Classe de Palavras Flashcards

1
Q

Classes variáveis e invariáveis

A
  • Classes variáveis: Substantivo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo
  • Classes invariáveis: Advérbio, Conjunção, Preposição e interjeição
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2
Q

SUBSTANTIVOS

A

É a classe que dá nome a seres, coisas, sentimentos, qualidades, ações (homem, gato, carro, mesa, beleza, inteligência, estudo…). Em suma, é o nome das coisas em geral, é a palavra que nomeia tudo o que percebemos. É uma classe variável, pois se flexiona em gênero, número e grau: uma gata, uns gatos, uma gatona…

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3
Q

Substantivo: primitivo e derivado

A
  • PRIMITIVO: Não se origina de outra palavra da língua e, portanto, não traz afixos (prefixo ou sufixo). Ex.: pedra, mulher, felicidade
  • DERIVADO: Deriva de uma palavra primitiva, traz afixos (sufixos ou prefixos). Ex.: pedreiro, mulherão, infelicidade
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4
Q

Substantivo: simples e composto

A
  • SIMPLES: É constituído por uma única palavra, possui apenas um
    radical. Ex.: homem, pombo, arco
  • COMPOSTO: É constituído por mais de uma palavra, possui mais de um radical. Ex.: homem-bomba, pombo-correio, arco-íris
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5
Q

Substantivo: comum e próprio

A
  • COMUM: Designa uma espécie ou um ser qualquer representativo de uma. Ex.: mulher, cidade, cigarro
  • PRÓPRIO: Designa um indivíduo específico da espécie. Ex.: Maria, Paris, Malboro
    Obs.: A classificação de um substantivo não é fixa e absoluta, depende do contexto: Judas foi um apóstolo (Próprio) x O amigo revelou-se um judas (Comum => traidor)
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6
Q

Substantivo: concreto e abstrato

A
  • CONCRETO: Designa um ser que existe por si só, de existência autônoma e concreta, seja material, espiritual, real ou imaginário. Ex.: pedra, menino, carro, Deus, fada
  • ABSTRATO: Designa ação, estado, sentimento, qualidade, conceito. Ex.: criação, coragem, liberalismo
    Obs.: A classificação de um substantivo não é fixa e absoluta, depende do contexto: A saída é o estudo (Abstrato => solução) x A saída de incêndio é ali (Concreto => porta)
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7
Q

Substantivo: coletivo

A

Designa uma pluralidade de seres da mesma espécie. Ex.: tropa (soldados), cardume (peixes), alcateia (lobos, animais ferozes), frota (veículos).

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8
Q

Classificação dos substantivos quanto a flexão de gênero

A
  • BIFORMES Mudam de forma para indicar gêneros diferentes. Ex.: lobo x loba, capitão x capitã, ateu x ateia, boi x vaca
  • UNIFORMES: São os que possuem apenas uma forma para indicar ambos os gêneros. Podem ser Epicenos, Sobrecomuns e Comum de dois gêneros. Ex.: o estudante / a estudante, o artista famoso/ a artista famosa
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9
Q

Subdivisões dos substantivos uniformes

A
  • EPICENOS: Referem-se a animais que só têm um gênero para designar tanto o masculino quanto o feminino. Ex.: A águia, A cobra, O gavião.
    A variação de gênero se dá com
    acréscimo de “macho/fêmea”: a
    cobra macho, o gavião fêmea…
  • SOBRECOMUNS: Referem-se a pessoas de ambos os sexos. Ex.: A criança, O cônjuge, O carrasco, A pessoa, O monstro, O algoz, A vítima.
  • COMUNS DE DOIS GÊNEROS: Apresentam uma forma única para masculino e feminino e a distinção é feita pelo “artigo” (ou outro determinante, como pronome, numeral…). Ex.: O chefe, A chefe, O cliente, A cliente, O suicida, A suicida.
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10
Q

Formação de substantivos: derivação e derivação regressiva

A
  • Derivação: proceeso que acrescenta afixos a uma palavra primitiva. Ex.: pedreiro, fogareiro, terrestre, chuvisco. Ocorre também com verbos que recebem sufixos substantivadores: pescar > pescaria; filmar > filmagem; matar > matador; militar > militância; dissolver > dissolução; corromper > corrupção.
  • Derivação regressiva: um substantivo abstrato indicativo de ação é formado por uma redução: CANTAR CANTO; ALMOÇAR ALMOÇO
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11
Q

Formação de substantivos: nominalização e derivação imprópria

A
  • nominalização: Os verbos têm formas nominais:
    Verbo Fazer: gerúndio (fazendo), infinitivo (fazer) e particípio (feito).
    Ex: Feito é melhor que perfeito.
    Mesmo não fazendo perfeito, o fazer é melhor que não o fazer.
  • derivação imprópria: utilização de uma palavra de uma classe em outra classe, da qual não é “própria”, ou seja, à qual não pertence por meio do artigo.
    Ex: O fazer é melhor que o esperar. (verbo “fazer” foi substantivado pelo artigo “o”)
    O porém deve vir após a vírgula. (conjunção “porém” foi substantivada pelo artigo “o”)
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12
Q

Palavras que não vão para o plural e palavras que são usadas somente no plural

A
  • Não vão para o plural: ônix e tórax
  • Somente usadas no plural: NÚPCIAS. FEZES, FÉRIAS, ARREDORES
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13
Q

