Abdome Flashcards
Pontos de irrigação crítica do sistema digestório
Os pontos críticos de irrigação são:
- Transição duodeno jejunal, que é o local de transição entra a irrigação pelo tronco celíaco e pela artéria mesentérica superior; (nao consegui visualizar???)
- Íleo terminal, cuja irrigação depende do fino ramo recorrente ileal da artéria ileocólica, ramo da artéria mesentérica superior. (nao consegui visualizar/ nao entendi???)
- Flexura esquerda do cólon: que é a região de transição entre o intestino médio e posterior e, portanto, da irrigação a cargo da mesentérica superior (artéria cólica média) para a artéria mesentérica inferior (com a cólica esquerda). (ponto de Griffith???)
- Ponto crítico de Sudeck, que é a área de irrigação das sigmoideanas e retais, na junção retosigmoidea e que conta com uma anastomose muito pobre
Em que região estão localizadas as ulceras duodenais mais comuns? Explique o motivo.
As úlceras duodenais mais comuns são aquelas que acometem a primeira porção do duodeno, ou seja, a região mais exposta à ação do ácido
gástrico.
Diferencie as úlceras anteriores e posteriores da primeira porção do duodeno.
Parede posterior: a parede posterior do duodeno tem uma íntima relação com a artéria gastroduoedenal (ramo da artéria hepática comum) e também com o colédoco. Quando essa úlcera evolui e rompe a parede, ela é capaz de romper esse importante vaso e causar hemorragias importantes. Assim, a úlcera da parece posterior é a que mais sangra. O colédoco não costuma ser acometido, porém devemos estar atentos à sua topografia uma vez que na sutura da parede do intestino podemos sutura-lo junto.
Parede anterior: a parede anterior da primeira parte do duodeno não tem relação com qualquer vaso importante. Assim, ainda que ela perfure mais, raramente sangra.
Limites, conteúdos e utilidade do trígono hepático-cístico ou trígono de Buddet-Calot
Limites: ducto hepático comum, ducto cístico e face visceral do fígado.
Conteúdos: artéria cística e linfonodo de Mascagni
Utilidade: o reconhecimento e a dissecação dos limites e do conteúdo desse trígono são importantes durante a colecistectomia para evitar a ligadura do colédoco com a lesão de outra estrutura da região.
Como é feita a segmentação hepática. ???
A segmentação hepática, diferentemente do que ocorre na segmentação pulmonar, não é uma segmentação verdadeira. Na verdade, consiste em territórios vasculares, que não são separados por tecido conjuntivo. Estes territórios consistem nas reais áreas funcionais do fígado, de importância para o cirurgião.
O fígado é dividido em 8 segmentos.
O primeiro segmento fica localizado no lobo caudado.
O segundo e terceiro segmento estão no lobo “anatômico” esquerdo do fígado. O quarto segmento, à direita do ligamento falciforme, pertence ao lobo “funcional” esquerdo do fígado, por ser irrigado por artérias derivadas do ramo esquerdo da artéria hepática própria.
O quinto, sexto, sétimo e oitavo segmentos pertencem ao lobo “anatômico” direito, por estarem à direita do ligamento falciforme e, simultaneamente, ao lobo “funcional” direito por serem irrigados por ramos da artéria hepática própria direita.
Os ductos bilíferos e a veias hepáticas acompanham a divisão dos ramos da artéria hepática própria.
O que é o espaço de Traube
É a projeção na parede anterolateral do abdome do fundo gástrico. É, portanto, um espaço normalmente timpânico a percussão. Quando maciço esse espaço está ocupado por vísceras maciças como um aumento do lobo esquerdo do fígado ou o
baço.
Cite os limites do espaço de Traube
O espaço de Traube é o espaço em forma de meia lua que vai do 6o ao 10 EIC entre as linhas hemiclavicular D e hemiaxilar D.
É limitado pelo gradeado costal, pelo baço, pelo pâncreas, pelo rim esquerdo, pela flexura esquerda do cólon e pelo estômago.
Descreva a irrigação do estomago
É realizada inteiramente pelos ramos do tronco celíaco.
Os 3 ramos do tronco celíaco emite, no total 6 ramos para o estômago.
- Na curvatura menor do estômago temos as artérias gástricas esquerda (ramo direto do tronco celíaco) e a gástrica direita (ramo da artéria hepática comum).
- Na curvatura maior do estômago temos as artérias gastromental esquerda (ramo da artéria esplênica) e a artéria gastromental direita (ramo da artéria gastroduodenal, também ramo da hepática comum).
- Artérias gástricas posteriores e curtas são responsáveis pelo fundo gástrico e são ramos da artéria esplênica.
