2014 Flashcards

1
Q

Qual a tríade da síndrome nefrótica?

A

Proteinúria, hipoalbuminemia, hipercolesterolemia. Além disso ocorre edema.

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2
Q

O que pensar na hipertensão com hipocalemia?

A

1) uso de diurético
2) hiperaldosteronismo primário
3) hiperaldosteronismo secundário.

No secundário, a principal causa é a estenose de arteria renal. A aldosterona está aumentada no primário e no secundário. Mas a renina só está aumentada no secundário pq a hipoperfusão renal ativa todo sistema renina angiotensina aldosterona

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3
Q

Em que casos é recomendada a profilaxia com antibióticos em procedimentos dentários na endocardite infecciosa?

A

1- Valvula Protetica

2- Historia de endocardite infecciosa previa

3- Algumas doenças cardíacas congênitas

4- Cardiopatia cianotica não reparada ou reparada com material protetica

5- Transplantado cardíaco com valvulopatia

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4
Q

Como atenuar as alterações de coagulação no nefropata crônico grave estágios 4 e 5?

A

No nefropata crônico: dificuldade de ativar, aderir e agregar plaquetas , fator de von willebrand e glicoproteina IIb IIIa não se ligam ao fibrinogênio.

Para amenizar esses efeitos: crioprecipitado e desmopressina intranasal: aumentam atividade do fator de Wb.

Não adianta transfundir plaqueta pq elas se tornam igualmente disfuncionantes na uremia.

se hematocrito menor que 24: fazer reposição de eritropoietina.

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5
Q

Homem de 67 anos faz tratamento e usa regularmente enalapril, atenolol, omeprazol, metformina e anlodipino. Nos seus últimos exames, observa-se hipomagnesemia que, neste caso, pode ser atribuída ao uso de:

A

Os inibidores de bomba de prótons (como o omeprazol) recentemente têm sido incriminados como eventuais causadores de hipomagnesemia em alguns pacientes, por poderem causar má absorção intestinal de magnésio.

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6
Q

Quais são os critérios de Roma III para o diagnóstico de síndrome do intestino irritável ?

A

Dor ou desconforto abdominal recorrente pelo menos 3 dias por mês, nos últimos 3 meses, associada com dois ou mais dos seguintes:

I. Melhora com a defecação;

II. Início associado com mudança na frequência das evacuações;

III. Início associado com mudança no formato (aparência) das fezes.

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7
Q

Quando trata Hepatite B e C?

A

Na hepatite B deveremos dar suporte clínico ao paciente, com dieta adequada ao seu paladar e à sua demanda, além de abstinência alcoólica por seis meses. Preciso prescrever antivirais? A resposta é não! Os antivirais, como tenofovir e entecavir estariam indicados no caso de uma hepatite b FULMINANTE

O uso de interferon na hepatite B aguda não se comprovou uma prevenção à cronificação .

O tratamento com interferon e ribavirina está indicado para certos casos de hepatite C

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8
Q

Como é o período de incubação da malária?

A

O MS incentiva o médico a solicitar o teste da gota espessa (ou, na falta deste, teste rápido ou imunocromatográfico) em toda investigação de síndrome febril em paciente que esteve em área endêmica nos últimos 8-30 dias antes do início dos sintomas - apenas lembrando o tempo de incubação:

8-12 dias para o P. falciparum;

13-17 dias para o P. vivax

18-30 dias para o P. malariae.

