Bronquiolite viral aguda Flashcards
Definição
Primeiro episódio de sibilância em lactente < 2 anos, associado a sinais e sintomas de infecção viral
Fatores de risco
. Sexo masculino . Ausência de aleitamento materno . Aglomerações . Baixa idade . Tabagismo materno . Idade < 6 meses
Etiologia
Principal = VSR
- Distribuição mundial e epidemias sazonais; no hemisfério Sul, sazonalidade pp entre maio e setembro
- Infecção não confere imunidade duradoura, porém episódios subsequentes tendem a ser menos graves
- Principal medida de precaução = contato (lavagem das mãos!)
Outros vírus = rinovirus, adenovirus, parainfluenzae, metapneumovirus, influenza, coronavirus, outros
Bactérias não são causa de bronquiolite, mas podem complicar com pneumonia secundária
Quadro clínico
Contato com familiar com IVAS
Pródromo viral: espirros, obstrução nasal, rinorreia, febre baixa
Evolução com tosse, dispneia, taquipneia e SIBILOS
- Tempo expiratório prolongado, estertores
- Tiragem e cianose em quadros mais graves
- Apneia pp nos prematuros e lactentes < 2 meses
- Hiperinsuflação com rebaixamento do fígado e baço
Avaliação complementar
Dx é clínico!
Leuco pouco específico
GSA com hipoxemia e/ou hipercapnia
Rx tórax = hiperinsuflação, áreas de atelectasia, infiltrado intersticial, espessamento peribrônquico
- Não deve ser solicitada rotineiramente
Dx definitivo = identificação do VSR no aspirado nasofaríngeo (cultura, PCR, antígenos virais)
Tratamento
Internar se sinais pronunciados de desconforto respiratório (= PNM)
1) Suporte
- O2 se hipoxemia (SpO2 < 90-92%)
- Cabeceira elevada a 30º e pescoço em extensão
- Suporte nutricional: evitar VO se desconforto respiratório acentuado, preferindo SOG; se mais grave, dieta zero e hidratação parenteral
2) Broncodilatadores
- Algumas crianças podem se beneficiar; era recomendado um teste terapêutico com BD inalatório
- Atualmente, essa conduta não é mais recomendada
3) Nebulização com salina hipertônica
- Pode ser recomendada para crianças internadas (reduz o tempo de permanência hospitalar)
4) Corticoides
- Não prescrever rotineiramente
- Considerar se episódios de sibilância recorrentes, uso de corticoides em outras ocasiões, broncoespasmo moderado/grave ou história significativa de atopia
5) Antiviral (ribavirina)
- Não prescrever rotineiramente
- Considerar se cardiopatia congênita ou doença pulmonar crônica
- Sem benefício claramente comprovado
6) Fisioterapia respiratória
- Não realizar rotineiramente
7) Antibióticos
- Apenas se houver pneumonia bacteriana secundária
Prevenção
Anticorpo monoclonal = palivizumabe mensal durante período sazonal de maior prevalência
Indicações (MS):
. RN prematuro < 28 sem durante primeiro ano de vida
. Cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica importante durante primeiros dois anos de vida
. Doença pulmonar crônica da prematuridade que necessitou tto nos primeiros 6 meses anteriores, durante dois primeiros anos de vida
SBP: Também indica para RN prematuro 29 sem a 31 sem e 6 dias, pp durante os primeiros 6 meses de vida
Não há indicação para Sd Down ou fibrose cística!
Ddx asma
Classificação do lactente sibilantes (bebê chiador):
. Sibilante transitório precoce = ≥ 1 episódio de sibilância durante infecção viral respiratória < 3 anos, sem novos episódios após essa idade = provável não-asmático
. Sibilante persistente = ≥ 1 episódios de sibilância < 3 anos, ainda com episódios de sibilância aos 6 anos = provável asmático
. Sibilante de início tardio = sem episódios de sibilância < 3 anos, com sibilância ≥ 6 anos = provável asmático
Como diferenciar o transitório precoce do persistente e predizer o risco de asma? . Critérios maiores: - HFam asma pai ou mãe - Dermatite atópica . Critérios menores: - Rinite alérgica - Sibilância não associada a resfriado - Eosinofilia periférica ≥ 4%
Se um critério maior ou 2 critérios menores = alto risco para asma
Outras causas de sibilância
. Malformações congênitas . ICC . Aspiração de corpo estranho . DRGE . Fibrose cística
Bronquiolite obliterante
Doença pulmonar crônica com obliteração dos bronquíolos terminais, respiratórios e ductos alveolares
Complicação após insulto inflamatório inicial:
. Infecção (pp bronquiolite por adenovírus)
. Doença inflamatória
. Inalação tóxica
Tosse, produção de escarro, dispneia, febre e cianose após melhora inicial
- Evolução pode ser crônica e arrastada, ou rapidamente progressiva
Rx tórax= atelectasias, infiltrados difusos, hipertransparência
Espiromatria = doença obstrutiva
Dx definito = bx
Sem tto específico; alguns autores recomendam corticoide VO > 1 ano se doença sintomática e progressiva