Capítulo 6 - memória semântica Flashcards

1
Q

O que é a memória semântica?

A

É conhecimento geral (enciclopédico) acerca do mundo, por exemplo:
-conceitos sobre os mais variados temas;
-relações dos referentes com as palavras;
-formas de utilização de objetos e das suas funções;

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2
Q

A memória semântica é um tipo de conhecimento…

A

-estável ao longo do tempo;
-permanente quanto à sua recordação;
-partilhável com os outros, de uma maneira geral;

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3
Q

O que é o priming semântico?

A

O priming é definido como a facilitação de respostas posteriores à exposição prévia a um estímulo, sem que exista consciência do indivíduo sobre tal influência.

Uma das características da memória semântica é a sua organização e regularidade estrutural. Recordar um conceito aproxima as memórias relacionadas a ele da consciência. Esta aproximação de ideias deve-se ao conceito de priming.

A ativação do conhecimento na memória semântica provoca o priming de conceitos relacionados. Quanto mais semanticamente relacionados forem os conceitos, mais efeito de priming têm uns sobre os outros.

Os conceitos primados são, por norma, mais recordados e mais rapidamente respondidos.

Priming também ajuda a detetar inconsistências.

Nota que os conceitos não têm de ser ideias abstratas, podem ser qualquer coisa em que a pessoa esteja a pensar, incluindo o seu estado emocional. Por exemplo, as pessoas respondem mais depressa a palavras como “paz” quando estão felizes e a palavras como “morrer” quando estão tristes ou, quando estou a estudar um tema, conceitos relacionados são ativados.

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4
Q

Descreve a tarefa de decisão lexical

A

É uma típica tarefa de priming:

-sato…palavra ou não-palavra?
-silo-maré…palavra ou não-palavra? (controlo - a 1ª palavra não está relacionada com a 2ª)
-barco-maré…palavra ou não-palavra (experimental - a 1ª palavra está relacionada com a 2ª)

As pessoas respondem mais depressa à condição experimental do que à condição de controlo.

Os conceitos primados serão mais recordados e mais rapidamente respondidos (e.g. numa tarefa de decisão lexical)

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5
Q

O que é o priming mediado?

A

O priming pode estender-se para além dos conceitos imediatamente relacionados a conceitos mais distantes, embora que de uma forma mais fraca (o quão longe na rede vai a mediação). A este processo dá-se o nome de priming mediado.

-leão - tigre - RISCAS
-branco - neve - frio - inverno -ESTAÇÃO

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6
Q

Qual a extensão do priming mediado?

A

Pode ocorrer, mas com uma magnitude menor do que o priming direto;

Por vezes, não ocorre mesmo quando a associação está bem definida e é conhecida;

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7
Q

Quais são os efeitos no priming semântico?

A

-Interconectividade semântica
-Inibição

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8
Q

Em que consiste a interconectividade semântica?

A

Quanto mais associações tem um conceito, tanto mais rápida é a sua recuperação. A ativação parece ser sumativa. Dois conceitos podem estar diretamente associados mas também partilhar um número de conceitos de forma intermédia, o que vai aumentar o número de formas de recuperação possíveis entre esses conceitos. Assim, há diversas maneiras de os conceitos primarem outros.
Quantas mais conexões indiretas houverem, maior probabilidade há de esses caminhos de recuperação serem ativados após um determinado período de tempo.

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9
Q

Em que consiste a inibição?

A

Conceitos recentemente usados ou aprendidos, podem inibir a recordação de um conceito relacionado que num determinado momento queremos recordar, por exemplo, o esquecimento induzido pela prática.

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10
Q

Qual a natureza da informação na memória semântica?

A

A informação episódica transforma-se em memória semântica, mas é um processo que demora bastante tempo (pode ser acelerado se for feito em muitos contextos) - aprendo hoje e recordo que foi hoje (memória episódica), mas no futuro não consigo datar ou atribuir uma fonte a esta aprendizagem.

A informação semântica refere-se à forma (e condiciona-a) como interagimos com o mundo. Através do recurso aos potenciais evocados verifica-se que nomes concretos ativam mais o córtex sensorial, enquanto que verbos ativam mais as áreas motoras.

