CIR 2 - SÍNDROME DISFÁGICA Flashcards

1
Q

(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP-RP - 2020)
Mulher, 55 anos, procedente do Vale do Jequitinhonha, refere disfagia baixa há 2 anos, ora para alimentos sólidos, ora para líquidos, associada ao emagrecimento de 6 kg no período. Informa morte súbita em dois irmãos e pai. Endoscopia digestiva alta sem alterações. Qual alteração manométrica é mais provável?
a) Relaxamento transitório de esfíncter esofágico.
b) Aumento da amplitude das contrações no corpo do esôfago.
c) Aperistalse do corpo do esôfago.
d) Hipotonia do esfíncter inferior esofágico.

A

C

Considerando as doenças endêmicas na região de procedência da paciente e a história de morte súbita
familiar, devemos pensar em doenças de chagas. O acometimento por esta doença causando disfagia baixa, como apresentado pela paciente, nos faz pensar obrigatoriamente em acalasia secundária. Das opções, a única característica manométrica de uma acalasia é a aperistalse do corpo do esôfago. Gabarito: letra C.

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2
Q

(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - UERJ - 2020)
No tratamento cirúrgico da acalasia do esôfago, recomenda-se associar à esofagocardiomiotomia
videolaparoscópica o procedimento de:
a) Cricofaringostomia per-oral.
b) Esofagostomia cervical.
c) Gastrostomia à Stamm.
d) Fundoplicatura gástrica

A

D

Como vimos, ao realizar a cardiomiotomia, a maioria dos autores recomenda ainda a realização de uma
fundoplicatura parcial anterior (Thal ou Dor), para evitar a doença do reýuxo gastroesofágico no pós-operatório.

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3
Q

(FACULDADE DE MEDICINA DO ABC – ABC-SP - 2019)
Em relação ao tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado, assinale a alternativa CORRETA:
a) A presença de miocardiopatia chagásica contraindica o tratamento cirúrgico.
b) O tratamento endoscópico através de dilatação esofágica é a melhor opção.
c) A cardiomiomectomia videolaparoscópica é a técnica mais utilizada.
d) A esofagectomia subtotal por via cérvico-abdominal, com abertura da rafe mediana do diafragma ou por
videolaparoscopia, é a opção mais adequada

A

D

MEGAESÔFAGO AVANÇADO, ou seja, grau IV na classiåcação de Mascarenhas e na de Rezende. Qual é
a conduta? Como acabamos de ver, ESOFAGECTOMIA.

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4
Q

(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – UFF - 2018)
A cirurgia de Heller é indicada para o tratamento de:
a) Carcinoma do esôfago.
b) Acalasia do esôfago.
c) Espasmo difuso do esôfago.
d) Hérnia por deslizamento.
e) Divertículo epifrênico.

A

B

R. Como vimos, a esofagomiotomia à Heller ou miotomia de Heller modiåcada é uma das opções para o tratamento da ACALASIA.

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5
Q

(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – UFSC - 2017)
Paciente do sexo masculino, 27 anos, apresenta-se com história de três meses de disfagia. Primeiro notou que o problema aparecia quando da ingestão de água, agora também sente diåculdade em deglutir sólidos. Tem regurgitação e perda de peso. Uma radiograåa de tórax mostra alargamento do mediastino. Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico mais provável:
a) Aneurisma da aorta torácica.
b) Acalasia.
c) Esclerodermia.
d) Síndrome de Plummer-Vinson.
e) Espasmo esofagiano.

A

B

R. Não tem como errar: disfagia progressiva + regurgitação + perda de peso, devemos pensar
obrigatoriamente em câncer ou acalasia. Isso, em um paciente jovem, indica um quadro de ACALASIA… E
veja que, entre as alternativas, nem encontramos o câncer como opção. O déficit de relaxamento do esfíncter esofageano inferior gera uma dilatação progressiva do corpo esofágico e acúmulo de alimentos, justificando o alargamento do mediastino, observado na radiografia.

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6
Q

(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – UNIFESP 2016)
Paciente de 40 anos de idade relata dificuldade persistente para deglutir alimentos sólidos há um ano, e para líquidos, há dois meses, acompanhada de regurgitação, mas sem pirose. Refere, às vezes, desconforto retroesternal e tosse após alimentação. Nega emagrecimento, contato com barbeiro, etilismo ou tabagismo. O exame físico é normal. Qual é o provável diagnóstico e qual deve ser o primeiro exame para fins de diagnóstico?
a) Espasmo esofágico difuso e manometria esofágica.
b) Esofagite eosinofílica e endoscopia digestiva alta.
c) Acalasia idiopática e estudo contrastado com bário.
d) Refluxo gastroesofágico e pHmetria de 24 horas.
e) Disfagia lusória e angio-TC do pescoço e do tórax.

A

C

R. Disfagia progressiva, com evolução de meses a anos, nos deve fazer pensar em ACALASIA, ainda mais neste caso em que não há emagrecimento. Na maioria dos casos, pensamos em acalasia idiopática, mas fique atento, pois se o enunciado te apresentar um paciente proveniente de área endêmica para doença de Chagas, devemos pensar em acalasia secundária. E o primeiro exame a ser realizado é a esofagografia. Lembrando que o padrão-ouro é a esofagomanometria.