Plural das palavras terminadas em -ão

A

Basicamente recebem o /S/ (mãos, irmãos, órgãos) ou fazem plural em “es” (capelães, capitães, escrivães, sacristães, tabeliães, catalães, alemães). Contudo, há palavras que admitem duas e até três formas de plural:
Charlatão: charlatões — charlatães
Corrimão: corrimãos — corrimões
Cortesão: cortesãos — cortesões
Anão: anãos— anões
Guardião: guardiões — guardiães
Refrão: refrãos — refrães
Sacristão: sacristãos — sacristães
Zangão: zangãos — zangões
Vilão: vilãos — vilões — vilães
Aldeão: aldeãos — aldeões — aldeães
Ancião: anciãos — anciões — anciães
Ermitão: ermitãos — ermitões — ermitães
Cirurgião: — cirurgiões— cirurgiães
Vulcão: vulcãos — vulcões

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14
Q

Plural dos substantivos composto

A
  • “quem varia varia; quem não varia não varia”
  • se o termo é formado por classes variáveis, como substantivos, adjetivos, numerais e pronomes (exceto o verbo), ambos variam.
    Ex: Substantivo + Substantivo: Couve-flor => Couves-flores
    Numeral + Substantivo: Quarta-feira => Quartas-feiras
    Adjetivo + Substantivo: Baixo-relevo => Baixos-relevos.
    Guardas-florestais, Guardas-civis e Guardas-noturnos
  • as classes invariáveis (e os verbos) não variam em número:
    Ex: Verbo + Substantivo: Beija-flor => Beija-flores
    Advérbio + Adjetivo: Alto-falante. => Alto-falantes
    Interjeição + Substantivo: Ave-maria => Ave-marias.
    Guarda-chuvas e Guarda-roupas; mal-estares, louva-a-deus, arcos-íris
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15
Q

Exceções no plural dos nomes compostos

A
  • Quando o segundo substantivo especifica o primeiro: se o segundo especificar o primeiro por uma relação de tipo, semelhança ou finalidade, é mais comum que o segundo termo, por ser delimitador, não varie, fique no singular. Contudo, é também correto flexionar os dois! As duas formas estão corretas. Ex.: banhos-maria OU banhos-marias
    pombos-correio OU pombos-correios (finalidade)
    salários-família OU salários-famílias
    peixes-espada OU peixes-espadas (semelhaça)
    licenças-maternidade OU licenças-maternidades
  • “substantivo + preposição + substantivo”: apenas o primeiro item da composição se flexiona:
    Ex: Pé de moleque => Pés de moleque
    Mula sem cabeça => Mulas sem cabeça
    Mão de obra => Mãos de obra
    Pôr do sol => Pores do sol ( “pôr” é visto de forma substantivada, não como verbo)
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16
Q

Valores discursivos que os graus dos substantivos podem assumir

A
  • diminutivo/aumentativo:
    Olha o cachorrinho que eu trouxe para você. (afetividade)
    Que sujeitinho descarado esse! (pejorativo; depreciativo; irônico)
    Queridinho, devolva o que roubou. (depreciativo; irônico)
  • outros sufixos de grau do substantivo:
    Então… O sabichão aí se enganou de novo? (ironia)
    Não trabalho tanto para dar dinheiro àquele padreco! (depreciação)
    O Porsche é um carrão! (admiração)
    Achei que aquilo era uma pousada, mas era um casebre! (depreciação)
    Titanic não é um filminho qualquer, é um filmaço. (depreciação/apreciação)
    Kiko, não se misture com essa gentalha! (desprezo)
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17
Q

Plural do diminutivo

A
  • Se faz apenas com o acréscimo de “ZINHOS” ou “ZITOS” ao plural da palavra, cortandose o /S/. Assim:
    animalzinho = animais + zinhos => animaizinhos
    coraçãozinho = corações + zinhos => coraçõezinhos
    florzinha = flores + zinhas => florezinhas
    papelzinho = papéis + zinhos => papeizinhos
    pazinha = pás + zinhas => pazinhas
    pazinha = pazes + zinhas => pazezinhas
    Obs.: são aceitas as duas formas: colherzinha OU colherinha, florzinha OU florinha, pastorzinho OU pastorinho
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18
Q

Papel Sintático do Substantivo

A

Quando tivermos uma função sintática nominal (centrada em um nome), como sujeito, objeto, adjunto adnominal e complemento nominal, o substantivo será normalmente o núcleo dessa função, o elemento central e principal, e será modificado por termos “satélites” (orbitam, ficam “em volta”), como artigos, numerais, adjetivos e pronomes.
Ex.: “As ‘meninas’ ricas do Leblon” compraram “muitos ‘vestidos’”.
1) “meninas” é o núcleo do sujeito, que está sublinhado.
2) “vestidos” é núcleo do objeto de “compraram”, complemento desse verbo (“Quem compra, compra alguma coisa”. Nesse caso, compra “muitos vestidos”).
- O muro “de ‘concreto’” é resistente.
1) o termo “de concreto” qualifica o substantivo “muro” e está “junto” a ele. Então, temos uma função chamada “adjunto adnominal” e seu núcleo é justamente o substantivo “concreto”.
- Eles têm consciência “de meus ‘defeitos’”.
1) o termo “de meus defeitos” complementa o nome “consciência”, porque “quem tem consciência tem consciência de alguma coisa”. No caso, consciência “de meus defeitos”. Observe novamente como o núcleo é um substantivo.
Obs.: algumas classes de palavras também podem vir classificadas como “substantivas”: Minhas mãos estão limpas, lave as suas [mãos]. “Suas” é pronome possessivo substantivo, pois substitui o substantivo “mãos”, tornando-se o núcleo

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19
Q

Adjetivo

A

Classe variável que se refere ao substantivo ou termo de valor substantivo, para atribuir a ele alguma qualificação, condição ou estado, restringindo ou especificando seu sentido.
Ex.: homem mau, mulher simples, céu azul, casa arruinada.
- concorda com ele em gênero e número. Ex.: homens maus, mulheres simples, céus azuis, casas arruinadas.
- também pode ser substantivado:
“Céu azul” => “O azul do céu”.
- pode ser substituído por “locução” ou “oração” adjetiva:
Ex.: “Cidadão inglês”x “Cidadão da Inglaterra” x “Cidadão que é nativo da Inglaterra”.

