3. Desenvolvimento na 1.ª infância Flashcards

1
Q

Para Jean Piaget o que é o desenvolvimento cognitivo/intelectual?

A
  • É uma continuação do crescimento biológico: o bebé nasce biologicamente equipado para uma variedade de respostas motoras, as quais funcionam como um ponto de partida para os processos de pensamento; o conhecimento tem como ponto de partida a ação;
  • implica mudanças na organização do conhecimento ao longo do tempo, com características distintas em cada estágio.
  • é uma reorganização das estruturas mentais através de diferentes estágios.
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2
Q

O que são esquemas de ação na teoria de Piaget?

A
  • São pilares do conhecimento, estão envolvidos na aquisição e estruturação do conhecimento;
  • Ex: agarrar um objeto é um esquema de ação, permitindo construir conhecimento sobre o objeto.
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3
Q

Segundo Piaget o que é que envolve a construção do conhecimento?

A

Envolve um processo de adaptação, que se efetua através de uma interação contínua entre o indivíduo e o meio ambiente, a qual envolve assimilação e acomodação.

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4
Q

Explique os processos da assimilação e da acomodação referidos por Piaget.

A

-» Assimilação: incorporação de novo conhecimento nos esquemas já existentes;
-» Acomodação: modificação dos esquemas já existentes de modo a incorporar novo conhecimento, resultante da assimilação do mundo exterior que, de algum modo, não encaixa nos esquemas já existentes.

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5
Q

Dê um exemplo de assimilação e de acomodação.

A
  • Assimilação - ex: criança vê um papagaio pela 1ª vez e diz que é um pássaro, pelas características que têm em comum;
  • esquema existente = pássaro -> novo conhecimento = papagaio;
  • Acomodação - ex: criança vê uma avestruz pela 1.ª vez. Pode chamar de pássaro inicialmente, mas depois de ver que ela tem características diferentes dos outros pássaros, ela vai ter de ajustar esse esquema antigo;
  • esquema antigo = pássaro -> novo conhecimento = avestruz
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6
Q

O que são estádios?

A
  • são estruturas cuja evolução segue uma determinada ordem, há uma sequência invariante, tem carácter integrativo e a transição é gradual, havendo uma fase de preparação e outra de finalização.
  • descreve uma certa etapa de desenvolvimento.

Caráter integrativo: cada estágio inclui e incorpora os elementos dos estádios anteriores;

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7
Q

Mencione quais são os fatores (elementos que impactam) de desenvolvimento na Teoria de Piaget.

A

(1) Maturação - amadurecimento das estruturas orgânicas (corpo) necessárias para certas condutas.
Ex.: o comportamento com objetos (agarrar) surge como consequência da maturação do sistema nervoso;

(2) Exercício e experiência adquirida na ação (conhecimento físico):
– Experiência física - interagir com objetos e extrair as suas propriedades físicas essenciais (ex.: peso, textura);
– Experiência lógico-matemática - interagir com objetos para conhecer as relações lógicas entre eles (ex.: mais alto, menos pesado).

(3) Interações e transmissões sociais - aprender com as pessoas ao nosso redor.

(4) Equilibração - é um processo contínuo de equilíbrio entre aprender coisas novas (assimilação) e ajustar o que já sabemos para incluir novas informações (acomodação);
- o novo estado de equilíbrio é mais avançado/desenvolvido que o anterior.

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8
Q

Quais os estádios de desenvolvimentos segundo Piaget?

A
  1. Sensório-motor: 0 - 2 anos;
  2. Preparação e organização das operações concretas:
    2.1. Pré-operatório: 2 - 7 anos;
    2.2. Operações concretas: 7 - 11 anos
  3. Operações formais: 11 idade adulta
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9
Q

Quais são os grandes marcos de cada estádio?

