Ação Flashcards
O que é a teoria imanentista (civilista) da ação?
A teoria imanentista considera o direito de ação como o próprio direito material em movimento, reagindo a uma agressão ou ameaça de agressão. Essa teoria foi abandonada.
Qual a principal característica da teoria concreta da ação e por que ela é considerada superada?
A teoria concreta da ação vê o direito de ação como um direito do indivíduo contra o Estado para obter uma sentença favorável e um direito contra o adversário.
É considerada superada porque defende que o direito de ação só existe se o direito material existir, o que não se sustenta em sentenças de improcedência ou declaratórias negativas.
Qual a principal proposta da teoria abstrata do direito de ação?
A teoria abstrata propõe que o direito de ação é independente do direito material, existindo mesmo sem um direito material correspondente.
O direito de ação é amplo, genérico e incondicionado, e a falta de condições da ação deve resultar em sentença de improcedência.
Quais são as implicações práticas da teoria abstrata do direito de ação?
A teoria abstrata implica que todas as sentenças que tratam da falta de condições para a ação são sentenças de mérito, sujeitas à coisa julgada material, promovendo a economia processual ao evitar a reiteração de demandas.
Como a teoria eclética diferencia o direito de ação do direito de petição?
A teoria eclética diferencia o direito de ação (condicionado ao preenchimento das condições de ação) do direito de petição (amplo, genérico e incondicional).
O que reconhece a teoria eclética sobre o direito de ação e o direito material?
A teoria eclética reconhece a autonomia entre o direito de ação e o direito material, mas não considera o direito de ação como incondicional e genérico.
O direito de ação existe quando há direito a um julgamento de mérito, que só ocorre se certos requisitos formais, conhecidos como “condições da ação”, forem preenchidos.
O que acontece segundo a teoria eclética se as condições da ação estiverem ausentes?
Se as condições da ação estiverem ausentes, resulta em uma sentença terminativa por carência de ação, que não gera coisa julgada material.
Como o Código de Processo Civil brasileiro adota a teoria eclética?
O Código de Processo Civil brasileiro adota a teoria eclética ao tratar a sentença por falta de condições da ação como meramente terminativa, sem produzir coisa julgada material, e exige a presença dessas condições no momento da sentença, considerando eventos supervenientes.
Qual a distinção feita pela teoria eclética entre o direito de petição e o direito de ação?
A teoria eclética distingue o direito de petição (amplo, genérico e incondicional) do direito de ação (condicionado ao preenchimento das condições de ação).
Qual é a ênfase da teoria eclética quanto à natureza da sentença?
A teoria eclética enfatiza a importância da natureza da sentença (de mérito ou terminativa) baseada em seu conteúdo, e não na menção expressa a uma dessas categorias na decisão judicial.
O que propõe a teoria da asserção em relação às condições da ação?
A teoria da asserção propõe que a análise das condições da ação deve ser baseada nas alegações apresentadas pelo autor na petição inicial, sem aprofundamento cognitivo pelo juiz.
O que ocorre segundo a teoria da asserção se for possível identificar a ausência de condições da ação com uma análise superficial?
Se for possível identificar a ausência de condições da ação com uma análise superficial, o processo deve ser extinto sem resolução do mérito por carência de ação.
Como a teoria da asserção lida com a profundidade da análise das condições da ação?
Se for necessário um exame mais aprofundado para determinar a presença ou ausência das condições da ação, estas passam a ser consideradas como questões de mérito, resultando em sentença de improcedência com formação de coisa julgada material.
Qual é a principal crítica à teoria da asserção?
A principal crítica é que a mudança da natureza das condições da ação com base na profundidade da análise cognitiva ou no momento do julgamento é inconsistente, além de a preocupação de que autores possam manipular suas alegações para atender às exigências das condições da ação e obter um julgamento de mérito.
Quais são as duas condições da ação?
As duas condições da ação são interesse de agir e legitimidade.
O que gerou debate na doutrina em relação à retirada do termo “condições da ação” do Código de Processo Civil?
A retirada do termo “condições da ação” do Código de Processo Civil gerou debate sobre a possível eliminação desse instituto processual, levantando a hipótese de que interesse de agir e legitimidade passariam a ser tratados como pressupostos processuais ou questões de mérito.
Segundo a interpretação de que as condições da ação passaram a ser pressupostos processuais ou questões de mérito, a qual teoria do direito de ação o novo CPC estaria se alinhando?