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7
Q

(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – UERJ 2016)
Paciente de 32 anos com quadro de disfagia de condução, regurgitação e perda de peso significativa, realiza endoscopia digestiva alta, que mostra dilatação de esôfago distal. A esofagomanometria evidencia redução da peristalse e prejuízo do relaxamento do esfíncter esofagiano inferior. Tais achados são compatíveis com diagnóstico de:
a) Acalasia.
b) Polimiosite.
c) Adenocarcinoma de esôfago.
d) Estenose péptica de esôfago.

A

A

R. Disfagia de condução com uma esofagomanometria como essa, não dá para ter dúvida.

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8
Q

(HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS – HNMD – RJ 2018)
O tratamento adequado do espasmo esofágico difuso consiste em:
a) Esofagomiotomia a Heller.
b) Fundoplicatura de Toupet.
c) Fundoplicatura a dor.
d) Intervenções farmacológicas ou endoscópicas.
e) Esofagectomia com transposição de tubo gástrico.

A

D

R. Vamos lembrar que o tratamento é medicamentoso, sendo a cirurgia reservada para casos refratários e
intensos.Como vimos, tratamento endoscópico, hoje em dia baseado na injeção intramural de toxina botulínica,
pode ser tentado nos casos refratários ou intolerantes ao tratamento clínico

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9
Q
(FMJ - SP 2017)
Paciente masculino, de 37 anos, apresenta queixa de disfagia e dor torácica. Realizados exames: esofagomanometria com contrações simultâneas e de amplitude normal, seguidas de relaxamento normal do EEI. O paciente já tinha uma esofagografia da semana anterior sem alterações. O diagnóstico mais provável para este caso é:
a) Espasmo esofagiano difuso.
b) Adenocarcinoma de esôfago.
c) Esclerodermia.
d) Esôfago de quebra-nozes.
e) Acalasia.
A

A

R. A presença de dor torácica e disfagia sugere dois diagnósticos diferenciais: espasmo esofageano difuso e esôfago de quebra-nozes. A esofagograåa pode auxiliar no diagnóstico, mas pode não mostrar alterações em ambos os casos. O grande exame para os distúrbios motores do esôfago é a
ESOFAGOMANOMETRIA. No espasmo esofageano, apresenta contrações simultâneas de alta amplitude ou longa duração, enquanto no esôfago de quebranozes, apresenta contrações de amplitude muito elevada (> 2 vezes o valor normal). Por isso, neste caso pensamos em espasmo esofagiano difuso.

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10
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2019 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO
Paciente feminina refere dor torácica e disfagia. A endoscopia digestiva alta revelou hiperperistaltismo
esofágico, enquanto a manometria do esôfago não identificou alteração na pressão e no relaxamento do esfíncter esofagiano inferior; a amplitude pressórica foi de 408 mmHg, com ondas de contração de nove
segundos. Qual o diagnóstico da paciente?

a) Motilidade esofágica ineficaz.
b) Distúrbio inespecífico da motilidade esofágica.
c) Esôfago quebra-nozes.
d) Acalasia.
e) Espasmo esofágico difuso.

A

C

R. Frente a um quadro de disfagia + dor torácica, duas condições devem ser sempre lembradas: espasmo esofagiano difuso e o esôfago em quebra-nozes. Dois aspectos nos ajudam a chegar na resposta:

1- A amplitude de contração: um valor de 408 mmHg é altíssimo, bem maior do que os 120 mmHg, que é o limite para pensarmos em EED;
2- Duração: de maneira bem característica, as ondas de peristalse no esôfago em quebra-nozes são mais
duradouras. No caso, elas estão durando 9 segundos.
Por isso, melhor resposta: letra C. Mas grave o conceito de que não é fácil dar o diagnóstico diferencial entre o esôfago em quebra-nozes e o EED

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11
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – PSU-MG
Paciente do sexo masculino, 64 anos, natural e residente em Belo Horizonte, procura UBS por estar apresentando nas últimas semanas disfagia, halitose, sialorreia, regurgitação líquida, tosse e deglutição ruidosa. Relata melhora da disfagia quando ele próprio comprime a região cervical esquerda com a mão espalmada ou inclina a cabeça para esse mesmo lado. Refere emagrecimento de 5Kg em dois meses. O
exame inicial MAIS ADEQUADO para se fazer o diagnóstico dessa afecção é:

a) Endoscopia digestiva alta.
b) Esofagograma baritado.
c) Manometria esofágica.
d) Tomografia de cabeça e pescoço.

A

B

R. Em pacientes mais idosos, geralmente a partir da sétima década de vida, que se apresentam com disfagia mais alta, com REGURGITAÇÃO de alimentos não digeridos e de ODOR FÉTIDO, e com uma massa compressível na região cervical, nos faz pensar obrigatoriamente em divertículo de Zenker. Como vimos, o grande exame para o diagnóstico é a esofagograåa baritada.

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12
Q
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
HOSPITAL MILITAR DE ÁREA DE SÃO PAULO – HMASP
O reparo anatômico chamado de triângulo de Killian é associado a qual das alternativas?
a) Divertículo de Meckel.
b) Cisto de ducto colédoco.
c) Divertículo de Zenker.
d) Trígono hepatocístico.
e) Insulinoma.
A

C

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13
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – AMRIGS – RS
Em relação ao Divertículo de Zenker, é CORRETO afirmar que:
a) A miotomia distal faz parte da técnica cirúrgica para o tratamento.
b) É uma doença congênita.
c) A perfuração é comum.
d) Tem como complicação mais frequente o sangramento.

