Apicomplexa: Coccidia -> Eimeria Flashcards
Filo Apicomplexa - características
● Presença de um complexo apical:
○ Anéis polares – elementos de suporte,
função de locomoção
○ micronemas e roptrias - organelas
secretoras que medeiam a penetração do parasita na
célula do hospedeiro
○ conóides – estruturas fibrilares
● Apicoplasto
● Mitocôndria
● Não possuem cílios ou flagelos
● Parasitas de grande interesse médico e veterinário
Filo Apicomplexa - Classe Coccidia
● Ordem Eimeriida
○ Cryptosporidiidae - Cryptosporidium
○ Eimeriidae - Eimeria, Cystoisospora, Caryospora, Cyclospora
○ Sarcocystidae - Toxoplasma, Hammondia, Neospora, Cystoisospora,
Sarcocystis, Besnoitia, Frenkelia
● Ordem Eucoccidiida
○ Adeleina - Hepatozoon
○ Lankesterillidae - Lankesterella
● Classe Gregarinia
● Classe Aconoidasida
○ Haemosporida – Haemoproteus, Hepatocystis, Plasmodium
○ Piroplasmida
■ Babesiidae - Babesia
■ Theileriidae - Theileria
Coccidia - características
● Parasitas intracelulares obrigatórios
● Infectam vertebrados e invertebrados
● A maioria dos parasitas se multiplica nas células epiteliais do intestino - causam
doenças entéricas. Também podem infectar o fígado, rins, células sangüíneas e
outros tecidos
● Mais importantes protozoários em termos de relevância econômica
● Maioria dos membros é monoxênica e alguns são heteroxênicos facultativos
Apresenta três fases principais: esporogonia (esporulação), esquizogonia (merogonia) e
gametogonia
● Esporogonia
○ Processo de divisão por fissão múltipla a partir de um esporo (zigoto). A
divisão do núcleo e organelas ocorre repetidamente e somente no final ocorre
a citocinese.
○ Após a fusão dos gametas ocorre uma meiose seguida de mitose
○ O produto é um estágio distinto denominado esporozoíto
● Esquizogonia
○ Divisão por fissão múltipla. O produto é uma população de células
semelhantes denominadas merozoítos
○ Ex: Eimeria
● Gametogonia
○ Processo de produção de gametas sexuais
○ As células produtoras são chamadas gamontes: macrogametócito e
microgametócitos
○ Fusão dos macrogametas com microgametas resulta em um zigoto diplóide.
Todos os demais estágios dos Coccidia são haplóides.
Coccidiose
● Termo genérico que designa as infecções causadas por protozoários da classe
Coccidia
Coccidiose aviária
● Sete espécies de Eimeria infectam a galinha doméstica: Eimeria acervulina, Eimeria
tenella, Eimeria maxima, Eimeria necatrix, Eimeria praecox, Eimeria brunetti e
Eimeria mitis
● Infecção espécie-específica
● Sítios de lesões específicos
● Causa enormes prejuízos na produção avícola
○ Custos diretos: menor ganho de peso, aumento de mortalidade, aumento de
infecções secundárias, tratamento com quimioterápicos
○ Custos indiretos: uso de drogas e/ou vacinas na prevenção
Ciclo de vida
- O ciclo de vida se inicia pela ingestão de um oocisto esporulado por uma ave suscetível.
- A parede do oocisto é rompida na moela, liberando os esporocistos.
- A excistação dos esporozoítos ocorre no intestino delgado. Os esporozoítos aderem e
penetram as células do epitélio intestinal - Desenvolvimento de um esquizonte de primeira geração, um estágio assexual de
desenvolvimento (esquizogonia) - Seguindo a maturação do esquizonte, ocorre o rompimento das células intestinais e a
liberação de merozoítos. - Penetração dos merozoítos em células do epitélio intestinal, formação de um esquizonte
de segunda geração e liberação de merozoítos de segunda geração. - Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em macrogametócitos.
Este estágio sexual feminino é caracterizado pela presença de grânulos eosinofílicos
periféricos. - Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em microgametócitos. As
células intestinais são rompidas, liberando microgametas (estágio sexual masculino). - Fertilização dos macrogametas pelos microgametas biflagelados (gametogonia).
- Formação do oocisto, rompimento da célula intestinal e liberação do oocisto maduro nas
fezes. - O oocisto se torna infeccioso ao esporular no meio ambiente, sob condições de aeração,
umidade e temperatura adequadas. Esta fase assexual do desenvolvimento é denominada
esporogonia.
