Assistência ao parto anormal Flashcards

1
Q

O que é o parto anormal ou distócia de parto?

A
  • Progressão anormal do trabalho de parto.
  • Falência na dilatação cervical, na descida da cabeça fetal, ou ambas.
  • Corresponde à maior indicação para parto por cesariana. nos EUA.
  • Grande variabilidade no diagnóstico e abordagem.
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2
Q

Quais são os fatores que contribuem para o parto normal?

A

Os três P’s:
 Poder (contrações uterinas e força expulsiva materna);
 Passageiro (posição, tamanho e apresentação do feto);
 Passagem (pelve e tecidos moles);

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3
Q

Papel das contrações uterinas (Power) na progressão do parto

A
  • A atividade uterina pode ser monitorizada pela palpação, tocodinamometria externa ou usando um cateter de pressão intrauterina (CPIU).

Contrações normais?

  • Pressão mínima de 25 mmHg gerada por cada contração
  • Frequência de 3 contrações em 10 min – a diminuição do período de relaxamento pode impedir a oxigenação fetal.
  • ≥ 200 MVU
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4
Q

Qual a diferença entre o tocodinamómetro e o IUPC?

A
  1. Tocodinamometro – colocado na parede abdominal materna. Mede a frequência das contrações e relaxamento uterinos, assim como a duração de cada contração.
  2. CPIU – além de registar a frequência e duração das contrações, também mede a pressão gerada pelas contrações uterinas através de um cateter colocado na cavidade uterina. A sua utilização não altera o outcome em casos de trabalho de parto anormal. Contudo, pode ser usado em situações específicas, como obesidade materna, que podem afetar a avaliação clínica eficaz das contrações uterinas.
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5
Q

Quais os fatores fetais (passenger) que influenciam a progressão no canal de parto?

A
  1. A estimativa do peso fetal – elevado risco de distocia de ombros e incompatibilidade fetopélvica se > 4-4,5 Kg.
  2. A situação, apresentação, posição e atitude
  3. Anomalias fetais (ex: hidrocefalia)
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6
Q

De que forma a apresentação, situação, posição e atitude fetais influenciam a progressão no canal de parto?

A
  • Se a cabeça fetal está virada para um lado (assinclitismo) ou extendida, um maior diâmetro fetal é apresentado à pelve, aumentando a possibilidade de distocia.
  • Uma apresentação de sobrancelha (1 em cada 3000 partos) tipicamente converte para uma apresentação de vertex ou de face, mas se persistir pode causar distocia,
    requerendo cesariana.
  • Também a apresentação de face requere cesariana.
  • Uma posição occipitoposterior persistente também está associada a TPs mais demorados.
  • Nas apresentações compostas (quando um ou mais membros prolapsam sobre a parte de apresentação) as extremidades normalmente retraem e o TP prossegue. Quando não o fazem ou quando associado a prolapso do cordão umbilical, cesariana é necessária.
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7
Q

Quais são os fatores maternos (passage) que influenciam a progressão no TP?

A
  1. Anomalias esqueléticas ou dos tecidos moles – obstruem o canal de parto. Exemplos: tumores do cólon ou anexos, bexiga distendida, fibroide uterino, obesidade mórbida, epidural (aumenta o tónus do pavimento pélvico)
  2. Desproporção cefalo-pelvica – baixa capacidade de previsão por pelvimetria clínica, radiográfica e TC.
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8
Q

Quais os riscos que a distocia apresenta?

A

A distocia pode estar associada a complicações sérias para a mãe e para o feto.

  1. Infeções (corioamniotite) em consequência de um TP prolongado, especialmente se houver rotura de membranas.
  2. Infeção fetal e bacteriémia, incluindo pneumonia causada por aspiração de fluido amniótico infetado.
  3. Complicações da cesariana – danos no trato genital inferior e trauma fetal.
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9
Q

O que é a curva de Friedman?

