ABE2 - Inflamação crônica e reparo tecidual - Luciano Flashcards
Inflamação Crônica
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas ou meses) em que a inflamação, a
lesão tecidual e as tentativas de reparo coexistem em variadas combinações
Causas da Inflamação Crônica
.Infecções persistentes
.Doenças de hipersensibilidade
.Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, tanto exógenos quanto endógenos
Infecções persistentes
por microrganismos que são difíceis de eliminar, tais como micobactérias e certos vírus,fungos e parasitas. Esses organismos frequentemente estimulam uma reação imunológica chamada de hipersensibilidade do tipo tardia (Cap. 6). Algumas vezes, a resposta inflamatória tem um padrão específico chamado de reação granulomatosa (ver adiante). Em outros casos, uma inflamação aguda não resolvida pode
progredir para uma inflamação crônica, como ocorre na infecção bacteriana aguda pulmonar, que evolui para
um abscesso crônico.
Doenças de hipersensibilidade
A inflamação crônica desempenha papel relevante no grupo de doenças que
são causadas pela ativação excessiva ou inapropriada do sistema imunológico. Sob certas circunstâncias, as
reações imunológicas se desenvolvem contra os tecidos do próprio indivíduo, levando às doenças autoimunes
(Cap. 6). Nessas doenças, os autoantígenos estimulam uma reação imunológica autoperpetuante que resulta
em dano tecidual crônico e inflamação; exemplos de tais doenças são artrite reumatoide e esclerose múltipla.
Em outros casos, a inflamação crônica é o resultado de respostas imunológicas não reguladas contra
microrganismos, como na doença intestinal inflamatória. As respostas imunológicas contra substâncias
ambientais comuns são a causa das doenças alérgicas, tais como asma brônquica (Cap. 6). Devido ao fato de as
reações autoimunes e alérgicas serem inapropriadamente deflagradas contra os antígenos que normalmente
são inofensivos, estas não atendem a propósitos úteis e causam somente doença. Tais doenças podem mostrar
padrões morfológicos de inflamação aguda e crônica misturados porque são caracterizadas por episódios
repetidos de inflamação. A fibrose pode dominar os estádios tardios
Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, tanto exógenos quanto endógenos
Um
exemplo de agente exógeno é a partícula de sílica, um material inanimado não degradável que, quando
inalado por períodos prolongados, resulta em uma doença inflamatória pulmonar chamada silicose
Características da Inflamação Crônica
- Infiltração com células mononucleares, que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos
- Destruição tecidual, induzida pelo agente agressor persistente ou pelas células inflamatórias
- Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose
Função dos Macrófagos
As células dominantes na maioria das reações inflamatórias crônicas são os macrófagos, que
contribuem com a reação ao secretar citocinas e fatores de crescimento que agem em várias células,
destruindo invasores estranhos e tecidos, bem como ativando outras células, em especial os linfócitos
T.
Origem dos Macrófagos
Os macrófagos são células teciduais derivadas de células-tronco hematopoiéticas na medula óssea,
bem como de células progenitoras no saco vitelino embrionário e no fígado do feto durante o
desenvolvimento inicial
Nome dos macrófagos encontrados no fígado, baço e linfonodos, sistema nervoso central e pulmões.
são encontrados em locais específicos, em órgãos como fígado (onde são chamados de células de Kupffer), baço e linfonodos (chamados de histiócitos sinusais), sistema nervoso central (micróglias) e pulmões (macrófagos
alveolares)
Vias principais de ativação dos macrófagos
clássica e alternativa
Ativação clássica dos macrófagos
Os
macrófagos classicamente ativados (também chamados de M1) produzem NO e ERO, além de suprarregular
as enzimas lisossômicas, resultando no aumento da habilidade de eliminar organismos ingeridos e secretar
citocinas que estimulam a inflamação
Ativação alternativa dos macrófagos
Os macrófagos M2 atuam principalmente no reparo tecidual.Eles secretam fatores de crescimento que
promovem a angiogênese, ativam os fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno. Parece plausível que, em resposta à maioria dos estímulos lesivos, a primeira via de ativação seja a clássica, projetada para destruir os agentes agressores, seguindo-se, então, a ativação alternativa, que dá início ao reparo tecidual. No entanto, essa sequência tão precisa não é bem documentada na maioria das reações inflamatórias.
Tipos de células T CD4+
• As células TH1 produzem a citocina IFN-., que ativa os macrófagos através da via clássica.
