Anato P3 Flashcards
Descreva a anatomia endoscópica de todo o tubo digestório.
Na cavidade oral vemos a língua e suas papilas, os pilares amigdalianos, tonsilas palatina e lingual, úvula e orofaringe. No esôfago vemos pregas longitudinais e suas 3 constrições (faringoesofágica, aortobrônquica e diafragmática), e a transição para o estômago com a linha Z de Zenker. No estômago vemos pregas cerebriformes que se tornam mais regulares quanto mais próximas da curvatura menor, com mucosa lisa na região do antro pilórico e do piloro. No duodeno vemos a ampola duodenal com paredes lisas e depois vemos um pregueamento transversal, com duas projeções na parte descendente (papilas duodenais). No jejuno vemos um pregueamento transversal mais definido e em maior número. Já no íleo, esse pregueamento vai se tornando menos exuberante. No ceco, após a papila íleocecal, vemos uma região dilatada de paredes lisas e elásticas. Os cólons apresentam pregueado transversal mais regular e espesso, com saculações típicas. No reto, após a transição retossigmóidea, nota-se a presença de 3 pregas transversais bem definidas e a ampola do reto, separada do canal anal, de parede lisa, pelas colunas anais.
Descreva a drenagem linfática do estômago.
Em linhas gerais, a drenagem linfática do trato gastrointestinal segue a irrigação arterial. Assim, o estômago será drenado por Lnn. gástricos esquerdo e direito e Lnn. gastromentais (ou gastroepiplóicos) esquerdo e direito (que segue para os Lnn. esplênicos). Estes linfonodos todos desaguarão seus vasos eferentes nos Lnn. do tronco celíaco, que seguirão para a cisterna do quilo e ducto torácico.
Localize os focos de ausculta do coração no tórax.
- Área mitral: na LHCE em nível do 5º EIC
- Área tricúspide: à esquerda do processo xifóide
- Área pulmonar: 2º EIC esquerdo, lateral ao esterno
- Área aórtica: 2º EIC direito, lateral ao esterno
Localize os focos de ausculta do pulmão nas paredes anterior e posterior do tórax.
Anterior: na parede anterior auscultamos os lobos superiores de ambos os pulmões e o lobo médio do pulmão direito. Os lobos inferiores, porém, só podem ser auscultados lateral e posteriormente. É importante também ter a noção de que, na parede posterior, estamos auscultando lobo superior até T4 e lobo inferior de T4-T10. Podemos também auscultar a traqueia na região da fúrcula esternal. E por último, lembrar do trígono da ausculta na parede posterior do tórax.
Estruturas lesadas por FAF com entrada pelo terço médio do esterno e saída pela região interescapular à nível do corpo vertebral de T8.
Pele, TCS, fáscia peitoral, esterno, fáscia endotorácica, vasos torácicos internos, timo e Lnn. paraesternais, pericárdio fibroso, lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso, coração, lâminas visceral e parietal do pericárdio seroso, pericárdio fibroso, plexo esofágico, esôfago, aorta descendente torácica, V. ázigo, ducto torácico, fáscia endotorácica, Lig. longitudinal anterior, corpo vertebral de T8, Lig. longitudinal posterior, corpo adiposo extradural, medula espinal, lâmina do arco vertebral, Proc. espinhoso, L. interespinal, L. supraespinal, M. trapézio, fáscia muscular, TCS e pele.
Dê as diferenças de cortes tomográficos das regiões alta, média e baixa do abdome.
Alto (nível de T10): costelas nas laterais, esterno anteriormente, coluna vertebral posteriormente (com medula e musculatura do dorso). Aorta descendente abdominal e VCI anteriores ao corpo vertebral. Lobos direito e esquerdo do fígado ocupando as porções lateral D e anterior. Estômago lateralmente à E. Posteriormente, vê-se o baço e os recessos costodiafragmáticos posteriores.
Médio (nível de L1-L2): costelas nas laterais e coluna vertebral posteriormente. Aorta descendente abdominal e VCI anteriormente ao corpo vertebral. Lobo direito do fígado e vesícula biliar lateralmente à direita. Cólon transverso, alças de intestino delgado e o pâncreas anteriormente. Rins e vasos renais posteriormente.
Baixo (nível de L5): musculatura abdominal anteriormente a alças intestinais. Coluna vertebral e ossos da pelve nas laterais e posteriormente. Aorta descendente abdominal e VCI anteriormente ao corpo vertebral. M. psoas maior nas margens laterais da coluna. Extremidade inferior do rim direito à direita.
Relações anatômicas das estruturas situadas no hipocôndrio direito.
