CIRROSE Flashcards
Qual definição de cirrose?
FIBROSE + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO
Quais manifestações da cirrose? As de hipertensão porta e as de insuficiência hepática
• Hipertensão Porta: Varizes Ascite Esplenomegalia Circulação colateral
• Insuficiência hepática
Icterícia (BD) – metabolismo de bilirrubina
Diminui albumina/ Coagulopatia (aumenta tempo de sangramento) – síntese de proteínas
Eliminação de toxina (amônia) – Encefalopatia hepática
Hiperestrogenismo – Ginecomastia, atrofia testicular, telangelectasia, eritema palmar… Regulação hormonal – o fígado normal retira estrogênio do sangue. O excesso de estrogênio tem efeito vasodilatador
Como estão as transaminases na cirrose?
NORMAL OU DISCRETAMENTE ELEVADAS…
Quais escores para avaliar gravidade?
• CLASSIFICAÇÃO DE CHILD – PUGH 1 2 3 BILIRRUBINA < 2 2-3 > 3 ENCEFALOPATIA AUSENTE Grau I e II Grau III e IV ALBUMINA (g/dl) > 3,5 2,8 – 3,5 < 2,8 TAP (INR) < 1,7 / 1,7 – 2,3 / > 2,3 ASCITE AUSENTE LEVE MODERADA 5-6 PONTOS: GRAU A 7 – 9 PONTOS: GRAU B >= 10 PONTOS: GRAU C
• ESCORE DE MELD
É um calculo feito com calculadora, mas tenho que saber as variáveis
BILIRRUBINA, INR E CREATININA
Quais as causas de cirrose?
Vírus B/C
Infiltração Gordurosa: álcool ou não álcool
Depósito: cobre (Wilson), ferro (Hemocromatose)
Autoimune: Colangite Biliar primária, Hepatite
Quais indicios de exame laboratorial indicativo de abuso de alcool?
Laboratório: gama GT aumentado/ Aumento de VCM (começa a produzir hemácias grandes, causa macrocitose)
Na hepatite alcoólica qual quadro clinico e tratamento?
1) HEPATITE: febre, icterícia, dor, TGO > TGP (AST > ALT)
2) LEUCOCITOSE: reação leucemoide – Leucocitose intensa que parece leucemia, mas não é
Tratamento:
Quadro leve: não faz nada, vai se resolver
Se caso grave (Índice de Maddrey > = 32): Corticoide por 4 semanas (prednisolona)
Quais manifestações da doença hepatica gordurosa não alcoolica?
MANIFESTAÇÕES:
Assintomático; dor; aumenta transaminases (TGP> TGO) (tenho gordura lesando hepatócito)
DIAGNÓSTICO
Excluir as outras etiologias de hepatopatia
Imagem (em geral USG): detecta esteatose
Biopsia: se indicio de cirrose hepática (não é exame rotineiro)
TRATAMENTO
Dieta + exercício / Glitazona / Vitamina E
Doença de Wilson: Fisiopatologia Manifestações Diagnóstico Tratamento
Alteração genética (mutação ATP7B) Diminui excreção de cobre Aumenta cobre/ diminui ceruloplasmina
MANIFESTAÇÕES
Doença hepática (aguda/crônica/cirrose)
Neurológicas (alterações de movimento) começa faz distonia e tremores
Anel de Kayser-Fleisher: anel de cobre ao redor da íris, feito diagnóstico pelo exame chamado lâmpada de fenda
DIAGNÓSTICO
Cobre urinário ou hepático (biópsia)
TRATAMENTO:
Quelante: trientina / Transplante (cura) – só faz em casos terminais
Hemocromatose: Fisiopatologia Manifestações Diagnóstico Tratamento
FISIOPATOLOGIA:
Alteração genética: mutação no gene HFE Aumenta a absorção intestinal de Ferro - esse gene é o responsável por regular a absorção de ferro na alça intestinal
MANIFESTAÇÕES
Aumenta saturação de transferrina / Aumenta ferritina
6H: Hepatopatia / Hiperglicemia (ferro no pâncreas impedindo a liberação insulínica) / Hiperpigmentação (pele amarronzada ou avermelhada) / Heart (IC por hemocromatose)/ Hipogonadismo (pode depositar na hipófise, levando a redução da produção dos hormônios sexuais) / Hartrite
“Diabetes bronzeado”
DIAGNÓSTICO
Teste genético (mutação C282Y)
TRATAMENTO
Flebotomia (sangria): busca ferritina em torno de 50 ng/ml