A
  • Documentação gráfica da dilatação e extinção do colo do útero.
  • Permite uma mais fácil avaliação da progressão do TP e identificação de padrões anormais.
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10
Q

Como se classificam as anomalias do TP?

A
  • As anomalias do TP podem ser categorizadas em 2 tipos:
    ° Prostração – o TP progride lentamente.
    ° Paragem – cessação da progressão do TP.
  • A prostração pode ocorrer tanto na fase latente como na ativa, enquanto que a paragem só ocorre na ativa.
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11
Q

Como se define e como se aborda o prolongamento da fase latente (prostração) do TP?

A

> 20 horas nas nulíparas ou > 14 horas nas multíparas

  • Uma fase latente prolongada não prediz necessariamente anomalias na fase ativa do TP. Algumas doentes que inicialmente tinham o diagnóstico de fase latente prolongada são subsequentemente identificadas como tendo um falso trabalho de parto.
  • ABORDAGEM:
    Observação e analgesia -> Aguardar para ver se inicia a fase ativa.
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12
Q

Como se define o prolongamento e paragem da fase ativa (prostração e paragem) do TP?

A
  • PROLONGAMENTO DA FASE ATIVA DO TP:
    Dilatação < 1 cm/hora nas nulíparas e < 1,2 a 1,5 cm/hora nas multíparas.
  • PARAGEM DA FASE ATIVA DO TP:
    Ausência de dilatação cervical > 2 horas (sem analgesia LR) ou > 4 horas (com analgesia LR) nas nulíparas e ausência de dilatação cervical > 2 horas nas multíparas.
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13
Q

Quais as opções para a abordagem dos problemas da fase ativa do TP?

A
  • Opções para abordagem de fase ativa aumentada incluem observação, augmentation e suporte
    contínuo.

Augmentation – refere-se à estimulação da contração uterina quando contrações espontâneas falham na dilatação cervical progressiva ou na descida do feto, através de amniotomia e/ou oxitocina.

  1. Indicações:
    - < 3 contrações em 10 min ou
    - < 25 mmHg de intensidade da contração
  2. Contraindicações semelhantes às da indução do parto.
  • A amniotomia aumenta o risco de desacelerações da FC fetal e a incidência de corioamniotite, razão pela qual só deve ser efetuada em mulheres com TP prolongado.
  • A FCF deve ser sempre avaliada antes e depois da rotura das membranas.
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14
Q

Como se define e como se abordam as anomalias do segundo estado do TP?

A
  1. Prolongamento da progressão da 2ª fase do TP:
    a) > 3 horas se analgesia epidural
    b) > 2 horas na ausência de analgesia epidural
    c) Descida da apresentação fetal <1cm /hora na ausência de analgesia epidural
  2. Paragem da 2º fase do TP: ausência de descida fetal após uma hora de períodos expulsivos.
  • A duração do segundo estadio não é por si só uma
    indicação absoluta para cesariana. Desde que o funcionamento cardíaco fetal seja tranquilizador e não haja desproporção cefalopélvica, é seguro permitir a continuação do segundo estadio.

ABORDAGEM:
- Se as contrações uterinas forem inadequadas, a administração de oxitocina pode ser iniciada ou a sua dose aumentada, caso já tenha sido utilizada.
- Outras posições que não a de litotomia dorsal (ex:
agachada, joelhos-peito, etc) podem provocar alterações
subtis na apresentação fetal e facilitar o parto vaginal.
- A acomodação fetal também pode ser facilitada através da dissipação do efeito da analgesia epidural.
- Em alguns casos, técnicas manuais podem facilitar o parto (ex: se o feto está em posição occipitopsterior e não converte espontaneamente para uma posição favorável, a rotação pode ser feita para colocar o feto em posição anterior).

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15
Q

O que é o parto instrumentado e quais os seus riscos?