Descreva a drenagem venosa do estômago????
Como é de se esperar, as veias do estômago acompanham as artérias e, como todo o sistema digestório, drenam para o sistema porta.
As veias gástricas E e D drenam diretamente para a porta e é importante ter em mente que essas veias estabelecem uma ampla anastomose com as veias do esôfago e, assim, podem drenar também para o sistema ázigo.
As veias gastromentais esquerdas drenam para a veia esplênica. As veias gastromentais D drenam para mesenterica superior (indiretamente né tem outra veia que liga até a m superior ne?) que drena para a porta.
As gastricas curtas drenam para a veia esplênica que drena para a porta?
Descreva a drenagem linfática do estomago e uma aplicação clinica.
É feita basicamente em 3 níveis. Primeiramente a linfa é encaminhada para os linfonodos gástricos e gastromentais. Em seguida, a linfa chega aos linfonodos dos ramos do tronco celíaco (esplênicos e acompanhantes da mesentérica superior). Por fim, a linfa chega aos linfonodos celíacos.
Quando chega aos linfonodos celíacos, em caso de adenocarcinoma gástrico já dizemos que a doença é sistêmica.
Descreva o caminho da bile
Via biliar intra-hepática: a bile é produzida nos hepatócitos. Daqui a bile é carrega pelos canalículos biliares. Esses canalículos convergem e formam pequenos ductos biliares interlobulares. Esses, então, convergem e formam ductos biliferos que convergem e formam ductos hepáticos direito e esquerdo.
Via biliar extra-hepática: os ductos hepáticos direito e esquerdo convergem para a formação do ducto hepático comum. Esse se junto aoducto cístico e forma o ducto colédoco. O colédoco chega vai até a porção descendente (segunda) do duodeno e se junta ao ducto pancreático principal na ampola de Vater. Essa ampola se abre na chamada papila maior do duodeno.
Descreva e cite os limites???? do forame omental (ou de Winslow)
Definição: o forame omental é uma passagem que comunica a cavidade peritoneal à bolsa omental.
Limites:
Anteriormente: o ligamento hepatoduodental (e, portanto, a tríade hepática com veia porta, artéria hepática e colédoco)
Posteriormente: a VCI
Superiormente: o lobo caudado do fígado
Inferiormente: a primeira porção do duodeno
Dê as bases anatômicas da perihepatite gonocócica (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis)
Circulação do liquido normal –> O líquido na cavidade peritoneal pode chegar até a região supra-mesocólica pela pressão negativa produzida durante a expiração pelo diafragma. Nesse processo, o diafragma se eleva e a pressão faz com que o líquido peritoneal suba pelo sulcos paracólicos (sulcos produzidos pelo próprio peritônio lateralmente aos cólons direito e esquerdo) até a região subfrênica. É evidente que o líquido localizado no espaço supra-mesocólico pode chegar até a cavidade pélvica por ação da gravidade.
No caso da peri-hepatite gonocócica, um DIP, o
líquido inflamatório pélvico sobe pelo sulco paracólico e se aloja no espaço subfrênico podendo criar um abscesso.
Descreva o hiato esofágico e cite qual o seu conteúdo
Formação: o hiato esofágico é formado pelo pilar direito do diafragma. Ele é superior e à direita do hiato aórtico.
Conteúdo: além, obviamente, de permitir a passagem do esôfago do mediastino posterior para o abdômen, o hiato esofágico permite a passagem do tronco vagal anterior e posterior, além dos ramos esofágicos dos vasos gástricos esquerdos, além de alguns vasos linfáticos.
Descreva as bases anatômicas da hipertensão portal.
A veia porta é responsável por 75% do suprimento vascular do fígado (sendo os outros 25% a cargo da artéria hepática). Quando ocorre um aumento da dificuldade do sangue em passar pelo tecido hepático (as etiologias mais comuns são a esquistossomótica e a cirrose alcoólica) o sangue fica congesto nesse sistema porta. A pressão, então, aumenta e o sangue assume um sentido retrógrado e as veias que o suprem ficam ingurgitadas.
Descreva as bases anatômicas das
varizes esofagianas.
A drenagem venosa do esôfago deve ser dividia em uma porção superior e uma inferior que se anastomosam. A porção superior drena para o sistema ázigo (veias esofágicas). A porção inferior drena para o sistema porta (ramo esofágicos da veia gástrica esquerda). São esses ramos esofágicos através da veia gástrica esquerda que recebem o sangue da veia porta que quando com hipertensão portal assumem um sentido retrógrado. Por isso, esse plexo venoso esofágico se dilata e pode vir a romper a qualquer momento.