Encontramos o fígado, principalmente seu lobo direito, com a vesícula biliar aderida a sua face visceral, a qual apoia a porção do fundo vesicular sobre a flexura hepática do cólon. A região do duodeno e pâncreas se situam posteriormente a essas estruturas, mas anteriormente ao pedículo hepático. Esse pedículo se situa anteriormente à VCI, a qual se situa medialmente ao rim e Gl. suprarrenal direitos.
Cite quais são os ramos das Aa. coronárias.
Esquerda:
- A. circunflexa: ramos A. marginal esquerda e A. ventricular esquerda posterior
- R. interventricular anterior: ramos laterais e septais (2/3 anteriores do septo interventricular)
Direita:
- A. marginal direita
- R. interventricular posterior: ramos septais (1/3 posterior do septo interventricular)
- R. do cone arterial
- R. do nó sinoatrial
- R. do nó atrioventricular
Quais são os locais de anastomose entre as Aa. coronárias esquerda e direita? (em geral não são suficientes para manter a viabilidade do tecido em caso de oclusão)
- Ramos interventriculares posterior e anterior no ápice do coração
- Ramos septais anteriores e posteriores no septo interventricular
- A. circunflexa e A. coronária direita na parede posterior do ventrículo esquerdo
- Aa. marginais esquerda e direita no ápice do coração,
- A. coronárias no sulco coronário
- O ramo conal da A. interventricular anterior se comunica com o ramo conal da A. coronária direita, formando o círculo anastomótico de Vieussens.
Por que um paciente com infarto de tronco de coronária direita pode apresentar arritmia no período pós-IAM?
Na maioria dos casos os ramos arteriais dos nós sinoatrial e atrioventricular provêm da A. coronária direita. Assim, em um caso de isquemia o paciente sofrerá de crises de arritmia pois os locais chave do complexo estimulante do coração estarão em hipóxia.
Explique, anatomicamente, o fato de uma moeda engolida seguir para a base do pulmão direito.
Um indivíduo em pé que aspire um corpo estranho tem maiores chances desse progredir pelo brônquio principal direito pois é mais amplo, curto e verticalizado quando comparado com o brônquio principal esquerdo.
Defina segmento broncopulmonar.
Unidade funcional dos pulmões separada por tecido conjuntivo (septo intersegmental), cirurgicamente ressecável, que é suprida independentemente por seu brônquio segmentar e seu ramo arterial pulmonar, e drenada por partes interssegmentares de Vv. pulmonares que se situam no tecido conjuntivo adjacente.
Cite quais são os segmentos pulmonares.
Pulmão E:
- Lobo superior:
- Segmento apicoposterior
- Segmento anterior
- Segmento lingular superior
- Segmento lingular inferior
- Lobo inferior:
- Segmento superior
- Segmento basilar anteromedial
- Segmento basilar posterior
- Segmento basilar lateral
Pulmão D:
- Lobo superior:
- Segmento apical
- Segmento posterior
- Segmento anterior
- Lobo médio:
- Segmento lateral
- Segmento medial
- Lobo inferior:
- Segmento superior
- Segmento basilar medial
- Segmento basilar lateral
- Segmento basilar anterior
- Segmento basilar posterior
Descreva a topografia do fundo da vesícula biliar, do duodeno-pâncreas, do apêndice cecal e do ceco.
O fundo da vesícula biliar se projeta lateralmente a partir da margem inferior do fígado, apoia-se sobre o colo transverso e flexura hepática do colo. É encontrado superficialmente onde a linha formada entre o ápice da linha axilar anterior e cicatriz umbilical cruza com o RCD.
O pâncreas localiza-se no assoalho do saco menor, na região epigástrica e do hipocôndrio esquerdo, formando o “leito” do estômago. Sua cabeça é retroperitoneal e se localiza alojada no segmento descendente do duodeno, que também é retroperitoneal. Superficialmente, situa-se no ponto médio entre o ponto cístico e a cicatriz umbilical.
O apêndice vermiforme é um tubo estreito que se evagina do ceco, possuindo um segmento de mesentério (mesoapêndice) que contém os vasos apendiculares, conectado ao mesentério do jejuno-íleo. É encontrado entre os terços intermédio e lateral da linha formada entre a cicatriz umbilical e a EIAS. O ceco se aloja na FID, sendo revestido por peritônio mas não possuindo mesentério.
Descreva o exame ginecológico sob o ponto de vista anatômico, anatomia externa e interna.
Inspeciona-se a pilificação do monte púbis, a comissura anterior dos lábios maiores, os lábios maiores, e a comissura posterior dos lábios maiores. Também são inspecionados a glande do clitóris, o seu prepúcio e frênulo, o ânus e a rafe do períneo. Ao afastar os lábios menores, visualiza-se o vestíbulo da vagina, o óstio externo da uretra e a vagina.
Ao fazer a palpação é verificada a perviedade da vagina, a rugosidade das paredes, o fórnice vaginal posteriormente, anteriormente e lateralmente, a perviedade do colo do útero e se é indolor à palpação.