De uma forma geral, diz-se que a memória semântica não se trata da acumulação passiva de conhecimentos e experiências, mas sim da interpretação ativa, abstração, organização e estruturação do que se percebeu e pensou (reflete qualidades perceptivas).

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11
Q

Qual é a noção de agrupamento?

A

O agrupamento com base na similaridade é o que designamos por categorização.
Duas ou mais entidades/exemplares são tratadas de forma idêntica se forem consideradas como equivalentes.

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12
Q

Qual é o papel da categorização?

A

Permite-nos fazer predições acerca do mundo;

Permite-nos gastar menos tempo e esforço a pensar e a processar informação:
-o ornitorrinco é um mamífero com bico de pato
-o mangostão é um fruto exótico
-a Joaquina é estudante de Psicologia

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13
Q

Quais são os níveis de categorização?

A

Básico: o mais frequente, fornece detalhes suficientes para tratar diferentes membros como semelhantes, mas não mais que os necessários. Permite uma rápida recordação (cão, cadeira, viola)

Subordenado: fornece informações mais detalhadas sobre um tópico do nível (labrador, cadeira-de-baloiço, braguesa);

Sobreordenado: fornece informação muito geral sobre uma variada extensão de tópicos do nível básico (animais, mobiliário, instrumentos musicais)

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14
Q

De uma maneira geral, qual é o nível preferido como organizador do conhecimento?

A

De uma maneira geral, preferimos o nível básico como organizador do conhecimento:
-são a porta entrada concreta para a construção de categorias;
-são mais frequentes e rapidamente recordados;
-têm algum nível de especificidade, mas não mais do que o necessário;
-a informação deste nível é melhor recuperada do que a informação dos outros 2 níveis.

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15
Q

O que são conceitos (ou atributos ou exemplares)?

A

Contêm informação associada a uma ideia:
-verde, vermelho, amarelo;
-general, soldado, cabo, sargento;
-alegria, tristeza, medo, surpresa;

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16
Q

O que são categorias?

A

Classes de conceitos que respondem a alguma característica comum:
-cores;
-patentes militares;
-emoções;

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17
Q

Quais são as medidas para a categorização?

A

-Tendência central
-Gradiente de categoria
-Semelhança familiar

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18
Q

O que é a tendência central?

A

Prospeção para pensar num membro prototípico, quando deparados com uma categoria.
Por exemplo: fruta - maçã (em vez de maracujá)

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19
Q

O que é o gradiente de categoria?

A

Aspetos em que uns membros de categorias apresentam maior ou menor representatividade dos exemplares relativamente à mesma.

Exemplos:
-o pardal é um exemplar mais representativo das aves do que uma avestruz (“em certa medida, um morcego é uma ave”)
-a maçã é uma melhor representação de uma fruta do que um tomate

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20
Q

O que é a semelhança familiar?

A

Os membros de uma categoria podem não ser definidos pelo mesmo conjunto de atributos, sendo este relativo a apenas alguns membros dessa categoria. Este princípio ilustra que as pessoas são sensíveis às correlações entre as características que definem as categorias.

Exemplos:
-alguns animais voam, mas outros não…no entanto, são todos animais
-algumas aves voam, mas outras não…no entanto, são todas aves
-categoria: móveis - muitos tipos de móveis têm pés, são feitos de madeira e são destinados a serem usados em ambientes internos, mas isso não é verdade para todos os tipos de móveis

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21
Q

Quais são os tipos de categorias?

A

-naturais;
-artefactos;

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22
Q

O que são categorias naturais?

A

Coisas que são encontradas na natureza - a aparência indica o que é;

23
Q

O que são categorias de artefactos?

A

Coisas que as pessoas fazem. O uso indica o que é. Os artefatos são entendidos pela forma como interagimos com eles.

24
Q

Os dois tipos de categorias são “servidos” pela mesma região do cérebro?

A

Não, tal como a maioria das memórias semânticas, o hemisfério esquerdo tende a estar mais envolvido do que o hemisfério direito.

Categorias naturais envolvem:
-giro fusiforme medial e giro temporal superior;

Categorias de artefactos envolvem mais o giro fusiforme lateral e o giro temporal medial.

25
Q

O gradiente de categoria é mais evidente em qual tipo de categoria?