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9
Q

Mulher de 36 anos vem à consulta devido à artrite nas mãos, principalmente nas articulações interfalangianas proximais. Tem dosagem de fator reumatoide anterior positiva. Para alívio dos sintomas, foi prescrito prednisona, cuja dose de manutenção não costuma ultrapassar, em mg/dia:

A

Conceito clássico! Os glicocorticoides podem ser usados para promover um alívio sintomático rápido e eficaz nos portadores de artrite reumatoide. De um modo geral, as doses empregadas não passam de “baixas” a “intermediárias” (ex.: prednisona até 7,5 mg/dia ou entre 7,5 e 30 mg/dia, respectivamente). Os guidelines mais recentes de tratamento da AR preconizam que, para o controle das manifestações puramente articulares da doença, a dose de prednisona não ultrapasse 10 mg/dia. Vale lembrar que, logo após o diagnóstico de AR, independente da estratégia que será adotada para um rápido alívio sintomático, está indicado dar início à terapia de manutenção com uma DARMD, isto é, uma Droga Antirreumática Modificadora de Doença (medicações comprovadamente capazes de modificar a história natural da AR, evitando o surgimento de deformidades articulares irreversíveis

.: já podemos começar também o metotrexato para essa paciente)

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10
Q

Qual anticorpo está presente na sindrome de sjogren?

A

Para compor o diagnóstico de Sjögren, podemos solicitar autoanticorpos característicos, como o anti-Ro (o mais sensível) e o anti-La.

obs: * ANCA é marcador de vasculite necrosante;
* anti-Jo-1 está presente na polimiosite
* anti-Sm é o autoanticorpo mais específico do LES (sendo também um dos menos sensíveis para esta condição).

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11
Q

Paciente volta de viagem ao Peru. Procura médico, quinze dias após sua chegada e sete dias após o surgimento do quadro com febre, atualmente de até 39,5°C, grande queda do estado geral, tosse seca, dor, distensão abdominal difusa e constipação intestinal. Ao exame: Tax.: 39,9°C, FC: 98 bpm, pulmões limpos, abdome pouco distendido, peristalse presente, pouco doloroso difusamente, baço palpável a 3 cm da reborda costal esquerda, presença de manchas de coloração rósea na pele sobre o abdome. Radiografia do tórax normal, 2.800 leucócitos com 19% de bastões. Colhidas culturas, o antibiótico que deve ser usado inicialmente é:

A

Qual é o diagnóstico deste paciente? Ele tem uma das grandes síndromes febris. Lembrando do que combinamos em aula, frente a uma questão desse tipo, nos fazemos três perguntas: 1 - Qual a localização do paciente? Ele veio do Peru, onde estava em viagem. Isso certamente te ajudará ao final da questão, mas não neste momento. 2 - Há história epidemiológica de transmissão a alguma doença? Não há nada específico nesse sentido dentro do enunciado. 3 - Existe alguma dica da doença no enunciado? Sim! Olhem bem: o nosso paciente está febril, com 39,9ºC e sua frequência cardíaca está de 98 bpm. Ele NEM TAQUICÁRDICO está, apesar de estar próximo disso. O sinal clínico que combina febre e ausência de taquicardia é conhecido como SINAL DE FAGET! Na sua presença, pensaremos em duas grandes doenças dentro das síndromes febris clássicas de prova: febre amarela e febre tifoide! Então, olhem o quadro do nosso doente: ele tem febre alta, constipação intestinal, esplenomegalia e coloração rósea no abdome! Escolheremos, portanto, a febre tifoide como diagnóstico! Sabemos que a febre tifoide é endêmica no Peru. Guarde esta informação para a sua prova no final do ano. E com qual droga trataremos o doente? Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (MS), utilizaríamos cloranfenicol como primeira escolha. Já nos livros americanos, como o Harrison, a escolha seria a ciprofloxacina. O que marcar neste caso? Ora, se estivermos diante de uma prova com referência em livros americanos, cipro! Se for uma prova com referência no MS, cloranfenicol.

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12
Q

Paciente com hipotireoidismo inicia reposição de tiroxina em dose inicial de 1,8 mcg por kg de peso ideal. A primeira dosagem de TSH de controle deve ser feita em:

A

Segundo o Cecil, este intervalo deve ser de 4 a 6 semanas, porém, de acordo com o Harrison este intervalo deve ser de 2 meses .

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13
Q

Como é feita e prevenção do vasoespasmo na hemorragia subaracnoidea?