Ciclo de vida outras infos
● Ciclo direto (monoxênico) – não há hospedeiro intermediário
● Doença entérica – parasitas se reproduzem de forma assexuada e sexuada nas
células intestinais
● Reprodução
○ Assexuada
■ Esporogonia ou esporulação no meio ambiente
■ Esquizogonia ou merogonia no intestino
○ Sexuada
■ Gametogonia no intestino
Eimeria – oocisto
4 esporocistos com 2 esporozoítos no interior
Características:
● Resistência física e química – possui uma parede com
duas camadas principais e composição diferente.
● Garante resistência a diferentes agentes químicos.
● Somente pequenas moléculas atravessam a parede:
água, amônia, brometo de metila
● Não resiste ao calor e desidratação
Características para diferenciação de espécies de Eimeria
● Forma e tamanho dos oocistos
● Local e aspectos das lesões no intestino
● Período pré-patente
● Localização histopatológica do parasita
● Tempo mínimo de esporulação
● Imunidade protetora
Lesões intestinais
● E. acervulina: A mucosa apresenta lesões esbranquiçadas transversais, variando de
um aspecto puntiforme até a total coalescência em infecções mais severas. Este tipo
de lesão, é também denominado “estria em escada”, e pode também ser
freqüentemente visualizado na superfície da serosa
● E. maxima: Espécie moderadamente patogênica, provoca espessamento da mucosa
intestinal e acúmulo de conteúdo mucoso de cor castanho alaranjada.
● E. tenella: Espécie altamente patogênica, apresenta lesões hemorrágicas severas
localizadas principalmente nos cecos. Pode formar debris de mucosa associados a
coágulos sanguíneos, os “núcleos cecais” (cecal cores), e levar à necrose do tecido.
As lesões também podem ser visíveis na superfície serosa dos cecos.
● E. necatrix: Uma das espécies mais patogênicas, provoca lesões hemorrágicas
severas e dano tecidual profundo, com formação de debris de mucosa. A serosa
apresenta petéquias e lesões esbranquiçadas puntiformes ao longo de sua
superfície.
● E. mitis: Considerada uma espécie de baixa patogenicidade, de forma geral não
causa lesões intestinais evidentes. Em infecções maciças podem ser observadas
pequenas petéquias (manchas vermelhas devido a hemorragia) no reto, próximo à
junção íleo-cecal, e exudação mucóide.
Patogenia
Os parasitas causam as seguintes ações nos hospedeiros:
• Invasão e ruptura das células da mucosa intestinal nos vários estágios de esquizogonia e
na gametogonia
• Grau das lesões depende essencialmente dos seguintes fatores:
• Carga parasitária = quantidade de parasitas
• Estado imune do hospedeiro
• Profundidade das lesões no epitélio - são tão profundas que afetam vasos
sanguíneos (Ex. E. tenella e E. necatrix)
• Conseqüências das lesões:
• Perda da capacidade absortiva do intestino – menor ganho de peso
• Hemorragia (em algumas espécies)
• Portas de entrada para agentes secundários. Ex. Clostridium perfringens
Imunidade cruzada:
A coccidiose aviária é causada por 7 espécies diferentes. A taxa de morte é baixa, sendo só
um pouco mais alta no E. tenella, ou seja, a mortalidade é baixa, mas a morbidade - o
quanto a doença se espalha - é alta. A maior preocupação é o prejuízo econômico
Vacina multivalente = válida para várias espécies de patógenos
Cada espécie desenvolve resistência apenas à espécie a qual ela é suscetível
Teste de imunidade …
Diagnóstico: Tipos de exames
• Necrópsia dos animais – encontro de lesões típicas em regiões específicas do intestino
• Exame direto das fezes – detecção de oocistos
• Flutuação em sal – oocistos são pouco densos e acumulam-se na parte superior de uma
solução salina saturada
• Análise morfológica dos oocistos – tamanho e forma
• Infecções experimentais
• Período pré-patente
• Imunidade cruzada
Pré exposição
A criação de galinhas poedeiras tem menor probabilidade de contrair coccidiose, já que elas
ficam engaioladas sem contato umas com as outras e elas “pisam” em uma grade então as
fezes caem no chão
Algum tempo atrás, os criadores decidiram abolir a cama de frango e esterilizar o galpão
com vassoura de fogo para evitar o surgimento da coccidiose. Porém, como as aves
passam a não ter nenhuma pré-exposição ao parasita, elas não desenvolveram um sistema
de combate eficiente
Assim, decidiram fazer um controle com drogas preventivas, mas essas mataram totalmente
os parasitas e deu na mesma. Então, começaram a usar doses subótimas dos fármacos,
que têm a quantidade certa para deixar as aves pré-expostas sem ser muito prejudicial,
gerando imunidade.