Cap. 3: Choque - Fisiopatologia de Vida e Morte Flashcards
Sensibilidade isquêmica
Sensibilidade das células à falta de oxigênio
Sensibilidade isquêmica por tolerância
- Coração, cérebro, pulmões: 4-6 min
- Rins, fígado, TGI: 45-90 min
- Músculo, osso, pele: 4-6 h
Ações de manutenção essenciais na avaliação primária
- Man. de via aérea e ventilação apropriadas, fornecendo oxigênio adequado para as hemácias
- Auxílio da vent. com uso judicioso de oxigênio suplementar
- Manutenção de circulação adequada, perfundindo as células dos tecidos com sangue oxigenado
Definição de choque
Estado de alteração na função celular de metabolismo aeróbico para metabolismo anaeróbico devido a hipoperfusão das células teciduais
Duas formas de classificar as alterações fisiológicas do choque
Termos de perfusão e oxigenação celular
Três principais consequências da ausências de perfusão das células com sangue oxigenado
- Metabolismo anaeróbico
- Morte celular
- Redução da produção de energia
Dois subprodutos da produção de ATP (glicose + O2)
- H2O
- Dióxido de carbono
Quantas ATP o metabolismo aeróbico produz com uma molécula de glicose?
38
Quantas ATPs o metabolismo anaeróbico produz?
2
Principais problemas do metabolismo anaeróbico
- Funciona por poucos períodos
- Não produz tanta energia
- Produz subprodutos prejudiciais
- Pode torna-se irreversível
Princípio de Fick
Descrição dos componentes necessários para a oxigenação das células
Três componentes do princípio de Fick
- Ligação do O2 com as hemácias nos pulmões
- Oferta de hemácias às células teciduais
- Distribuição de O2 das hemácias para as células dos tecidos
Ações necessárias para que o princípio de fick seja executado
- X
- A
- B + o2 suplementar
- Manter paciente arquecido (hipotermia)
- C
Quatro determinantes primários da perfusão celular
- Coração
- Volume líquido
- Vasos sanguíneos
- Células do organismo
Três classificações de choque
- Hipovolêmico
- Distributivo ou vasogênico
- Cardiogênico
Choque hipovolêmico
Primariamente de causa hemorrágica no paciente com trauma, relacionado à perda de células sanguíneas e de volume com capacidade de transportar oxigênio
Choque distributivo (vasogênico)
Relacionado a anormalidades no tônus vascular podendo ser de várias causas diferentes, incluindo da medula espinal e anafilaxia
Choque cardiogênico
Relacionado à interferência na ação de bomba do coração, geralmente ocorrendo após um ataque cardíaco
Pré-carga do coração
Volume de sangue que entra no coração
Pós-carga do coração
Pressão que o sangue tem que empurrar quando é comprimido para fora do ventículo.
Pode ser do coração direito (pulmonar) ou coração esquerdo (sistêmico)
Pressão arterial sistólica
Força da onda de pulso produzida pela contração ventricular (sístole)
Pressão arterial diastólica
Força que permanece nos vasos sanguíneos e que continua a mover o sangue pelos vasos enquanto o ventrículo está se enchendo para a próxima pulsação de sangue (diástole)
Pressão de pulso
Diferença entre as pressões sistólica e diastólica
Pressão arterial média (PAM)
Pressão média no sistema vascular
P. Diastólica + 1/3 da Pressão de pulso
PAM considerada normal
70 a 100 mmHg
Volume sistólico
Volume de sangue bombeado pelo sistema circulatório com cada contração do ventrículo
Débito cardíaco
Volume bombeado pelo sistema em 1 min
Fórmula do Débito cardíaco
FC x Volume sistólico
Débito cardíaco considerado normal
5-6 L/min
Resistência vascular sistêmica
Resistência ao fluxo de sangue que o ventrículo esquerdo deve vencer para bombear o sangue para o sistema arterial
Fatores que podem alterar a musculatura lisa presente nas paredes das artérias, arteríolas, vênulas e veias
- Sinais provenientes do cérebro (SNS)
- Hormônios circulantes epinefrina e norepinefrina e outras subs. químicas como o óxido nítrico
Três compartimentos líquidos presentes a nível celular
- lìquido intravascular (dentro dos vasos)