A

O vasoespasmo se instala entre o 3º e o 14º dia (mais comumente em torno do 7º dia), manifestando-se com deficit neurológico flutuante ou persistente. Nos casos mais graves, a TC e a RM demonstram grande infarto cerebral com edema. Para prevenção do vasoespasmo, devemos manter o paciente hiper-hidratado e evitar a hipotensão arterial; se o aneurisma estiver clipado ou embolizado, é permitido ao médico deixar a PA se elevar (ex.: 160 x 100 mmHg) - isso reduz pronunciadamente o risco de vasoespasmo. A nimodipino, um bloqueador dos canais de cálcio, não diminui a ocorrência do vasoespasmo, porém age protegendo os neurônios contra a injúria isquêmica, reduzindo as sequelas do paciente.

O diagnóstico do vasoespasmo pode ser confirmado ou feito na fase subclínica por meio do Doppler transcraniano, que deve ser realizado diariamente no período de risco para vasoespasmo.

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14
Q

Paciente de 65 anos é levado à emergência devido a quadro de febre, alteração de comportamento e desorientação iniciado há 15 dias. Ao exame físico, tem rigidez de nuca terminal. Liquor: pressão de abertura: 25 cm H2O, 400 leuc/ml com 52% de mononucleares, proteínas: 250 mg/dl, glicose: 14 mg/dl. A tomografia computadorizada do encéfalo mostra apenas edema cerebral. O agente etiológico mais provável é:

A

Na meningoencefalite por herpes não se espera hipoglicorraquia, e a TC pode mostrar alterações focais no lobo temporal. Nas meningoencefalites por Listeria e Haemophilus, o quadro é de meningite bacteriana aguda, com evolução aguda (e provável óbito, na ausência de tratamento, nos primeiros dias do início do quadro), pleocitose neutrofílica e hiperproteinorraquia/hipoglicorraquia. Ora, o que se descreve aqui são as manifestações clássicas de uma meningite tuberculosa: evolução arrastada de febre, cefaleia e alterações progressivas do estado mental, com discretos sinais meníngeos ao exame clínico, hipertensão liquórica com pleocitose linfomonocítica discreta, hiperproteinorraquia e hipoglicorraquia.

A TC pode mostrar edema cerebral difuso, e o uso de contraste pode evidenciar hipercaptação nas meninges da base do crânio. O tratamento é feito com tuberculostáticos por período prolongado (RIPE por 9 meses) em associação à corticoterapia para reduzir a inflamação e complicações.

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15
Q

Mulher de 66 anos será submetida à colecistectomia eletiva. Vem em uso contínuo de furosemida, atenolol e aspirina todos os dias pela manhã. Além de suspender a aspirina sete dias antes da cirurgia, deve-se orientá-la para, no dia da operação:

A

As medicações anti-hipertensivas devem ser mantidas até a manhã da cirurgia para evitar elevações pressóricas, o que poderia aumentar a intensidade do sangramento ou ocasionar complicações cardiovasculares. A única exceção fica por conta dos diuréticos, que, ao induzir perda volêmica, poderiam agravar uma hipovolemia pelo sangramento cirúrgico.

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16
Q

Como é a gasomatria de DPOC grave?