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20
Q

Classificação do adjetivos: simples, composto, primitivo, derivado e uniforme

A
  • SIMPLES: Possui apenas um radical. Estilo literário.
  • COMPOSTO: Possui mais de um radical. Estilo lítero-musical.
  • PRIMITIVO: Forma original, não derivado de outra palavra. Homem bom.
  • DERIVADO: É formado a partir de outra palavra. Ele é bondoso.
  • UNIFORME: têm uma só forma para masculino ou feminino e normalmente são os terminados em /a/, /e/, /ar/, /or/, /s/, /z/ ou /m/: Ex: hipócrita, homicida, asteca, agrícola, cosmopolita; árabe, breve, doce, constante, pedinte, cearense; superior, exemplar, ímpar; simples, reles feliz, feroz; ruim, comum
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21
Q

Classificação do adjetivos: explicativos e restritivos

A
  • EXPLICATIVO: Indica característica inerente e geral do ser. Homem mortal, fogo quente, neve fria, céu azul.
  • RESTRITIVO: Indica característica que não é própria do ser, uma vez que o particulariza. Homem valente, homem brasileiro, aluno carioca, colher prateada.
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22
Q

Classificação do adjetivos: gentílico e pátrio (com exemplos)

A
  • GENTÍLICO: Relativos a povos e raças. israelita
  • PÁTRIO: Relativos a cidades, estados, países e continentes. israelense
    Exemplos com terminações típicas dos adjetivos que indicam origem.
    /ês/: português, inglês, francês, camaronês, norueguês
    /ano/: goiano, americano, africano, angolano, mexicano
    /ense/: estadunidense, fluminense, amazonense
    /ão/, /eiro/: afegão, alemão, catalão, brasileiro, mineiro
    /ol/, /eta/, /ita/: espanhol, mongol, lisboeta, vietnamita
    /ino/, /eu/: argentino londrino, europeu, judeu
    /tico/: asiático
    /enho/: panamenho, costa-riquenho, porto-riquenho
    Obs.: grafados com letras minúsculas.
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23
Q

Flexão dos adjetivos compostos

A

No plural dos adjetivos compostos, a primeira parte do composto é reduzida e somente o segundo item da composição vai para o plural: luso-americanos, afro-brasileiras, obras político-sociais. Essa é a regra para o plural dos adjetivos compostos em geral.

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24
Q

Exceções da regra para o plural dos adjetivos compostos em geral

A

1- Adjetivo composto formado por “adjetivo + substantivo”: Ex: camisas amarelo-ouro, paredes verde-oliva, canetas vermelho-sangue
2- Adjetivos compostos invariáveis:
- azul-marinho => camisas azul-marinho
- azul-celeste => paredes azul-celeste
- furta-cor => calças furta-cor
- ultravioleta => raios ultravioleta
- sem-terra => povos sem-terra
- verde-musgo => almofadas verde-musgo
- cor-de-rosa => jaquetas cor-de-rosa
- zero-quilômetro => caminhonetes zero-quilômetro

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25
Q

Valores que os adjetivos podem ter

A
  • Valor subjetivo (opinativos): quando expressam opinião, negativa ou positiva, são acessórios, podem ser retirados, sem prejuízo gramatical: carro bonito, turista animado
  • Valor objetivo (de relação): quando atestam qualidade que é fato e não depende de interpretação, não aceitam variação de grau e não podem ser deslocados livremente, posicionando-se normalmente após o substantivo. São derivados de substantivos e estabelecem com o substantivo uma relação de tempo, espaço, matéria, finalidade, propriedade, procedência etc. Tais adjetivos indicam uma categorização “técnica”, “objetiva” e tornam mais preciso o conceito expresso pelo substantivo, restringindo seu significado. Ex.: Nota mensal => nota relativa ao mês; Movimento estudantil => movimento feito por estudantes; Casa paterna => casa onde habitam os pais; Vinho português => vinho proveniente de Portugal
    Não podemos escrever “português vinho” nem “vinho muito português”. Ser “português” é uma categorização objetiva do vinho, não expressa opinião.
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26
Q

Papel sintático do Adjetivo

A

Por seu sentido “qualificador” e por se ligar a “substantivos”, o adjetivo pode ter duas funções sintáticas:
Predicativo (João é chato /Considerei o filme chato)
Adjunto adnominal (O carro velho quebrou).

27
Q

Quando outras classes serão chamadas também de “adjetivas”?

A

Quando estiverem se referindo a substantivos para especificá-los. Então há diferença entre “ser um adjetivo” (classe) e ter “papel/função” adjetiva. Ex.: O meu violão novo quebrou.
Os termos O, meu e novo têm “papel” adjetivo, pois se referem ao substantivo “violão”. São “adjuntos adnominais” de “violão”.
Obs.: lembre-se que “papel adjetivo” está diretamente ligado a “adjunto adnominal”
Mais exemplos:
- Seus filhos são bonitos (seus é pronome possessivo adjetivo)
- Minhas mãos estão limpas, lave as suas [mãos]. (“Minhas” é pronome possessivo adjetivo e “suas” é pronome possessivo substantivo)
- Dois irmãos estão doentes, ajudarei os dois [irmãos]. ( o primeiro “dois” é um numeral adjetivo, o segundo “dois” é numeral substantivo)

28
Q

3 casos que ocorrem quando trocamos a ordem da expressão nominal “SUBSTANTIVO + ADJETIVO”