Transplante (não cura) não é muito feito, só em casos de cirrose avançada
Colangite Biliar primária: Fisiopatologia Manifestações Diagnóstico Tratamento
FISIOPATOLOGIA
Imunoglobulina: IgM excesso
Ocorre agressão imunomediada
Lesão imune em ducto biliar (espaço porta)
MANIFESTAÇÕES
Assintomático
Prurido (sal biliar); Xantelasma (colesterol); icterícia (fígado)
O acumulo de sal biliar leva a cirrose, porque é toxico para o hepatócito
Associação com Sjogren e Tireoidite de Hashimoto
DIAGNÓSTICO
Aumento de Fosfatase alcalina (melhor marcador de lesão biliar) / Anticorpo antimitocôndria (AMA)
TRATAMENTO
Não imunosuprime na colangite primária
Acido ursodesoxicólico (sal biliar não toxico) para o fígado parar de produzir sal biliar endógeno, já que ele recebe sal biliar exógeno não toxico
Transplante mais em fase avançada
Hepatite Autoimune: Fisiopatologia Manifestações Diagnóstico Tratamento
FISIOPATOLOGIA Imunoglobulina: IgG Anticorpo contra hepatócito, contra o parênquima hepático Agressão autoimune contra o fígado: Tipo 1: FAN, antimusculo liso Tipo 2: anti-LKM1
MANIFESTAÇÕES
Assintomático
Doença hepática (aguda/crônica/cirrose)
TRATAMENTO
Prednisona + Azatioprina
Quais as causas de cirrose pré hepática?
1) Trombose de veia porta (+comum da pré)
Hipercoagulabilidade
Crianças: infecção de cateter umbilical
2) Trombose de veia esplênica
Hipertensão porta segmentar: pancreatite crônica
Como está a função hepática? BOA
A ascite é esperada? NÃO (acontece antes do sinusoide, então não tem hipertensão sinusoidal) você pode ter ascite nesse caso por outro motivo, como devido a pancreatite crônica
Quais as causas de cirrose hepatica intra hepática?
INTRA HEPÁTICA (pré / sinusoidal / pós)
1) PRÉ SINUSOIDAL
Esquistossomose coloca tanto ovo no espaço porta que gera uma reação granulomatosa que invade o sinusoide e por isso provoca ascite (fisiopatologicamente não deveria dar ascite por ser pré, mas como a infestação é muito intensa gera essa reação granulomatosa)
2) SINUSOIDAL
Cirrose (+ comum de TODAS)
3) PÓS SINUSOIDAL
Obstrução da veia centro lobular
Normalmente ocorre devido a um transplante de célula tronco levando a doença enxerto-hospedeiro
Doença veno – oclusiva
1) Doença Enxerto-Hospedeiro
2) Doença do Chá da Jamaica – “Bush Tea Disease”
Quais as causas de cirrose pós hepatica?
PÓS HEPATICA
1) Doença Cardíaca (+comum da PÓS) ICC, Pericardite 2) Obstrução das VEIAS HEPÁTICAS Síndrome de Budd – Chiarri Causas: policitemia vera + hipercoagulabilidade
Como é feito o diagnóstico de cirrose hepática?
• DIAGNÓSTICO 1) USG com Dopppler Calibre de porta (n = 12 mm) Fluxo hepato fugal 2) Elastografia > = 21.1 KPa feito a beira do leito mede a elasticidade do fígado
3) Gradiente pressórico entre PORTA e VCI quando maior o aumento maior a chance de hipertensão porta
>= 6: Hipertensão porta
>= 10: Varizes
>= 12: Aumenta risco de ascite e de ruptura de varizes
Como fazer profilaxia primária de varizes?
NUNCA SANGROU
Todo paciente com cirrose a cada 2 anos faz endoscopia para rastrear varizes
Profilaxia primária: Cada sangramento induz uma mortalidade de 30%, então o ideal é impedir o primeiro sangramento.
Varizes de alto risco:
a) Calibre MÉDIO (>= 5 mm) ou Grosso (> 20 mm)
b) Cherry Red Spots
c) Child B e C
Se alto risco: indicar profilaxia
a) B- bloqueador não seletivo (propranolol é o mais usado. Sempre usar a maior dose que o paciente tolera) VO OU
b) Ligadura elástica por Endoscopia
O que fazer quando as varizes estão sangrando?