A
  1. Sensório-motor: bebés organizam os seus esquemas de ação físicos; ex: chupar, agarrar;
    2.1. Pré-operatório: aprendem a pensar (símbolos e imagens internas);
    2.2. Operações concretas: desenvolvem a capacidade de pensar de um modo sistemática para objetos e atividades concretas;
  2. Operações formais: capacidade de pensar de forma sistemática, seja abstrato ou hipotético.
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10
Q

Quais os sub-estádios do estádio sensório-motor?

A

-» Reflexos: 0 - 1 mês:
- ações reflexas;
- não há conceção de objeto, se escondido deixa de existir.

-» Reações circulares primárias (RCP): 1-4 meses:
- modificação dos esquemas do sus-estádio anterior através de repetição (hábitos);
- sem conceção do objeto;

-» Reações circulares secundárias (RCS): 4-8 meses:
- desenvolvimento de uma variedade de esquemas de ação;
- início de permanência do objeto;

-» Coordenação dos esquemas secundários: 8-12 meses:
- coordenação dos esquemas de ação, numa sequência inteligente, intencional (um esquema serve de meio para outro);

-» Reações circulares terciárias (RCT): 12-18 meses:
- tentativa e erro, modificações experimentais dos esquemas do sub-estádio 3;
- procura objeto no último local escondido, se vir os deslocamentos;

-» Início de representação simbólica: 18-24 meses:
- bebé pensa antes de agir, procura a solução pela combinação mental de esquemas;
- conceito de objeto desenvolvido: procura em tosos os locais possíveis.

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11
Q

No 1.º ano de vida, como se dá o desenvolvimento da linguagem?

A
  1. Ganhar controlo sobre o aparelho da fala - boca, lábios, língua, cordas vocais;
  2. Aprender os fonemas da sua língua (ouve e imita).
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12
Q

Refira os principais pontos do período pré-linguístico.

A

1º choro: vocalização de tipo reflexo (excitação) e que se vai diferenciando;
2º murmúrio, arrulho: vocalizações que exprimem contentamento, início do riso - 2 a 4 meses;
3º jogos vocálicos: produção de sons variados aparecimento de sílabas (vogal + consoante) – 4/6 meses.
4º palrar, balbuciar: série de sílabas (ma-ma-ma, pa-pa…) que se repetem; depois vai juntando sílabas diferentes pa-ta, po-te… - 6/10 meses.
5º tagarelar-conversa:
- entoação e acentuação das sílabas semelhante aos adultos - a partir dos 10 meses;
- aparecimento de proto palavras - vocalizações com sentido para o bebé, são tentativas de comunicar, mas que não são palavras dos adultos (topi, pati…).

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13
Q

O que acontece durante o 1.º ano da criança a nível da linguagem?

A
  • surgem as primeiras palavras: uma palavra de cada vez, mas que pode servir como uma frase – holófrase ou palavra única.
  • aparecem palavras que se referem a pessoas familiares, partes do corpo, animais ou objetos (estilo referencial);
  • aparecem palavras que exprimem rotinas sociais, movimento (estilo expressivo); ex: (vamo…cima),
  • vão juntando 2 ou mais palavras (“discurso telegráfico” - papa, popo/… dá, mama);
  • palavras vão ganhando sentido e complexidade;
  • vocabulário expressivo aumenta e o que é compreendido (vocabulário recetivo) ainda mais: 18 meses e 2 aos 3 ½;
  • erros de segmentação (corta/acrescenta sílabas) pois está a aprender a extrair as palavras do fluxo do discurso que ouve;
  • as regras gramaticais vão sendo adquiridas (competência linguística);
  • competência comunicativa - capacidade de conversa adequada do ponto vista social e cultural.
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14
Q

O que caracteriza o período dos toddlers (2 anos)?

A

Passa das ações físicas às ações mentais - da manipulação de objetos à manipulação de elementos simbólicos (palavras, jogo simbólico, etc.), isto é, à competência representacional.

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15
Q

Resuma os principais pontos no desenvolvimento da criança aos 2 anos.

