3. Pós-Operatório e Suas Complicações Flashcards

1
Q

Quais os ítens que devem ser avaliados no pós-operatório?

A

FAST HUG

  • Food (alimentação).
  • Analgesia e sintomático.
  • Sedação (se necessário).
  • Tromboprofilaxia.
  • Hidratação.
  • Ulceroprofilaxia.
  • Glicemia.
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2
Q

Como deve ser a reintrodução alimentar no pós-operatório?

A
  • Realimentação precoce (6 a 8 horas).
  • Preferir sempre a via oral.
  • Não precisa eliminar flatos ou ter ruído hidroaéreo para iniciar dieta leve.

Obs.: em cirurgias de esôfago, aguardar 24h para reintroduzir dieta enteral (via sonda nasoenteral).

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3
Q

Como deve ser a analgesia no pós-operatório?

A
  • Profilática e escalonada.
  • Evitar o uso de opióides.
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4
Q

Quais os pacientes com baixo risco de TEP/TVP no pós-operatório?

A
  • Idade < 40 anos.
  • Cirurgias ambulatoriais < 60 minutos.
  • Sem fatores de risco associados.
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5
Q

Quais os pacientes com risco moderado de TEP/TVP no pós-operatório?

A
  • Paciente > 40 anos.
  • Cirurgia > 60 minutos
  • Paciente < 40 anos com fatores de risco.

Obs.: os fatores de risco são obesidade, uso de ACO, restrição ao leito, doenças cardiovasculares e neoplasias.

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6
Q

Quais os pacientes com alto risco de TEP/TVP no pós-operatório?

A
  • Idade > 60 anos.
  • Cirurgias de grande porte.
  • História prévia de TEP/TVP.
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7
Q

Qual a conduta na profilaxia de TEP/TVP no pós-operatório?

A
  • Baixo risco: profilaxia mecânica.
  • Moderado risco: profilaxia farmacológica.
  • Alto risco: profilaxia mecânica + farmacológica.

Obs.: as profilaxias mecânicas são a deambulação precoce, meia compressiva e compressão pneumática.

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8
Q

Quais os ítens que mais pontuam no Score de Caprini?

A
  • 5 pontos: AVC < 1 mês, artroplastias, fratura de pelve/quadril, politrauma e trauma raquimedular.
  • 3 pontos: idade > 75 anos, historia de TEP/TVP e trombofilias.

Obs.: cirurgia > 1 hora, restrição ao leito > 72 horas, idade > 60 anos e câncer pontuam 2 pontos.

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9
Q

Qual a profilaxia farmacológica para TEP/TVP?

A
  • Heparina Não-Fracionada: 5000ui SC de 12/12h.
  • Heparina de Baixo Peso Molecular: 40mg SC 1x ao dia.
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10
Q

Qual deve ser a duração da tromboprofilaxia pós-operatória?

A
  • Cirurgias não-oncológicas: até 10 dias.
  • Cirurgias oncológicas: 10 a 14 dias (4 semanas se abdominais extensas ou pélvicas).
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11
Q

Como é feita a ulceroprofilaxia no pós-operatório?

A
  • Busca evitar úlcera de estresse.
  • Feito com omeprazol.
  • Indicado para pacientes graves.
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12
Q

Quais os critérios maiores para iniciar a ulceroprofilaxia no pós-operatório?

A
  • História de úlcera.
  • Coagulopatia.
  • Ventilação mecânica > 48h.
  • TCE grave
  • TRM.
  • Grande queimado.

Obs.: basta 1 critério para fazer a profilaxia.

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13
Q

Quais os critérios menores para iniciar a ulceroprofilaxia no pós-operatório?

A
  • Sepse
  • Trauma grave.
  • Uso de AINES, corticóides ou antiplaquetários.

Obs.: 2 ou mais critérios para fazer a profilaxia.

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14
Q

Quais os objetivos do projeto ERAS/ACERTO?

A

Acelerar a recuperação pós-operatória do paciente cirúrgico.

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15
Q

Quais as orientações pré-operatórias do projeto ERAS/ACERTO?

A
  • Informação do paciente.
  • Avaliação e terapia nutricional pré-operatória.
  • Jejum reduzido, incluindo 200ml de carboidrato (maltodextrina 50mg) 2h antes da cirurgia.
  • Não realizar preparo de cólon regularmente.
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16
Q

Quais as orientações pós-operatórias do projeto ERAS/ACERTO?

A
  • Realimentação precoce.
  • Mobilização ultraprecoce.
  • Analgesia preventiva (evitar opióides).
  • Profilaxia ativa de náuseas e vômitos.
  • Redução de fluidos intravenosos.
  • Uso racional de antibióticos, drenos e sondas.
17
Q

Como deve ser a analgesia baseada na escala visual analógica?

A
  • Leve: analgésico e AINES.
  • Moderada: opióides fracos (ex.: tramal e codeína) + analgésicos e AINES.
  • Intensa: opióides fortes (ex.: morfina, metadona e fentanil) + analgésicos e AINES.

Obs.: evitar anti-inflamatórios em hipertensos e cardiopatas.

18
Q

Quando suspeitar que o paciente está apresentando uma complicação pós-operatória?

A
  • Piora clínica (taquicardia, hipotensão, peritonite, etc).
  • Evolução não esperada (vômitos, febre persistente, alteração em drenos, etc).
19
Q

Quais as principais causas de febre no pós-operatório?

A
  • 1º dia: REMIT, reação medicamentosa.
  • 2º ao 5º dia: atelectasia (principal), flebites.
  • 5º ao 30° dia: infecção do sítio cirúrgico (principal), complicações do procedimento.
20
Q

Quais as características do seroma?