A

A

R. Vamos avaliar as alternativas:
A - Correta. A miotomia do EES, que é distal à formação diverticular, é um dos pilares para o tratamento.
B - Incorreta. É uma condição adquirida, é um divertículo por pulsão.
C e D - Incorretas. Costumam ser assintomáticos, mas podem causar classicamente regurgitação, halitose e
massa cervical que pode ser esvaziada com os dedos (pelo acúmulo de material dentro do divertículo).
Dentre as complicações mais frequentes, citamos a pneumonia broncoaspirativa e a ulceração. Sangramento, fístula entre divertículo e traqueia, e paralisia de corda vocal podem acontecer de forma menos comum

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14
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ - AMP - PR
Os divertículos de tração do esôfago são causados ou originados principalmente por qual dos fatores
relacionados abaixo?

a) Por serem divertículos falsos ou de pulsão, originam-se da fraqueza da camada muscular do corpo do esôfago.
b) Por serem divertículos falsos ou de pulsão, originam-se da fraqueza da camada muscular do segmento distal do esôfago.
c) Por serem divertículos falsos ou de pulsão, originam-se da fraqueza da camada muscular do segmento proximal do esôfago.
d) Por serem divertículos verdadeiros, originam-se pela retração da camada muscular do segmento proximal
do esôfago, motivada pela cicatrização fibrótica retrátil crônica de processos inflamatórios da região.
e) Por serem divertículos verdadeiros, originam-se pela retração da camada muscular do corpo do esôfago,
motivada pela cicatrização fibrótica retrátil crônica de processos inflamatórios da região.

A

E

R. Ótima questão para revisarmos alguns conceitos.
A, B e C - Incorretas: os divertículos que se formam por tração, não são por pulsão. Diferente dos divertículos
que se formam por pulsão (divertículo de Zenker, por exemplo), que são falsos, os divertículos por tração são
verdadeiros.

D - Incorreta e

E - Correta: o grande exemplo é o divertículo médio-esofágico (corpo do esôfago e não distal). Eles são verdadeiros e classicamente são relacionados à presença de linfonodos mediastinais inflamatórios decorrentes de infecção por BK. Hoje, as infecções e mediastinites fibrosantes também são descritas como
causas. A presença desses linfonodos inflamados acaba tracionando a parede do esôfago em sua direção,
formando esses divertículos. Gabarito: letra E

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15
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2019
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – AMP – PR
O divertículo do terço médio do esôfago é:
a) Anomalia congênita.
b) Hipotensão muscular nesse segmento.
c) Causado por orifício na camada muscular da parede do esôfago nesse ponto.
d) Divertículo falso causado por tração externa principalmente causada por inflamação de linfonodos
mediastinais.
e) Divertículo verdadeiro causado por tração externa principalmente causada por inflamação e retração de
linfonodos mediastinais.

A

E

R. Os divertículos do terço médio do esôfago classicamente decorrem da tração de linfonodos mediastinais inflamados, seja por tuberculose, histoplasmose, entre outros. Nestes casos, são divertículos formados por tração. Outra possibilidade é a presença de uma desordem primária na motilidade esofágica, que também pode resultar em um divertículo do terço médio, só que afora por pulsão. De qualquer maneira, a única opção correta é a letra E.

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16
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ

Homem, 50 anos, apresenta diåculdade de engolir alguns alimentos há cerca de um ano. Nega perda de
peso, azia ou outros sintomas. Relata que nos últimos meses tem preferido ingerir carne moída ou picada, o
que facilita a deglutição desse alimento.
O diagnóstico provável é:
a) Divertículo de Zenker.
b) Carcinoma de esôfago.
c) Anel de Schatzki.
d) Síndrome de Plummer-Vinson.

A

C

R. Não vamos pensar em câncer de esôfago para explicar a disfagia desse paciente por conta de sua evolução arrastada e ausência de outros comemorativos importantes, como perda ponderal imotivada. Não vamos pensar em divertículo de Zenker pois, apesar de se tratar de adulto mais velho, o paciente não está exatamente na faixa etária típica (em geral, o Zenker aparece após os 70 anos), além do que, ele não refere regurgitação e halitose, os “carros-chefes” na sintomatologia deste problema. Não vamos pensar em PlummerVinson (também chamada de síndrome de Paterson-Kelly), porque esta condição é mais frequente em mulheres e se caracteriza pela coexistência de notável ferropenia (com anemia e outros comemorativos). Enfim, a hipótese de anel de Schatzki é totalmente compatível com o quadro, pois há relato de disfagia
exclusivamente para sólidos, desacompanhada de outros sintomas. É comum que portadores desta patologia experimentem diåculdade para deglutir carne, sendo clássica a queixa de episódios recorrentes de afagia aguda quando o paciente tenta comer pedaços maiores de carne. O diagnóstico pode ser conårmado pelo esofagograma e pela EDA, e o tratamento consiste em dilatação endoscópica da lesão. Resposta certa: letra C.

