Capítulo 7 - Psicologia do testemunho Flashcards

1
Q
A
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2
Q

O relato de uma testemunha pode revelar duas facetas, quais?

A

-cooperante;
-não cooperante;

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3
Q

A prova testemunhal…

A

Pode assumir uma relevância enorme dado que há informações ou detalhes que não podem ser obtidos de outra forma.

É muito importante:
-obter indicadores de veracidade dos testemunhos
-criar procedimentos não enviesados
-obter o máximo de informação

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4
Q

As características discursivas…

A

-orais
-escritas

O tipo de características “discursivas” das perguntas é bastante importante.
Por exemplo, os artigos definidos “a” vs artigos indefinidos “uma”: as perguntas com artigos definidos produzem mais desinformação (7% vs 18%)

As características discursivas têm sido usadas na deteção de mentiras.

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5
Q

Análise do conteúdo de depoimentos escritos baseada em critérios

A

-características gerais (3): relato desestruturado
(+ nos honestos)

-conteúdos específicos (9): detalhes supérfluos
(+ nos honestos)

-conteúdos motivacionais (5): correções espontâneas (+ nos mentirosos)

-conteúdos específicos da ofensa (1): nível de detalhe (+ nos honestos)

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6
Q

Desinformação pós-testemunho

A

Efeito de desinformação por perguntas sugestivas:
As perguntas podem moldar as respostas: “A que velocidade é que os carros chocaram?”

A introdução (intencional ou não) de desinformação:

-sinal “stop” ou de “aproximação de estrada com prioridade”: a precisão de acerto no sinal
“visto” diminui com a desinformação (0,72 vs 0,43)

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7
Q

Quais são as variáveis que afetam a desinformação?

A
  • intervalo de retenção
    -plausibilidade
    -idade
    -credibilidade da fonte
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8
Q

Quais são as possíveis explicações para a desinformação pós-testemunho?

A

Substituição da informação original: que é permanentemente esquecida ou alterada, reconhecimento com 3 alternativas: correta, desinformativa e “nova” (depois da escolha do item “desinformado” qual a 2ª escolha? velha vs nova)

Bloqueio: ambas as informações coexistem, mas a primeira é bloqueada ou inibida…porque é mais recente e está mais ativada ou saliente.

Erro de monitorização: atribuição da desinformação à fonte original da memória episódica (maior incidência em pessoas com características dissociativas).

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9
Q

Em que consiste a lei de Yerkes-Dodson?

A

Espelha a relação em U invertido entre a ativação (arousal) e a precisão da recordação: “as testemunhas podem recordar melhor um evento do que a vítima”

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10
Q

Tipo de informação

A

-hipótese de Easterbrook (estreitamento do foco atencional): arousal elevado favorece a recordação de detalhes centrais e diminui a recordação de detalhes periféricos

-papel dos esquemas cognitivos no preenchimento de informação periférica não recordada

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11
Q

Juízos de confiança

A

Dá-se bastante importância à resposta das seguintes perguntas:
-tem a certeza de que esta pessoa foi quem a assaltou?
-qual a confiança que tem no seu relato?

Do ponto de vista estatístico, gostaríamos que, pelo menos enquanto correlação, o valor fosse o mais próximo possível de 1,00.

O juízo de confiança não tem relação com a precisão do relato testemunhal:
-as correlações variam 0.29 e 0.41
-é melhor para os detalhes centrais do que os periféricos (que são a maioria dos detalhes)

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12
Q

Quais são os fatores que afetam os juízos de confiança?

A
  • feedback pós-relato
    -conhecimento do relato de outra testemunha (corroboração)
    -repetição de perguntas sobre um determinado aspeto do episódio (adultos vs crianças)
    -motivação externa para recordar com precisão
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13
Q

Organização geral da entrevista cognitiva

A

A primeira versão foi proposta nos anos 80 por Ronald Fisher e Edward Geiselman e baseia-se em vários princípios do funcionamento da memória. Com o objetivo de aumentar a recordação de detalhes e minorar a desinformação e erros.

Quatros processos de recuperação da informação:
-re-instalação dos contextos interno e externo;
-relatar toda a informação (…mesmo que pareça irrelevante ou fragmentado)
-relatar em várias ordens
-relatar a partir de uma perspetiva diferente

Não interromper o relato da testemunha.

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14
Q

Desenvolvimento da EC: a entrevista cognitiva melhorada (ECM)

A

Entrevista cognitiva melhorada:
-proposta em 1992;
-proposta de introdução de técnicas para melhorar a relação entre a testemunha cooperante e o entrevistador
-é uma técnica que comprovadamente pode aumentar a quantidade de detalhes (e.g. 50% em alguns estudos)

Pressupostos da ECM:
-introduzir aspetos centrais de rapport com a testemunha
-dar controlo da entrevista à testemunha (afinal de contas, é ela que tem a memória do acontecimento)

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15
Q

Outros desenvolvimentos da ECM

A

Novas técnicas: a recordação por categorias (Paulo, Albuquerque & Bull, 2014, 2015, 2016)

Self-Administered-Interview (SAI)
Baseada na entrevista cognitiva.
É uma versão em papel e lápis para recolha de múltiplos depoimentos:
-mais rápida na aplicação;
-pode ser feita de acordo com o timing e ritmo da testemunha

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16
Q

Identificação por testemunhas

A

Importância da memória para que não ocorram dois erros:
-omissão ou falha na identificação do perpetrador de um crime
-identificação errada de um inocente (falso positivo)

17
Q

O que é o innocence project?

A

ONG criada em 1992
Já exonerou das prisões norte-americanas 375 condenados:
-média de 4 anos de cumprimento efetivo de pena para os exonerados;
-em média, tinham 26,6 anos quando foram condenados
-21 cumpriam sentença com aplicação de pena de morte
-36% tinham feito confissões falsas

69% tinham sido considerados culpados por identificação por testemunha:
-34% em paradas de identificação (e.g. lineup)

18
Q

O que são mugshots?

A

Técnica muito utilizada por todas as polícias: retrato falado ou identificação de fotografias de pessoas envolvidas em crimes

19
Q

Quais os problemas com a técnica que recorre a fotografias?

A

-a identificação de uma fotografia errada na série apresentada perturba a capacidade de identificação correta posterior;
-a não identificação durante o “mugshot” pode levar a que mais tarde alguém dessa série de fotografias seja identificado por efeito de familiaridade e erro de monitorização

20
Q

Paradas de identificação ou linhas de reconhecimento

A

É uma das mais estudadas técnicas ou procedimentos de identificação de suspeitos por testemunhas e baseia-se no teste de reconhecimento.

Envolve pelo menos 2 processos:
-comparação com a representação memorizada da face do suspeito (julgamento absoluto…presente nas paradas sequenciais)
-comparação entre as várias pessoas que estão presentes na parada de identificação (julgamento relativo…presente nas paradas simultâneas)

A construção das paradas de identificação é determinante para a diminuição de falsos positivos.

21
Q

Quais são as variáveis das paradas de identificação?

A

Tipo de parada de identificação:
-sequencial
-simultânea

Instrução dada à testemunha
-sobre o suspeito estar presente ou ausente
-a testemunha apercebe-se que pode não escolher ninguém
-as falsas identificações decaem 42% com esta instrução

Aplicador “cego”:
-diminui a possibilidade de feedback não verbal (ou verbal) sobre a escolha

Similaridade entre os elementos:
-tornar a parada o mais equilibrada possível