A
  • primeiros 2 anos de vida, as crianças passam por um grande desenvolvimento;
  • inicialmente: ações simples e descoordenadas, baseadas em instintos;
  • posteriormente: constroem habilidades de ação mais complexas em relação aos objetos, mais coordenadas e desenvolvem uma lógica para suas ações.
  • 2ª metade do 2.º ano: surgem novos comportamentos que mostram mudanças qualitativas na capacidade de pensar: imitação diferida, jogo simbólico, imagem mental, desenho e linguagem;
  • a função psicológica subjacente a estes novos comportamentos, é a função simbólica;
  • o aparecimento da função simbólica marca o início do estádio seguinte: pensamento representativo, ou seja, criança passa a utilizar símbolos de objetos/acontecimentos, em vez de depender do contacto físico com os mesmos;
  • emergem competências representacionais que são bases para: interações sociais mais elaboradas, jogo simbólico, sonhos e terrores noturnos, novas formas de resolução de problemas e pensar sobre si de um modo mais complexo.
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16
Q

Quais são os novos comportamentos que surgem na segunda metade do 2.º ano e o que é que estes têm em comum?

A
  • Jogo simbólico: começam a brincar de faz de conta, onde um objeto pode representar outro, mesmo que não se pareça com ele.
  • Imagem mental: podem criar imagens mentais, imitando mentalmente coisas que viram ou aprenderam;
  • Imitação diferida: começam a imitar o que viram mesmo quando a pessoa/objeto já não está presente;
  • começam a desenhar;
  • começam a desenvolver habilidades de linguagem.

Todas têm em comum a atribuição de significação a um sinal ou símbolo, que se chama significante. Ex.: o trapo (significante) não tem nenhuma semelhança com o gato (significado), mas a criança atribui-lhe uma significação nesse sentido quando brinca.

17
Q

Quais as predisposições do recém-nascido que os preadaptam para a interação social?

A
  • Capacidade de sinalizar necessidades fisiológicas e psicológicas.
  • Capacidade de detetar contingências ou eventos no ambiente.
  • Tendência para serem atraídos por estímulos sociais, como rostos e vozes humanas.
  • Tendência para alinhar o comportamento com a figura parental.
18
Q

Caracterize o desenvolvimento social e emocional dos 0 aos 6 meses.

A
  • desenvolvimento social é resultado da interação entre os bebés e as figuras parentais.
  • pais atribuem significado às interações com os recém-nascidos, com base nas respostas dos bebés
  • bebés começam a partilhar o significado destas trocas sociais.
19
Q

O que inclui o desenvolvimento emocional da criança?

A
  • Aparecimento de várias emoções (alegria, medo, raiva;
  • Desenvolvimento da regulação emocional.
20
Q

O que é regulação emocional e como é que se inicia este processo na criança?

A

-» Definição: é a capacidade de controlar e regular as emoções - gradualmente é adquirida a capacidade de deliberadamente dar atenção ou ignorar a estimulação e modificar as suas reações face ao ambiente.

-» Início do processo de regulação emcional:
- a regulação emocional inicial é um processo diádico (bebé-figura parental), mais torna torna-se uma capacidade individual.
- a qualidade da regulação emocional diádica influencia a auto-regulação futura;
- Ao longo do processo da regulação diádica para a auto-regulação dá-se o desenvolvimento da relação de vinculação, onde o bebé vai assumindo um papel cada vez mais ativo.

21
Q

Caracterize o desenvolvimento emocional durante os primeiros 3 meses.

A

–» Primeiros 3 meses:
- Estabelecimento de regularidade nos ciclos fisiológicos;
- Regulação emocional através de interações sensíveis e responsivas dos pais (que também impactam a relação de vinculação);
- Oportunidade para os pais aprenderem sobre o bebé e desenvolverem auto-eficácia parental;
- Sorriso e responsividade crescente do bebé apoiam o envolvimento dos pais.

