Apostila 4 - Trauma de tórax, face e pescoço Flashcards

1
Q

Quais são as armadilhas da “fase B”?

A

As três armadilhas da fase B: pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto e hemotórax maciço. Essas condições podem levar o paciente à deterioração clinica e morte precoce caso não sejam identificadas e tratadas precocemente.

A nova edição do ATLS modificou as armadilhas do “B” retirando o tamponamento cardíaco e introduzindo o hemotórax maciço em seu lugar.

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2
Q

Indicações de toracotomia de urgência:

A
  1. Hemotórax maciço, com drenagem imediata de 1500ml ou mais de sangue pelo dreno tubular de toracostomia ou saída de 200ml/h nas primeiras duas a quatro horas iniciais (de acordo com a ultima edição do Sabiston, temos como indicação de toracotomia a drenagem de >300ml/h durante três horas. Outro ponto interessante nesta referência é que mesmo com uma drenagem inicial de 1500ml, se o paciente se mantiver estável, podemos observar. Seguindo esta linha de raciocínio, o próprio ATLS afirma que mesmo com uma drenagem <1500ml, se o paciente necessita de maneira persistente de transfusões, a toracotomia também está indicada);
  2. Lesões penetrantes na parede torácica anterior com tamponamento cardíaco;
  3. Feridas da caixa torácica de grandes dimensões;
  4. Lesões de vasos nobres no tórax na presença de instabilidade hemodinâmica;
  5. Lesões traqueobrônquicas extensas;
  6. Evidência de perfuração esofagiana.
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3
Q

Indicações de toracotomia de emergência (reanimação):

A

10ª edição do ATLS a toracotomia de emergência é indicada no trauma penetrante e contuso, na 20ªedição do Sabiston, ela é indicada somente no trauma penetrante do tórax. De acordo com esta referência os pacientes vítimas de trauma contuso não são candidatos à toracotomia de reanimação. De acordo com o Sabiston, temos que a toracotomia de reanimação deve ser realizada para aquele paciente vítima de trauma penetrante de tórax e que apresenta algum sinal de vida, seja alguma movimentação, reação pupilas, esforço respiratório espontâneo ou atividade elétrica cardíaca organizada no ECG.

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4
Q
Pneumotórax hipertensivo:
1- Principal causa:
2- Clínica:
3- Diagnóstico:
4- Tratamento:
A

1- Principal causa: segundo o ATLS, a ventilação com pressão positiva em paciente com lesões pleuropulmonares;
2- Clínica: hipotensão, redução do murmúrio vesicular, turgência jugular, percussão timpânica e desvio da traqueia; Cianose é achado tardio.
3- Diagnóstico: clínico. NÃO solicitar RX.
4- Tratamento:
o Imediato: toracocentese de alívio;
o Definitivo: toracostomia com drenagem em selo d’água;
• DICA: Caso o pneumotórax se mantenha mesmo após a drenagem, verificar a posição do dreno. Se dreno correto, pensar em lesão de via aérea calibrosa (brônquio fonte).

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5
Q

Na suspeita de lesão de bronquio fonte, qual deve ser a conduta?

A

Drenou o paciente e não melhorou, pensar em LESÃO DE GRANDE VIA AÉREA (BRÔNQUIO FONTE). Isso pode ser observado pela não reexpansão pulmonar, borbulhamento intenso e ininterrupto no selo d’água. O diagnóstico se dá por broncoscopia. O tratamento defitinitivo é feito por reparo direto por toracotomia, se eu não posso fazer isso existem soluções temporárias como a colocação de um segundo dreno torácico ou a intubação traqueal seletiva.

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6
Q

Pneumotórax aberto:
1- Causa:
2- Patogênese:
3- Tratamento:

A

1- Causa: grandes lesões penetrantes na parede torácica;
2- Patogênese: lesão superior a 2/3 do diâmetro da traqueia, que permite a entrada de ar para o espaço pleural;
3- Tratamento:
o Imediato: curativo em três pontas;
o Definitivo: toracostomia com drenagem torácica em selo d’água + oclusão da ferida.