- líquido intracelular (dentro das células)
- lÍquido intersticial (entre as células) - edema
Pressão oncótica
Pressão sanguínea gerada por proteínas e mineirais presentes no plasma sanguíneo
Duas classificações para o líquido extracelular
- Líquido intesticial
- Líquido intravascular
Dois importantes movimentos de líquidos além do sistema vascular
- Movimento entre o plasma e o líquido intesticial (através dos capilares)
- Movimento entre os compartimentos líquidos intracelular e intersticial (através de membranas celulares)
Osmose
Processo pelo qual os solutos separados por uma membrana semipermeavel controlam a movimentação de água através dessa membrana com base na concentração do soluto
Comandos do SNA
Funções involuntárias do organismo, como respiração, a digestão e a função cardiovascular
Principal ação do SN simpático
Aumenta a FC e causa constrição dos vasos sanguíneos para órgãos essenciais , ao mesmo tempo que dilata e aumenta o fluxo sanguíneo para os músculos
Principal ação do SN parassimpático
Diminui a FC e FV e aumenta a atividade gastrintestinal
Mecanismos de defesa compensatórios no choque hipovolêmico
- Aumento da FC e Débito cardíaco
- Liberação de epinefrina
- Liberação de norepinefrina (contração vasos sanguíneos)
- Mudança metabolismo aeróbico para anaeróbico
Quantidade de estágios do choque hemorrágico
Quatro classes
Características da classe I do choque hemorrágico
- Volume: até 15% (750 ml)
- Taquicardia mínima
- PA, pressão de pulso e FV normais
- Reposição de líquidos: cristaloides
Características da classe II do choque hemorrágico
- Ativação do SNS
- Volume: até 15% a 30% (750 a 1500 ml)
- FV ++
- Taquicardia presente
- Taquipneia presente
- Estreitamento da pressão do pulso
- PA normal (choque compensado)
- Reposição de líquidos: cristaloides
Características da classe III do choque hemorrágico
- Volume: 30 a 40% (1500 a 2000 ml)
- Hipotensão
- Taquicardia (FC > 120 a 140)
- Taquipneia (FV de 30 a 40 rpm)
- Ansiedade grave ou confusão
- Reposição de líquidos: cristaloides e sangue
Características da classe IV do choque hemorrágico
- Volume: > 40% (> 2000 ml)
- Hipotensão (faixa de 60 mmHg)
- Taquicardia (FC > 120 a 140)
- Taquipneia (FV > 35 rpm)
- Confusão profunda ou letargia
- Reposição de líquidos: cristaloides e sangue
Choque neurogênico
Ocorre quando a lesão de medula espinal interrompe o trajeto do SNS
(Hipotensão na ausência de taquicardia)
Principais sinais clínicos do choque neurogênico
- Hipotensão
- Pele quente e seca
- Pulso fraco, filiforme e rápido
- Bradicardia
- Diminuição do nível de consciência, ansiedade, combatividade
- Orientado, alerta e lúcido (Lesão cerebral traumática ausente)
Duas classificações para as causas do choque cardiogênico
- Intrínsecas (dano direto ao coração)
- Extrínsecas (Relacionadas a um problema fora do coração)
Duas causas intrínsecas para o choque cardiogênico
- Dano ao músculo cardíaco
- Ruptura valvar
Duas causas extrínsecas para o choque cardiogênico
- Tamponamento cardíaco
- Pneumotórax Hipertensivo
Quatro problemas fisiológicos causados pelo penumotórax hipertensivo
- VC diminui
- Alvéolos colapsados (menos transf. de O2)
- Vasos sanguíneos colapsados (redução fx para pulmão e coração)
- Necessidade maior força de contração cardíaca (hipertensão pulmonar)
Sinais de perfusão e produção de energia reduzida e as respostas do organismo
- Redução do NC, ansiedade, desorientação
- Taquicardia, redução da PS e de pulso
- Respiração rápida e superficial
- Pele fria, pálida, pegajosa e sudorética ou até cianótica com redução do enchimento capilar
- Redução do débito urinário
Sinais que indicam hemorragia interna no trauma fechado
- Distenção ou hipersensibilidade abdominal
- Instabilidade pélvica
- Desigualdade no comprimento das pernas
- Dor na região pélvica agravada pela movimentação
- Esquimose perineal
- Sangue no meato uretral