A
  • Aplicação de instrumento (fórceps ou ventosa) para ajudar a extração fetal.
  • Riscos potenciais maternos ou neonatais (apesar de considerado seguro).
  • Risco de hemorragia intracraniana fetal aumentado por cesariana após parto vaginal instrumentado falhado ou após associação de fórceps e ventosas.
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16
Q

Quais as indicações para parto instrumentado?

A

Não existem indicações absolutas mas deve ser considerado se dilatação cervical completa e apresentação encravada se:

  • Paragem ou prolongamento da segunda fase do TP
  • Suspeita de compromisso fetal imediato ou potencial
  • Abreviar segunda fase do TP para beneficio materno
17
Q

Como se classifica o parto instrumentado?

A
  • Outlet operative vaginal delivery
  • Low operative vaginal delivery
  • Midpelvis operative vaginal delivery
18
Q

O que é o outlet operative vaginal delivery?

A

Aplicação de fórceps ou ventosas quando:

  1. O escalpe é visível no introito vaginal sem necessidade de separação dos lábios.
  2. O crânio fetal atingiu o pavimento pélvico.
  3. A sutura sagital está no diâmetro anteroposterior ou occipito anterior ou posterior esquerda ou direita.
  4. A cabeça fetal está no períneo.
  5. A rotação não excede os 45 graus.
19
Q

O que é o low operative vaginal delivery?

A

Aplicação de fórceps ou ventosas quando o a cabeça fetal está no plano +2 ou abaixo, mas não atinge o pavimento pélvico.

° Rotação de 45 graus ou menos
° Rotação > 45 graus

20
Q

O que é o midpelvis operative vaginal delivery?

A

Aplicação de fórceps ou ventosas quando a cabeça está

encravada, mas ainda acima do plano +2.

21
Q

Quais as contraindicações para parto instrumentado?

A
  1. Antes das 34 semanas (não absoluta)
  2. Doença óssea desmineralizante do feto (ex: osteogénese imperfeita)
  3. Alterações hemorrágicas (ex: trombocitopenia aloimune, hemofilia, doença de Von Willebrand)
  4. Cabeça não encravada ou posição da cabeça fetal desconhecida
22
Q

Qual a utilidade dos fórceps no parto instrumentad?

A
  • Primariamente utilizados para aplicar tração à cabeça fetal e aumentar as forças expulsivas, quando os esforços voluntários maternos em conjunto com as contrações uterinas são insuficientes.
  • Por vezes, podem ser aplicados para rodar a cabeça fetal antes de aplicar tração.
23
Q

Quais as complicações maternas possíveis, decorrentes do uso de fórceps?

A

 Trauma perineal
 Hematoma
 Dano do pavimento pélvico

24
Q

Quais as complicações fetais possíveis, decorrentes do uso de fórceps?

A

 Dano cerebral ou espinhal
 Dano musculoesquelético
 Abrasão corneana
 Distocia de ombro (ombro anterior do feto preso contra a sínfise púbica) quando feto > 4000g.

25
Q

Qual a utilidade e riscos do uso de ventosas no contexto do parto instrumentado?

A

A extração por vácuo está associada a menor trauma materno, mas tem riscos significativos potenciais
no neonato.

- Risco neonatal: (5%)
 Hemorragia intracraniana
 Hematoma subgaleal
 Lacerações do escalpe com possível cefalohematoma
 Hiperbilirrubinemia
 Hemorragia retiniana 
  • Apenas fazer tração linear e seguindo a direção do canal de parto.
26
Q

Quais as situações associadas à apresentação pélvica?

A
Acontece em 2% dos partos de termo.
Situações associadas:
° Prematuridade
° Gravidez múltipla 
° Polidramnios
° Hidrocefalia
° Anencefalia
° Aneuploidia
° Anomalias e tumores uterinos
27
Q

Quais os tipos de apresentação pélvica e como podem ser distinguidas?

A

Existem 3 tipos de apresentações pélvicas, que podem ser distinguidas pela combinação: manobras de Leopold, exame pélvico, ultrassonografia e outras técnicas de imagem.

