Apostila 5 - Nutrição perioperatória Flashcards

1
Q

Qual a classificação do IMC?

A

Gravemente abaixo do peso –> IMC < 17 Kg/m2
Abaixo do peso –> IMC entre 17 e 18,49 Kg/m2
Peso normal –> IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m2
Obesidade grau I –> IMC entre 25 e 29,9 Kg/m2
Obesidade grau II –> IMC entre 30 e 39,9 Kg/m2
Obesidade grau III –> IMC > 40 Kg/m2

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2
Q

Métodos para avaliação nutricional?

A

Historia clínica, avaliação subjetiva global (ASG), medidas antropométricas (IMC e PCI) e laboratoriais.

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3
Q

Qual recurso de imagem consegue estimar o nível nutricional?

A

Absortometria radiológica de dupla energia, mais conhecida como DEXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry).

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4
Q

Indicações de suporte nutricional:

A
  • História previa de desnutrição ou doença crônica;
  • Perda involuntária de > 10-15% do peso corporal normal em 6 meses OU > 5% em 1 mês (algumas fontes colocam três meses);
  • Peso < 20% do PCI, IMC < 18,5 kg/m2 ou ASG = C;
  • Expectativa de perda sanguínea durante a cirurgia > 500ml;
  • Albumina sérica < 3,0 g/dl ou transferrina < 200 mg/dl na ausência de estado inflamatório, disfunção hepática ou renal;
  • Para pacientes que antecipadamente sabemos que não conseguirão suprir as necessidades calóricas basais no período de 7-10 dias do perioperatório; e
  • Doenças de elevado catabolismo (queimadura ou trauma significativo, sepse e pancreatite grave).
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5
Q

Qual o tempo mínimo de suporte nutricional?

A

O tempo mínimo de suporte nutricional é de 7 DIAS! O tempo ideal de suporte nutricional é de:

  • Doenças BENIGNAS é de 3 semanas ou mais. Ex.: hérnia, colecistectomia.
  • Doenças MALIGNAS é de 10-14 dias. Ex.: neoplasias.
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6
Q

Quando se indica a nutrição pelas ostomias (gastro ou jejunostomia)?

A

A utilização de sondas deve ser preferida quando temos expectativa de < 4 semanas de suporte nutricional. Caso contrário (expectativa > 4 semanas), devemos preferir as ostomias (gastrostomia ou jejunostomia).

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7
Q

Vantagens da nutrição via enteral:

A
  • Previne a atrofia da mucosa intestinal;
  • Menor risco de translocação bacteriana;
  • Menor incidência de complicações como infecções;
  • Melhora na resposta imune;
  • Redução da resposta endócrina e metabólica ao trauma.
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8
Q

Contraindicações a nutrição via enteral:

A
  • Vômitos e/ou diarreia intratáveis e refratários ao controle medicamentoso;
  • Íleo paralítico;
  • Fistulas de alto debito;
  • Obstrução intestinal e isquemia intestinal;
  • Peritonite difusa;
  • Choque grave ou instabilidade hemodinâmica;
  • Hemorragia digestiva grave;
  • Síndrome do intestino curto (<100 cm de delgado residual);
  • Síndrome disabsortiva grave (falência da terapia enteral);
  • Impossibilidade de acesso; e
  • Necessidade de suporte < 7 dias.
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9
Q

Qual a contraindicação ao suporte nutricional? Porque?

A

A instabilidade hemodinâmica contraindica o início da dieta enteral pelo risco aumentado de isquemia e, consequentemente, perfuração intestinal. Basta lembrar que a chegada do alimento aumenta a demanda energética dos enterócitos.

Além disso, em situações de instabilidade hemodinâmica, particularmente durante o uso de aminas vasoativas, a NP está contraindicada. Isso ocorre pelo rico aumentado de complicações relacionadas ao cateter (infecções, oclusão e trombose), distúrbios hidroeletrolíticos, bacteremia e sepse, que trariam risco à vida do paciente.

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10
Q

Quais as principais complicações da dieta via enteral?

A

As principais complicações são diarreia, náuseas e vômitos, constipação e fecaloma, pneumonia aspirativa, hiponatremia, desidratação, hiperglicemia, hipocalemia/hipomagnesemia/hipofosfatemia e hiperfosfatemia.

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11
Q

É verdade que a posição pós pilórica da sonda diminui a incidência de broncoaspiração?

A
  • Sabiston  afirma que não existe diferença, pois a própria presença da sonda passando pelo esfíncter esofágico inferior provoca disfunção do mesmo o deixando aberto e aumentando a incidência de refluxo.
  • Schwartz  afirma que existe uma redução de 25% na incidência de broncoaspiração quando a sonda é posicionada pós pilórica.
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12
Q

Contraindicações a realização de gastrostomia:

A
Contraindicações Absolutas:
•	Impossibilidade de acesso endoscópico;
•	Coagulopatia grave;
•	Obstrução gástrica distal;
•	Sobrevida < 4 semanas;
•	Impossibilidade de aproximação do estômago e parede abdominal;

Contraindicações relativas:
• Impossibilidade de transiluminação através da parede abdominal;
• Varizes gástricas;
• Câncer gástrico difuso.