Esquimose
mancha roxa, azul ou vermelha que aparece na pele quando pequenos vasos sanguíneos se rompem e liberam sangue sob a superfície da pele
Sinais clínicos sugestivos ao peneumotórax hipertensivo
- Redução dos sons respiratórios do lado da lesão torácica
- Enfisema subcutâneo
- Sofrimento respiratório (taquipneia)
- Desvio traqueal (raro no APH)
Sinais que identificam a necessidade de suspeita de condições potencialmente fatais
- Ansiedade leve, progredindo para confusão ou alteração do NC
- Taquipneia leve, levando a respirações rápidas e laboriosas
- Taquicardia leve, progredindo para acentuada
- Enfraquecimento do pulso radial, progredindo para ausência
- Pele de cor pálida ou cianótica
- Prolongamento do tempo de enchimento capilar
- Perda de pulsos nas extremidades
- Hipotermia
- Sensação de sede
Categorias de pacientes que necessitam de manejo imediato de sua via aérea
- Não está respirando
- Evidente comprometimento da via aérea
- FV > 20 rpm
- Respiração ruidosa
MARCH
- M - Sangramento massivo
- A - Via aérea
- R - Respirações
- C - Circulação
- H - Cabeça/Hipotermia
Dois componentes na avaliação da circulação
- Hemorragia e quantidade de perda sanguínea
- Perfusão com sangue oxigenado
Três características a serem avaliadas no pulso
- Frequência do pulso é forte ou é fraca e filiforme
- Tem frequência normal, muito rápida ou muito lenta
- Frequência do pulso é regular ou irregular
Duas principais características da pele na avaliação
- Rosada (bem oxigenada)
- Azul/cianótica/pálida (hemoglobina desoxigenada e falta de oxigenação na periferia
Três principais causas para a ocorrência da pele pálida, mosqueada ou cianótica
- Vasoconstrição periférica (mais comumente associada com hipovolemia)
- Redução do suprimento de hemácias (anemia aguda)
- Interrupção do suprimento sanguíneo para aquela porção do corpo
Duas característica a serem observadas na avaliação da qualidade da pele
- Ressecamento
- Umidade
Seis condições que podem produzir alteração no nível de consciência (NC)
- Hipóxia
- AVC
- Choque com perfusão cerebral comprometida
- Lesão traumática cerebral (LTC)
- Intoxicação por álcool ou drogas
- Processos metabólicos, como DM, convulsões e eclâmpsia
Sinais do choque hipovolêmico descompensado
- Pulmo muito aumentado, taquicardia acentuada que pode progredir para bradicardia
- Pele branca, fria, cor de cera
- PA diminuida
- NC alterado, variando de desorientado a coma
Principais ossos que fraturados podem levar ao choque
- Pelve
- Fêmur
- Tíbia ou fíbula
- Úmero
- Rádio ou Ulna
- Costela
Seis fatores que podem interferir na persepção dos sinais de choque
- Idade
- Atletas
- Gestação
- Condições médicas preexistentes
- Medicamentos
- Tempo entre a lesão e o tratamento
Cinco etapas para o manejo do paciente em choque
- Controlar hemorragia grave
- Garantir a oxigenação
- Identificar qualquer hemorragia (externa e interna)
- Transportar
- Administrar líquidos ou sangue apropriado
Etapas no manejo da hemorragia externa na cena
- Compressão manual direta
- Curativos compressivos
- Cobertura da ferida
- Ataduras elásticas
- Torniquete
- Agente hemostático
- Torniquetes juncionais quando indicados
Pressão transmural
Diferença entre a pressão dentro do vaso e a pressão fora do vase
Pressão extramural (extraluminal)
Força exercida contra a parede do vase sanguíneo por fora (como pela mão ou pelo curativo)
Recomendações para aplicação do curativo compressivo na hemorragia
- A pressão deve ser colocada diretamente sobre a lesão do vaso
- O material do curativo deve ser colocado pressionando a ferida para baixo com atadura elástica colocada externamente
Duração da compressão direta na hemorragia
- Mínimo de 3 minutos (observar recomendações do fabricante)
- 10 minutos se for gaze
Técnica hipotensão permissiva no controle da hemorragia
Manter a PA em níveis suficientes para a perfusão dos órgãos vitais.
