- Principal indicação: cartilagem exposta, principalmente em orelhas.
- Principal desvantagem: dor importante.
Qual a complicação decorrente do curativo tópico com nitrato de prata?
- Descoloração da pele e das roupas próximas e lençois.
Qual a complicação decorrente do curativo tópico com sulfadiazina de prata?
- Neutropenia transitória. Geralmente leve e reversível, ocorre em cerca de 1-2% dos pacientes.
- Associado com dose alta, uso prolongado, insuficiência renal e/ou hepática.