Artrites Flashcards
ARTRITE REUMATOIDE
a) Conceito
b) Epidemiologia
c) Patogênese
d) Marcadores laboratoriais
a) Sinovite crônica deformante autoimune, com associações sistêmicas. Forma pannus articular - tecido granulomatoso com grande potencial erosivo.
b) Mulheres de meia idade, 35 aos 55 anos.
Marília Gabriela
c) Desconhecida, parece se associar com HLA DR4
d) Fator Reumatoide: IgM contra IgG self, positivo em 70 a 80% dos casos
Anti-CCP: o mais específico
Citocinas: TNF alfa - alvo para tratamento
ARTRITE REUMATOIDE Principais manifestações clínicas em a) Mãos b) Pés c) Punho d) Joelho
A doença é uma sinovite crônica
Artrite de caráter aditivo, simétrico, de pequenas articulações periféricas.
Rigidez matinal superior a 1h.
a) MÃOS: afeta mais metacarpofalangeanas e intefalangeanas proximais. Poupa as distais da artrite, mas não da deformidade
• Desvio ulnar dos dedos
• Deformidade em pescoço de cisne: extensão das IFP e flexão das IFD
• Deformidade em casa de botão: flexão das IFP e extensão das IFD
b) PÉS: semelhantes às das mãos
c) PUNHO: em dorso de camelo
• Tenossinovite e compressão do nervo mediano: síndrome do tunel do carpo
d) JOELHOS: risco de cisto de Baker em fossa poplítea. Quando rompe, parece muito TVP
A AR acomete esqueleto axial?
Em geral, não, mas tem suas exceções:
• SUBLUXAÇÃO ATLANTOAXIAL: C1 sobre C2, com compressão medular e sinais neurológicos em MMSS
• CRICOARITENOIDITE: disfagia, disfonia e dor no pescoço
Manifestações Extra-Articulares da AR
PEGUEI NOJO DE VASCA
PEricardite: derrame, tamponamento
NOdulos subcutâneos
SJOgren: principalmente manifestações oculares, ceratoconjuntivite sexa
DErrame pleural: exsudato, FR positivo, glicose zerada
VASculite
Síndrome de CAplan: associa pneumoconiose
Embasamento dos critérios diagnósticos de AR modificados em 2010
Estão mais sensíveis, para detectar casos mais precocemente.
CRITÉRIO ARTICULAR: quanto mais articulações, principalmente pequenas, mais pontos
ANTI-CCP E FR: positivos em altos títulos somam mais pontos
VHS E PCR: anormais somam ponto
DURAÇÃO DEVE SER MAIOR DE 6 SEMANAS
Escore maior ou igual a 6 pontos = AR
Síndrome de Felty?
Associada à AR: fortemente positiva para anti-CCP e FR, cursando com esplenomegalia, pancitopenia e infecção grave
Pilares do tratamento da AR
Para dor:
• AINEs
• Corticoide em doses baixas, até 10mg/dia
• Se doença leve, basta associar cloroquina
DARMDs:
Não biológicos: metotrexate é 1ª escolha (exceto em hepatopatas e gestantes); cloroquina/hidroxicloroquina; sulfassalazina; leflunomida
Biológicos: inibidores do TNF-alfa (infliximab, etanercept), do CD 20 (rituximabe). NÃO ASSOCIAR DOIS BIOLÓGICOS. FAZER PPD ANTES
Síndrome Reumatoide?
Artrite decorrente de infecções virais, pela presença do vírus ou por reação a distância.
Associada à: HCV, HIV, rubéola, parvovírus B19
Parece AR, mas não fecha critérios (geralmente, menos de 6 semanas).
Sintomáticos e sorologias virais.
