Aula 04: Sintaxe Flashcards
O que são estruturas oracionais?
São as funções sintáticas quando aparecem em forma de oração:
- Adjunto adnominal na forma de uma oração adjetiva:
Ex: O menino estudioso passa (adjetivo) / O menino que estuda passa (oração adjetiva)
- Adjunto adverbial na forma de uma oração adverbial.
Ex: Estudo no meu tempo livre (adjunto adverbial) / Estudo quando tenho tempo livre (adjunto adverbial oracional / oração adverbial)
- Complemento na forma de oração:
Ex: Anunciei a chegada do circo (objeto direto) / Anunciei que o circo chegaria (objeto direto oracional)
Sujeito Determinado
Aquele que está visível na oração:
Ex: Exportar mais é preciso (2 verbos, 2 orações)
Ex: Admite-se que o Estado não pode ajudar. (sujeito passivo)
Quando um pronome oblíquo pode ser sujeito?
- DeFaMa-VOS
- Com os verbos Deixar, Fazer, Mandar, Ver, Ouvir, Sentir, o pronome oblíquo pode ser sujeito, como nas sentenças abaixo:
Ex: Deixe-me estudar / Não se deixe aborrecer / Ela o fez desistir / Mandei-a ir embora. - Ex: Eu mandei o menino sair: Nessa oração, o complemento é uma oração simples e, dentro dessa sentença “o menino” é o sujeito. Então, ao trocarmos “o menino” por um pronome oblíquo átono:
Ex: Mandei-o sair (o pronome é sujeito de sair)
Obs.: Nesse casos, em que o pronome é sujeito, as formas deixe aborrecer, fez desistir, mandei ir etc. NÃO SÃO LOCUÇÕES VERBAIS, MAS DUAS ORAÇÕES EM UM PERÍODO COMPOSTO.
Sujeito Oculto / Elíptico / Desinencial
O sujeito oculto é determinado, pois podemos identificá-lo facilmente pelo contexto ou pela terminação do verbo (desinência).
Ex: Encontramos mamãe. (sujeito oculto - nós)
Ex: É preciso ter cuidado com as plantas. Sem dedicação, não crescem (sujeito elíptico - plantas).
Ex: Consultei meus advogados. Disseram que sou culpado (sujeitos desinenciais - Eu e advogados)
Sujeito Indeterminado
- Não sabemos identificar quem é o sujeito e não conseguimos inferir do contexto.
- A indeterminação do sujeito pode ocorrer pelo uso de um verbo na 3ª pessoa do plural, com omissão do agente que pratica a ação verbal
Ex: Hoje me contaram que você joga futebol muito mal. (quem contou?)
Ex: Dizem que ela teve um caso com o chefe. (quem diz?)
Ex: Roubaram nosso carro! (quem roubou?)
Obs.: Veja a diferença para o sujeito desinencial:
Ex: Aquele banco faliu. Roubaram mais de 20 milhões. (Quem roubou?)
Ex: Os ladrões foram presos ontem. Roubaram mais de 20 milhões. (Os ladrões roubaram)
Indeterminação do sujeito pelo uso da PIS:
- sujeito também pode ser indeterminado pelo uso da estrutura: VTI / VI / VL+ SE (Verbo transitivo indireto, Intrasitivo ou de ligação + partícula de indeterminação do sujeito)
Ex: Desconfia-se de que ela seja violenta. (VTI + SE - Quem desconfia?)
Ex: Precisa-se de médicos.
(VTI + SE - Quem precisa?) - Usado para expressar um sujeito universal
Ex: Respira-se melhor no campo. (Vi + SE - em geral, todos respiram melhor)
Ex: Vive-se bem em Campinas.
(VI + SE - Quem Vive?)
Ex: Sempre se fica nervoso durante um assalto. (VL + SE - em geral, todos ficam nervosos).
“Tratar-se de”. Essa expressão, quando tem sentido de assunto/referência ou quando funciona como uma espécie de substituto do verbo “ser”, é sempre invariável, indica sujeito indeterminado. (C ou E)
Por ser uma estrutura: VTI + SE. Sim!
Ex: Ela recebeu uma herança estranha: trata-se de duas moedas de cobre.
Ex: Não foi por amor que ela veio. Trata-se de interesse.
Ex: Não se trata de quem é mais inteligente. Trata-se de quem persiste mais.
Obs.: A preposição de é pedida pelo verbo tratar, por isso, o que vier após, não poderá ser sujeito.
Vendem-se casas.
Qual a função do SE nessa oração?
Partícula Apassivadora. Pois temos a estrutura VTD + SE, que indica voz passiva pronominal. Por isso, o verbo está concordando com o sujeito:
Casas são vendidas.