17
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
H.U. BETTINA FERRO DE SOUZA/JOÃO BARROS BARRETO – HUBFS/HUJBB
Homem de 65 anos vem à consulta com queixa de dispepsia. Relata que os sintomas iniciaram há 3 meses.
Nega sinais de alerta, como disfagia, hematêmese, melena, perda de peso ou vômitos incoercíveis. A conduta a ser adotada é:

a) Prescrever inibidor de bomba de próton por 30 dias e reavaliar ao ånal desse período.
b) Solicitar endoscopia digestiva alta.
c) Prescrever inibidor de bomba de próton e domperidona por 30 dias.
d) Prescrever bloqueador H2 por 30 dias.
e) Orientar os hábitos alimentares e evitar medicar o paciente.

A

B

R. Paciente de 65 anos com um quadro de dispepsia, como vimos, a EDA é obrigatória.

18
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
SELEÇÃO UNIFICADA PARA RESIDÊNCIA MÉDICA DO ESTADO DO CEARÁ – SURCE
Paciente de 18 anos, feminina, é atendida no ambulatório por queixa de epigastralgia. Refere que a dor é “em ardência” em epigástrio, sem irradiações, sem piora com movimentação, porém melhora com ingesta alimentar (aumento de peso de 3kg no período dos sintomas). Relata que o quadro se iniciou há 3 meses, sendo observado com frequência diária. Nega sangramentos ou melena. Exame físico normal. Não há histórico familiar patológico relevante e a paciente era previamente saudável. Não havia histórico de uso de medicações. Exames laboratoriais (hemograma, proteína C-reativa, creatinina e tireotropina) estavam normais. Qual a conduta mais apropriada, nesse momento?

a) Indicar realização de endoscopia digestiva alta.
b) Pesquisar antígeno fecal para Helicobacter pylori.
c) Realizar tratamento para Helicobacter pylori.
d) Prescrever bloqueador de bomba de prótons.

A

B

R. É dispepsia? Tem indicação de EDA? Não. Próximo passo, testar e, se positivo, erradicar o H. pylori.
Gabarito: letra B.

19
Q
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016
HOSPITAL ALVORADA – HA – SP
O principal sintoma relacionado à Doença do Refluxo Gastroesofágico é a pirose ou queimação retroesternal. O segundo sintoma MAIS prevalente é:
a) Tosse.
b) Disfonia.
c) Vômitos.
d) Regurgitação.
A

D

R. O que marca o quadro clínico da Doença de Reýuxo Gastroesofágico (DRGE) é a ocorrência de PIROSE
(queimação retroesternal) e REGURGITAÇÃO. Gabarito: letra D!

20
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP DA USP - USP-RP
Você atua como médico(a) de família e comunidade em uma unidade de saúde da família e atende um
paciente do sexo masculino de 45 anos, que apresenta queixa de dor de garganta há 4 semanas. Relata que a dor é mais intensa do lado esquerdo da garganta e tem caráter intermitente, sendo mais pronunciada no período da noite e mais branda durante o dia. Relata também que, eventualmente, tem sofrido de rouquidão, no mesmo período. Nega outras queixas. Refere o consumo de 3 latas de cerveja por dia e tabagismo de Q maço dia há 25 anos. No exame físico, você identifica um paciente em bom estado geral e obeso, com índice de massa corporal de 32 kg/m2. No exame da cavidade oral, você observa discreta hiperemia na orofaringe, mais pronunciada à esquerda, sem outras alterações. Qual seria então a hipótese diagnóstica mais provável nesse caso?
a) Angina de Plaut Vincent.
b) Carcinoma espinocelular de orofaringe.
c) Mononucleose infecciosa.
d) Doença do refluxo gastresofágico.

A

D

R. Boa questão para discutirmos sobre o diagnóstico da DRGE.
Paciente obeso, tabagista e etilista tem quadro de odinofagia há quatro semanas… Qual será o motivo dessa dor de garganta? Primeiro, note que não há outros comemorativos da síndrome de mononucleose infecciosa - adenomegalias, hepatoesplenomegalia, febre (C errada). Ao mesmo tempo, não há nada sugestivo de câncer de esôfago, como perda ponderal ou disfagia (B errada). A angina de Plaut Vincent é caracterizada por disfagia dolorosa unilateral, geralmente sem elevação de temperatura e queda importante do estado geral; à oroscopia, observa
ulceração da amígdala (ausente aqui), recoberta por pseudomembrana, facilmente desprendida e friável, com necrose e eliminação de exsudato de odor fétido (A errada). Assim, nos resta, dentre as opções, pensar em doença do refluxo gastroesofágico: o paciente tem fatores de risco - tabagismo, etilismo, obesidade - e, aparentemente, duas manifestações atípicas da doença: rouquidão e odinofagia. O fato de a dor de garganta ser pior pela manhã é bastante sugestivo - enquanto o paciente está deitado, o “peso” do panículo adiposo abdominal aumenta a pressão dentro do abdome, piorando o refluxo. Ou seja, apesar de não identificarmos os achados típicos, devemos sim pensar em DRGE como um dos possíveis diagnósticos. E pensando na nossa prática, este paciente fatalmente merece uma EDA. Gabarito: letra D.