ESTÁ SANGRANDO
1- Estabilizar a hemodinâmica
Cristaloides
Prazol – porque sangramento você pensa logo em doença ulcerosa ai coloca o prazol
Terlipressina ou Octreotide vasoconstrictor esplanico
Ceftriaxone por 5-7 dias para profilaxia de PBE
+ - Hemácias: se HB < 7
+- Plaquetas: se < 50 mil
+- Complexo Protrombínico ou Plasma: se INR > 1,7
Se você pensar que é sangramento varicoso, antes mesmo de fazer EDA você já começa a tratar como se fosse sangramento varicoso
Só com a estabilidade hemodinâmica que eu chamo a endoscopista
2- Descobrir fonte e tratar
a) Endoscopia – Ligadura Elástica (ESCOLHA para profilaxia e tratamento)
Se varizes gástricas: CIANOACRILATO não faz ligadura elástica
b) Balão
Sangramento incontrolável por EDA + drogas
Sengstaken – Blakemore
Obs: normalmente só infla o balão gástrico que costuma ser suficiente, só insuflo o balão esofágico quando não resolveu com o gástrico
c) TIPS (Shunt Portossistêmico intra hepático transjugular)
Hemorragia refratária OU no lugar da cirurgia
Abre um túnel (entra a veia porta e a veia hepática) para que o sangue chegue no pulmão, diminuindo a pressão da circulação colateral que estava formando varizes. O sangue passa a chegar muito mais rápido do coração, cheio de toxinas, e por consequência mais rápido no cérebro, levando a encefalopatia
VANTAGEM: “Ponte” para transplante
DESVANTAGEM: Encefalopatia (+- 30% dos casos)
CONTRAINDICAÇÃO: IC direita grave / Doença cística
d) Cirurgias (urgência)
Shunts NÃO SELETIVOS
Como fazer profilaxia secundária?
JÁ SANGROU
Profilaxia secundária:
a) Beta bloqueador + Ligadura elástica
b) Refratário: TIPS ou Cirurgia (Shunt seletivo esplenorrenal distal)
Como é feito diagnóstico de Ascite?
• Diagnóstico:
1) Gradiente Albumina Soro – Albumina Ascite (GASA)
GASA > = 1,1 HIPERTENSÃO PORTA
Se PTN < 2,5 g/dl: CIRROSE doenças que causam hipoproteinemia
Se PTN > 2,5 g/dl: IC, Budd-Chiari
GASA < 1,1 NEOPLASIA (principalmente a peritoneal), BK, pâncreas, nefrótica
Se PTN < 2,5 g/dl: SINDROME NEFRÓTICA
Se PTN > 2,5 g/dl: neoplasia, BK, pâncreas
Obs: se suspeitar de BK pedir ADA (exame excelente para liquido ascitico)
2) Outros: Aspecto macroscópico: SEROSO (cirrose) Hemorrágico (neoplasia) – pode ser acidente de punção mas preciso pensar em neoplasia Turvo (infecção)
Citometria/ Citologia
PMN >= 250: Peritonite bacteriana (PBE ou PBS)
Bioquímica
PTN total, GLICOSE e LDH: diferenciam PBE de PBS
Triglicerídeos: > 1000 = ascite quilosa
GRAM e cultura
Qual tratamento de cirrose?
