Cetoacidose diabética e Estado Hiperosmolar Flashcards
Na cetoacidose diabética são formados corpos cetônicos, responsáveis pela acidose metabólica. Que corpos cetônicos são esses? Qual o principal corpo cetônico produzido?
- Ácido ß-hidroxibutírico (principal)
- Ácido acetoacético
- Acetona
A acidose metabólica da cetoacidose diabética possui ânion gap normal ou aumentado? Por que?
Anion gap ⬆️
Pois são formados novos ânions a partir dos ácidos graxos gerados na lipólise.
Quais os 3 critérios para o diagnóstico de cetoacidose diabética?
- Glicemia > 250
- Cetonemia ou Cetonúria 3+/4+
- pH < 7,3 e HCO3 < 15
A cetoacidose diabética é uma complicação aguda mais comum na DM1 ou DM2?
DM 1 ❗️
Pode ocorrer também na DM2, mas é menos comum, pois nestes pacientes a insulina ainda se faz presente no organismo, evitando a ação exagerada dos hormônios contrainsulinicos que fazem lipólise e cetonemia.
Qual o padrão respiratório típico do paciente com cetoacidose diabética?
Respiração de Kussmaul (Hiperventilação) - padrão típico do paciente com acidose metabólica
Qual a clínica do paciente com cetoacidose diabética?
- Dor abdominal
- Náuseas e vômitos
- Hiperventilação (Kussmaul)
- Queda do nível de consciência
Quais os exames que devem ser obrigatoriamente solicitados diante de uma cetoacidose diabética?
- Gasometria arterial
- EAS
- Hemograma
- Íons: Na, K, Mg
- Glicemia capilar de 1/1h
Quais as possíveis alterações laboratoriais do paciente com cetoacidose diabética?
- Gasometria de acidose metabólica com AG ⬆️
- Ceronúria ou cetonemia
- Glicemia ⬆️⬆️⬆️
- Leucocitose: devido ao estado inflamatório sistêmico
- Azotemia: possibilidade de IRA por desidratação
- Amilase e lipase ⬆️: disfunção orgânica
Quais os 3 pilates do tratamento da cetoacidose diabética?
- HIDRATAÇÃO
- Insulinoterapia
- Reposição de potássio
Na 1ª hora de tratamento, qual o volume feito para reposição volêmica do paciente com cetoacidose diabética?
SF 0,9% 1000 ml na 1ª hora (adulto) ou 20 ml/kg (criança)
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, após 1h da reposição volêmica inicial, qual a conduta a ser feita dependendo do natremia?
➡️ Se Na sérico normal ou aumentado —> deve ser feito reposicao volêmica com SF 0,45% 500 ml/hora
➡️ Se Na sérico baixo —> manter SF 0,9% 500ml/hora
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, qual a conduta quando glicemia atingir 250 mg/dL?
A reposição volemica deve ser feita a partir de então com metade do volume de SF (0,45% ou 0,9%) e outra metade do volume com SG 5% num total de até 500 ml/hora em média.
Exemplo: Num total de 300 ml/hora:
—> 150 ml/h de SF 0,9% + 150 ml/h de SG 5%
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, quais os critérios para iniciar a insulina?
- Somente após 1h da reposição volêmica inicial.
* Somente após avaliado o potássio sérico
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, qual a dose de insulina regular venosa que deve ser feita no ataque e na manutenção?
Esquema 1:
Ataque 0,1 U/kg + Manutenção de 0,1 U/kg/h
Esquema 2:
Sem ataque, desde do início com 0,14 U/kg/h
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, qual o alvo de decréscimo máximo da glicemia a cada hora?
Decréscimo de no máximo 50-75 mg/dL a cada hora
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, qual a conduta diante de hipercalemia (K+ > 5,2)?
Não reponha potássio!
Pode iniciar esquema de insulina regular
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, qual a conduta diante de K+ entre 3,3 e 5,2?
Reponha potássio!
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, qual a conduta diante de K+ < 3,3?
Reponha K+, espere 1h e dose novamente o potássio:
• Se K entre 3,3 e 5,2: continue repondo potássio e inicie esquema de insulina
• Se K > 5,2: não reponha mais o potássio e inicie esquema de insulina
No tratamento do paciente com cetoacidose diabética, quando deve ser feita reposição com bicarbonato? Qual a dose?
Sempre quando pH < 6,9 —> fazer 100 mEq de HCO3
No tratamento da cetoacidose diabética, quais os critérios que enquadram o paciente como compensado?
Glicemia < 200 e pelo menos dois dos seguintes:
• pH > 7,3
• HCO3 > 15
• AG <= 12
No tratamento da cetoacidose diabética, quais os critérios para desligar a bomba de infusão de insulina e iniciar a insulina subcutânea?
A insulina subcutânea somente deve ser iniciada após o paciente estiver COMPENSADO. Ao iniciar a subcutânea, a bomba de infusão NÃO PODE SER DESLIGADA. Serão feitas insulina subcutânea e infusão simultaneamente até o paciente apresentar melhor clínica significativa, começar a se alimentar, etc. Somente após, a insulina em bomba pode ser desligada e o paciente pode ser mantido apenas com a subcutânea.
Quais as 4 principais complicações da cetoacidose diabética?
- Trombose
- Edema cerebral
- Hipocalemia grave
- Mucormicose
Qual a agente etiológico da mucormicose? Qual a fisiopatologia dessa doença?
Micose por Rhizopus sp. ou Mucor sp. —> causa uma mucosite destrutiva rinocerebral
Qual o tratamento da mucormicose?
Debridamento + Anfotericina B
Qual o perfil de paciente que abre o quadro de estado hiperosmolar hiperglicêmico não cetótico?
Paciente idoso, DM2, com alguma comorbidade que dificulta a ingestão de água (ex: AVE, IAM, demência, etc), desencadeando o estado hiperosmolar hiperglicêmico não cetótico.
Quais os critérios diagnósticos de estado hiperosmolar hiperglicêmico não cetótico?
- Glicemia > 600
- Osmolaridade plasmática > 320
- pH > 7,3 e HCO3 > 18
Como é feito o tratamento do estado hiperosmolar hiperglicêmico não cetótico?
Mesmo esquema de tratamento da cetoacidose diabética: hidratação, insulina e potássio