Segundo essa interpretação, o novo CPC estaria se alinhando à teoria abstrata do direito de ação.
O que indica a manutenção da teoria eclética no novo CPC, apesar da retirada do termo “condições da ação”?
A manutenção da teoria eclética no novo CPC é indicada pelo fato de que a ausência de legitimidade ou interesse de agir ainda leva à extinção do processo sem julgamento do mérito.
O que pode levar o juiz a julgar certos pedidos improcedentes, conforme o novo CPC?
A retirada da possibilidade jurídica do pedido das condições da ação pode levar o juiz a julgar certos pedidos improcedentes ao invés de extinguir o processo por carência de ação, especialmente em casos de pedidos juridicamente impossíveis.
Em quais situações a extinção do processo sem julgamento de mérito ainda seria a abordagem mais adequada?
A extinção do processo sem julgamento de mérito seria a abordagem mais adequada quando a impossibilidade jurídica não se origina do pedido, mas das partes ou da causa de pedir, com base na ausência de interesse de agir.
O que aconteceu com a possibilidade jurídica do pedido no atual CPC?
Deixou de ser condição de ação no atual CPC.
Apesar de não ser mais uma condição da ação, como a possibilidade jurídica do pedido continua relevante?
Sua análise pode resultar na extinção do processo por falta de interesse de agir, ausência de pressuposto processual ou improcedência da ação, dependendo do caso concreto.
Quais são os 3 cenários possíveis para avaliar a possibilidade jurídica do pedido?
Os 3 cenários são:
1. O pedido está expressamente previsto como apto a receber proteção jurisdicional;
2. Não há previsão legal para o pedido;
3. Existe uma vedação legal explícita ao pedido formulado.
Dê 2 exemplos de pedidos que constituem impossibilidade jurídica do pedido conforme a vedação legal explícita.
1) Usucapião de bem público (arts. 183, §3º e 191, parágrafo único da CF).
2) Pedido de um Estado para se separar do Brasil (art. 1º, caput, CF).
Quais são as divergências doutrinárias sobre o que constitui a impossibilidade jurídica do pedido?
As divergências incluem:
1. Algumas correntes focam no pedido mediato (matéria de mérito);
2. Outras focam no pedido imediato (pedido de tutela jurisdicional);
3. Há quem considere que a impossibilidade pode afetar tanto o pedido imediato quanto o mediato.
A corrente que considera a impossibilidade jurídica do pedido como focada no pedido mediato é vista como mais acertada, porque a tutela jurisdicional é sempre permitida em lei devido ao princípio da inafastabilidade da jurisdição.
Quais outros elementos da ação podem gerar impossibilidade jurídica em determinadas situações, além do pedido?
Outros elementos da ação que podem gerar impossibilidade jurídica incluem a causa de pedir e a parte.
A que está associada a ideia de interesse de agir?
A ideia de interesse de agir está associada à utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter com a movimentação da máquina jurisdicional.
Quais são os 2 aspectos sob os quais o interesse de agir é geralmente analisado?
Os 2 aspectos são:
- Necessidade da tutela jurisdicional, que é reconhecida quando o autor não consegue obter o bem desejado sem a intervenção judicial.
- Adequação entre o pedido e a proteção jurisdicional pretendida, que se refere à capacidade do pedido formulado pelo autor de resolver efetivamente o conflito de interesses apresentado.
O que o CPC manteve, apesar da ausência do termo “condições da ação”?
O CPC manteve o conceito de interesse de agir.
Como pode ser corrigida a ausência do interesse-adequação?
A ausência do interesse-adequação pode ser corrigida por meio de emenda à petição inicial, dada a natureza sanável dos vícios.
Em que situação o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a falta de interesse de agir?
Dica: Fazenda Pública.
O Superior Tribunal de Justiça reconheceu a falta de interesse de agir na execução de valores ínfimos pela Fazenda Pública.
O que é necessário analisar para determinar o interesse de agir?
Para determinar o interesse de agir, é necessário analisar se o autor, ao obter êxito na demanda, realmente terá a melhoria desejada, independentemente de estar correto ou não em suas alegações, pois tal análise pertence ao mérito da causa.
Quais são as divergências doutrinárias sobre a adequação entre o pedido e a proteção jurisdicional?
As divergências incluem:
1. Alguns defendem que a inadequação da pretensão não elimina o interesse de agir, pois a pretensão visa melhorar a situação do autor;
2. Outros consideram que a inadequação da tutela pretendida é uma questão de pressupostos processuais, não de condições da ação.