• Tratamento
1) Restrição de sódio: 2 g Na (4 – 6 g de SAL) / dia
2) Restrição hídrica: 1 a 1,5 L/dia: se Na < 125
3) Diuréticos (VO): E:F = 100: 40 (para cada 100 mg de espironolactona eu uso 40 mg de furosemida)
Espironolactona: iniciar com 100, MÁX: 400 mg/dia
Furosemida: iniciar com 40, MÁX: 160 mg/dia
AUMENTAR DOSES A CADA 3-5 DIAS caso não esteja alcançando os objetivos vamos aumentando
Objetivos: diminuir 0,5 kg/dia OU diminuir 1kg/dia com edema
4) Paracentese de alivio:
Ascite sintomática/tensa
Obs: não usar diurético se o paciente tiver disfunção renal importante
Tratamento da ascite refratária (+- 10% dos casos): antes de afirmar veja se ele não está usando mais sal do que deveria. É aquela que você tira o diurético e retorna muito rápido
o Falência, recorrência precoce ou AZOTEMIA, Na < 120, K > 6
1) Tratamento inicial:
a) Suspender o beta-bloqueador (é um droga que faz retenção de liquido)
b) Midodrina VO
2) Em caso de falha:
a) Paracentese terapêuticas seriadas é para esvaziar a barriga inteira sempre
o Se paracentese de GRANDE VOLUME (> 5-6L) Repor 6-8/10g de albumina por litro retirado
b) TIPS
c) Transplante hepático
Peritonite bacteriana espontânea: Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento
PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA (PBE) • Etiologia: MONObacteriana: E.coli ou Klebsiella • Clínica: Assintomática Febre, dor abdominal, encefalopatia • Diagnóstico: Ascite com PMN >= 250/mm3 • Tratamento: Excluir PBS + retirar beta bloqueador Cefotaxima por 5 dias • Profilaxia da Síndrome Hepatorrenal: Albumina: 1,5 g/kg no 1º dia e 1g/kg 3º dia
Peritonite bacteriana secundária: Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento
PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA (PBS) • Etiologia: POLIbacteriana – É abdômen CIRURGICO • Diagnóstico: Ascite com PMN >= 250/mm3 + Dois ou mais dos seguintes: Proteínas > 1 g/dl aumenta porque tem muito anticorpo lá Glicose < 50mg/dl LDH elevado restos mortais da batalha • Tratamento Cefalosoporina de terceira geração + Metronidazol TC + cirurgia ou DRENAGEM
O que é ascite neutrofilica?
• Ascite neutrofílica: contagem de PNM >= 250 mm3 / cultura negativa Trata IGUAL a PBE - é como se fosse uma PBE que não tem tanta bactéria assim parar gerar alteração na cultura
O que é ascite bacteriascite?
• Bacterascite: PMN < 250 mm3/Cultura positiva Tratar se SINTOMÁTICO (trata igual PBE – é como se fosse uma bacteriuria assintomática)
Encefalopatia hepática: Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA
• Fisiopatologia: Aumento de amônia e outras toxinas
• Etiologia:
Hemorragia digestiva, infecção (PBE/PBS): + importantes!!!
Constipação, alcalose, hipopotassemia…
• Clínica:
Alteração no padrão do sono (mais precoce e mais comum)
Flapping
Desorientação
• Tratamento:
Lactulona: laxativo, ph intestinal fica + ácido (NH3 NH4) – transforma a amônia em amônio que não é absorvido
ATB: RIFAXIMINA (Escolha), neomicia, metronidazol
Haloperidol: agitação
Obs: não deve usar benzodiazepínico porque pode precipitar a encefalopatia
Síndrome Hepatorrenal: Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento
SÍNDROME HEPATORRENAL
• Fisiopatologia:
Paciente começa reter oxido nítrico e fazer vasodilatação periférica, o estrogênio contribui também para isso, essa vasodilatação faz o rim ativar um mecanismo de vasoconstricção intensa
O rim começa a morrer por vasoconstricção
VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA + VASCOCONSTRICÇÃO RENAL
• Quadro clínico:
IRA ou Creatinina > 1,5:
SEM choque, SEM droga nefrotóxica e
USG e EAS: normais
• Tratamento:
VOLUME +
NORADRENALINA ou TERLIPRESSINA + ALBUMINA
Se não der certo: TRANSPLANTE HEPÁTICO
Tenho que aumentar a pressão de perfusão renal
Se eu fizer volume a pressão hidrostática vai aumentar e para evitar que o liquido extravase eu dou albumina
Síndrome Hepatopulmonar: Etiologia Clínica Diagnóstico Tratamento
SÍNDROME HEPATOPULMONAR
• Fisiopatologia:
VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA + VASODILATAÇÃO PULMONAR
O pulmão acompanha a vasodilatação
Quando a hemácia passa pelo capilar pulmonar ela passa longe do alvéolo então as trocas são ineficazes, não recebendo oxigênio. Quando eu estou deitada eu aumento a área de troca, quando eu levanto eu diminuo a área de troca por isso tenho dispneia
• Quadro clínico:
Platipneia: Dispneia com ortostase apresenta dispneia quando levanta
Ortodeóxia: Diminuição da saturação com ortostase
• Tratamento:
Se grave: O2 + Transplante HEPÁTICO
Qual medicação para fazer profilaxia secundária de PBE?
Norfloxacino