O excesso de cristalóides pode aumentar a hemorragia como resultado da “destruição” de qualquer coágolo que tenha se formado no local
Três pontos críticos no controle da hemorragia com compressão direta
- No manejo do objeto empalado, aplicar pressão em ambos os lados do objeto em vez de sobre o objeto
- Se as mãos forem necessárias em outra tarefa mais crítica, utilizar gazes como coxins e comprimir (elástico, manguito)
- Compressão direta na lesão antes do acesso IV
Locais indicados para a colocação do torniquete
Virilha ou axila
Protocolo para utilização do agente hemostático
- Colocar diretamente na ferida
- Pelo menos 3 minutos de compressão direta
Definição de áreas juncionais
Locais onde as extremidades e a cabeça se juntam ao tronco (virilha, axila e ombro, e pescoço)
Manejo respiratório do paciente em choque
- Receber oxigênio suplementar
- FiO2 de 1 (concentração próxima a 100%)
- SpO2 >= 94%
Temperatura ideal do compartimento interno da ambulância no transporte do paciente com trauma (choque)
- 29º C ou mais
Maior preucupação quanto a hipotermia do paciente com trauma (choque)
Efeito sobre a coagulação sanguínea
Motivos para elevar a cabeceira a 30º durante o transporte do paciente com trauma
- Melhora a perfusão cerebral
- Reduz a pressão intracraniana
- Se intubado, diminui o risco de aspiração e a pneumonia associada ao ventilador em estágio mais tardio
Recomendações sobre o acesso IV no paciente com trauma
- A obtenção do acesso IV não deve retardar o transporte (lesão grave)
Cateteres IV indicadors para pacientes com choque ou lesões potencialmente graves
- Grosso calibre (18G)
- Curtos (25mm)
Local preferido para acesso IV no paciente com trauma/choque
- Veia no antebraço
- Alternativos (veia da fossa antecubital, da mão e da parte proximal do braço (veia cefálica)
Duas categorias gerais de produtos para reposição volêmica
- Sangue
- Soluções IV
Plasma liofilizado
Plasma humano que foi seco e congelado
Quatro categorias de soluções IV para reposição volêmica
- Cristaloides isotônicos
- Cristaloides hipertônicos
- Coloides sintéticos (artificiais)
- Substitutos do sangue
Duas opções de soluções cristaloides isotônicas para reposição volêmica
- Ringer lactato (mais recomendado)
- Soro fisiológico
Temperatura ideal para as soluções IV Utilizadas na reposição volêmica
39º
Três itens a serem verificados na avaliação da perfusão
- Qualidade e localização do pulso
- Cor da pele, temperatura e umidade
- Tempo de enchimento capilar
Qual a recomendação para reposição volêmica na hemorragia controlada, nos pacientes adultos com choque II, III ou IV
Bolus inicial de 250ml de solução salina repetidos até um total de 2L ou até obter PAS 80 mmHg
Três respostas possíveis desencadeadas pelo bolus inicial na reposição volêmica
- Resposta rápida (< 20% de perda sanguínea)
- Resposta transitória (20 a 40% perda sanguínea)
- Resposta mínima ou ausente
Definição da tríade da morte
São marcadores de metabolismo anaeróbico e de perda da produção de energia
Tríade da morte
- Hipotermia
- Coagulopatia
- Acidose
Resultados da Necrose tubular aguda (NTA)
- Redução do débito renal
- Diminuição da eliminação de produtos tóxicos e eletrólitos
Duas principais causas da síndrome da angústia respiratória aguda (SARA)
- Dano às células alveolares do pulmão
- Redução de energia para manutenção do metabolismo dessas células
Recomendações de manejo do paciente com trauma para evitar SARA
- Reanimação com restrição de cristalóides
- Hipotensão permissiva
- Reanimação com controle de danos
Definição de coagulopatia
Comprometimento nas capacidades normais de coagulação do sangue
Principal fator que interfere na coagulação do sangue
Temperatura corporal
A hipotermia contribui para a coagulopatia
Sinais clínicos para a insulficiência hepática
- Hipoglicemia persistente
- Acidose láctica persistente
- Icterícia
Situações em que a conversão do torniquete de volta a um curativo não pode ser realizada no transporte prolongado
- Choque classe III ou IV
- Amputação completa
- Incapacidade de observar o paciente quanto a recorrência do sangramento
- Torniquete no local por mais de 6 horas