FEBRE REUMÁTICA AGUDA
a) Conceito
b) Fisiopatologia
c) Quadro Clínico - Critérios Diagnósticos
a) Sequela não supurativa de infecção faríngea pelo Estreptococo Beta Hemolítico do Grupo A. APENAS FARÍNGEA
Latência de 2 a 4 semanas
Acomete mais crianças de 5 a 15 anos
b) Reação autoimune cruzada, não há presença do patógeno
c) CANECO - CRITÉRIOS MAIORES DE JONES
Artrite: 75% dos casos - poliartrite/artralgia migratória de grandes articulações. Mais precoce
Cardite: 50 - 60% dos casos - inicialmente, pancardite; predomina a endocardite, inflamação e insuficiência mitral, sopro de regurgitação. Se grave, pode evoluir para ICC. Depois, cicatriza e evolui para estenose mitral. Sopro novo ao exame ou nova lesão orovalvar ao eco
Coreia de Sydenham: 10 - 15% - movimentos incoordenados e com caretas, com labilidade emocional. Pode ser manifestação isolada 6 meses após, mesmo sem critério de infecção presente e FECHA DIAGNÓSTICO
Nódulos Subcutâneos: 5% - firmes e indolores
Eritrma Marginatum: 3% - serpiginosas, núcleo pálido central
FEIA: Febre > 38ºC (Brasil) Elevação de VHS e/ou PCR Intervalo PR aumentado Artralgia (pode ser só 1 no Brasil)
FR = 2 critérios maiores OU 1 maior + 2 menores
+
EVIDÊNCIA DE INFECÇÃO (ASLO, Anti-DNAse, anti-hialuronidase, cultura de orofaringe)
FEBRE REUMÁTICA AGUDA
a) Profilaxia Primária
b) Tratamento
c) Profilaxia Secundária
a) Corresponde ao tratamento da faringoamigdalite em até 9 dias do início dos sintomas
Penicilina Benzatina 1.200.000 (> 27mg)
Amoxicilina VO 500mg 8/8h por 10 dias
b) Instalada a FR aguda, tratar = profilaxia primária
• Se artrite/artralgia: resposta dramática ao AAS, 6-8g/dia
• Se cardite grave: prednisona 2mg/kg/dia
• Se coreia grave, que não melhora ao repouso: primeira escolha é o fenobarbital, mas também pode haldol e clorpromazina
c) Prevenir novos surtos: Benzetacil de 21/21d
• Se FR sem cardite: por 5 anos ou até os 21 anos (o que for mais longo)
• Se FR com cardite sem doença valvar residual OU com regurgitação mitral mínima: por 10 anos ou até os 25 anos (o que for mais longo)
• Se FR com cardite com doença valvar residual: até os 40 anos OU por toda vida
• Se FR com troca valvar: toda vida
AIJ (antiga Reumatoide Juvenil)
a) Definição
b) Formas Clínicas
a) Sinovite crônica em crianças e adolescentes < 16 anos e por mais de 6 semanas, deformante
b) FORMA OLIGOARTICULAR • A mais comum • 4 ou menos articulações • Mais em meninas, de 1 aos 6 anos • Mais em MMII • FR - • FAN + está ligado à uveíte anterior
FORMA POLIARTICULAR
• 5 ou mais articulações
• FR - na maior parte dos casos, meninas < 10 anos
• FR pode ser + em meninas > 10 anos, confere pior prognóstico articular
• FAN + está ligado à uveíte anterior
FORMA SISTÊMICA - DOENÇA DE STILL
• Artrite e comprometimento sistêmico
• Febre de 39º ou mais, por 2 semanas
• Exantema máculo papular evanescente salmão, não pruriginoso
• Artrite tardia
• Leucocitose e trombocitose
• Pode complicar com intensa hemofagocitose medular, a síndrome de ativação macrofágica: trombocitopenia, leucopenia, hepatomegalia, TP e TTPa alargados. Pulsoterapia !!
Conceituar as fases da artrite gonocócica
Mais comum em jovens sexualmente ativos, é composta por duas fases:
1- FASE POLIARTICULAR: composta por gonococcemia, ou síndrome artrite-dermatite. Há POLIARTRITE assimétrica de grandes articulações + febre alta + lesões pustulosas INDOLORES. Hemoculturas positivas, mas cultura de líquido sinovial negativa.
2- FASE MONOARTICULAR: o gonococo passa a se localizar em uma articulação, ele migra pra a sinóvia. Nessa fase, as hemoculturas são negativas e o líquido sinovial, positivo, com leucocócitos de 10.000 a 100.000, neutrofílico. Cultura sinovial positiva em 30%
Diferenciar os dois tipos de artrites sépticas
- ARTRITE SÉPTICA GONOCÓCICA
• Adultos jovens e sadios, sexualmente ativos
• Inicia como poliartralgia artrite-dermatite
• Hemoculturas negativas na maior parte dos casos monoarticulares
• Cultura sinovial positiva em 30%
• Tratamento: ceftriaxone - ARTRITE SÉPTICA NÃO GONOCÓCICA
• Na maior parte dos casos: S. aureus
• Mais comum em crianças, idosos e imunodeficientes
• Inicia como monoartrite purulenta
• Hemoculturas positivas em 50% dos casos
• Cultura sinovial positiva em 90% dos casos, cocos gram positivos
• Sem lesões cutâneas
• Tratamento: inclui ATB (oxacilina OU vancomicina) E DRENAGEM ARTICULAR
GOTA
Descrever as fases da doença
- HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA: período de níveis elevados do ácido úrico (> 7), ainda sem manifestações. Nem todos vão evoluir para artrite, mas cabe pensar em profilaxia se valores > 13 ou excreção urinária > 1.100
- ARTRITE GOTOSA AGUDA: níveis elevados o suficiente para acumular o ácido úrico em cristais nas articulações. Momentos de variação brusca precipitam: álcool, trauma… Monoartrite muito inflamatória de MMII, sobretudo 1º pododáctilo (podagra)
- PERÍODO INTERCRÍTICO: agudo se resolve, entra em fase assintomática, entremeada por novas crises, cada vez com mais articulações envolvidas (metatarsos, tornozelos, calcanhares, joelhos…)
- GOTA TOFOSA CRÔNICA: cristas depositados em cartilagens e articulações, mais típico no pavilhão auricular externo
Diagnóstico da artrite gotosa
NÃO É FEITO POR NÍVEIS DE ÁCIDO ÚRICO, e SIM:
Artrocentese da articulação.
Presença de cristais de urato dentro dos leucócitos, com birrefringência negativa na luz polarizada.