A

Numa DPOC grave e de longa data, sabemos que é comumo paciente evoluir com retenção crônica de CO2 (acidose respiratória crônica). Em tal contexto, seus rins aumentam a reabsorção de bicarbonato, “compensando” o aumento da pCO2 e evitando uma queda muito acentuada do pH (que se mantém em níveisnão muito abaixo do mínimo normal). Tal processo é facilmente evidenciável neste caso devido à presença de um base excess muito positivo (o BE representa o excesso de bases no meio interno). Como avaliar a resposta compensatória a uma acidose respiratória crônica? Para cada 10 mmHg de aumento na pCO2 em relação ao valormédio normal ocorre um aumento de 4 mEq/l na concentração de bicarbonato. Logo, para uma pCO2 de 60 mmHg (20 mmHg a mais do que a média normal de 40 mmHg), esperamos a retenção de 8 mEq/l de HCO3 (somando isso ao valor médio normal do HCO3, que é 24 mEq/l, encontramos um HCO3 esperado de 32 mEq/l). Ora, como o HCO3 encontrado na gaso está um pouco abaixo do HCO3 esperado, podemos dizer que existe um distúrbio misto aqui: acidose respiratória crônica + acidose metabólica (provavelmente aguda). E é por isso, inclusive, que o pH está “mais pra baixo” neste paciente (lembre-se que na DPOC com retenção crônica de CO2 o pH costuma ficar entre 7,32 e 7,37). Enfim, o fato é que um pH > 7,20 não obriga a intubação do paciente, podendo ser manejado de forma - a princípio - conservadora! A pO2 desse paciente está um pouco abaixo de 60 mmHg, mas é possível também que ele seja um hipoxêmico crônico por conta da doença de base, e esta discreta hipoxemia também não é o motivo para a sua intubação. O que fez o residente intubar o doente foi aquilo que geralmente nos faz intubar qualquer paciente: o grave comprometimento do estado geral, com alterações agudas do sensório! Além de tal achado dificultar a realização da ventilação não-invasiva (utilizada na DPOC descompensada com o intuito de melhorar as trocas gasosas), ele agrava orisco de broncoaspiração devido à perda da capacidade de defesa das vias aéreas.

17
Q

Em situações em que há peritonite purulenta difusa na cavidade abdominal, o cirurgião poderá deixar a ferida operatória aberta e realizar a síntese após alguns dias. Esse tipo de cicatrização é classificado como:

A

O cirurgião deixou a ferida operatória aberta (peritoneostomia), uma decisão acertada, uma vez que há contaminação grosseira (temos uma peritonite purulenta). Após a resolução do processo mediante antibioticoterapia e lavagens exaustivas da cavidade (o tratamento provavelmente realizado), a ferida foi fechada em um momento posterior. Bom, temos um exemplo clássico de um fechamento de ferida por terceira intenção, não concordam?

— Na cicatrização por primeira intenção, a ferida é fechada logo após o procedimento cirúrgico realizado; pode se por aproximação de seus bordos através de sutura, por utilização de enxertos cutâneos ou por emprego de retalhos.

—- Na cicatrização por segunda intenção, a ferida é deixada aberta com o fechamento dependendo da formação do tecido de granulação e contração de suas bordas (fenômeno dependente de miofibroblastos). Em determinados procedimentos em proctologia (hemorroidectomia, por exemplo), a cicatrização por segunda intenção é a regra.

18
Q

pacientes que sofreram IAM devem aguardar quanto tempo para realizar cirurgias eletivas?

A

pacientes que sofreram IAM devem aguardar 4-6 semanas para realizar cirurgias eletivas.

19
Q

Durante a avaliação de uma massa em topografia da tireoide, vários achados laboratoriais podem indicar a provável histologia da lesão. Dentre as alterações séricas abaixo, a que representa uma característica compatível com carcinoma medular da tireoide esporádico é:

A

Além da calcitonina;(que é um marcador específico), o CEA (antígeno carcinoembrionário) também pode aumentar no carcinoma medular da tireoide!!! É claro que o CEA é absolutamente inespecífico, e seu aumento não necessariamente indica a presença de um CMT esporádico (quer dizer, não dá prafazer diagnóstico de CMT somente por um CEA aumentado). No entanto, isso não invalida a questão pois, no contexto apropriado (ex.: nódulo tireoideano + CEA aumentado) devemos pensar em CMT. O aumento de calcitonina costuma provocar diarreia, e não hipocalcemia! Os níveis de tireoglobulina são úteis para o acompanhamento pós-cirúrgico de portadores de neoplasias bem-diferenciadas de células FOLICULARES. O CMT é oriundo das células parafoliculares e, por conseguinte, não cursa com aumento deste marcador.