21
Q
RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS - HNMD - RJ
Qual o padrão-ouro para o diagnóstico e quantiåcação do reýuxo gastroesofágico?
a) Esofagograåa.
b) Endoscopia digestiva alta.
c) Manometria esofagiana.
d) pHmetria de 24 horas.
e) Ultrassonografia endoscópica.
A

D

22
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2019 SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO – SMS-SP
Mulher, 38 anos, advogada, casada. Paciente chega ao seu consultório encaminhada pelo otorrinolaringologista, o qual procurou por tosse seca persistente. Diz que os sintomas se iniciaram há alguns meses e são mais intensos após as refeições e em decúbito dorsal. Sem comorbidades e sem medicações. Nega atopias. Nega história familiar de neoplasias gastrointestinais. Traz consigo exames já realizados: laringoscopia que mostra laringite posterior, e endoscopia digestiva alta normal. Qual a hipótese diagnóstica mais provável e que exame deve ser solicitado para confirmação diagnóstica?
a) Asma / Espirometria.
b) Sinusite / TC de seios da face.
c) Alergia / Patch test.
d) Pneumonia / RX de tórax PA.
e) Doença do reýuxo / pHmetria.

A

E

R. A piora da tosse após as refeições e com o decúbito aventam a hipótese de DRGE atípica (isto é, com
manifestações predominantemente extra-esofágicas). A laringite posterior é um achado característico nestes
casos, e não se esqueça que a EDA é normal em cerca de 50% dos pacientes com DRGE. O método padrãoouro para conårmar o diagnóstico (útil em casos duvidosos) é a pHmetria de 24h (de preferência associada à
impedanciometria). Melhor resposta: letra E

23
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCAR – SP
A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) é, provavelmente, uma das doenças mais prevalentes no mundo que compromete significativamente a qualidade de vida. Tendo em vista as elevadas e crescentes incidências, a intensidade dos sintomas e a gravidade das complicações. Sendo assim, qual a principal forma do seu diagnóstico?
a) Endoscopia digestiva alta.
b) Radiograåa de esôfago, estômago e duodeno.
c) Manometria esofágica.
d) TC de tórax.
e) História clínica.

A

E

R. Apesar de sabermos que o exame considerado como padrão-ouro para o diagnóstico de DRGE é a
pHmetria 24 horas, ela não deve ser utilizada para todos os pacientes. Isso porque a grande maioria dos
casos é diagnosticada apenas com anamnese, exame físico e farmacoterapia empírica. Ou seja, tratamos
como se fosse DRGE. Se melhorar, o diagnóstico está fechado. Caso contrário, realizaremos outros exames
complementares. Gabarito: letra E.

24
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS - HCG
Paciente do sexo masculino, de 50 anos, obeso, procedente de Barreiras-BA, apresentando disfagia
intermitente com alimentos sólidos há seis meses. Relatava ainda pirose retroesternal frequente há seis anos.
Neste caso, o diagnóstico mais provável é:
a) Síndrome de Plummer-Vinson.
b) Divertículo de Zenker.
c) Megaesôfago chagásico.
d) Estenose péptica de esôfago

A

D

R. Estamos diante de um paciente com pirose retroesternal frequente há seis anos, o que, provavelmente,
corresponde a uma DRGE nunca diagnosticada ou tratada. Há seis meses, esse paciente passou a apresentar
disfagia. Ora, sabemos que a DRGE de longa data leva à esofagite distal e pode complicar com estenose
péptica. Outra complicação que poderíamos pensar é esôfago de Barrett e adenocarcinoma, mas não temos
essa opção, logo åcaremos mesmo com a letra D.

25
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS – FMP – RJ
O esôfago de Barrett se caracteriza por:
a) Hiperplasia e paraceratose do esôfago inferior.
b) Displasia de alto grau da cárdia.
c) Metaplasia intestinal.
d) Carcinoma in situ da junção esofagogástrica.

A

C

26
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP
Mulher, 30 anos de idade, apresenta história de dor epigástrica e queimação retroesternal, que piora após
alimentação, e empachamento com determinados alimentos. Exame físico: sem alterações relevantes. Diante da principal suspeita diagnóstica, qual é o tratamento medicamentoso inicial mais adequado?

a) Lansoprazol 30 mg em duas tomadas diárias por 4 semanas.
b) Esomeprazol 40 mg ao dia tomado durante a primeira refeição por 12 semanas.
c) Rabeprazol 10 mg ao dia tomado 2 horas antes da primeira refeição por 6 semanas.
d) Omeprazol 20 mg ao dia tomado 30 minutos antes da primeira refeição por 8 semanas.
e) Pantoprazol 40 mg em duas tomadas diárias junto com as refeições por 8 semanas.

A

D

R. O quadro clínico é de uma paciente jovem com sintomas dispépticos (dor epigástrica, plenitude pós prandial) e pirose, esse último tipicamente relacionado à doença do refluxo gastroesofágico. O tratamentoempírico da DRGE é feito com inibidores da bomba de próton por oito semanas, em dose plena, uma vez aodia. Dentre as alternativas, a única que cita corretamente essa posologia é a letra D - omeprazol, 20 mg/dia,respeitando-se o tempo de jejum adequado de pelo menos 30 minutos antes da refeição.

Gabarito: letra D

27
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2016 HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UEL – UEL – PR
Paciente do sexo masculino, 34 anos de idade, apresenta pirose e azia acompanhadas de regurgitação. À endoscopia digestiva, não apresenta esofagite erosiva, a cárdia está localizada a 2 cm abaixo do pinçamento diafragmático e o teste de urease apresentou coloração vermelha no dia seguinte ao exame. Em relação ao diagnóstico ou ao tratamento desse paciente, assinale a alternativa CORRETA.

a) A erradicação do Helicobacter pylori melhorará muito a sintomatologia, evitando a cirurgia.
b) A confirmação de hérnia hiatal indica cirurgia como melhor opção terapêutica.
c) A manometria esofagiana é imprescindível para a escolha do tratamento.
d) Ausência de erosão afasta o diagnóstico de doença do refluxo gastroesofagiano.
e) Instituir tratamento com bomba protônica (BP) em dose plena diária por 4 semanas.