A

Obs.: Uma expressão formada por substantivo + adjetivo é uma expressão nominal (ou sintagma nominal), porque o núcleo é um nome (substantivo). A ordem “natural” do sintagma é essa.
1) Não muda nem a classe nem o sentido. Ex: Cão bom x Bom cão
2) Muda o sentido sem mudar as classes. Ex: Candidato pobre (sem recursos financeiros) x Pobre candidato (coitado, digno de pena)
3) Muda a classe, e muda necessariamente o sentido. Ex: alemão comunista x comunista alemão. Mudança no sentido: “Alemão”, no segundo sintagma, se tornou característica, especificação, do substantivo comunista, ou seja, um comunista nascido na Alemanha. No primeiro caso, temos um alemão que é “comunista” (em oposição, por exemplo, a um alemão guitarrista, turista, generoso).
a) Sempre que houver essa alteração morfológica, ou seja, troca de classes, haverá mudança de sentido, porque muda o foco, ainda que pareça coincidir bastante o sentido.
Ex.:“não sou propriamente um autor defunto (um autor que veio a falecer), mas um defunto autor (defunto que passou a escrever)”.

29
Q

Exemplos de casos em que a troca da ordem do sintagma muda o sentido sem mudar as classes e muda a classe, e muda necessariamente o sentido.

A
  • Muda o sentido sem mudar as classes: simples questão (mera questão) x questão simples (não complexa); grande homem (grandeza moral) x homem grande (grandeza física); novas roupas (roupas diferentes) x roupas novas (roupas não usadas); nova mulher (outra mulher) x mulher nova (mulher jovem); velho amigo (de longa data) x amigo velho (idoso); único sabor (não há outro, só um) x sabor único (sabor inigualável); alto funcionário (patente) x funcionário alto (altura física); pobre homem (coitado) x homem pobre (sem recursos); bravo soldado (valente) x soldado bravo (irritado); falso médico (não é médico) x médico falso (não é verdadeiro)
  • Muda a classe, e muda necessariamente o sentido: O presidente foi um preso político. (substantivo + adjetivo)
    O presidente é um político preso. (substantivo + adjetivo)
    Um amigo médico me disse que comer não é doença. (substantivo + adjetivo)
    Um médico amigo não supera um médico competente. (substantivo + adjetivo)
    O carioca fumante soprou fumaça nas crianças. (substantivo + adjetivo)
    O fumante carioca soprou fumaça nas crianças. (substantivo + adjetivo)
30
Q

Locuções Adjetivas

A

São formadas geralmente de preposição+substantivo e substituem um adjetivo, desempenhando normalmente a função de adjunto adnominal. Ex: A coluna tinha forma de ogiva x A coluna tinha forma ogival. Comi chocolates da Suíça x Comi chocolates suíços. Tenho hábitos de velho x Tenho hábitos senis
Obs.: algumas expressões formadas de preposição + substantivo, não podem ser vistas como um adjetivo, nem substituídas por adjetivo, pois serão um complemento nominal (termo obrigatório de valor substantivo que completa o sentido de outro). Ex: Construção ‘do muro’. A invenção ‘do carro’ mudou o mundo. (sentido passivo)
Obs.: com substantivo abstrato derivado de ação, o termo seguinte, iniciado pela preposição “de” e com sentido passivo será um complemento nominal.
Obs.: algumas locuções não poderão ser trocadas por adjetivos. Ex.: As músicas do pianista são lindas. (há termo com sentido ativo/de posse e músicas não pede complemento obrigatório, o que é acrescentado é apenas qualificação, determinante de valor adjetivo.)

31
Q

Alguns exemplos de outras locuções e seus adjetivos correspondentes:

A

de irmão x fraternal
de paixão x passional
de trás x traseiro
de lago x lacustre
de lebre x leporino
de lobo x lupino
de lua x lunar ou selênico
de macaco x simiesco, símio ou macacal
de madeira x lígneo
de marfim x ebúrneo ou ebóreo
de mestre x magistral
de monge x monacal
de neve x níveo ou nival
de nuca x occipital
de orelha x auricular
de frente x frontal
de ouro x áureo
de ovelha x ovino
de porco x suíno ou porcino
de prata x argênteo ou argírico
de serpente x viperino
de sonho x onírico
de terra x telúrico, terrestre ou terreno
de velho x senil
de vento x eólico
de vidro x vítreo ou hialino
de leão x leonino
de aluno x discente
de visão x óptico

32
Q

Grau dos adjetivos: comparativo

A

Pode ser de superioridade, inferioridade ou igualdade.
Ex: Sou mais/menos ágil (do) que você => grau comparativo de superioridade/inferioridade (uso do “do” facultativo)
Sou tão ágil quanto/como você. => comparativo de igualdade
Obs.: Algumas palavras têm sua forma comparativa terminada em /or/. No latim, essa terminação significava “mais”, por essa razão este não aparece nessas formas: “melhor”, “pior”, “maior”, “menor”, “superior”. Por suprimir essa palavra, a gramática o chama de comparativo sintético.

33
Q

Grau dos adjetivos: superlativo

A

Expressa uma qualidade em grau muito elevado. Divide-se em relativo e absoluto:
- Superlativo relativo: Gradua uma qualidade/característica (“bom”) em relação a outros seres que também têm ou podem ter aquela qualidade, ou seja, em relação à totalidade (o mundo todo), pode ser de superioridade ou inferioridade. Ex: Sou o melhor do mundo; Senna é o melhor/pior do Brasil!
- Superlativo absoluto: Indica que um ser tem uma determinada qualidade em elevado grau. Não se relaciona ou compara a outro ser. Pode ser:
a) Absoluto analítico: usa advérbios de intensidade (“sou muito esforçado)
b) Absoluto sintético: usa sufixos (difícil => dificílimo; comum => comuníssimo; bom => ótimo; magro => macérrimo)
Obs.: quando se fala em variação do adjetivo em grau, querem dizer que o adjetivo está sofrendo algum processo de intensificação, ou seja, terá seu sentido intensificado, por um advérbio (tão bonito), por um sufixo (caríssimo) ou por um substantivo (enxaqueca monstro), por exemplo.