20
Q

Paciente de 30 anos, magro, apresenta há um ano nódulo em região inguinal direita. Ao exame físico, a lesão é pequena, compatível com hérnia, encontra-se abaixo do ligamento inguinal, lateralmente ao tubérculo púbico e é irredutível. Pela descrição acima, pode-se afirmar se tratar de uma hérnia do tipo:

A

As hérnias que se anunciam abaixo do ligamento inguinal, se anunciam através do canal femoral e são, portanto, hérnias femorais

21
Q

Homem de 52 anos foi submetido à gastrectomia subtotal com reconstrução do tipo Billroth II, há seis meses. Há um mês apresentou quadro de desconforto e dor epigástrica do tipo cólica, com episódios de vômitos biliosos que imediatamente aliviam os sintomas. Diante desse quadro, é mais provável estar ocorrendo a:

A

Quando realizamos uma gastrectomia, existem pelo menos duas formas conhecidas de se reconstruir o trânsito intestinal, a Billroth I e a Billroth II. Na Billroth I, fazemos uma gastroduodenostomia. Na Billroth II, uma gastrojejunostomia e construímos uma anastomose entre o duodeno (que fora separado do estômago) e a alça jejunal. Esta alça duodenal anastomosante à alça jejunal fica conhecida como alça aferente. A alça aferente pode sofrer dobraduras ou torções, que levam à oclusão dessa alça. Como consequência, o paciente experimenta dor abdominal conforme vai se acumulando bile no interior da alça duodenal! Esta dor acaba cessando quando o doente finalmente expele toda a bile que estava contida no duodeno sob pressão (vômito bilioso). A este conjunto de sinais de sintomas damos o nome de Síndrome da Alça Aferente.

22
Q

Na avaliação de um paciente com dor abdominal, com quadro de apendicite aguda, o comportamento típico do vômito é a sua ocorrência:

A

O surgimento dos vômitos, no contexto de uma apendicite aguda, precede ou sucede o início da dor? Lembre-se que a fisiopatologia da apendicite começa com a obstrução da luz apendicular por um fecalito, por exemplo, e que esta obstrução leva a um acúmulo de muco na luz do órgão, com consequente distensão apendicular. Esta distensão é a causa básica da dor e é o primeiro sintoma da apendicite aguda! Os vômitos classicamente surgem após o início da dor,

23
Q

Paciente de 45 anos, portador de insuficiência renal crônica, apresenta distensão abdominal aguda, vômitos, dor tipo cólica e parada da eliminação de fezes e flatos. Ao exame, está estável e o abdome distendido, timpânico e doloroso à palpação profunda difusamente, sem descompressão dolorosa. A radiografia de abdome evidenciou distensão colônica e o sinal do grão de café, o que colabora com o diagnóstico de:

A

Paciente com dor abdominal + parada de eliminação de gases e fezes + distensão apresenta uma síndrome de obstrução intestinal. Mas qual a causa? A radiografia de abdome mostrou um clássico sinal compatível com volvo de sigmoide (grão de café). Aqui o que houve foi uma rotação do intestino sobre o seu próprio eixo. Este sinal também recebe o nome de U invertido ou bico de pássaro.

24
Q

Durante a avaliação de um paciente referindo haver sangue no papel ao realizar higiene anal, foi evidenciada hemorroida interna, apresentando sangramento, porém sem prolapso através do ânus, sendo classificada como grau:

A

.As hemorroidas podem ser divididas em externas e internas. As externas são aquelas cujas origens se dão abaixo da linha pectínea, já as internas surgem acima dessa linha.

As hemorroidas internas são divididas em graus, acompanhadas de suas condutas terapêuticas básicas:

I - Ausência de prolapso - orientações higienodietéticas;

II - Prolapso com redução espontânea - tratamento ambulatorial (ligadura elástica, escleroterapia, fotocoagulação, eletrocoagulação);

III - Prolapso com redução manual (do examinador ou paciente - hemorroidectomia);

IV - Prolapso irredutível - hemorroidectomia.