22
Q

Caracterize o desenvolvimento emocional dos 3 aos 6 meses.

A
  • Regulação da tensão é guiada pela figura parental.
  • Período de “afeto positivo” com interações face-a-face.
  • O papel da figura parental nesta fase é ampliar e modular as respostas emocionais do bebé.
23
Q

Caracterize o desenvolvimento emocional a partir dos 6 meses.

A
  • Evidência mais clara de emoções básicas na criança.
  • A criança começa a mostrar comportamentos organizados e ativos, que são influenciados pelas suas experiências passadas.
  • Desenvolvimento de reações emocionais mais diferenciadas e idiossincráticas (particulares daquela criança).
24
Q

Caracterize o desenvolvimento emocional próximo aos 12 meses.

A
  • Especificação e direcionamento intencional da comunicação para a figura parental.
  • Estabelecimento de uma relação de vinculação.
  • Confiança na figura de vinculação leva à confiança no self.
25
Q

Quais os sinais do estabelecimento de uma relação de vinculação?

A
  • perturbação face à separação da Figura de Vinculação (FV);
  • Comportamento seguro ao explorar o ambiente;
  • Preferência por receber apoio da figura de vinculação em situações ameaçadoras ou quando perturbado;
  • A experiência de regulação diádica é a fundação necessária para a auto-regulação;
  • Confiança na relação com a figura de vinculação, adquirida através da sensibilidade e responsividade dela aos sinais do bebé;
  • Essa confiança na relação com a figura de vinculação se torna confiança em si mesmo no futuro.
26
Q

Caracterize o desenvolvimento social e emocional pelos 2, 3 anos.

A
  • Movimento progressivo da regulação diádica para a auto-regulação da emoção (crianças começam a transitar de depender da ajuda dos cuidadores, para controlar as suas emoções, para começar a regular as próprias emoções - auto-regulação);
  • Papel crucial da figura de vinculação no apoio emocional e controlo da agressão e expressão dos impulsos;
27
Q

O período dos 2-3 anos é um momento de transição. Porquê?

A

-É um momento de transição em que o controlo é progressivamente transferido para a criança e que está associado a um conjunto de novas competências (cognitivas, físicas, interpessoais, do self).

28
Q

O Desenvolvimento social e emocional é caracterizado por…

A
  • Diminuição do contacto físico e proximidade com a FV;
  • Aumento do contacto à distância através de interações verbais e não-verbais;
  • Maior conforto com a separação, maior capacidade de explorar ativamente o meio: desenvolvimento da “competência executiva”: eu sei que posso fazer, eu sei, eu posso… – sentido de “agência, de autoria pessoal”
29
Q

O desenvolvimento social na 1.ª infância é uma procura de interações com outros e de uma maior competência nas relações através da…

A

-» Partilha de experiências: A criança comunica constantemente sobre as coisas que descobre, tentando compartilhar as suas descobertas de maneira afetiva.
-» Referência social: a criança começa a “ler” as expressões faciais e tom de voz dos adultos para entender e guiar seu comportamento em situações novas ou ambíguas.
-» Interações com os pares: A criança demonstra maior interesse em brincar com outras crianças, embora essas interações ainda sejam mais paralelas do que interativas. Elas começam a diferenciar as emoções dos outros e a ter preferências por companheiros:
- Consciência limitada do self e dos outros ao nível dos comportamentos e das
intenções: “eu”, “não, eu faço!” – egocentrismo
- Sensibilidade às exigências sociais e às proibições - pára, retoma, olha para o
adulto - “self moral” (auto-correcções espontâneas ”não, não”)
- Sensível às emoções do outro – empatia - ainda que pouco diferenciada
- Para além das emoções primárias (alegria, medo, raiva…) surgem emoções
secundárias (auto-conscientes): a vergonha (sentido de vulnerabilidade pessoal)
e o orgulho (auto-avaliação positiva)

30
Q
A