A
  • Coleção líquida do subcutâneo.
  • Surge devido à secção de vasos linfáticos ou liquefação da gordura.
  • Tratar com curativos compressivos ou drenagem (se volumoso ou infectados).
21
Q

Quais as características do hematoma?

A
  • Coleção sanguínea no subcutâneo, causando um abaulamento arroxeado na pele.
  • Decorre de uma hemostasia inadequada.
  • Tratar com compressão, drenagem ou reabertura da ferida operatória para lavagem e hemostasia.
22
Q

Quais as características da deiscência da aponeurose?

A
  • Separação pós-operatória das camadas musculoaponeuróticas.
  • Apresenta saída de secreção sero-hemática em grande quantidade da ferida operatória.
  • Se abir a pele, causa evisceração.
  • Tratar com re-sutura da parede abdominal e colocação de tela.
23
Q

Quais os fatores de risco para deiscência de aponeurose?

A
  • Má técnica.
  • Infecção.
  • Obesidade.
  • Tabagismo.
  • Desnutrição.
  • Diabetes.
  • Uso de corticóides.
24
Q

Quais as características da deiscência da anastomose?

A
  • Abertura de anastomose em algum órgão, com extravasamento de seu conteúdo.
  • Causa dor e distensão abdominal, taquicardia e sinais de sepse.
  • Tratar com reabordagem cirurgica e antibioticoterapia.

Obs.: pacientes estáveis e com coleções bloqueadas podem ser tratadas com drenagem percutânea da coleção.

25
Q

Quais as características da infecção de sítio cirúrgico?

A
  • Infecção da ferida operatória até 30 dias da cirurgia (1 ano se prótese).
  • O principal agente é o S. aureus.

Obs.: nos casos de infecção necrosante e fulminante, há a presença de Streptococcus e Clostridium.

26
Q

Qual a classificação das infecções de sítio cirúrgico?

A
  • Superficial: pele e subcutâneo.
  • Profunda: fáscia e músculo.
  • Intracavitária: coleções abdominais.
27
Q

Quais os fatores de risco para as infecções de sítio cirúrgico superficiais?

A
  • Cirurgia contaminada ou suja.
  • Tempo cirúrgico > 75% do previsto.
  • Risco cirúrgico elevado (ASA III, IV e V).

Obs.: coleções, tricotomia e diabetes também aumentam as chances de infecção.

28
Q

Qual o quadro clínico das infecções de sítio cirúrgico superficiais?

A
  • Drenagem purulenta.
  • Sinais flogísticos.
  • AUSÊNCIA de sinais sistêmicos.
29
Q

Qual o quadro clínico das infecções de sítio cirúrgico profundas e intracavitárias?

A
  • Febre alta.
  • Dor intensa.
  • Sinais sistêmicos (ex.: taquicardia).

Obs.: na infecção intracavitária, é preciso confirmar com exames de imagem.

30
Q

Qual o tratamento das infecções de sítio cirúrgico?

A
  • Superficiais: drenagem e limpeza da ferida SEM antibiótico (exceto se celulite associada).
  • Profundas: drenagem + antibiótico.
  • Intracavitárias: drenagem ou cirurgia + antibiótico.

Obs.: após o desbridamento, a cicatrização deverá ser por segunda intensão.

31
Q

Quais as características do íleo paralítico?

A
  • Pseudo-obstrução intestinal por atonia das alças intestinais.
  • Ocorre após manipulação abdominal.
  • Prolongado se > 4 dias.
  • Infecções intra-abdominais, HIPOcalemia (hiper não), uso de opióides, anticolinérgicos e drogas vasoativas são fatores de risco.
32
Q

Qual o quadro clínico do íleo paralítico?

A
  • Ausência de RHA.
  • Distensão abdominal.
  • Náuseas e vômitos.
33
Q

Qual o tratamento do íleo paralítico?

A

Suporte (jejum, estimular deambulação, etc).

Obs.: se íleo paralítico prolongado, iniciar NPT.

34
Q

Como previnir o íleo paralítico?

A
  • Cirurgia minimamente invasiva.
  • Anestesia peridural.
  • Mascar chiclete.

Obs.: deambulação e procinéticos não têm comprovação.

35
Q

Qual a duração do retorno do trânsito intestinal no pós operatório?

A
  • Intestino delgado: 0 a 24h (ruídos hidroaéreos).
  • Estômago: 24 a 48h (fome).
  • Cólon: 48 a 72h (flatos e fezes).
36
Q

Quais as complicações causadas pelo pneumoperitôneo?

A
  • As mesmas da hipertensão intra-abdominal (oligúria, queda do débito cardíaco, aumento da PIC, acidose, etc).
  • Bradicardia (estímulo vagal pela rápida insuflação e distensão abdominal).
  • Embolia gasosa (translocação do CO2 principalmente após manipulação venosa, causando um “TEP”).

Obs.: quando maior a pressão de insuflação, maior a incidência de TODAS as complicações.

37
Q

Qual a classificação de Clavien-Dindo para complicações cirúrgicas?

A
  • Grau I: complicação tratada com medidas simples (ex.: analgesicos, anti-heméticos, etc).
  • Grau II: complicação tratada com fármacos específicos (ex.: transfusão, NPT, antibióticos).
  • Grau III: complicação com necessidade de procedimento invasivo com anestesia local (A) ou com anestesia geral (B).
  • Grau IV: complicação com risco de vida, tendo disfunção de um (A) ou múltiplos órgãos (B).
  • Grau V: óbito.