A

O gradiente de categoria é mais evidentes nos artefatos. Isto porque as pessoas têm mais certezas relativamente aos tipos naturais (e.g. o que faz com que algo seja um pássaro) do que aos artefatos (e.g. o que faz com que algo seja uma ferramenta).

26
Q

Qual é a visão clássica da construção de categorias (teoria clássica)?

A

Baseada em métodos de categorização biológica;
Membros das categorias partilham algumas características, com os exemplares desviantes a serem vistos como não essenciais para a definição dessas mesmas categorias.

Havia a noção de características necessárias (devem estar presentes) e suficientes (se estiverem presentes, chegam para caracterizar). Quaisquer características adicionais são irrelevantes.

Exemplos: pelos, glândulas mamárias, diafragma e dentes diferenciados (características dos mamíferos).

27
Q

Quais são os problemas com a visão clássica?

A

Não consegue explicar a tendência central, gradiente de categoria e semelhança familiar.

Nem todas as características têm categorias claramente definidoras, ou seja, as características têm pesos diferentes na alocação de um exemplar à categoria:
-o que define uma cadeira?
-ter tromba define mais um elefante do que ter orelhas grandes

Há exemplares mais típicos do que outros intra-categoria, verificando-se uma espécie de graduação de pertença:

-2 é número par mais típico do que 236, ainda que ambos tenham a característica principal que os define como números pares;
-o futebol é um melhor exemplo de desporto que o xadrez;

Existem casos ambíguos e difíceis de definir (por norma, as frutas são doces, mas o tomate é uma exceção).

28
Q

O que é a visão prototípica da construção de categorias?

A

As categorias resultam da compreensão probabilística da co-ocorrência de características, atributos ou propriedades

  • uma categoria será determinada pela média de todos os seus exemplares;
    -esta representação média será o protótipo da categoria;
    As decisões categoriais são baseadas em quão “perto” do protótipo está o exemplar.

Protótipo: objeto idealizado, ou seja, pode não corresponder a um objeto concreto (o protótipo de cão, da francesinha, da expressão de tristeza).

O melhor exemplar de protótipo é uma tendência central do que um elemento dessa categoria seria;

Têm, por norma, poucas características distintivas, e são mais fáceis de processar.

Os protótipos explicam bem:
-a organização da tendência central (é o protótipo)
-a gradação de exemplares (é a proximidade ao protótipo)

29
Q

O que é a visão baseada na experiência com exemplares (teoria exemplar)?

A

Todos os exemplares da categoria são armazenados na memória e todos os exemplares ajudam na decisão de inclusão ou exclusão categorial, ou seja, todos os membros da categoria são utilizados para tomar decisões. As categorias são uma média de todos os exemplares que guardamos na memória.

A categorização torna-se mais fácil à medida que o contacto com a categoria progride, ajuda a compreender a “perícia” em determinados domínios.

Esta visão é sensível (capta) à:
-tendência central;
-gradação;
-variabilidade;
-tamanho;

Explica a sensibilidade das categorias ao contexto (o cinzento é mais próximo do branco quando olhamos para o cabelo, mas mais próximo do preto quando olhamos para um céu nublado).

Categorização feita com base nas experiências e memórias antigas e, por isso, mais fácil à medida que avança.

30
Q

Qual é o problema da teoria exemplar?

A

Circularidade explicativa: como podem ser selecionados traços de memória para definir uma categoria se a categoria é necessária para selecioná-los em primeiro lugar?

31
Q

O que é a visão baseada na explicação?

A

Categorização baseada na explicação…categorias são teorias ou explicações concebidas pelas pessoas.
As pessoas criam uma justificação para que um exemplar pertença a uma categoria:
-muito comum na aplicação a categorias sociais;
-formação de categorias ad-hoc (que, mesmo sendo ah-hoc, têm uma grande estabilidade temporal e semântica)

O conhecimento é utilizado para entender como é que os membros de uma categoria formam um grupo coerente (grupos sociais, comportamentos (manifestações), instituições sociais (governos, partidos)).

Os membros de uma categoria não precisam de partilhas características físicas, mas devem sobrepor-se tematicamente. As categorias são definidas, em parte, em como as pessoas interagem com as coisas.