34
Q

Outros “recursos de superlativação” (formas estilísticas que também conferem a ideia de uma qualidade em alto grau):

A
  1. Repetição: Maria é linda, linda, linda.
  2. Prefixos intensificadores: Maria é ultraexigente.
  3. Aumentativo ou diminutivo intensificador: Ele é rapidinho/rapidão/rapidaço.
  4. Comparação breve: Isso é claro como o dia.
    João é feio como um cão.
  5. Expressões fixas, cristalizadas pelo uso: O sociólogo é podre de rico.
    Esse é um pedreiro de mão cheia.
  6. Artigo definido indicativo de “notoriedade”: Ele não é um médico qualquer, ele é o médico.
35
Q

PRONOMES

A

São palavras que representam (substituem) ou acompanham (determinam) um termo substantivo. Esses pronomes vão poder indicar pessoas, relações de posse, indefinição, quantidade, familiaridade, localização no tempo, no espaço e no texto, entre outras. Quando acompanham um substantivo, são classificados como “pronomes adjetivos” e quando substituem um substantivo, são classificados como “pronomes substantivos”. Ex: Estes livros são do Mario, aqueles são do Ricardo. (Estes é adjetivo e aqueles é substantivo)
Em geral têm essa função de retomada de elementos anteriores (função coesiva). Então, os pronomes pessoais, os possessivos, demonstrativos, os indefinidos se referem a outras partes do texto, substituindo informação apresentada.

36
Q

Pronomes Interrogativos

A
  • “Que, Quem, Qual(is), Quantos”.
    Ex: (O) que é aquilo? => “o” é expletivo e pode ser retirado
    Quem é ele?
    Qual a sua idade? / Quantos anos você tem?
  • Servem basicamente para fazer frases interrogativas diretas ou indiretas (sem ponto de interrogação, mas com “sentido/intenção de pergunta”).
  • Nas interrogativas indiretas a frase tem uma intenção interrogativa e normalmente envolve verbos com sentido de dúvida “perguntar, indagar, desconhecer, ignorar”…
    Ex: Perguntei o que era aquilo; Indaguei quem era ele; Não sei qual sua idade; Desconheço quantos anos você tem.
    Obs.: “O que é que ele fez”. Nesse caso apenas o primeiro “que” é pronome interrogativo. Os termos: O, que é; são expletivos, com finalidade de realce.
37
Q

Pronomes Indefinidos

A
  • NINGUÉM - NENHUM - ALGUÉM - ALGUM - ALGO - TODO - OUTRO - TANTO - QUANTO - MUITO - BASTANTE - CERTO - CADA - VÁRIOS - QUALQUER - TUDO - QUAL - OUTREM - NADA - MENOS - QUE - QUEM - UM (QUANDO EM PAR COM “OUTRO”)
    Ex: Recebi ‘mais’ propostas e ‘tantos’ elogios.
    ‘Muita’ gente não chegou a tempo de fazer a prova.
    O professor tem ‘pouco’ dinheiro.
    Vamos tentar ‘mais’ dieta, ‘menos’ doces.
    ‘Nada’ é por acaso, ‘tudo’ estava escrito.
  • são classes variáveis que se referem à 3ª pessoa do discurso e indicam quantidade, sempre de maneira vaga.
38
Q

Locuções pronominais indefinidas:

A

QUALQUER UM - CADA UM/ QUAL - QUEM QUER QUE - SEJA QUEM/ QUAL FOR - TUDO O MAIS - TODO (O) MUNDO - UM OU OUTRO - NEM UM NEM OUTRO…

39
Q

Certo e bastante quando pronomes indefinidos, adjetivos e advérbio

A
  • São pronomes indefinidos quando vêm antes do substantivo e quando vierem depois do substantivo serão adjetivos.
    Ex: Quero certo (determinado) modelo de carro x Quero o modelo certo (adequado) de carro
    Tenho bastante (muito) dinheiro X Tenho dinheiro bastante (suficiente)
  • Sobre o bastante:
    1) se modificar o substantivo com sentido de “muito”, será pronome indefinido: Tenho bastante talento. Já temos bastantes aliados
    2) se modifica o substantivo com sentido de “suficiente”, será adjetivo: Já temos aliados bastantes
    3) se modifica adjetivo ou verbo, será advérbio: Sou bastante talentoso; Estudei bastante
40
Q

Pronomes Possessivos

A
  • Esses pronomes têm sentido de posse e geralmente aparecem em questões sobre ambiguidade ou referência, pois podem se referir à:
    Primeira pessoa: meu(s), minha(s), nosso(s) nossa(s);
    Segunda pessoa: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s);
    Terceira pessoa: seu(s), sua(s).
  • o pronome pessoal oblíquo (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também pode ter “valor” possessivo, ou seja, sentido de posse: Ex: Apertou-lhe a mão (= sua mão); Beijou-me a testa (= minha testa); Penteou-lhes os cabelos (= cabelos delas). (o pronome oblíquo está preso ao verbo pelo hífen, mas sua relação sintática é com o substantivo objeto da posse (“mão”, “testa”, “cabelos”). Trata-se de um adjunto adnominal)
    Obs.: - Concordam com em gênero e número com o substantivo que vem depois dele.
  • Vêm junto ao substantivo, são acessórios e têm função de adjunto adnominal.
    Eu respeito o Português por ‘sua’ importância na prova. (importância “do Português”)
    “sua” é adjunto adnominal, pois vem junto a “importância” e concorda com ele em gênero (feminino), apesar de seu referente ser “Português”, palavra no masculino
41
Q