A GEP pode ser realizada nos seguintes casos: ascite previamente drenada, gastrite na parede anterior (resolvida com tratamento), presença de derivação ventriculoperitoneal, presença de diálise peritoneal e cirurgia abdominal prévia.

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13
Q

Indicações de nutrição via parenteral:

A

Só lembrar que são as contraindicações a nutrição enteral):
• Vômitos e/ou diarreia intratáveis e refratários ao controle medicamentoso;
• Íleo paralitico;
• Fistulas de alto debito;
• Obstrução e isquemia intestinal;
• Peritonite difusa;
• Hemorragia digestiva grave;
• Síndrome do intestino curto (<100 cm de delgado residual);
• Síndrome disabsortiva grave (falência da terapia enteral);
• Impossibilidade de acesso enteral; e
• Para pacientes que antecipadamente sabemos que não conseguirão suprir as necessidades calóricas basais no período de 7-10 dias do perioperatório; e
• Casos em que a nutrição enteral não fornece o aporte nutricional necessário, sendo utilizadas em concomitância, como em casos de síndrome do intestino curto.

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14
Q

A nutrição parenteral pode ser administrada em acesso venoso periférico?

A

A infusão em veia periférica pode ser utilizada por um curto período de tempo (até duas semanas) e com baixa osmolaridade (< 800-850 mOsm/L).

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15
Q

Quais exames devem ser solicitados em pacientes sob suporte nutricional?

A
Suporte ENTERAL:
•	Hemograma: 1 x/semana;
•	Eletrólitos (Na, K, Cl, P, Mg e Ca): 1 x/semana;
•	Glicemia: 3 a 4 x/dia;
•	Ureia e Creatinina: 1 x/semana;
•	Débito urinário: 4/4 horas;
•	Peso corporal: 1 x/semana.
Suporte PARENTERAL:
•	Todos os exames do suporte enteral;
•	Triglicerídeos: 1 x/semana;
•	Colesterol: 1 x/semana;
•	Ferro sérico e Ferritina: 1 x/semana;
•	AST e ALT: 1 x/semana;
•	FA e GGT: 1 x/semana;
•	Bilirrubina total e frações: 1 x/semana;
•	Proteínas totais e frações (incluindo albumina): 1 x/semana.
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16
Q
Síndrome de realimentação:
1- Quais os pacientes de risco?
2- Qual a fisiopatologia?
3- Qual a clínica?
4- Método de prevenção?
A

1- Anorexia nervosa; Marasmo e Kwashiorkor; alcoolismo; cirurgia bariátrica; jejum prolongado; greve de fome; caquexia cardíaca e do câncer.

2- Quando o paciente está em jejum/desnutrido, ele deixa de utilizar glicose e passa a utilizar outros nutrientes (gordura, proteína), quando então chega a glicose as células estão “famintas” e produzem muita insulina pra pegar a glicose, isso gera os distúrbios HIPO pois ao jogar a glicose pra dentro, os eletrólitos também vão junto.

3- Clinicamente, a síndrome de realimentação é anunciada pelo desenvolvimento de hipocalemia refratária, hipomagnesemia e, principalmente, HIPOFOSFATEMIA.

4- Não se deve ultrapassar o valor de 20 calorias/kg/dia

17
Q

Quais as necessidades diárias de proteínas?

Quanto deve corresponder a percentagem de proteínas no valor energético basal?

A

Normal: 0,8 g/kg/dia (56 g/dia);
Grave (paciente no CTI em jejum): 1,5 a 2 g/kg/dia (105 – 140 g/dia);
Gravíssimo (grande queimado e sepse): 3 g/kg/dia (210 g/dia)

  • Corresponde a 10-15% do valor energético basal (1 g proteína = 4 kcal).
18
Q

Qual a necessidade diária de lipídeos?

A

Lipídeos: 25 a 35% do valor energético basal (1 g gordura = 9 kcal).

19
Q

Qual a necessidade diária de carboidratos?

A

Carboidratos: 30 a 35 kcal/kg/dia ou 40 a 70% do valor energético basal (1 g glicose = 4 kcal). Para um paciente de 70 kg, um GET basal de 30 kcal/kg/dia corresponde a ingestão de 2100 kcal/dia.

20
Q

Quantas kcal produz 1 g de glicose?

A

1 g glicose = 4 kcal

21
Q

Qual a necessidade diária de água?

A
  • Balanço hídrico = (hidratação + dieta) – (perdas insensíveis + fezes + drenos + urina + febre).
  • Água: 25 a 35 ml/kg/dia.
  • As perdas insensíveis correspondem a cerca de 500-1000 ml/dia
22
Q

Quanto são as perdas insensíveis ao dia?

A

As perdas insensíveis correspondem a cerca de 500-1000 ml/dia.