Descreva as anastomoses portosistêmicas
Existem 4 pontos de anastomose desse tipo.
- No plexo venoso esofágico, os ramos esofágicos da veia gástrica esquerda se anastomosam com as veias esofágicas tributárias do sistema ázigo.
- As veias paraumbilicais se anastomosam com as veias epigástricas superiores e toracoabdominais.
- No canal anal, a veia retal inferior e média drenam para a VCI enquanto a veia retal superior drena para o sistema porta pela veia mesentérica inferior.
- Nas faces nuas das vísceras secundariamente retroperitoneais, as veias que drenam para o sistema porta (tributária da mesentérica inferior) se anastomosam com as que drenam para a VCI (gonadais)
Descreva as relações anatômicas do esôfago
Parte cervical: a parte cervical do esôfago se inicia a nível de C5/C6 a partir da parte laríngea da faringe. Nesse ponto o esôfago assume uma topografia posteriorizada, entre a traqueia e a coluna vertebral.
Parte torácica: o esôfago inicia seu trajeto torácico no mediastino superior, posteriormente à aorta (e seus ramos) e a traqueia. Na altura da carina, o esôfago cruza a aorta, posicionando-se anteriormente à parte descendente da aorta, estando agora no mediastino posterior. Nessa região o esôfago em íntimo contato com o pericárdio e particularmente com o átrio esquerdo (n sei se e vdd??? confirmar). É importante mencionar que nesse trajeto o esôfago assume grande proximidade com o nervo vago, com a formação do plexo esofágico e também dos troncos vagais anterior (a partir principalmente do vago esquerdo) e posterior (principalmente do vago direito)
Parte abdominal: O esôfago passa pelo hiato esofágico do diafragma, iniciando seu curto trajeto intraperitoneal do abdome. Assume uma curva à esquerda (ângulo de His) e chega a cárdia.
Descreva o que é omento maior e quais suas funções
O omento é uma prega de peritônio que liga uma víscera a outra. O omento maior é uma dessas pregas (com 4 camadas) que sai da curvatura maior do estômago e pende como um avental cobrindo as vísceras inframesocólicas. É uma estrutura ampla, móvel, cheia de gordura e de células de defesa.
Funções: o omento é capaz de rapidamente se aderir a uma víscera inflamada. Dessa forma, além de levar células de defesa para o órgão acometido, tem o objetivo de conter o espalhamento da infecção (o que é chamado de bloqueio). Além disso, o omento protege os órgão abdominais de lesões mecânicas e também de variações da temperatura.
Descreva a irrigação do intestino grosso
O intestino grosso é irrigado do ceco até a flexura esplênica (esquerda) pelos ramos da artéria mesentérica superior. Desse ponto até reto, a responsabilidade é da artéria mesentérica inferior. Assim:
Da (1) mesentérica superior: esse importante ramo ímpar da aorta abdominal forma, para o intestino grosso, as (2) artérias ileocólica, (3) cólica direita e (4) cólica média.
A (2) artéria ileocólica emite um ramo recorrente (5) ileal fino que irriga a porção distal do ílio. Que emite ramos para o ceco ((6 e 7) a. cecal anterior e posterior são ramos da ileal) e para o apêndice cecal ((8) a. apendicular também é ramo da ileal); A a. ileocólica emite um (9) ramo cólico que, através de seus ramos ascendentes, se anastomosa com a (3) cólica direita.
A (3) cólica direita emite ramos descendentes que se anastomosam com a (2) ileocólica e ramos ascendentes que se anastomosam com a (4) cólica média. A (3) cólica direita é responsável mais diretamente pelo cólon ascendente.
A (4) cólica média, que se anastomosa tanto com a (3) cólica direita como com a (10) cólica esquerda, é a maior responsável pelo cólon transverso.
Da (11) mesentérica inferior: esse outro ramo da aorta abdominal forma as artérias (10) cólica esquerda, (12) sigmoideas e (13) retais superiores.
A transição, na flexura esplênica (esquerda) entre a (4) cólica média (da (1) mesentérica superior) e (10) cólica esquerda (da (11) mesentérica inferior) é um ponto de irrigação crítica.
A (10) cólica esquerda é a mais associada com o cólon descendente.
Os (12) ramos sigmoideos e o (13) retal superior também se anastomosam, mas de forma pobre, sendo outro ponto de irrigação crítica.
(14) Arco justacólico (Artéria marginal do cólon): as artérias cólicas, junto as artérias ileocólica e sigmoideias formam anastomoses próximo ao intestino para a formação da artéria marginal do cólon.