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7
Q

Hemotórax:
1- Fisiopatologia:
2- Clínica:
2- Tratamento:

A

1- Hemotórax é definido como um sangramento na cavidade pleural, sendo geralmente causado por laceração do parênquima pulmonar, lesão de vasos intercostais ou comprometimento da artéria mamaria interna. Geralmente este sangramento é autolimitado e, por isso, na grande maioria dos casos (85% dos casos, de acordo com o Sabiston), o único tratamento necessário é a drenagem, que leva à reexpansão pulmonar, comprimindo o vaso lesado e parando o sangramento.
2- A clínica depende do volume de sangue armazenado no espaço pleural. De uma maneira geral, o paciente pode apresentar redução do murmúrio vesicular, macicez à percussão. Nos casos mais graves, a hipotensão pode estar presente.
3- Drenagem torácica em selo d’água.

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8
Q
Hemotórax maciço:
1- Definição:
2- Causa:
3- Diagnóstico:
4- Tratamento:
A

1- O hemotórax é considerado maciço toda a vez que encontramos um acúmulo rápido de mais de 1500ml ou de um terço ou mais do volume sanguíneo do paciente na cavidade torácica.
2- Tem como causa traumatismos penetrantes que dilaceram vasos sistêmicos ou hilares. Contudo, o hemotórax maciço pode também ser decorrente de traumatismo torácico fechado.
3- O diagnóstico é CLÍNICO de hemotórax maciço é feito pela associação de choque, murmúrio vesicular ausente e macicez à percussão do hemitórax envolvido. As jugulares estão colabadas devido à hipovolemia. Jugulares turgidas raramente são observadas, ocorrendo somente naqueles casos em que o paciente apresenta balanço mediastinal (extremamente raro na prática).
4- O manejo inicial do hemotórax envolve infusão imediata de cristaloides e sangue compatível. A toracostomia deve ser realizada com a colocação de dreno torácico no nível do 5ºespaço intercostal, entre a linha axilar média e a linha axilar anterior.
A drenagem imediata de >1500ml geralmente requer toracotomia, assim como a saída de >200ml/h nas primeiras duas a quatro horas. Pacientes com menos de 1500ml de sangue drenado, mas que continuam a sangrar, devem ser candidatos também à cirurgia. Outras indicações seriam instabilidade hemodinâmica e necessidade continua de hemotransfusões.
Na última edição do Sabiston, a toracotomia se encontra indicada na drenagem imediata de mais de 1500ml de sangue de forma imediata pelo dreno ou de 300ml/h em 3 horas consecutivas. Uma conduta conservadora pode ser tentada nos pacientes que drenam 1500ml de sangue de forma imediata, desde que o sangramento não continue e eles se encontrem hemodinamicamente estáveis. Essa conduta difere um pouco da preconizada pelo ATLS.

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9
Q

Pneumotórax simples; quais as indicações de drenagem:

A

Indicações de drenagem de tórax no caso do pneumotórax simples:
• Quando pequeno (<1/3 do volume do pulmão) pode ser acompanhado clinicamente, sendo indicada drenagem nas seguintes situações:
o Aumento do pneumotórax;
o Necessidade de anestesia geral ou ventilação mecânica;
o Antes de transporte aéreo;
• Quando grande, deve ser sempre drenado.

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10
Q

Se ocorrer fratura de esterno, ficar atento a qual tipo de lesão?

A

Contusão cardíaca.

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11
Q

Tórax instável:
1- Definição:
2- Clínica:
3- Tratamento:

A

1- Definição: fratura em dois ou mais arcos costais consecutivos, em pelo menos dois pontos em cada arco. ALTAMENTE associado à contusão pulmonar.
2- Clínica: dor torácica + respiração paradoxal.
3- Tratamento: analgesia + suporte ventilatório. O pilar do tratamento é a analgesia com opiáceos. A melhora da dor permite uma maior expansibilidade torácica, o que leva a alinhamento das fraturas (com maior rapidez da consolidação) e evita acúmulo de secreções pulmonares. A imobilização com fitas adesivas está formalmente contraindicada, sob o risco de agravamento ou precipitação de insuficiência respiratória.