Indeterminação do sujeito pelo uso do infinitivo impessoal:
Por não haver concordância com nenhuma pessoa, a ação verbal é descrita de maneira vaga, sem revelar o agente que pratica a ação.
Ex: Praticar esportes regularmente é muito importante. (Sujeito de praticar é indeterminado, enquanto o de é oracional)
Ex: Instruções: lavar as mãos com álcool… (quem lava? Agente genérico)
Obs.: Se o verbo no infinitivo estiver flexionado, então estará fazendo concordância com um sujeito visível na sentença:
Ex: É necessário passarmos por aquele caminho. (Sujeito nós)
Sujeito x Referente
- Sujeito é uma função sintática, tem a ver com o papel funcional e estrutural que um termo desempenha na oração.
- Referente é um termo semântico, está relacionado à ideia e ao contexto da frase e não necessariamente coincide com a função sintática do termo a quem se refere.
Obs.: é possível o verbo ter um “sujeito” diferente do seu “referente”.
Ex: Os meninos jogam futebol. Jogam futebol todos os dias.
1) Na primeira oração, “os meninos” é o sujeito de “jogar” e também o referente de jogar, pois são os meninos que jogam.
2) Na segunda oração, “os meninos” é apenas o “referente” de “jogar”; sintaticamente, o sujeito está oculto, omitido, elíptico, mas o referente, no mundo das ideias, é ainda “os meninos”.
[Os meninos] jogam futebol. (Eles = Os meninos) Jogam futebol todos os dias.
1) “Vi os meninos que jogam futebol.”
2) “Uma dezena de médicos avaliou o candidato.”
Quem são os sujeitos e os referentes dos verbos destacados?
1) Os meninos é o o referente, pois, semanticamente, são os meninos que jogam. Porém, o sujeito sintático é o pronome que. Nesse caso, referente e sujeito não coincidem.
2) Dezena é o seu “sujeito”, por seu o núcleo, já o referente é médicos , pois são os médicos que de fato
avaliam.
Casos que a oração não tem sujeito
- Fenômenos da natureza:
Ex: Choveu ontem.
Ex: Anoiteceu. - Verbos ser, estar, fazer, haver, parecer impessoais com sentido de fenômenos naturais, tempo ou estado.
Ex: Faz 2 anos que não vou à praia.
Ex: Deve fazer 3 anos que não fumo.
Ex: Faz frio em Corumbá.
Ex: Há tempos são os jovens que adoecem.
Ex: Está quente aqui.
Ex: Parecia cedo demais.
Ex: São 7 horas da manhã, acorde!
Ex: Deve ir para 2 meses que não fumo. -
Haver impessoal (com sentido de “existir”, “ocorrer” ou “tempo decorrido”)
Ex: “Há pessoas ruins no mundo”.
Ex: Deve haver mil pessoas aqui
Ex: “Houve acidentes graves na avenida”.
Ex: “Há dois anos não fumo”.
OBS: Orações como “basta/chega de brigas!”, “era uma vez uma linda princesa” e “dói muito nas minhas costas, Doutor” também são classificadas como orações sem sujeito.
Há pessoas ruins no mundo.
Qual a função sintática do elemento destacado?
Objeto direto do verbo Haver (impessoal), por isso não há flexão.
Por outro lado, na oração “existem pessoas ruins no mundo”, o termo “pessoas ruins no mundo” é sujeito do verbo “existir” (verbo pessoal, com sujeito), por isso há flexão.
Ex: Existem mil pessoas aqui.
Ex: Devem existir mil pessoas aqui.
Objeto Direto e Indireto Pleonástico:
O Objeto pleonástico é representado por um pronome que retoma um objeto já existente na oração, com finalidade de ênfase.
- Objeto direto:
Ex: Esta moto, comprei-a na promoção.
Ex: Aqueles problemas, já os resolvi.
Ex: Que você era capaz, eu já o sabia.
- Objeto Indireto:
Ex: “Às violetas, não lhes poupei água”.
Ex: “Aos meus amigos, dou-lhes tudo que posso.”
Objeto Direto Interno, Intrínseco, Cognato:
São objetos diretos que compartilham o mesmo “campo semântico” do verbo. O núcleo do objeto vem acompanhado de um determinante.
Ex: Eu sempre vivi uma vida de grandes desafios.
Ex: Vamos lutar a boa luta e sangrar o sangue guerreiro.
Ex: Depois da prova, dormi um sono tranquilo.
Ex: Choveu aquela chuvinha leve, uma delícia para estudar.
Em outros contextos, “dormir”, “viver”, “sangrar” e “chover” são verbos intransitivos, não pedem nenhum objeto.