Enfatiza os fatores casuais, em vez de efeitos verificáveis (saber que um animal nada é mais importante que saber que ele tem membranas)

Permite a criação de categorias ad-hoc: categorias criadas na hora, através de termos muito integrados de outras categorias, mas com características de tendência central e semelhança familiar (café (bebida), perfume (cosmética), são cheiros distintivamente fortes).

A similaridade de atributos é insuficiente para que uma categoria seja definida: a similaridade fornece um guia para a estrutura, a partir da qual a categorização deriva.

31
Q
A
32
Q

O que são estereótipos e preconceitos

A

A categorização, apesar de ser bastante valiosa para a memória semântica, pode causar problemas, levando ao envolvimento em estereótipos. Quando estereotipamos as pessoas, tratamo-las como se fossem essencialmente iguais aos outros membros desse grupo. Esses estereótipos são ativados automaticamente.

Quando um estereótipo leva uma pessoa a tratar outra de forma inadequada, isso é preconceito.

33
Q

Relações ordinais

A

Uma característica da memória semântica é a influência do conhecimento que se ordena ao longo de alguma dimensão, como tamanho, inteligência ou idade. Quando o conhecimento tem uma ordem, esta influencia a memória e o desempenho cognitivo associado, por exemplo, ordenar os animais pelo tamanho ou as UC por nível de dificuldade.

Estes são efeitos de ordem linear e refletem a organização da informação à medida que ela é armazenada ou processada na memória semântica.

34
Q

O que é o efeito da distância semântica?

A

Respondemos mais rápida e precisamente quando dois itens surgem distanciados numa dimensão de um contínuo.

Fácil: um gato é mais pequeno do que um cavalo?
Difícil: um gato é mais pequeno do que uma ovelha?

35
Q

O que é o efeito da congruência semântica?

A

As respostas são mais rápidas quando um dos conceitos em comparação é congruente com o extremo da dimensão que estabelece a comparação.

Fácil: um rato é mais pequeno do que um gato?
Difícil: um cavalo é maior do que uma ovelha?

36
Q

O que é o efeito da posição serial?

A

Respondemos mais rápida e precisamente à comparação de itens que se aproximam dos extremos do contínuo relativamente à posição central.

Fácil: uma ratazana é maior do que um coelho?
Difícil: uma ovelha é maior do que um cão?

37
Q

Influências incorporadas nas relações ordinais

A

A forma como utilizamos o nosso corpo para interagir com o mundo também influencia a ordem serial dos conceitos na memória semântica, exemplos disso são:

-efeito SNARC (spatial-numerical association of response codes)

efeito de compatibilidade resposta

respondemos mais rapidamente a julgamentos sobre números pequenos com a mão esquerda e a números grandes com a mão direita.

38
Q

Esquemas e guiões (outra forma de categorização)

A

O conhecimento pode influenciar a codificação da informação: experiências semelhantes são codificadas juntas.

Nova informação que pode ser comparada com outra que já temos armazenada é melhor recordada: tendemos a “reconstruir” memórias com base no conhecimento prévio (Bartlett, 1932).

Na vida, existem muitas situações que são bastante regulares na forma como se desenrolam e operam e como reagimos a elas, ou seja, experiências comuns compartilham alguma estrutura que as une.

39
Q

O que é um esquema?

A

É um conhecimento genérico e organizado para domínios ou temas que nos são familiares - é uma memória semântica que captura aspetos comumente encontrados da vida e que é altamente organizado.

-como respondo a um email?
-como encomendo uma refeição por telefone?
-como mudo um pneu de um carro?
-como faço uma busca de um tema num browser?´
-como respondo a perguntas sobre variáveis independentes a partir de uma figura?

40
Q

Esquemas e guiões: quais são as cinco operações?

A

Codificação:
1 - seleção
2 - abstração
3 - interpretação
4 - integração
Recuperação
5 - Reconstrução

41
Q

O que é a seleção?

A

Distinguir quais coisas provavelmente serão centrais e quais serão periféricas, ou seja, os esquemas selecionam os elementos que são importantes, relevantes. As informações importantes nos esquemas têm maior probabilidade de serem codificadas e lembradas.

O que é central depende do que estamos a processar (assaltante de casas vs comprador de casas)

42
Q

O que é a abstração?