Pronomes Demonstrativos

A
  • ESTE(S) - ESTA(S) - ESSE(S) - ESSA(S) - AQUELE(S) - AQUELA(S) - AQUELOUTRO(S) - AQUELAOUTRA(S) - ISTO - ISSO - AQUILO - O - A - OS- AS - MESMO(S) - MESMA(S) - PRÓPRIO(S) - PRÓPRIA(S) - TAL - TAIS - SEMELHANTE(S)…
  • apontam, demonstram a posição dos elementos a que se referem em relação às pessoas do discurso (1ª pessoa: que fala; 2ª pessoa: para quem se fala / que ouve; 3ª pessoa: de quem se fala), no tempo, no espaço e no texto.
42
Q

Função Textual do Pronome: anáfora e catáfora

A
  • Anáfora: quando um pronome retoma algo que já foi mencionado antes. Ex: Não gosto de estudar. Apesar ‘disso’, estudei muito.
  • Catáfora: quando anuncia ou se refere a algo que ainda está para ser dito. Ex: Eu só pensava ‘nisto’: passar no concurso.
    Obs.: a referência é feita dentro do texto; então, podemos dizer que o pronome tem função endofórica. “Endo” significa “dentro”.
43
Q

Função Exofórica (Dêitica):

A

Quando pronomes se referem a elementos fora do texto, como tempo e espaço (contexto externo ao texto escrito em si), a gramática diz que eles têm função DÊITICA, ou exofórica (fora), nesse caso o valor semântico vai depender da situação de produção do texto, de onde foi escrito, quando, por quem.
Ex: ‘Neste’ país, ‘neste’ momento, ‘este’ autor que vos fala está deprimido.
A referência dos pronomes destacados dependerá de onde e quando a mensagem é lida. O pronome “este” também remete a informação fora do texto, pois precisamos saber quem escreveu a frase. Então, tais pronomes têm referência exofórica (“dêitica”).

44
Q

Uso dos demonstrativos indicando “tempo”

A
  • este(s), esta (s), isto: indicam tempo presente, período corrente
    Ex: Este domingo vai ter jogo do Barcelona.
    Ex: Neste verão viajarei para o Caribe.
  • esse(s), essa (s), isso: indicam passado recente ou futuro próximo
    Ex: Esse domingo haverá jogo do Barcelona.
    Ex: Nesse verão sofri demais com o calor.
  • aquele(s), aquela (s), aquilo: indicam passado ou futuro distante
    Ex: Aquela década de 70 foi completamente perdida.
    Ex: Aquele intercâmbio que faremos em 10 anos será caríssimo.
45
Q

Uso dos demonstrativos indicando “espaço”

A
  • este(s), esta (s), isto: apontam para referente perto do falante
    Ex: Este violão aqui na minha mão é de madeira maçiça.
    Ex: Estes meus cabelos estão uma verdadeira palha.
  • esse(s), essa (s), isso: apontam para perto do ouvinte
    Ex: Esse violão aí na sua mão é de madeira maciça.
    Ex: Isso é roupa que se vista num casamento? Troque-a já!
  • aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para longe do falante/ouvinte
    Ex: Aquela pintura lá em cima é um afresco.
    Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo.
    Obs.: Quando apontam para o espaço, o referente está fora do texto, então dizemos que o pronome tem uso “dêitico”.
46
Q

Uso dos demonstrativos no texto

A
  • este(s), esta (s), isto: apontam ao que será mencionado (anuncia)
    Ex: Esta é sua nova senha: ynot.xp$%; memorize-a.
    Ex: Isto era importante para ela: dinheiro, sucesso, prestígio.
  • esse(s), essa (s), isso: apontam para o que já foi mencionado
    Ex: João passou em primeiro lugar, esse cara é bom.
    Ex: Dinheiro, sucesso, prestígio, isso tudo é sim importante (resumitivo).
  • aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para o antecedente mais distante, enquanto este aponta para o
    mais próximo:
    Ex: João e Maria são concursados, esta do Bacen, aquele do TCU.
    Obs.: Podemos usar “este” para referência ao elemento anterior mais próximo: Ex: Precisamos respeitar o professor, pois este é um grande formador moral. Mas Devemos evitar usar “esse” ou ”isso” para algo que ainda vai ser dito.
47
Q

Quando o, a, os, as serão pronomes demonstrativos?

A

Geralmente quando antecedem um pronome relativo ou a preposição “DE”. Veja:
Ex: Entre as cuecas, comprei a de algodão. (aquela)
Entre as cuecas, comprei as que eram de algodão. (aquelas)
Quero o que estiver em promoção. (aquilo)
Sabia que devia estudar, mas não o fiz. (isso - estudar)
Ela parece legal, mas não o é. (isso – não é legal)
Obs.: Há uma corrente minoritária que consideram que o “a” é na verdade um artigo diante de um substantivo
implícito: Entre as cuecas, comprei a [cueca] de algodão.

48
Q

Outros pronomes demonstrativos

A

Não diga tais/semelhantes besteiras. (essas besteiras)
Sei que está triste, mas não diga tal. (não diga isso)
Ele próprio se demitiu. (ele em pessoa, sozinho; valor reforçativo)
Eu mesma cozinho a comida/ Cozinho do mesmo modo que minha mãe. (próprio, em pessoa / exato, igual).