A

E

R. Temos um paciente jovem com sintomas clássicos da Doença de Reýuxo Gastroesofágico (DRGE): pirose
+ regurgitação. Apenas isso já é suåciente para o diagnóstico clínico presuntivo desta doença, sem
necessidade de Endoscopia Digestiva Alta (EDA). Sabemos que o exame padrão-ouro é a pHmetria de 24
horas, que também não deve ser solicitada em todos os pacientes. Como vemos na descrição, o paciente não
possui hérnia diafragmática.
O teste da urease com coloração vermelha indica infecção pela H. pylori, no entanto a DRGE não indica a
erradicação desta bactéria, tão prevalente na população brasileira. Nos resta agora iniciar o tratamento com
IBP. Gabarito: letra E.

28
Q

(SUS-SP 2022)

Um homem de cinquenta anos de idade, com índice de massa corporal de 32 kg/m², hipertenso, em uso de losartana, foi ao consultório, queixando-se de azia e regurgitação. Sua ultrassonografia de abdome aponta esteatose hepática e não existe colelitíase. A endoscopia mostra uma hérnia hiatal de pequenas proporções, por deslizamento, e esofagite erosiva leve. Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa que apresenta a melhor conduta para o paciente.
A. pHmetria esofágica
B. manometria esofágica
C. inibidor de bomba de prótons, perda de peso e orientação dietética
D.correção laparoscópica da hérnia de hiato e confecção de válvula antirrefluxo à Nissen
E. encaminhar o paciente para tratamento cirúrgico da obesidade

A

C

Solução em texto
Em todo caso clínico, devemos destacar as palavras-chave em torno das quais a história se desenrola. Aqui, temos 2 palavras a destacar, os sintomas “pirose” e “regurgitação”. Embora possam ser causados por outras doenças, esses são considerados os sintomas típicos e característicos da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), uma doença caracterizada por aberturas transitórias do esfíncter esofágico inferior (EEI), permitindo que conteúdo gástrico ascenda em direção ao esôfago. Além disso, o paciente tem um dos principais fatores de risco para essa doença, que é obesidade (IMC= 32 kg/m2) que é altamente associada à DRGE. O outro fator é a presença de uma pequena hérnia hiatal, que é uma alteração estrutural do esôfago, capaz de facilitar o refluxo. Pronto, temos mais do que o necessário para pensar na DRGE. Vamos então discutir as alternativas e procurar a melhor conduta para esse paciente:

A. pHmetria esofágica
INCORRETA: A pHmetria é o procedimento “padrão-ouro” para documentar o refluxo ácido e correlacioná-lo aos sintomas do paciente, confirmando a DRGE. Porém, não é um exame necessário na grande maioria das vezes, sendo indicado apenas nos casos de dúvida diagnóstico ou refratariedade ao tratamento clínico.

B. manometria esofágica
INCORRETA: A manometria não é utilizada na investigação diagnóstica da DRGE. Este método é usado nos casos de indicação cirúrgica, quando se faz necessário avaliar a motilidade do esôfago para escolher o melhor método cirúrgico.

C. inibidor de bomba de prótons, perda de peso e orientação dietética
CORRETA: Em pacientes acima de 40 anos (como esse), a conduta deve iniciar com uma endoscopia digestiva alta (EDA) para afastar doenças mais graves, como câncer de esôfago, por exemplo. Esse paciente já foi submetido a uma EDA que revelou apenas hérnia de hiato, descartando outras patologias. Podemos então seguir para o tratamento específico da DRGE, instituir um inibidor da bomba de prótons (IBP) e orientar medidas não farmacológicas, como atividade física, dieta

D. correção laparoscópica da hérnia de hiato e confecção de válvula antirrefluxo à Nissen
INCORRETA: O tratamento cirúrgico está indicado para pacientes refratários ao tratamento clínico ou àqueles que tem desejo de descontinuar a medicação. No caso em questão, o paciente nem sequer foi tratado ainda, portanto, estamos ainda distantes da necessidade de tratamento cirúrgico.

E. encaminhar o paciente para tratamento cirúrgico da obesidade
INCORRETA: O tratamento da obesidade é indicado para pacientes com IMC acima de 40 kg/m2 (desde que já tenham tentado emagrecer por medidas clínicas nos últimos 2 anos), ou pacientes com IMC acima de 35 kg/m2 associado a comorbidades graves, como doença arterial coronariana, diabetes ou HAS de difícil controle ou doença osteoarticular degenerativa, por exemplo. Esse paciente não apresenta tais condições.

29
Q

(UNESP - 2022)

É considerada evidência conclusiva para doença do refluxo gastroesofágico:
A. endoscopia digestiva alta com esofagite erosiva grau C de Los Angeles.
B. pH-metria de 24 horas com tempo de exposição ácida de 3%.
C. pH-metria com impedanciometria, registrando 35 episódios de refluxo em 24 horas.
D. manometria de esôfago com hipotonia do esfíncter inferior do esôfago.