No caso do exame especular, será possível visualizar o colo do útero e o óstio externo do canal cervical.
Descreva as relações anatômicas do ureter esquerdo e seus estreitamentos.
O ureter esquerdo emerge como continuação da pelve renal (estreitamento da junção ureteropiélica), posteriormente à V. e A. renais. Corre por sobre o M. psoas maior esquerdo, cruzando com os vasos gonadais, aderido ao peritônio parietal, porém no retroperitônio. Ele cruza sobre os vasos ilíacos, próximo à bifurcação em vasos ilíacos externos e internos (segundo estreitamento), entra na pelve e chega à bexiga urinária na sua parede posterior (estreitamento na junção ureterovesical).
Trauma anterior a L1/L2 com secção total da flexura duodeno-jejunal do intestino delgado. Foi suturado mas ocorreu necrose. Por que?
A região é uma das zonas críticas em termos de irrigação do trato gastrointestinal, uma vez que é uma área de transição de irrigação. É a primeira área isquêmica do intestino pois não possui grandes quantidades de anastomoses arteriais. Assim, uma vez lesada, devido ao déficit de suprimento sanguíneo, a cicatrização fica prejudicada.
Quais são as zonas críticas de irrigação do trato gastrointestinal?
- Flexura duodeno-jejunal do intestino delgado
- Íleo terminal
- Flexura esplênica do cólon
- Junção retossigmóidea
Descreva as diferenças anatômicas entre úlcera de parede anterior e posterior da primeira porção do duodeno.
A parede anterior da primeira porção do duodeno apresenta vascularização menos exuberante quando comparada com a parede posterior, a qual está intimamente relacionada à A. gastroduodenal, ducto colédoco, V. porta e VCI. Assim, úlceras de parede posterior perfuram com maior dificuldade, porém apresentam sangramento importante. Em contrapartida, úlceras de parede anterior perfuram mais facilmente, entretanto sangram menos.
Limites e conteúdo do Trígono Hepático-Cístico (de Buddet-Calot).
Limites:
- Lateral: ducto cístico
- Medial: ducto hepático comum
- Superior: margem inferior do fígado
Conteúdo:
- A. cística (R. direito da A. hepática própria)
- Ln. de Mascagni
Descreva a segmentação hepática.
Segmentação falsa que leva em conta os territórios vasculares que a V. porta apresenta no interior do órgão, além das ramificações da A. hepática e do ducto hepático. A numeração dos segmentos segue no sentido horário:
- V. porta divide o fígado em segmentos superior e inferior. - V. hepática média divide o fígado em lobos direito e esquerdo. - V. hepática direita divide o lobo direito em segmentos anterior (V e VIII) e posterior (VI e VII). - Lig. falciforme divide o lobo esquerdo em um segmento medial (IVa/IVb) e um lateral (II e III). - O segmento I (lobo caudado) é localizado posteriormente.
Explique anatomicamente o por que de uma paciente submetida à histerectomia total poder evoluir com anúria.
Em uma histerectomia total é necessário ligar as Aa. uterinas bilateralmente. Como os ureteres estão intimamente relacionados a tais artérias (“the water goes under the bridge”), ambos podem ter sido ligados juntos por engano, cursando com anúria.
Descreva o sistema de condução cardíaco.
A condução elétrica do coração se inicia no nó sinoatrial, localizado na transição entre a VCS e a parede do átrio direito. O nó SA funciona como um marcapasso natural do coração e emite, via condução miogênica, impulsos nervosos pela parede do átrio direito em direção ao nó atrioventricular. O nó AV está localizado na região do esqueleto fibroso do coração, próximo à parte membranácea do septo interventricular. Dele emergem fibras nervosas que se dividem em dois fascículos atrioventriculares que migram em direção ao ápice cárdico em cada ventrículo. O feixe esquerdo perfura o septo membranáceo e percorre pelo ventrículo esquerdo, enquanto o feixe direito corre pelo ventrículo direito. Uma vez no ápice, esses feixes se ramificam para inervar o miocárdio de cada ventrículo.
Descreva as diferenças entre predominância e preponderância do sistema de irrigação cardíaco.
- Predominância: se refere a qual A. coronária é responsável pela formação do R. interventricular posterior. (67% há dominância direita).
- Preponderância: se refere a qual A. coronária apresenta maior aporte sanguíneo num mesmo período de tempo (tronco da coronária esquerda é comumente o vaso preponderante).
Explique, anatomicamente, por que um paciente com tumor de mediastino pode apresentar sintomas da Sd. de Claude-Bernard-Horner.
O tumor pode comprimir gânglios simpáticos torácicos ligados a feixes responsáveis pela inervação simpática da face.