49
Q

Pronomes Relativos

A

Retomam substantivos antecedentes, coisa ou pessoa, e, por isso, têm função coesiva (retomar ou anunciar informação) e se prestam a evitar repetição.
- VARIÁVEIS: o qual (os quais), a qual (as quais), cujo (cujos), cuja (cujas), quanto (quantos), quanta (quantas)
- INVARIÁVEIS: quem, que, onde

50
Q

Pontos importantes sobre os pronomes relativos

A

1- Eles introduzem orações subordinadas adjetivas, que levam esse nome por terem a função de um adjetivo e, muitas vezes, podem ser substituídas diretamente por um adjetivo equivalente: Ex: O menino estudioso passa = O menino que estuda muito passa; Eu quero um carro potente = Eu quero um carro que seja potente.
2- Como o “que” faz referência a um termo anterior, podemos dizer que tem função anafórica e antes dele devemos usar preposição monossilábica (“a, com, de, em, por; exceto sem e sob”). Com preposições maiores (ou locuções prepositivas), usaremos os pronomes variáveis (o qual, os quais, a qual, as quais): Este é o livro de que gostamos x Este é o livro sobre o qual falamos.
Obs.: se há um nome ou verbo que peça preposição, esta deve vir obrigatoriamente antes do pronome relativo. A supressão dessa preposição causa erro: Este é o livro que gostamos => Este é o livro de que gostamos;
Este é o livro o qual falamos. => Este é o livro sobre o qual falamos.
3- temos que ter atenção à preposição que o verbo/nome vai pedir, pois ela não deve ser suprimida e vai aparecer antes do pronome relativo. Temos que enxergar sintaticamente o pronome relativo como se fosse o próprio termo a que se refere:
Ex: O menino a que me referi morreu. (referi-me “a” que => ao menino)
O escritor de cujos poemas gosto morreu. (gosto “de” cujos => dos poemas)
Esqueci o valor com quanto concordei. (concordei “com” quanto => com o valor).

51
Q

Pronome “quem”: uso

A

O pronome “quem” se refere a pessoa ou ente personificado (visto como pessoa) e é precedido por preposição (monossilábica ou não).
Ex: A pessoa de quem falei chegou. (substituição possível: “de que falei”, “da qual “falei”); A pessoa por quem intervim não mostrou gratidão.
Obs.: Em sentenças interrogativas, “quem” é pronome interrogativo: Quem gosta de acordar cedo?

52
Q

Pronome cujo: características e uso

A

O pronome “cujo” tem como principais características:
✓Indicar posse e sempre vir entre dois substantivos, possuidor e possuído;
✓Não poder ser seguido nem precedido de artigo, mas poder ser antecedido por preposição; (Para lembrar: nada de cujo o, cuja a, cujo os, cuja as…)
✓Não pode ser diretamente substituído por outro pronome relativo.
Para achar o referente, pergunte ao termo seguinte: “de quem?”.
Ex: Vi o filme cujo diretor ganhou o Oscar. (diretor de quem? Do filme!); Vi o rapaz a cujas pernas você se referiu. (pernas de quem? Do rapaz!)

53
Q

Pronomes relativos com emprego absoluto, segundo Bechara.

A

Quem e onde podem aparecer com emprego absoluto, sem referência a antecedentes, ou seja, sem “retomar ninguém”:
“Quem tudo quer tudo perde.”
“Dize-me com quem andas e eu te direi quem és.”
“Quem com ferro fere com ferro será ferido.”
“Moro onde mais me agrada.”

54
Q

Uso dos pronomes “que”, “o qual”, “os quais”, “a qual”, “as quais”

A

Os pronomes “que”, “o qual”, “os quais”, “a qual”, “as quais” são utilizados quando o antecedente for coisa ou pessoa e muitas vezes é usado para desfazer ambiguidades. Como ele varia, a concordância em gênero e número denuncia a que termo ele se refere. Ex: A representante do partido, que é popular, foi elogiada => A representante do partido, a qual é popular, foi elogiada.

55
Q

Uso do pronome “onde”

A

O pronome relativo “onde” deve ser usado quando o antecedente indicar lugar físico (ainda que virtual, figurativo), com sentido de “posicionamento em”. Como preposição “em” também indica uma referência locativa, podemos substituir “onde” por “em que” e por “no qual” e variações.
Ex: A academia onde treino não tem aulas de MMA.
A academia na qual/em que treino não tem aulas de MMA.
- é inadequado usar “onde” para outra referência que não seja lugar físico.
X Ex: Essa é a hora onde o aluno se desespera.
✓ Ex: Essa é a hora em que/na qual o aluno se desespera.
O pronome relativo “aonde” é usado nos casos em que o verbo pede a preposição “a”, com sentido de “em direção a”.
Ex: Gosto da cidade aonde irei.
O pronome relativo arcaico “donde”, que equivale a “de onde”, é usado nos casos em que o verbo pede a preposição “de”, com sentido de “procedência”.
Ex: O lugar donde você voltou é distante.

56
Q

Uso dos pronomes “como”, “quando” e “quanto”

A

7- O pronome relativo “como” é usado quando o antecedente for palavra como forma, modo, maneira, jeito, ou outra, com sentido de “modo”.
Ex: Não aceito o jeito como você fala comigo.
8- O pronome relativo “quando” é usado nos casos em que antecedente tiver sentido de “tempo”.
Ex: Sinto saudade da época quando eu não tinha preocupações.
9- O pronome relativo “quanto” é usado nos casos em que antecedente tiver sentido de “quantidade”.
Ex: Consegui tudo/tanto quanto queria, exceto tempo para desfrutar.

57
Q

Principais pronomes de tratamento, com suas abreviaturas.