23
Q
Imunonutrição:
1- Objetivo?
2- Quais são os nutrientes?
3- Deve-se usar por quanto tempo?
4- Indicações?
A

1- O objetivo é diminuir uma resposta inflamatória e o risco de uma infecção. Foi demonstrado benefício estatístico do uso de imunonutrientes, com redução das complicações infecciosas pós operatórias.

2- São incluídos: arginina, ácidos graxos poli-insaturados, ômega-3, glutamina e nucleotídeos (RNA).

3- Seu uso foi recomendado de 7 dias antes à 7 dias após a cirurgia.

4- • Desnutrição grave (nível de albumina sérica <2,8 g/dl);
• Grandes cirurgias de Cabeça e Pescoço (ex.: laringectomia, faringectomia);
• Grandes cirurgias do Aparelho Digestivo (ex.: esôfago, estomago, pâncreas, duodeno, arvore hepatobiliar);
• Politrauma com escore de gravidade > 18 ou índice de trauma abdominal > 20, que geralmente inclui grau 3 pancreatoduodenal ou grau 4 de colon, fígado ou estomago;
• Sepse leve (lembrando que suporte nutricional é temporariamente contraindicado para portadores de sepse grave e/ou instabilidade hemodinâmica);
• Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).

24
Q

Qual o escore utilizado para avaliar o risco de nauseas e vômitos no pós operatório?

A

Escala de Apfel, que escalona o risco em baixo (0-1 ponto), moderado (2 pontos) e elevado (3-4 pontos). A profilaxia está indicada com apenas um fármaco (monoterapia) para aqueles com risco moderado e em associação (2 ou 3 fármacos) para os de alto risco

Fatores da escala: sexo feminino; não fumante; antecendente de nauseas e vomitos; uso de opioides.

25
Q

Quanto aumenta a perda insensivel a cada grau centigrado de febre?

A

Para o cálculo do balanço hídrico, para cada grau centigrado de elevação na temperatura corporal na faixa febril, aumenta-se a perda de água em 200 ml.

26
Q

A albumina é considerada um bom indicador prognóstico para avaliação nutricional?

A

A albumina é considerada um indicador prognóstico melhor do que as medidas antropométrica de morbimortalidade.

27
Q

Qual a principal fonte energética para os enterócitos?

A

O aminoácido glutamina é considerado a principal fonte energética para células de regeneração rápida, como os enterócitos

28
Q

Qual o distúrbio metabólico mais comum em pacientes em nutrição parenteral?

A

Quando se utiliza a via parenteral para suporte nutricional, o distúrbio metabólico mais comum é a HIPER ou HIPO glicemia.

29
Q

Quais são os fatores de coagulação dependentes de vitamina K?
Qual o mecanismo de ação dos cumarínicos?

A

São as do complexo protrombínico: fatores II, VII, IX e X (além das proteínas C e S, que na verdade são anticoagulantes).

Esses fatores sofrem carboxilação dos resíduos de ácido glutâmico, um processo dependente de vitamina K e é imprescindível para a cascata de coagulação. Os cumarínicos inibem justamente essa reação de carboxilação, cujo resultado final é o bloqueio na formação das tenases (ativador do fator X) e da protrombinase (ativador da protrombina).

30
Q

Qual o mecanismo de ação da heparina?

A

A heparina não fracionada gera um complexo com a antitrombina III e acelera a inibição da trombina e em menor escala do fator Xa, reduzindo os fenômenos trombóticos pela reduzida formação de fibrina e menor ativação plaquetária.

31
Q

Como se calcula o gasto energético basal?

A

Métodos para cálculo do GEB: calorimetria indireta e equação de Harris-Benedict.
Na equação de Harris-Benedict as variáveis utilizadas são peso, altura e idade. Enquanto peso e altura aumentam a taxa metabólica basal, a idade reduz.

32
Q

O que diferencia as fórmulas nutricionais: poliméricas; oligoméricas; monoméricas ou elementares; especiais?

A

(1) Poliméricas: proteínas intactas
(2) Oligoméricas: proteínas hidrolisadas
(3) Monoméricas ou Elementares: aminoácidos livres
(4) Especiais: composições especiais para determinadas doenças

33
Q

Qual deve ser a dieta de pacientes renais?

A

Pacientes renais devem receber uma composição pobre em potássio, magnésio e fosforo; além disso, os aminoácidos administrados devem ser essenciais.

34
Q

Qual deve ser a dieta dos pacientes portadores de DPOC?

A

No DPOC, o percentual calórico total em forma de gordura deve aumentar para 50%, como uma forma de compensar a redução da oferta de carboidratos; o metabolismo dos carboidratos leva a um aumento na produção de CO2.

35
Q

Qual deve ser a dieta dos pacientes hepatopatas?

A

Em hepatopatas crônicos, a proteína deve ser ofertada principalmente sob forma de aminoácidos de cadeia ramificada, pois atuam no tecido muscular sem depender do metabolismo hepático e reduzem a incidência de encefalopatia.