A

A

Solução em texto
Questão difícil sobre a investigação complementar na doença do refluxo, pois exige que o candidato conheça os parâmetros diagnósticos da pHmetria de 24 horas que determinam essa doença. É importante salientar que, em paciente com sintomas típicos da DRGE (pirose e regurgitação), que tenham menos de 40 anos e sem sinais de alarme, não é necessária a realização de qualquer exame complementar. Porém, em pacientes com mais de 40 anos ou com algum sinal de alarme (como anemia, disfagia, emagrecimento ou sangramento digestivo) deve-se prosseguir a investigação, começando pela endoscopia digestiva alta para descartar doenças mais graves, como o câncer esofágico, por exemplo.
Nesse sentido, a questão nos fornece alguns resultados dos exames complementares, pedindo ao candidato para sinalizar qual deles é mais taxativo para o diagnóstico da DRGE. Vamos avaliar:

A. endoscopia digestiva alta com esofagite erosiva grau C de Los Angeles.
CORRETA: Embora a endoscopia digestiva alta não seja o mais de maior acurácia para o diagnóstico da DRGE, a presença de algumas complicações típicas dessa doença podem ser identificadas pela endoscopia, como esofagite, esôfago de Barrett e estenose péptica. A esofagite no grau leve (grau A de Los Angeles) não deve ser considerada como achado diagnóstico da DRGE. No caso da esofagite grau B, o diagnóstico de refluxo já é mais sugestivo. Entretanto, diante dos graus C (moderado) e D (acentuado), podemos sugerir o diagnóstico de DRGE com grande chance de acertar, pois esse grau de esofagite dificilmente é provocado por outra doença.

B. pH-metria de 24 horas com tempo de exposição ácida de 3%.
INCORRETA: pHmetria de 24 horas é o exame considerado como “padrão-ouro” para detecção do refluxo ácido, além de correlacionar a queda do pH com os sintomas do paciente. Há diversos parâmetros do exame que são utilizados como evidências do refluxo ácido, o principal deles é a queda do pH abaixo de 4. Entretanto, admite-se que possa haver refluxo ácido fisiológico durante 24 horas, sendo necessário que os episódios de refluxo ultrapassem os parâmetros normais para sejam considerados patológicos. Veja a tabela com os valores normais abaixo:

Perceba que o tempo total de exposição ácida (pH < 4) precisa ser superior a 4% para ser considerado patológico (algumas referências usam 4,3%). Ou seja, um tempo de 3% ainda é considerado normal, por isso a alternativa está errada.

30
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA - 2020
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL AMRIGS - RS
A doença do refluxo gastroesofágico é comum, e o tratamento de eleição é medicamentoso, acompanhado de medidas comportamentais. Todavia, em algumas situações, o tratamento cirúrgico está indicado. Das alternativas abaixo, qual a que consiste em indicação cirúrgica absoluta?
a) Alívio dos sintomas com inibidores de bomba de prótons.
b) Pneumonia aspirativa de repetição.
c) Esofagomanometria alterada.
d) Dor torácica.

A

B

R. A - Incorreta: a presença de alívio dos sintomas I I fala a favor de um quadro controlável com
tera- I pia medicamentosa.
B - Correta: veja a presença de uma complicação I relacionada a um quadro de DRGE com
manifestações extraesofágicas. Por mais que os autores não indiquem a cirurgia para todos os
casos com manifestações extraesofágicas, aqui temos uma complicação.
C - Incorreta: uma esofagomanometria alterada pode até I contraindicar a confecção de uma
válvula antirrefluxo, não sendo uma indicação absoluta.
D - Incorreta: devemos avaliar a possibilidade de outras causas para a dor torácica.
Apesar da discussão, melhor resposta: letra B

31
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2019
INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – IAMSPE – SP
Paciente do sexo feminino, 52 anos, procura ambulatório com queixa de azia e regurgitação há 10 meses. Relata que já fez uso de inibidores de bomba de prótons (omeprazol e pantoprazol), sem melhora
significativa. Nega qualquer outro sintoma. Tem exames realizados; endoscopia (presença de hérnia hiatal de 2 cm, sem esofagite) e ultrassonografia de abdome superior sem anormalidades. A paciente deseja ser submetida à cirurgia, e, nesse caso, qual destas condutas seria a mais adequada?

a) Trocaria mais uma vez medicação por antiácido oral.
b) Indicaria uma manometria esofágica.
c) Indicaria uma pHmetria de 24h.
d) Indicaria a cirurgia de acordo com a vontade do paciente.
e) Realizaria uma radiografia contrastada de esôfago e estômago duodeno.

A

C

R. Antes de realizarmos a cirurgia para esta paciente, qual exame devemos solicitar? pHmetria de 24 horas!
O ideal é que se a (o) paciente não apresenta nenhuma outra alteração decorrente da DRGE, indicar uma
pH-metria de 24 horas para comprovar a presença de DRGE antes da cirurgia. E a manometria, não é
obrigatória? Como vimos anteriormente, NÃO. Alguns autores contestam a real necessidade deste
procedimento para a escolha do tipo de válvula a ser confeccionada. Veja que a questão solicita a conduta
mais adequada!!! Gabarito: letra C

32
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2018
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS-BA
Homem, 35 anos de idade, vem para consulta na UBS queixando-se de queimação retroesternal,
diariamente, principalmente após as refeições, há vários meses. Às vezes, sente gosto amargo na boca
principalmente à noite. Nega epigastralgia ou empachamento pós-prandial. Acredita que o quadro piora quando come molho de tomate ou toma refrigerante. Nega comorbidades. Exame físico sem alterações. Traz uma endoscopia digestiva alta realizada há um mês, com achado de gastrite enantematosa leve de antro, com pesquisa de H. pylori negativa. Está tomando omeprazol 20 mg ao dia, há duas semanas, por conta própria, tendo percebido melhora dos sintomas. Já fez uso por outras vezes, mas os sintomas sempre recorrem quando suspende a medicação. Refere preocupação, porque viu na internet que omeprazol pode causar demência. O paciente se queixa, também, das dificuldades em tomar regularmente a medicação.

