Anestesiologia Flashcards
Quais eixos são da parte anestésica
Dor
Consciência
Movimento
Bloqueio da resposta autonômica
Estabilidade hemodinâmica
Pensando no bloqueio de dor, consciência e movimento, qual anestesia fazer?
Anestesia geral
Pensando no bloqueio somente da dor, qual anestesia fazer?
Bloqueio regional
Quando realizar a avaliação pré-anestésica?
Sempre, mesmo em casos de urgência
Quanto tempo antes da cirurgia é recomendado fazer a avaliação pré-anestésica?
O recomendado é 2 meses a 2 semanas antes do procedimento - e tem validade de em média 1 ano, desde que não tenha acontecido nenhuma alteração de saúde
Fazer muito tempo antes do procedimento pode levar a alteração do estado clínico do paciente por descompensação de doenças de base ou aparecimento de novas doenças
Questionamentos da anamnese na avaliação pré-anestésica
Revisão de sistemas
Hábitos de tabagismo
Alcoolismo
Sedentarismo
Alergias medicamentosas
Alergias alimentares
Menstruação
Anestesias prévias
Efeitos colaterais de anestésicos
Medicamentos em uso
Histórico familiar de efeitos colaterais com uso de anestésicos
Alergia a camarão ou peixes pode predispor alergias a:
Compostos iodados (evitar contraste)
Qual seria o momento ideal para uma cirurgia eletiva durante a gravidez?
Importante que seja no 2o trimestre, pois quando realizada no 1o pode induzir aborto espontâneo, e no 3o pode induzir parto precoce
Importância de saber histórico familiar de efeitos colaterais com uso de anestésicos
A hipertermia maligna causada pelo uso de anestésicos inalatórios tem relação genética
Quais classes de medicamentos devem ser suspensos para a cirurgia? Por quê?
- Anticoagulantes, antiagregantes plaquetários e antiinflamatórios - podem aumentar o risco de sangramento transoperatório
- IAM há 3 meses ou colocação de stent - dupla antiagregação não deve ser feita a suspensão - consultar cardiologista - Hipoglicemiantes orais - podem fazer hipoglicemia pré-operatória, já que os pacientes estarão em jejum
- Anti-hipertensivos da classe ARA-2 - interferem no mecanismo de ação dos anestésicos, prejudicando o manejo anestésico transoperatório
- Antidepressivos tricíclicos - aumentam os riscos de desfechos desfavoráveis
Quais classes de medicamentos devem ser mantidas para a cirurgia?
Anti-hipertensivos
Insulina (ajustar dose no dia anterior e no dia do procedimento)
Broncodilatadores
Cardiotônicos
Anti-convulsivantes
Glicocorticoides
Medicações psiquiátricas em geral
Exame físico da avaliação pré-anestésica
Peso
Estado nutricional (obeso, desnutrido)
Coloração de pele e mucosas
Revisão de sistemas relacionados às doenças de base
Avaliação de veias periféricas
Exame de coluna vertebral em pacientes que fazem bloqueio de neuroeixo
Análise de orofaringe
O que é a classificação de Mallampati? Como fazer?
Classificação que relaciona a abertura da boca com o tamanho da língua. Paciente sentado e com pescoço na posição neutra, solicita-se que abra a boca o máximo possível e execute o movimento de protrusão da língua
Estruturas visualizáveis na classificação de Mallampati I-IV
I: palato duro e mole, úvula, fauces, pilares
II: palato duro e mole, úvula, fauces
III: palato duro e mole, base da úvula
IV: palato duro
I e II - intubações fáceis
III - intubação difícil
IV - intubação muito difícil
Preditivos de dificuldade de acesso à via aérea
Classificação de Mallampati
Abertura bucal pequena
Mobilidade cervical prejudicada
Tamanho da mandíbula (menor, mais difícil)
Circunferência cervical
Distância esterno-mento < 12,5 cm
O que é a classificação de ASA?
Escore pré-operatório que avalia o risco de o paciente vir a falecer ou desenvolver alguma morbidade como consequência da anestesia e/ou da cirurgia
Adicionar “E” ao lado da classificação para indicar cirurgia de emergência (ex.: ASA IIE)
ASA I e II
ASA I: paciente saudável, não tabagista ou alcoolista, sem distúrbios orgânicos (ex.: herniorrafia)
ASA II: paciente com doença sistêmica leve (HAS controlada; DM controlada; anemia; obesidade; gestação; tabagismo; alcoolista; doença pulmonar leve) - maioria dos pacientes
ASA III e IV
ASA III: paciente com doença sistêmica grave, que impõem limitação funcional significativa, mas não são incapacitantes (DM com complicação vascular ou descompensada; HAS não controlada; IAM prévio; angina estável; insuficiência renal crônica em diálise; obesidade mórbida; hepatite crônica; DPOC)
ASA IV: paciente com doença sistêmica grave com incapacidade funcional (angina instável; sepse; doença renal crônica não dialisado regularmente; DPOC agudizado; ICC; evento cardiovascular há < 3 meses) - mortalidade cirúrgica acima de 7%
ASA V e VI
ASA V: paciente moribundo, ou seja, que não é esperado que sobreviva com ou sem a cirurgia proposta (politrauma, rotura de aneurisma aórtico, trombose mesentérica extensa, …)
ASA VI: morte cerebral - será operado para retirada de órgãos
Exames complementares na avaliação pré-anestésica
De forma geral, não é rotina solicitar exames aos pacientes - direcionar a solicitação de exames para cada tipo de patologia específica
ECG em cardiopatas
Espirometria em tabagistas ou DPOC
…
Critérios utilizados na avaliação do risco anestésico-cirúrgico:
Fatores ligados ao paciente (estado físico)
Fatores ligados à cirurgia (extensão, emergência)
Fatores ligados à anestesia (seleção inadequada aumenta o risco)
Jejum pré-anestésico
8 horas para alimentos sólidos
6 horas para dieta leve e fórmula infantil
4 horas para leite materno
2 horas para líquidos claros sem resíduos (água, chá)
Medicações pré-anestésicas
Reduzir ansiedade
Sedar
Induzir amnésia e analgesia
Redução do volume de conteúdo gástrico e aumento do pH (metoclopramida, omeprazol - reduzir chance de aspiração)
Diminuir a necessidade de outros anestésicos
Indução mais suave da anestesia
Profilaxia de reações alérgicas
Como escolher a técnica anestésica (geral, regional, local)?