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12
Q

Qual o principal problema do tórax instável?

A

A CONTUSÃO PULMONAR SUBJACENTE!!
A respiração paradoxal parece não levar a insuficiência respiratória na maioria dos casos. Um percentual grande de pacientes que deterioram do ponto de vista respiratório o fazem devido à presença da contusão pulmonar, ou seja, sangue no parênquima.

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13
Q

Contusão pulmonar:
1- Fisiopatologia:
2- Achados radiológicos:
3- Tratamento:

A

1- Na contusão pulmonar, o líquido e sangue do interior dos vasos rotos tomam os alvéolos, o interstício e os brônquios, produzindo hipoxemia e um quadro radiológico de consolidações localizadas em regiões do parênquima.
2- Achados radiológicos (radiografia simples de tórax) podem ser identificados nas fases iniciais, mas geralmente se desenvolvem ao longo de horas, muitas vezes torando-se evidentes somente após 24-48h do trauma.
3- A conduta inicial em vítimas que apresentam uma SatO2 >90% em ar ambiente envolve a administração de oxigênio e analgesia para as fraturas costais; os pacientes devem ser monitorizados com oximetria de pulso, eletrocardiografia contínua e dosagem dos gases arteriais. Os pacientes com hipoxemia significativa (PaO2 <60 mmHg e/ou SatO2 <90mmHg em ar ambiente) podem requerer intubação e ventilação mecânica dentro da primeira hora após o trauma. Não hiperhidratar o paciente o que pode piorar o caso, entretanto não é recomendado a restrição hídrica.

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14
Q

Como diferenciar a contusão pulmonar da atelectasia na radiologia?

A

Diferenciar a contusão pulmonar da atelectasia. Uma regra utilizada é a seguinte: a atelectasia não ultrapassa as fissuras pulmonares, enquanto a contusão pulmonar não é limitada por segmentos ventilatórios.

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15
Q
Tamponamento cardíaco:
1- Causa:
2- Qual a principal câmara acometida:
2- Clínica:
3- Tratamento:
A

1- Principal causa: trauma torácico penetrante com lesão cardíaca. Bastam apenas pequenos acúmulos de líquido, da ordem de 100 a 150 ml, para que as manifestações clínicas apareçam.
2- A câmara mais frequentemente envolvida é o ventrículo direito (VD), que tem localização anterior no tórax, estando assim mais “exposta”!
3- Clínica: quadro clássico: tríade de Beck – turgência jugular + hipotensão + hipofonese de bulhas. Outros achados: pulso paradoxal e sinal de Kussmaul.
4- Tratamento: TORACOTOMIA + reparo da lesão. Uma opção que vem sendo cada vez mais realizada é a confecção de uma janela pericárdica, o que permite a visualização direta das estruturas e a provável lesão.

Medida provisória: pericardiocentese de alívio (uma intervenção em caráter provisório inclui a pericardiocentese subxifoidiana com agulha de ponta romba), a remoção de quantidades em torno de 15-20ml já é o suficiente para uma melhora hemodinâmica e para produzir alívio dos sintomas.

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16
Q

Zona de Ziedler: limites e significado.

A

Zona de Zidler ou zona perigosa de Zidler fica entre a linha axilar anterior esquerda, linha paraesternal direita, segundo espaço intercostal esquerdo, e sexto espaço intercostal esquerdo. Ferimentos nessa região tem alta probabilidade de lesar o coração. Por isso, a região deve ser avaliada inicialmente com FAST

17
Q
Contusão miocárdica:
1- Quando suspeitar:
2- Qual a câmara mais acometida:
3- Clínica:
4- Como se confirma o diagnóstico:
5- Tratamento:
A

1- Devemos suspeitar desta lesão nos traumas torácicos intensos, em que muitas vezes identificamos fraturas do esterno ou de arcos costais superiores.
2- O ventrículo direito (VD) geralmente é a câmara mais acometida.
3- O miorcárdio contundido pode entrar em falência, gerando insuficiência cardíaca, principalmente de VD, e pode tornar-se eletricamente instável, ocasionando arritmias.
4- O diagnóstico definitivo, infelizmente, é anatomopatológico. A dosagem das troponinas para o diagnóstico da contusão miocárdica não é recomendada.
5- Monitorização eletrocardiográfica por 24h.