• As células TH2 secretam a IL-4, a IL-5 e a IL-13, que recrutam e ativam os eosinófilos e são responsáveis pelavia alternativa da ativação dos macrófagos.
• As células TH17 secretam a IL-17 e outras citocinas, que induzem a secreção de quimiocinas responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos (e monócitos) para reação.
Tanto as células TH1 quanto as TH17 são envolvidas na defesa contra muitos tipos de bactérias e vírus, bem como nas doenças autoimunes. As células TH2 são importantes na defesa contra parasitas helmínticos e nas reações alérgicas
Órgãos linfoides terciários
Em algumas reações inflamatórias crônicas, os linfócitos acumulados, as células apresentadoras de antígenos e
os plasmócitos se agrupam para formar tecidos linfoides que lembram linfonodos. Eles são chamados de órgãos
linfoides terciários; esse tipo de organogênese linfoide é frequentemente visto na sinóvia de pacientes com artrite
reumatoide de longa duração e na tireoide no caso de tireoidite de Hashimoto
Outras células presentes na inflamação crônica
Eosinófilos, mastócitos, neutrófilos
Proteína Básica Principal dos Eosinófilos
uma proteína altamente catiônica que é tóxica para parasitas, mas também causa lise das células epiteliais dos mamíferos. Por isso os eosinófilos são benéficos ao controle das infecções parasitárias, mas também contribuem para o dano tecidual nas reações imunológicas, como, por exemplo, alergias
Células epitelioides
Os macrófagos ativos podem desenvolver um citoplasma abundante e começar a se parecer com
células epiteliais, sendo chamados de células epitelioides
Tipos de Granuloma
Granulomas de Corpo estranho e os Granulomas imunes
Granulomas de Corpo Estranho
são formados por corpos estranhos relativamente inertes, na ausência de respostas imunológicas mediadas por células T. Tipicamente, os granulomas de corpos estranhos se formam em torno de materiais como talco (associado ao abuso de droga intravenosa) (Cap. 9), suturas ou outras fibras quesejam grandes o suficiente para impedir a fagocitose por um único macrófago e não estimular nenhuma resposta inflamatória ou imunológica.
Granulomas Imunes
são causados por uma variedade de agentes capazes de induzir a resposta
imunológica mediada por célula T (Cap. 6). Em geral, esse tipo de resposta imunológica produz granulomas
quando é difícil eliminar o agente iniciador, como é o caso de um microrganismo persistente ou autoantígeno
Importância do padrão granulomatoso
importante devido ao número limitado de condições (algumas com risco à vida) que o causam (Tabela 3-8). Na
presença de respostas de células T persistentes a certos microrganismos (p. ex., M. tuberculosis, Treponema
pallidum, ou fungos), as citocinas derivadas de células T são responsáveis pela ativação crônica de macrófagos e
pela formação de granulomas
Doença que deve ser excluída quando os granulomas não identificados?
Tuberculose
Citocinas importantes da reação de fase aguda
As citocinas
TNF, IL-1 e IL-6 são mediadores importantes da reação de fase aguda; outras citocinas, com destaque
para os interferons do tipo I, também contribuem para a reação
Febre
caracterizada por elevação da temperatura corporal, em geral de 1°C a 4°C, é uma das manifestações
mais proeminentes da resposta de fase aguda, especialmente quando a inflamação está associada a uma infecção
Substância que induzem a febre
Pirógenos
Causa do aumento da temperatura corporal
O aumento da temperatura corporal é
causado pelas prostaglandinas que são produzidas nas células vasculares e perivasculares do hipotálamo
Mecanismo da febre
Os
produtos bacterianos, como as LPS (chamados de pirógenos exógenos), estimulam os leucócitos a liberar
citocinas como a IL-1 e o TNF (chamado de pirógeno endógeno), as quais aumentam as enzimas (ciclo
oxigenases) que convertem o AA em prostaglandinas. No hipotálamo, as prostaglandinas, especialmente a
PGE2, estimulam a produção de neurotransmissores que reprogramam o ponto de ajuste da temperatura para
um nível mais alto.
Proteínas de Fase Aguda
são proteínas do plasma, a maior parte sintetizada no fígado, cuja concentração
plasmática pode aumentar em centenas de vezes como parte da resposta aos estímulos inflamatórios
Quais as Proteínas da fase aguda mais conhecidas
a proteína C-reativa (CRP), o fibrinogênio e a proteína amiloide
sérica A (SAA)
produção prolongada dessas proteínas (especialmente a SAA) nos estados de inflamação crônica
Amiloidose secundária