TIPOS DE APRESENTAÇÃO PÉLVICA:

  • Completo - pernas cruzadas
  • Incompleto de pés - pés em extensão
  • Franz - pés junto à cabeça
28
Q

Qual a utilidade, percauções e riscos da versão cefálica externa.

A
  • Versão cefálica externa consiste na aplicação de pressão no abdómen materno de forma a obter uma apresentação de vertex, antes do trabalho de parto. Tem sucesso em 50% dos casos.
  1. Preferível:
    - Depois das 36 semanas de gestação (a versão espontânea já teria ocorrido e há menor risco de reversão).
    - Em fetos com traçado cardíaco tranquilizador
    - Quando há fluído amniótico adequado
    - Antes de encravado
  2. Riscos:
    - Rotura prematura de membranas
    - Descolamento da placenta
    - Danos ao cordão umbilical
    - Rotura uterina
  • É mais eficaz em mulheres multíparas.
  • Pode associar-se agente tocolítico, especialmente nas nulíparas.
  • Recomenda-se administração de imunoglobulina anti-D a mulheres Rh-.
  • O parto por cesariana é preferível para a maioria dos médicos porque têm menor experiência neste tipo de parto.
29
Q

O que é a distócia de ombros e quais as condições associadas?

A

Pode impedir a expulsão. Não pode ser prevista nem prevenida, já que não existem métodos para identificar os fetos que irão experienciar esta complicação.

Condições associadas:
° multiparidade
° gestação pós-termo
° história prévia de feto macrossómico
° história prévia de distocia de ombros
30
Q

Como se diagnostica e aborda a distocia de ombros?

A
  • O diagnóstico é subjetivo, especialmente nas formas menos graves.
  • O Sinal da tartaruga (cabeça fetal nascida retraída contra o períneo) pode ajudar no diagnóstico.
  • Existem 2 manobras que podem facilitar o parto (McRoberts e Pressão suprapúbica)
  • Manipulação fetal direta com manobras rotacionais ou saída do braço posterior primeiro podem ser
    usadas.

Em casos mais graves, manobras mais agressivas podem ser feitas:
° Manobra de Zavanelli – a cabeça fetal é fletida e reinserida na vagina para restabelecer o fluxo
sanguíneo do cordão umbilical e de seguida passar para cesariana
° Fratura intencional da clavícula fetal

  • Independentemente do procedimento utilizado, danos no plexo braquial estão associados em 4-40% dos casos. Contudo, a maioria resolve sem incapacidade permanente (< 10% têm dano do plexo braquial persistente).
31
Q

O que é a vigilância fetal intraparto?

A
  • Corresponde à medição indireta de indicadores do estado fetal, nomeadamente FC fetal, gasimetria, pulso, volume de fluido amniótico e respostas do feto à estimulação durante o TP.
  • O objetivo da vigilância intraparto é reconhecer alterações da oxigenação fetal.
  • Asfixia do nascimento – situação que cursa com danos por acidemia, hipoxia e acidose metabólica.
32
Q

O que é a encefalopatia neonatal?

A
  • Síndrome definido clinicamente com disfunção neurológica nos primeiros dias de vida de um RN de termo e que inclui:
    ° Dificuldade em iniciar e manter a respiração
    ° Depressão do tónus muscular e reflexos
    ° Nível subnormal de consciência
    ° Convulsões (por vezes)
  • Não está associada em todos os casos a alterações neurológicas permanentes.
  • A Encefalopatia Hipóxico-isquémica (EHI) é um subtipo em que a causa é a limitação perinatal de oxigénio e fluxo sanguíneo.
  • Aproximadamente 70% dos casos de encefalopatia neonatal são causados por fatores presentes antes
    do início do TP.
  • Outras causas de encefalopatia que não EHI são: AVC e enfarte perinatais, anomalias genéticas e
    malformações cerebrais.
33
Q

O que é a paralisia cerebral?