18
Q
Trauma aórtico:
1- Lesões mais comuns:
2- Clínica:
3- Diagnóstico:
4- Tratamento:
A

1- A aorta descendente no nível do ligamento arterioso e, portanto, distal à subclávia esquerda, é o local mais comumente afetado (54-65% dos casos). Menos frequentemente, o arco aórtico (10-14%) e a aorta descendente (13-18%), no nível do diafragma são comprometidos.
2- As lesões de aorta possuem uma pobreza de achados clínicos. Mediastino alargado >8cm (principal); perda do contorno aórtico (mais confiável); desvio da traqueia e/ou tubo orotraqueal para a direita; depressão do brônquio fonte esquerdo; desvio do esôfago e/ou do cateter nasogástrico para a direita; derrame pleural extrapleural apical; densidade retrocardíaca; fratura do primeiro e segundo arcos costais ou da escápula; obliteração do espaço entre artéria pulmonar e aorta; elevação e desvio para a direita do brônquio principal direito. Um dos sinais clínicos que pode estar presente é a diferença de pulso entre os MMSS e os MMII.
3- Se houver suspeita de lesão da aorta, a Tomografia Computadorizada Helicoidal de Tórax Contrastada (TCHTC) deve ser indicada. Na presença de hipotensão, a TC está contraindicada.
4- A conduta inicial em vítimas de trauma de aorta que chegam hemodinamicamente estáveis à sala de emergência é o controle da FC e da PA, o que diminui a probabilidade de ruptura definitiva do vaso. O uso de um betabloquador de ação rápida, como o esmolol, deve objetivar uma FC <80 bpm e uma PAM de 60-70mmHg. Mas a conduta definitiva é cirúrgica (endovascular). Lembrar que em paciente com trauma cranioencefálico grave e/ou com lesões em múltiplos sistemas, que se encontrem estáveis do hematoma no mediastino, o tratamento conservador da lesão aórtica (apenas controle farmacológico da pressão arterial) deve ser inicialmente empregado

19
Q

Trauma diafragmático:
1- Lado mais acometido:
2- Diagnóstico:
3- Tratamento:

A

1- A lesão do lado esquerdo é mais diagnosticada do que a lesão do lado direito. A justificativa para tal fato á a presença do fígado, que acaba dificultando a herniação pelo lado direito.
2- A TC não é um bom exame para identificarmos as lesões diafragmáticas e uma opção que vem cada vez mais ganhando espaço são os exames minimamente invasivos como a VIDEOLAPAROSCOPIA ou VIDEOTORACOSCOPIA. Lembre-se de que estes exames só podem ser feitos no paciente ESTÁVEL HEMODINAMICAMENTE.
3- O tratamento é feito através da redução de qualquer conteúdo herniado e o reparo direto da lesão, seja por videolaparoscopia ou através de uma laparotomia.

20
Q

Quais as zonas cervicais?

A

Zona 1 –> base do pescoço e desfiladeiro torácico (superiormente) e fúrcula esternal à cartilagem cricoide (inferiormente). Maior mortalidade devido ao acesso cirúrgico difícil e à probabilidade de lesões em grandes vasos.
Zona 2 –> cartilagem cricoide (inferiomente) ao ângulo da mandíbula (superiormente). Contém carótidas, artérias vertebrais, veias jugulares e estruturas do trato aerodigestivo; são lesões mais acessíveis à exploração cirúrgica.
Zona 3 –> segmento do pescoço entre o ângulo da mandíbula (inferiormente) e a base do crânio (superiormente). Contém estruturas como artéria carótida distal, glândulas salivares e faringe.

