Cap. 312 - Bronquiectasias Flashcards
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O que são bronquiectasias?
Dilatação irreversível de vias respiratórias que envolve o pulmão de forma focal ou difusa.
Classificação de bronquiectasias?
- Cilíndrica ou tubular MAIS COMUM
- Varicosa
- Quística
Padrão de envolvimento pulmonar dá pistas etiológicas? Quais?
SIM
Focal - apenas local, obstrução extrínseca ou intrínseca por tumores, fibrose, estenose etc.
Difusa - alterações difusas, doença sistémica ou infecciosa.
Envolvimento predominante dos campos pulmonares superiores é mais comum na…
Fibrose quística.
Também fibrose pós-radioterapia
Envolvimento dos campos inferiores mais comum em…
1) Aspiração recorrente crónica.
2) Doença fibrótica pulmonar em estadio terminal.
3) Infecções recorrentes com imunodeficiência.
Envolvimento dos campos médios…
Micobactérias não-tuberculosas.
Congénitas - cílios imóveis.
Envolvimento das vias centrais…
Aspergilose broncopulmonar alérgica.
Congénitas - deficiência cartilaginosa (traqueobroncomegalia Mounier-Kuhn, síndrome Williams-Campbell).
Epidemiologia
FQ - final adolescência, atipicamente 30-50 anos
Micobacterium avium - mulheres não fumadoras >50 anos
Incidência aumenta com idade e + freq nos HOMENS
Mecanismo fisiopatológico mais citado.
Círculo vicioso de susceptilidade e deficiência de depuração mucociliar que causa infeção, com dano às vias respiratórias.
Apresentação clínica mais comum?
Tosse produtiva persistente com produção activa de expectoração espessa e viscosa.
Quadros agudos de exacerbação?
Alterações da natureza da expectoração (maior volume, purulência).
É possível NÃO HAVER FEBRE OU INFILTRADOS
Diagnóstico?
Feito com base na clínica, acompanhado de sinais radiográficos consistentes, sendo a TC a modalidade preferencial.
(“trilho de trem”, “anel de sinete”)
Como se faz a investigação?
Determinar etiologia com anamnese, imagem e avaliação diagnóstica; prova função pulmonar.
Bronquiectasia focal - broncoscopia
Bronquiectasia difusa - exclusão das principais etiologias, ++ FQ
Tratamento das bronquiectasias?
Infecciosas - dirigido à infecção activa, melhora da depuração de secreções e higiene brônquica
Antibioterapia? Agentes comummente isolados?
Agudas, dirigida ao patogéneo presuntivamente causador (Haemophilus influenza e P. aeruginosa comuns), mínimo 7-10 dias e até 14 dias.
Tratamento de MNT? Critérios diagnósticos?
Difícil porque podem ser colonizadores. Esquema em HIV- macrólido + rifamp + etambutol
Critérios:
1) sintomas e achados da doença com 2 culturas de expectoração positivas;
2) 1 amostra obtida com LBA positiva;
3) amostra de biópsia com características histopatológicas e 1 cultura expectoração +;
4) amostra de líquido pleural ou outro sítio extrapulmonar estéril, com cultura positiva.
Higiene brônquica?
Hidratação, mucolíticos, aerossol broncodilatadores e agentes hiperosmolares, além de fisioterapia respiratória.
O mucolítico dornase (DNAse) é rotineiramente recomendado nas bronquiectasias relacionadas com FQ
Mas não nas outras, tendo problemas de ineficácia e efeitos danosos.
Como é a terapêutica com anti inflamatório?
Evidências de melhora da dispneia, redução de b-agonistas e redução da expectoração com glicocorticóides inalados.
Sem diferença significativa na função pulmonar ou índices de exacerbação.
Devem ser cuidadosamente ponderados, mas podem.ser importantes na aspergilose alérgica, artrite reumatóide e na síndrome de Sjögren.
Complicações das bronquiectasias?
Resistência antibiótica e lesão de vasos com hemoptise potencialmente letal (embolização da artéria brônquica ou cirurgia) em infecções recorrentes.
Prognósticos?
Varia conforme etiologia e frequência de exacerbações.
Declínio da função na FQ semelhante à da DPOC (50 a 55 mL por ano)
Prevenção?
Reversão da ID com Ig; vacinação de doentes com doença pulmonar -> redução infecção
Parar de fumar
Após resolução da infeção aguda em pacientes com recorrências (>3 episódios/ano) propõe-se utilização de AB supressivos. Possíveis tratamentos?
1) AB via oral (cipro) diariamente 1 a 2 semanas ao mês.
2) esquema rotativo de AB via oral.
3) macrólido diariamente ou 3x por semana. Terapia crónica exige afastar possibilidade de infeção por MNT.
4) inalação de AB em aerossol.
5) administração intermitente AB IV (grave ou patogéneo resistente).