A
  • É uma disfunção crónica do SNC, caracterizada por um controlo aberrante dos movimentos e postura, que aparece cedo na vida e não como resultado de uma doença neurológica progressiva.
  • Apenas um tipo de paralisia cerebral, a quadriplegia espástica, está associado a interrupção ante- ou intraparto do suprimento sanguíneo fetal.
34
Q

Monitorização da FC fetal intraparto

A

° Monitorização fetal eletrónica
- externa – Doppler
- interna – elétrodo em espiral
° Auscultação intermitente – depois de uma contração

  • As FC fetais através de monitorização eletrónica são descritas quanto à frequência basal, variabilidade, presença de acelerações, desacelerações periódicas ou episódicas e alterações destas características ao longo do tempo.
35
Q

Feto com padrão de FC anormal e risco de asfixia grave

A

Fetos com asfixia grave durante o período intraparto têm padrões de FC anormais. Contudo, a maioria
dos que têm padrões de FC anormais vão ser crianças saudáveis.

36
Q

Padrões de FC fetal

A
  • Normal: 110-160 bpm
  • Bradicardia entre 100 e 110 bpm pode ser tolerada por longos períodos de tempo se for acompanhada
    de uma variabilidade normal. Se for entre 80 e 100 é não tranquilizadora e se persistentemente abaixo
    dos 80 bpm é um sinal de alarme para risco de morte fetal.
  • A causa mais comum de taquicardia é a corioamniotite.
  • Outras causas são: febre materna, tireotoxicose, fármacos e arritmias fetais.
  • Taquicardias entre 160 e 200 bpm podem ser toleradas se acompanhadas de variabilidade normal.
37
Q

Variabilidade da FC fetal

A
  • Refere-se às flutuações da FC de 2 ciclos ou mais, visualmente quantificadas como a amplitude do pico
    ao vale.
  • Variabilidade moderada é um sinal tranquilizador que reflete adequabilidade da oxigenação fetal e a função cerebral normal. Na presença de uma variabilidade normal, mesmo existindo outros padrões na FCF, o feto não está a experienciar asfixia do tecido cerebral.
  • A variabilidade diminuída está associada a hipoxia fetal, acidemia, fármacos depressores do SNC (ex: analgesia materna), anomalias cardíacas e do SNC fetais, taquicardia fetal, contrações uterinas prolongadas (hipertonia uterina), prematuridade e sono fetal.
38
Q

Alterações Periódicas da FCF

A

A FCF pode variar com as contrações uterinas, acelerando ou desacelerando em padrões periódicos.

  1. Acelerações
    Aumentos visualmente aparentes na FCF (do início ao pico em menos de 30 seg) a partir da linha basal. Estão associadas a estados fetais tranquilizadores e ausência de hipoxia e acidemia.
    Alguns testes baseiam-se na resposta fetal com acelerações da FC para estudar o bem-estar do
    mesmo:
    - estimulação digital do escalpe
    - estimulação vibroacústica
  2. Desacelerações
    São diminuições visualmente aparentes da FCF a partir da linha de base. Podem ser graduais
    (início até ao nadir em 30 seg ou mais) ou abruptas (em menos de 30 seg).
39
Q

Mecónio

A

Passagem de mecónio in utero é sinal de stress fetal.
- A passagem é detetada durante o TP quando o fluido amniótico está manchado de verde ou preto. Ocorre em 10 a 20% dos nascimentos, e a maioria não desenvolve problemas.
- Síndrome da aspiração de mecónio é uma condição causada pela inalação pelo feto de fluido amniótico manchado com mecónio e ocorre em 6% dos nascimentos em que houve passagem de mecónio. Em casos graves, pode causar pneumonite, pneumotórax e hipertensão da artéria pulmonar.
- Quando existe mecónio espesso no parto, intervenções para prevenir ou diminuir esta síndrome
devem ser consideradas.
- Se o RN não tem choro vigoroso e mecónio espesso está presente, deve ser efetuada aspiração do material abaixo da glote, seguida de ventilação com pressão positiva e intubação.