ACIDENTES OFIDICOS Flashcards
Quais as gêneros mais comuns de ofidismo?
- Bothrops (jararacas/urutus/cotiaras/jararacuçu)
- Crotalus (cascavel)
- Lachesis (surucucu)
- Micrurus (coral verdadeira)
- Philodryas *
Fosseta loreal o que é?
A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o olho e a narina
Quais os gêneros tem fosseta loreal ?
Bothrops, Crotalus e Lachesis
Micrurus NÃO tem
Cauda da Bothrops
Lisa
Cauda da Croalus
Guizo ou chocalho
Cauda da lachesis
eriçada
Quais as cores da coral verdadeira?
Pretos, Brancos e Vermelhos
- As falsas corais podem apresentar o mesmo padrão de coloração das corais verdadeiras, sendo distinguíveis pela ausência de dente inoculador.
- Na Amazônia, ocorrem corais verdadeiras desprovidas de anéis vermelhos
Acidente Botrópico
Ação do veneno
- proteolítica
- coagulante (fator X e protrombina)
- Ação hemorrágica
Acidente Botrópico
Quadro clinico local
São caracterizadas pela dor e edema endurado no local da picada, de intensidade variável e, em geral, de
instalação precoce e caráter progressivo. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são freqüentes.
Infartamento ganglionar e bolhas podem aparecer na evolução, acompanhados ou não de necrose.
Acidente Botrópico
Quadro clinico sistêmico
Além de sangramentos em ferimentos cutâneos preexistentes, podem ser observadas hemorragias à distância
como gengivorragias, epistaxes, hematêmese e hematúria. Em gestantes, há risco de hemorragia uterina.
Podem ocorrer náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e, mais raramente, choque.
Acidente Botrópico
Classificação
a) Leve: forma mais comum do envenenamento, caracterizada por dor e edema local pouco intenso ou ausente,
manifestações hemorrágicas discretas ou ausentes, com ou sem alteração do Tempo de Coagulação. Os acidentes causados por filhotes de Bothrops (< 40 cm de comprimento) podem apresentar como único elemento de diagnóstico alteração do tempo de coagulação.
b) Moderado: caracterizado por dor e edema evidente que ultrapassa o segmento anatômico picado, acompanhados ou não de alterações hemorrágicas locais ou sistêmicas como gengivorragia, epistaxe e hermatúria.
c) Grave: caracterizado por edema local endurado intenso e extenso, podendo atingir todo o membro picado, geralmente acompanhado de dor intensa e, eventualmente com presença de bolhas. Em decorrência do edema, podem aparecer sinais de isquemia local devido à compressão dos feixes vásculo-nervosos.
Manifestações sistêmicas como hipotensão arterial, choque, oligoanúria ou hemorragias intensas definem o caso
como grave, independentemente do quadro local.
Acidente Botrópico
Complicações locais
a) Síndrome Compartimental: é rara, caracteriza casos graves, sendo de difícil manejo. Decorre da compressão
do feixe vásculo-nervoso conseqüente ao grande edema que se desenvolve no membro atingido, produzindo isquemia de extremidades. As manifestações mais importantes são a dor intensa, parestesia, diminuição da temperatura do segmento distal, cianose e déficit motor.
b) Abscesso: sua ocorrência tem variado de 10 a 20%. A ação “proteolítica” do veneno botrópico favorece o aparecimento de infecções locais. Os germes patogênicos podem provir da boca do animal, da pele do acidentado
ou do uso de contaminantes sobre o ferimento. As bactérias isoladas desses abscessos são bacilos Gramnegativos, anaeróbios e, mais raramente, cocos Gram-positivos.
c) Necrose: é devida principalmente à ação “proteolítica” do veneno, associada à isquemia local decorrente de lesão vascular e de outros fatores como infecção, trombose arterial, síndrome de compartimento ou uso indevido de torniquetes. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos) podendo evoluir para gangrena.
Acidente Botrópico
Complicações sistêmica
a) Choque: é raro e aparece nos casos graves. Sua patogênese é multifatorial, podendo decorrer da liberação de substâncias vasoativas, do seqüestro de líquido na área do edema e de perdas por hemorragias.
b) Insuficiência Renal Aguda (IRA): também de patogênese multifatorial, pode decorrer da ação direta do veneno sobre os rins, isquemia renal secundária à deposição de microtrombos nos capilares, desidratação ou hipotensão arterial e choque.
Acidente Botrópico
Tratamento específico
Consiste na administração, o mais precocemente possível, do soro antibotrópico (SAB) por via intravenosa e, na falta deste, das associações antibotrópico-crotálica (SABC) ou antibotrópicolaquética (SABL).
Se o TC permanecer alterado 24 horas após a soroterapia, está indicada dose adicional de duas ampolas de antiveneno.
Acidente Botrópico
Tratamento específico - quantidade
Leve: 2-4
Moderada: 4-8
Grave: 12
Acidente Botrópico
Tratamento geral
a) Manter elevado e estendido o segmento picado;
b) Emprego de analgésicos para alívio da dor;
c) Hidratação: manter o paciente hidratado, com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto, e 1 a 2 ml/kg/hora na criança;
d) Antibioticoterapia: o uso de antibióticos deverá ser indicado quando houver evidência de infecção. As bactérias isoladas de material proveniente de lesões são principalmente Morganella morganii, Escherichia coli, Providentia sp e Streptococo do grupo D, geralmente sensíveis ao cloranfenicol. Dependendo da evolução clínica, poderá ser indicada a associação de clindamicina com aminoglicosídeo.
Acidente crotálico
Ação do veneno
a) neurotóxica (acetilcolina)
b) miotóxica
c) coagulante (trombina)
Acidente crotálico
Quadro clínico local
São pouco importantes, diferindo dos acidentes botrópico e laquético. Não há dor, ou esta pode ser de pequena intensidade. Há parestesia local ou regional, que pode persistir por tempo variável, podendo ser acompanhada de edema discreto ou eritema no ponto da picada.
Acidente crotálico
Quadro clínico sistêmico
a) Gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação e secura da boca podem aparecer precocemente e estar relacionadas a estímulos de origem diversas, nos quais devem atuar o medo e a tensão emocional desencadeados pelo acidente.
b) Neurológicas: decorrem da ação neurotóxica do veneno, surgem nas primeiras horas após a picada, e caracterizam o fácies miastênica (fácies neurotóxica de Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Como manifestações menos freqüentes, pode-se encontrar paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e olfato.
c) Musculares: a ação miotóxica provoca dores musculares generalizadas (mialgias) que podem aparecer precocemente. A fibra muscular esquelética lesada libera quantidades variáveis de mioglobina que é excretada pela urina (mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor avermelhada ou de tonalidade mais escura, até o marrom. A mioglobinúria constitui a manifestação clínica mais evidente da necrose da musculatura esquelética
(rabdomiólise).
d) Distúrbios da Coagulação: pode haver incoagulabilidade sangüínea ou aumento do Tempo de Coagulação
(TC), em aproximadamente 40% dos pacientes, observando-se raramente sangramentos restritos às gengivas
(gengivorragia)