Aula 06: Neoplasias Mieloproliferativas Flashcards
O que são as neoplasias mieloproliferativas?
São doenças tumorais, neoplásicas, da medula óssea, anteriormente designadas por Sindromes Mieloproliferativas, em que há um excesso de produção de um ou mais tipo de células sanguíneas, maduras, acumulando-se na medula e no sangue periférico.
O que as neoplasias mieloproliferativas possuem em comum com as neoplasias hematológicas?
O fato de serem neoplasias hematológicas, cujo clone neoplásico se origina da célula-tronco.
OBS.: Este clone, por efeito de mutações genéticas
específicas, é capaz de se diferenciar nas células hematológicas maduras (hemácias, leucócitos e
plaquetas), proliferando-se de maneira relativamente insidiosa, de tal sorte que, com o passar do tempo, um grande número de células maduras se acumula no sangue do paciente.
Quais são as outras características que são comuns as síndromes mieloproliferativas ?
Esplenomegalia, evolução indolente, medula hiperplásica na fase inicial, possível evolução para mielofibrose com metaplasia mielóide e possível progressão para leucemia mielóide aguda
secundária.
Qual a linhagem e a característica da Policitemia Vera?
Eritrocítica e HEM/Ht/Hb (LEUCOC. + PLAQ.)
Qual a linhagem e a característica da Trombocitemia Essencial?
Megacariocítica e PLAQ.
Qual a linhagem e a característica da Mielofibrose Primária?
Fibroblasto e FIBROSE.
Qual a linhagem e a característica da LMC?
Granulocítica e LEUCOC.
Qual a linhagem e a característica da L. Neutrofílica Crônica?
Granulocítica.
Qual a linhagem e a característica da Mastocitose Sistêmica?
Monocítica e MASTÓCITO.
Quais as neoplasias mieloproliferativas que possuem em comum uma alta incidência da mutação JAK-2?
Policitemia Vera; Trombocitose essencial; e Mielofibrose Idiopática.
O que é a enzima Janus-Kinase (JAK)?
é um segundo mensageiro na cascata de sinalização intracelular de vários receptores para fator
de crescimento, como os receptores de eritropoietina e trombopoietina. Na vigência dessa mutação, ocorre uma ativação constitutiva, ininterrupta, daquelas vias de sinalização intracelular, induzindo a célula progenitora a se proliferar, mesmo na
ausência do respectivo fator de crescimento.
O que é a Policitemia Rubra Vera?
Desordem mieloproliferativa neoplásica, de curso insidioso, que geralmente acomete indivíduos na
faixa etária entre 50 e 80 anos, com discreto predomínio no sexo masculino. É a síndrome
mieloproliferativa mais comum.
O que é a Policitemia Rubra Vera?
Desordem mieloproliferativa neoplásica, de curso insidioso, que geralmente acomete indivíduos na
faixa etária entre 50 e 80 anos, com discreto predomínio no sexo masculino. É a síndrome
mieloproliferativa mais comum.
Qual a patogênese da Policitemia Rubra Vera?
É uma desordem que inicia após o surgimento de uma mutação genética específica, conhecida como
“JAK-2”. O clone neoplásico derivado da célula-tronco dá origem a progenitores da linhagem eritróide, capazes de se diferenciar mesmo na ausência de eritropoietina. A não dependência da
eritropoietina permite uma proliferação excessiva e desregulada dos progenitores e precursores eritróides. A produção de hemácias aumenta, levando à eritrocitose progressiva. A PV também pode
cursar com a proliferação dos progenitores e precursores das outras linhagens de células
hematológicas na medula, cursando, frequentemente, com aumento na contagem de granulócitos e trombocitose.
Quais os principais sintomas da Policitemia Rubra Vera?
São aqueles provenientes do aumento da viscosidade sanguínea, a saber:
cefaleia, tontura, turvação visual, parestesias, sudorese, fraqueza, prurido.
Qual é a única neoplasia hematológica que se apresenta com pancitose (aumento de hemácias, leucócitos e plaquetas)?
A Policitemia Rubra Vera.
O que o exame físico da Policitemia Rubra Vera apresenta?
Pletora facial (predominando nas bochechas, lábios, orelhas e pescoço) e esplenomegalia (geralmente não de grande monta) em 70% dos casos.
Hepatomegalia está
presente em 40% dos casos.
Quais os achados laboratoriais da Policitemia Rubra Vera?
Pode mostrar leucocitose em 50% dos casos e
trombocitose em 30%. O aumento da fosfatase alcalina leucocitária e a presença da eritrocitose
sugerem o diagnóstico da policitemia vera. A hiperuricemia e a pseudo-hipercalemia são achados comuns.
Quais são os critérios diagnósticos de Policitemia Vera?
- Critérios maiores
A) Hb>18,5g/dL para homens ou 16,5g/dL para mulheres
B) Presença da mutação JAKv617F - Critérios menores
A) BMO hipercelular com panmielose
B) Epo sérica baixa
C) Formação de colônia eritroide
Quais as principais complicações da Policitemia Vera?
Os eventos trombóticos.
Qual o principal determinante do risco de trombose na Policitemia Vera?
A eritrocitose, quanto maior o Ht, maior o risco de trombose.
Qual o outro risco aumentado na Policitemia Vera, além da trombose?
Eventos hemorrágicos.
Quais são as duas complicações inerentes a todas as síndromes mieloproliferativas?
Mielofibrose com metaplasia mieloide e leucemia mielóide aguda.
Quais os tratamentos possíveis para a Policitemia Vera?
A fim de amenizar os sintomas e reduzir o risco de trombose, se faz:
1. Sangria terapêutica (flebotomia): retirada de sangue para o tratamento de doenças.
2. Hidroxiureia: é uma droga citostática, cujo mecanismo de ação é inibir a síntese de DNA das células progenitores hematopoiéticas, portanto, com efeito imunosupressor.
3. Alfa-interferon: medicação que suprime a proliferação de progenitores hematopoiéticos.
4. Ácido acetilsalicílico: é um antiagregante plaquetário utilizado na profilaxia dos eventos trombóticos citados acima.
O que é a Trombocitemia Essencial?
É uma síndrome mieloproliferativa incomum.
Qual a patogênese da Trombocitemia Essencial?
O clone neoplásico derivado da célula-tronco se diferencia preferencialmente em
megacariócitos. Assim, o aumento na produção de plaquetas é o grande marco da doença. A
trombocitose excessiva predispões não só aos eventos trombóticos, mas também à hemorragia (por
um defeito qualitativo das plaquetas).
Quais as causas de trombocitose?
A trombocitemia
essencial é uma causa rara de trombocitose.
As etiologias mais frequentes são:
1. Infecções,
injúrias teciduais (politrauma, IAM, cirurgia)
2. Anemia ferropriva
3. Sangramento agudo,
pós-esplenectomia
4. Em crianças, as anemias hemolíticas.
Do que os pacientes com Trombocitemia Essencial podem se queixar?
Cefaleia, alterações visuais, tonteira, parestesias,
acrocianose, úlceras cutâneas, eritromelalgia (súbito aparecimento de dor, calor, rubor e disestesia nas extremidades, principalmente MMII), aborto espontâneo no primeiro trimestre de gestação.
Como se dá a confirmação diagnóstica da Trombocitemia Essencial?
Em pacientes com trombocitose >500.000/mm³, após a
exclusão de trombocitose reativa e das outras síndromes mieloproliferativas.