Tudo depende do tipo de cirurgia e do tipo de paciente - não existe superioridade de uma técnica sobre a outra
Em casos emergenciais ou em doentes críticos optamos pela anestesia geral (VA segura e monitorização invasiva)
Fases da anestesia
- Preparo pré-anestésico
- Indução anestésica
- Manutenção
- Despertar
- Recuperação anestésica
Consciência transoperatória na anestesia geral
Muito raro. Pode ocorrer de forma mais comum em politraumatizados, cirurgia cardíaca, pacientes em uso de antidepressivos, cesárea
Itens obrigatórios na fase de indução anestésica
Fonte de oxigênio e material para ventilação
Aspirador
Monitorização obrigatória
Materiais para reanimação cardiorrespiratória
Objetivo da pré-oxigenação durante a indução anestésica
Evitar hipoxemia em caso de várias tentativas de IOT - deve ser feita por 3-5 minutos com ventilação espontânea
Fármacos que são utilizados para indução anestésica
Paciente dorme e entra em apneia
Hipnóticos
Opioides
O que deve ser feito durante o tempo necessário para o início da ação dos bloqueadores neuromusculares na indução anestésica?
Ventilação sob máscara facial com pressão positiva durante o tempo necessário
Caso haja previsão de intubação difícil, utilizar succinilcolina, pois tem curto tempo de duração e em caso de insucesso o paciente volta a respirar espontaneamente
Complicações na indução anestésica
Regurgitação
Hipóxia por tosse
Obstrução ou espasmo das estruturas
Depressão respiratória
Hipotensão
O que deve ser feito na manutenção da anestesia?
Manutenção da anestesia inalatória, ou venosa total ou balanceada
Monitorização transoperatória - avaliar o nível de profundidade da anestesia continuamente
Na anestesia adequada não há resposta somática (movimentação, apneia reflexa) ou autonômicas (HAS, taquicardia, midríase, sudorese, lacrimejamento)
Evitar: dor, hipóxia, hipercarbia, hipo/hiperglicemia
O que é o plano de anestesia de Guedel? Quais são as fases?
Descreve quatro fases da anestesia geral, com base nas respostas clínicas e fisiológicas do paciente
Fase 1 - Hipnose (amnésia): começa com a indução e continua até a perda da consciência
Fase 2 - Excitação: ocorre no declínio e no retorno do paciente da anestesia - pode haver reflexos exacerbados. Vai da perda da consciência até o plano cirúrgico. Não manipular o paciente ou realizar procedimento neste período
Fase 3 - Plano cirúrgico: olhos centralizados, pupilas mióticas, respiração regular
Fase 4 - Sobredose ou supressão: quando o paciente está com uma exacerbação da dose - apneia, pupilas dilatadas e não reativas, hipotensão e parada cardíaca
Como deve ser o despertar do paciente após a cirurgia?
Ideal é que acorde o mais rápido possível após o procedimento e com menor risco de obstrução respiratória e aspiração
Descontinuar drogas anestésicas e reverter conforme o necessário
Como reverter o efeito de:
1. Bloqueadores neuromusculares
2. Rocurônio
3. Opioides
4. Benzodiazepínicos
- Neostigmina e atropina
- Bridion
- Naloxona
- Flumazenil
Em que momento deve ser realizada a extubação?
Geralmente realizada em pacientes responsivos a comandos verbais e que mantêm ventilação espontânea adequada, assim como o retorno dos reflexos espontâneos como tosse e deglutição
Em relação à anestesia regional
- Eixo que afeta
- Possíveis complicações
- O prioritário é que ocorra a analgesia - não é regra que tenha inconsciência e imobilidade
- Anestésicos locais provocam vasodilatação e tendem a gerar hipotensão
Cuidados no pós operatório
1a hora após despertar é a hora mais crítica para complicações
Responsabilidade de tudo o que ocorre na sala de recuperação é do anestesiologista
Se o paciente precisa ficar entubado após a cirurgia, ele deve ficar na CTI e não na sala de recuperação