A
  • Vossa Senhoria (V. S.a ou V. S.as): usado para pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os empregamos em textos escritos, como: correspondências, ofícios, requerimentos etc.
  • Vossa Excelência (V. Ex.a V. Ex.as): usado para autoridades de alto escalão: Presidente da República, Senadores, Deputados, Embaixadores, Oficiais de Patente Superior à de Coronel, Juízes de Direito, Ministros, Chefes de Poder.
  • Vossa Excelência Reverendíssima (V. Ex.a Rev.ma V. Ex.as Rev.mas): usado para bispos e arcebispos.
  • Vossa Eminência (V. Em.a V. Em.as): usado para cardeais.
  • Vossa Alteza (V. A. VV. AA.): usado para autoridades monárquicas em geral, príncipes, duques e arquiduques. Para Imperador, Rei ou Rainha, usa-se Vossa Majestade (V. M. VV. MM.)
  • Vossa Santidade (V.S.): usado para o Papa.
  • Vossa Reverendíssima (V. Rev.ma V. Rev.mas ): usado para sacerdotes em geral.
  • Vossa Paternidade (V. P. VV. PP): usado para abades, superiores de conventos.
  • Vossa Magnificência (V. Mag.a V. Mag.as): usado para Reitores de universidades, acompanhado pelo vocativo: Magnífico Reitor.
58
Q

Concordância dos pronomes de tratamento

A
  • Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (pessoa com quem se fala: “vós”), a concordância é feita com a terceira pessoa, ou seja, com o núcleo sintático. Por essa razão, não usamos pronome possessivo “vossa” com Vossa Excelência, usamos apenas o possessivo “seu” ou “sua”, por exemplo. Ex.: Vossa senhoria nomeará seu substituto
  • Os Adjetivos e Locuções de voz passiva concordam com o gênero (masculino/feminino) da pessoa a que se refere, não com a o substantivo que compõe a locução (Excelência, Senhoria).
    Ex: Maria, Vossa Excelência está muito cansada.
59
Q

Sua Excelência X Vossa Excelência

A

“Sua Excelência”:
- usamos para nos referirmos a uma terceira pessoa (de quem se fala);
- em regra, não há crase antes de pronome de tratamento: A Sua Excelência.
“Vossa Excelência”:
- usamos para nos referirmos diretamente à autoridade (com quem se fala).
Obs.: Algumas formas de tratamento, como “Senhora”, “Dona”, “Senhorita”, “Madame”, “Doutora”, aceitam artigo.

60
Q

Pronomes Pessoais: retos e oblíquos átonos

A
  • Pronomes pessoais retos (eu, tu, ele, nós, vós, eles) costumam substituir sujeito.
    Ex: João é magro => Ele é magro.
  • Pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) substituem complementos verbais: o, a, os, as substituem somente objetos diretos (complemento sem preposição); me, te, se, nos, vos podem ser objetos diretos ou indiretos (complemento com preposição), a depender da regência do verbo. Já o pronome –lhe (s) tem função somente de objeto indireto.
    Ex: Já lhe disse tudo. (disse a ele)
    Informei-o de tudo. (informei a pessoa)
    Você me agradou, mas não me convenceu. (agradou a mim)
61
Q

Pronomes oblíquos tônicos

A

São pronunciados com força e precedidos de preposição. Costumam ter função de complemento. São eles:
1a pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural).
2a pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural).
3a pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(a/s) (singular ou plural).
Ex: Fiquei preocupado contigo porque você deu a ele todo seu dinheiro

62
Q

“Mata ele! Chama nós!”; por que essas estruturas são incorretas?

A

Porque o pronome reto, em regra não deve ser usado na função de objeto direto (complemento verbal sem preposição)
Obs.: Contudo, é possível usar pronome reto como complemento direto, quando o pronome reto for modificado por “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”. Esse uso é abonado por gramáticos do calibre de Celso Cunha, Bechara, Faraco & Moura e Sacconi.
Ex: Encontrei ele só na festa. / Ex: Encontrei todos eles.
Encontrei eles dois na festa. / Ex: Encontrei apenas elas na festa.
Esses exemplos acima devem ser vistos com cautela, pois não são a regra!

63
Q

Recorrentes casos no uso de pronomes do caso reto e oblíquos

A
  • Após a preposição “entre” em estrutura de reciprocidade, devemos usar pronomes oblíquos tônicos, não retos. Ex: Entre mim e ela não há segredos; É melhor que não pairem dúvidas entre ti e ele.
  • Se o pronome for sujeito, podemos usar pronome reto:
    Ex: Entre eu sair e você ficar, prefiro sair.
    Após preposições acidentais e palavras denotativas, podemos também usar pronome reto:
    Ex: Com raiva, minha mãe maltrata até eu. (até: palavra denotativa de inclusão)
    A aprovação não virá até mim de graça. (até: preposição essencial)
64
Q

Regras para a união de pronomes oblíquos ao verbo por hífen

A
  • Quando os verbos são terminados em /r/, /s/, /z/ + o, os, a, as, teremos: lo, los, la, las.
    Ex: Não pude dissuadir a menina = > dissuadi-la
    Felicitamos as aprovadas. => Felicitamo-las
    Fiz isso porque quis fazer isso => Fi-lo porque o quis.
    Vamos pôr o menino de castigo => pô-lo de castigo
    Quando os verbos são terminados em som nasal, como /m/, /ão/, /aos/, /õe/, /ões/ + o, os, a, as, teremos simples acréscimo de /n/: no, nos, na, nas.
    Ex: Viram a barata e mataram-na
    A mesa é cara, mas compraram-na na promoção.
  • Em construções arcaicas, é possível fundir mais de um pronome, segundo a lógica a seguir:
    Ex: Deu dinheiro a ela imediatamente => Deu-lho imediatamente
    “Deu” algo (OD: o dinheiro => o) a alguém (OI: a ela => lhe)
    Ofereceu a oportunidade a mim => Ofereceu-ma
    “Ofereceu” algo (OD: a oportunidade => a) a alguém (OI: a mim => me)
    Seguindo a mesma lógica, teremos contrações como: mo, ma, mos, mas, to, ta, tos, tas, lho, lha, lhos, lhas, no-lo, no-los, no-la, nolas, vo-lo, vo-la, vo-los, vo-las.