1- Diante do quadro, indique a hipótese diagnóstica mais provável e o exame mais apropriado para
confirmação do diagnóstico.
2- Diante do quadro, indique a conduta terapêutica específica e, de eficácia comparável, alternativa ao
tratamento que o paciente já faz.
3- Diante do quadro, indique a causa da demência que, raramente, poderia se associar ao uso prolongado de omeprazol

A
  1. DRGE
    pHmetria de 24h
  2. Fundoplicatura gástrica
  3. Deficiência de vitamina B12
33
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2017
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – UFSC
A principal desvantagem da fundoplicatura pela técnica de Nissen é:
a) A elevada taxa de esofagite recorrente.
b) O desenvolvimento de úlcera péptica na válvula fúndica.
c) A disfagia para alimentos sólidos.
d) A frequente recorrência de deslizamento de hérnia hiatal.
e) O desenvolvimento da síndrome pós-fundoplicatura.

A

E

R. O tratamento cirúrgico da DRGE (Doença de Reýuxo Gastroesofágico), independentemente da técnica
empregada, consiste em tentar restabelecer a competência do EEI (Esfíncter Esofagiano Inferior), circundando o esôfago distal com um manguito formado pelo estômago, no que se conhece como fundoplicatura! Na fundoplicatura de Nissen (completa – 360°), citada na questão, confecciona-se uma válvula com o fundo gástrico que abraça toda a circunferência esofagiana. É o procedimento de escolha e o de maior efetividade, com 85% de sucesso! No entanto, há o risco da síndrome pós-fundoplicatura, que nada mais é que a disfagia decorrente da estenose esofágica. Gabarito: letra E!

34
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ - AMP
Paciente com queixa de pirose e regurgitação há longo prazo, realiza uma endoscopia digestiva alta que
mostra uma extensa área de epitelização colunar do esôfago distal, sendo retirados diversos fragmentos deste tecido para análise anatomopatológica. Em relação a este caso clínico, analise as assertivas abaixo.
I - O principal fator de risco para esta patologia é a infecção pelo Helicobacter pylori e o uso crônico de
inibidor da bomba de próton.
II - Um resultado anatomopatológico mostrando displasia de alta grau indica a realização de operação
antirrefluxo.
III - Se o resultado mostrar uma displasia de baixo grau para este paciente, uma nova endoscopia deve ser
realizada em 6 meses a um ano.
IV - A presença deste achado endoscópico e a identificação de metaplasia intestinal no exame
anatomopatológico define este paciente como portador de esôfago de Barrett.
Estão CORRETAS as assertivas:
a) I e II apenas.
b) II e IV apenas.
c) III e IV apenas.
d) I, II e III apenas.
e) Todas as assertivas estão corretas.

A

C

R. Vamos avaliar as assertivas:
I- incorreta: o principal fator de risco é a DRGE e ela não guarda relação com o H. pylori.
II- incorreta: na presença de displasia de alto grau temos três opções - esofagectomia ou EDA para seguimento de 3/3 meses ou ablação endoscópica, mas não cirurgia antirrefluxo.
III- correta: na displasia de baixo grau temos duas possibilidades - seguimento endoscópico de 6/6 meses ou ablação endoscópica.
IV- correta: vamos lembrar que o diagnóstico é histopatológico.
Gabarito: letra C

35
Q

RESIDÊNCIA MÉDICA – 2020
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ - HC - UFPR
Em relação ao diagnóstico de esôfago de Barrett, assinale a alternativa CORRETA.
a) A principal causa do esôfago de Barrett é o reýuxo alcalino ao esôfago distal.
b) O epitélio do esôfago distal é substituído por epitélio juncional.
c) A incidência de adenocarcinoma de esôfago é elevada no paciente que apresenta esôfago de Barrett.
d) Pacientes submetidos a tratamento cirúrgico da DRGE irão apresentar regressão da metaplasia.
e) A presença de displasia na biópsia indica aumento do risco de adenocarcinoma

A

E

R. Vamos avaliar as alternativas:
A- incorreta: a principal causa é o refluxo ácido, não o alcalino.
B- incorreta: é a substituição do epitélio escamoso estratificado do esôfago por epitélio colunar contendo
células INTESTINAIS (metaplasia intestinal).
C- incorreta: muito cuidado! O risco é aumentado, mas mesmo assim não consideramos a incidência elevada.
D- incorreta: apesar de muita discussão sobre o assunto, de maneira clássica consideramos que tanto o tratamento cirúrgico como o manejo clínico podem não levar a regressão, mas sim a interrupção da
progressão.
E- correta: a presença de displasia mostra um quadro mais avançado, já é um carcinoma in situ.
Gabarito: letra E.