A

A informação selecionada (superficial - verbatim) é convertida em informação mais temática (representacional - gist). Envolve a conversão da forma superficial da informação numa representação mais abstrata, mais temática, que captura o significado subjacente. Este efeito nem sempre ocorre no sentido de tornar as coisas mais gerais. Às vezes, pode ser o oposto, se as pessoas passarem de uma categoria de nível superior para uma de nível básico.

43
Q

O que é a interpretação?

A

O conhecimento pessoal é usado para preencher a informação em falta (quando vemos um filme há muita informação que não nos é mostrada mas que inferimos, o mesmo se passado quando alguém nos conta qualquer coisa). Este processo também é responsável por criar uma causa, com base no esquema, consistente com um efeito que tenham observado, criando assim uma espécie de falsa memória.

44
Q

O que é a integração?

A

Habitualmente, a informação da “vida real” está integrada num único traço de memória, ainda que esta nos tenha chegado de forma repartida e em momentos diferentes.
Quando nos é fornecida de forma partida é necessário fazer integração (visão integradora das circunstâncias de vida nos idosos).

45
Q

O que é a reconstrução?

A

A memória é fragmentada e esses fragmentos podem cobrir, em maior ou menos extensão, um episódio vivido e codificado
Quando a informação é esquecida, é preenchida com informação consistente com o esquema (mecanismo que pode levar à desinformação ou à distorção das recordações)

46
Q

O que são guiões?

A

São esquemas que obedecem a uma organização sequencial temporal (e.g. o que fazer num restaurante).

Quando o conhecimento se refere a uma sequência de eventos que ocorrem de forma estereotipada, estamos perante um tipo de esquema que se chama guião. Trata-se de esquemas ordenados temporalmente, que são estruturas de acordo com os principais componentes do evento, com preferência por usar as informações do guião na ordem direta, embora componentes mais centrais possam estar mais disponíveis.

47
Q

A leitura dos guiões

A

As pessoas demoram mais tempo a ler informação (frases) que se afasta do guião expectável…como se um passo do guião primasse o passo seguinte.

48
Q

A memória de guiões

A

A recordação de eventos desconexos é melhor quando eles podem ser colocados uma ordem prevista por um guião.

A introdução de desinformação é mais forte quando ela ocorre de acordo com o guião previsível de um determinado acontecimento.

Em certas circunstâncias, as memórias podem ser melhoradas se o esquema de uma recordação não for seguido. Entrevista cognitiva - relato de informação em qualquer ordem.

49
Q

Quais são as limitações dos esquemas/guiões?

A

Os esquemas são muito úteis para prever sequências de acontecimentos, no entanto, é mais fácil inferir uma causa do que um efeito, porque estes são mais variáveis e, por isso, há uma margem de erro maior. Para além disso, podem ser tidas em conta várias perspetivas sobre um dado assunto, abrindo um maior número de lacunas caso se siga um esquema ou guião. Assim sendo, em certas circunstâncias, a memória pode ser melhorada se o esquema de uma recordação não for seguido.

50
Q

Existem problemas na memória semântica?

A

A memória semântica capta regularidades do mundo, com base nas percepções feitas relativamente à informação que está a ser tida em conta. Isto quer dizer que a memória em causa é tão exata, quanto mais precisa e acertada for a captação feita sobre a mesma. Isto abre espaço a muitos erros.

-ilusões semânticas;
-física ingénua;

51
Q

O problema das ilusões semânticas

A

Quantos animais de cada espécie levou Moisés na arca? Ilusão de Moisés.

Explicação da ilusão de Moisés:
-processamento semântico é muito geral até que haja um foco de interesse sobre uma informação em particular;
-fazemos apenas uma abordagem parcial à memória semântica e, se esta for relevante, continuamos à procura de outros detalhes;
-palavras com som parecido podem ativar erradamente uma memória semântica (deteção de gralhas num texto);

52
Q

O problema da física ingénua

A

As ilusões da memória semântica também se aplicam ao conhecimento não-verbal;

A memória pode incorporar princípios físicos do mundo, como gravidade e atrito;

Algum conhecimento ingénuo de física é armazenado na memória semântica. No entanto, quando, conscientemente, o tentamos aplicar,
mal-entendidos podem ser revelados.