21
Q

Qual o marco anatômico das lesões cervicais penetrantes?

A

Um marco anatômico importante na avaliação da ferida penetrante na região cervical é o PLATISMA. Quando não há penetração do platisma, a lesão pode ser considerada superficial e não necessita de investigação adicional.

22
Q

Qual a conduta no trauma cervical?

A

1- Pacientes instáveis ou com sangramento ativo, ou hematoma em expansão, ou que apresentem lesão aerodigestiva óbvia = EXPLORAÇÃO CIRÚRGICA;
2- Paciente estável e sem outra indicação cirúrgica = avaliação complementar antes de uma possível intervenção cirúrgica: os principais exames incluem TC, angio-TC, USG doppler, arteriografia, laringoscopia, broncofibroscopia, EDA e esofagografia.

23
Q

Qual a conduta nas lesões de artéria carótida?

A
  • Lesões pequenas: reparo direto;
  • Lesões mais extensas: reconstrução com enxerto sintético ou veia autóloga;
  • Situação para controle de danos: ligadura. Embora o fluxo cerebral possa estar comprometido, esta é uma opção para casos extremos.
24
Q

Qual a conduta nas lesões esofágicas?

A
  • Nas lesões esofagianas abordadas nas primeiras 12h após o trauma, é feito reparo primário e drenagem da ferida. A esofagostomia é indicada apenas nos casos de perda significativa de substância, impossibilitando o reparo primário;
  • Nas lesões abordadas mais de 12h após o trauma, devemos considerar a presença de infecção no mediastino. Assim, indica-se esofagostomia (para desviar a secreção orofaríngea) e antibioticoterapia sistêmica. Além disso, este paciente deverá ter uma gastrostomia ou jejunostomia para alimentação.
25
Q

Qual a conduta dos pacientes com trauma cervical que se encontram estáveis e assintomáticos?

A

• As vítimas de trauma fechado podem ser acompanhadas com TC de pescoço e doppler de carótidas. O envolvimento do esôfago no trauma fechado é raro, então a principio, este órgão só será investigado na presença de sintomas.
• Já em relação às vitimas de trauma aberto:
- Quando a ferida não atinge o platisma, não há necessidade de investigação, a princípio;
- Quando a ferida atinge o platisma, há risco de lesão a estruturas internas. Ainda não existe consenso sobre a conduta a ser tomada. Tanto a conservadora quanto a abordagem cirúrgica imediata tem resultados semelhantes.
- Caso opte-se pela conduta conservadora, o paciente deve ser submetido a TC de pescoço para screening e, em caso de alterações, laringoscopia direta, broncoscopia e EDA ou esofagografia. Nos casos em que a ferida não atinge o platisma, a chance de dano a estruturas internas do pescoço é pequena, já que este músculo é superficial a todas elas.

26
Q

Qual uma possível complicação das lesões vasculares cervicais?

A

As lesões fechadas decorrentes de trauma ou compressão sobre estruturas vasculares podem levar, após um período de latência, à oclusão trombótica da carótida e déficit neurológico.

27
Q

Quais os tipos de fraturas de face (classificação de Le Fort)?

A
  • Le Fort ripo I: também conhecida como fratura de Guérin ou disjunção dentoalveolar. Nesta situação, a linha de fratura é transversa, separando o osso do suporte dentoalveolar e o palato (ambos pertencentes à maxila) em um único bloco;
  • Le Fort tipo II: a linha de fratura superior passa transversa através das articulações dos ossos maxilar e nasal com o osso frontal, isto é, ela “separa o osso maxilar e nasal do osso frontal”;
  • Le Fort tipo III: a linha de fratura tem um curso semelhante a do tipo II. Entretanto, no nível da parede medial da órbita, o traço se estende lateralmente e posteriormente, pelo assoalho da órbita, em direção à fissura orbitária inferior. Este tipo de fratura está associado a traumatismo extenso das estruturas da linha média da face.