25
Q

Paciente de 30 anos apresenta nódulo de 2 cm no lobo hepático do fígado, em ultrassonografia. Após ser submetida à tomografia computadorizada e ressonância magnética, informou ao seu namorado que o médico a aconselhou a cessar com o uso do contraceptivo oral. Diante disso, pode-se afirmar que o laudo radiológico foi compatível com:

A

Os adenomas hepáticos são tumores benignos relativamente raros. Predomina em mulheres e está fortemente relacionado ao uso de anticoncepcionais orais, sendo que o risco aumenta claramente com o tempo. Ele apresenta a possibilidade de ruptura e transformação maligna, sendo a conduta preconizada a resseccão cirúrgica e a interrupção do uso de ACO.

26
Q

Mulher de 45 anos apresenta, há 24 horas, febre com calafrios, dor em hipocôndrio direito e icterícia. Encontra-se vigil, orientada, estável hemodinamicamente, com abdome flácido, doloroso a palpação profunda em hipocôndrio direito, sem descompressão dolorosa, e sinal de Murphy negativo. As alterações laboratoriais são: leucocitose, bastonemia, aumento de fosfatase alcalina, gama GT e bilirrubinas. Na ultrassonografia, vesícula com cálculos e paredes finas, colédoco de 1,2 cm com cálculo no terço distal. A conduta correta, nesse momento, é:

A

Essa paciente tem a clássica tríade: icterícia, dor em hipocôndrio direito e febre! É a chamada tríade de Charcot! Quando você vê uma paciente com essa tríade, a primeira condição que você vai se lembrar é a Colangite AGUDA! A colangite aguda é uma complicação infecciosa da via biliar quando um cálculo a obstrui, que fatalmente torna-se meio de cultura para bactérias, principalmente Gram-negativas entéricas. Os exames laboratoriais são compatíveis com a nossa hipótese: leucocitose com desvio à esquerda, aumento de enzimas canaliculares - GamaGT e FA - e aumento de bilirrubina, sendo esses três últimos ocasionados pela obstrução à drenagem normal de bile! Entendidos esses conceitos, vamos às opções:
Letras A e D: A drenagem percutânea da via biliar e a papilotomia endoscópica com extração de cálculo são duas formas de se realizar a DESCOMPRESSÃO da via biliar infectada. Neste caso, seria necessária uma descompressão como conduta IMEDIATA? Não! A descompressão se torna necessária com toda essa urgência quando estamos diante da colangite TÓXICA, na qual esperaríamos encontrar a Pêntade de Reynolds (que é igual à soma da Tríade de Charcot com mais dois achados: rebaixamento de consciência e hipotensão). Letras A e D incorretas.
Letra B: A colecistectomia laparoscópica será necessária - não há nem rastro de dúvida - já que esse doente apresentou complicações da doença calculosa biliar. Mas a colecistectomia não será feita até que uma antibioticoterapia adequada seja instituída. Letra B incorreta.
Letra C: A primeira conduta, neste caso, antes de se pensar numa colecistectomia, seria o início da antibioticoterapia, que, por falar nisso, poderia ser feita com ceftriaxone e metronidazol.

27
Q

Paciente de 55 anos é internado com quadro de pancreatite aguda alcoólica. Após a avaliação clínica e radiológica inicial, foi definido se tratar de um quadro edematoso. Encontra-se estável, com abdome flácido, peristáltico, pouco doloroso à palpação epigástrica, sem sinais de peritonite. Dentre as opções abaixo, aquela que apresenta uma medida com impacto sobre a evolução favorável da doença, nesse momento, é:

A

A pancreatite aguda pode ser dividida entre suas duas formas: pancreatite aguda leve, ou edematosa e pancreatite aguda grave, ou necro-hemorrágica. No caso de uma pancreatite aguda edematosa, como é a do nosso paciente, a nossa conduta inicialmente terá como objetivo principal a HIDRATAÇÃO VIGOROSA POR VIA ENDOVENOSA. A condição inflamatória que estamos vislumbrando é conhecida por causar grande sequestro de líquidos no terceiro espaço! Portanto, deveremos SEMPRE LEMBRAR que esses doentes MERECEM hidratação. Para acompanhar a nossa terapêutica de restauração volêmica, necessitaremos realizar sondagem vesical do nosso doente e atentar de maneira bem próxima para o saldo de líquidos que permanece em seu corpo durante essa hidratação volêmica. Precisamos, pois, realizar RIGOROSO BALANÇO HÍDRICO, como está exposto na letra B, que é a resposta correta a esta questão.

Letra A: antigamente, era comum prescrever-se antibiótico profilático para doentes com necrose de 30% ou mais do parênquima pancreático, o que pode ocorrer na forma necro-hemorrágica desta condição (e que não é, nem de longe, o caso do nosso doente). Atualmente, essa prescrição NÃO ESTÁ INDICADA, conforme podemos ver em diversos livros-texto, como o Harrison. Letra A incorreta.

Letra C: colangiopancreatografia a endoscópica retrógrada é um exame que objetiva avaliar a via biliar do doente, além de descomprimi-la (pela papilotomia endoscópica), o que poderia ter sido aventado caso o nosso paciente tivesse uma pancreatite BILIAR! Acreditamos que você tenha percebido, no enunciado, que este paciente tem pancreatite alcoólica. Letra C incorreta.

Letra D: a descompressão gástrica não é uma medida que tenha impacto na mortalidade da pancreatite aguda, ou seja, não traz mudança na EVOLUÇÃO da doença. Letra D incorreta.

28
Q

Uma paciente de 35 anos apresenta dor e massa palpável em hipocôndrio esquerdo. Uma tomografia computadorizada de abdome evidenciou lesão cística loculada de 7 cm no baço, com calcificações em sua parede e presença de cistos filhos. Com base nesses achados, o provável diagnóstico da lesão esplênica é:

A

Temos aqui uma questão bastante difícil e específica, a ser respondida por uma base radiológica. Cisto esplênico é uma situação rara na prática médica. Ele pode ser congênito (ex.: dermoide, hemangioma) ou adquirido (abscesso, pseudocisto pancreático adjacente, trauma, cisto hidático). Nessa questão, a apresentação é muito sugestiva do cisto hidático, que tipicamente apresenta 4 fases - simples, cistos filhos (como descreve o enunciado), calcificação e complicação (ex.: ruptura). Trata-se de uma doença infecciosa com formações císticas em órgãos como fígado e pulmão, causada pelo platelminto Echinococcus granulosus. No Brasil, ela é endêmica da região Sul e está relacionada a atividades rurais, principalmente a criação de ovelhas.

29
Q

Pacientes que apresentam vesícula em porcelana devem ser submetidos à colecistectomia, mesmo quando não apresentam sintomas. Tal conduta é baseada no fato de que esses pacientes têm risco aumentado de:

A

A vesícula em porcelana é uma colecistopatia crônica rara, em que há calcificação parcial ou completa das paredes da vesícula. Nestes casos, muitos cirurgiões OPTAM por realizar a colecistectomia PROFILÁTICA, já que nesses doentes parece haver um risco maior de câncer do órgão.

Revisando outras indicações de colecistectomia, mesmo que os pacientes sejam assintomáticos:

  • cálculos > 3 cm
  • pólipos de vesicula biliar
  • anomalia congênita da vesicula
  • microesferocitose hereditária com litíase comprovada

caso haja suspeita de câncer, a cirurgia deverá ser aberta e não por video.

30
Q

Paciente de 35 anos dá entrada no setor de emergência uma hora após ter sido mordido pelo seu gato doméstico. Há duas lesões na palma e duas no dorso da mão direita, todas puntiformes e sem sangramento. Após limpeza e irrigação da ferida e avaliação da necessidade de profilaxia para tétano e raiva, a conduta ideal deve ser:

A

A antibioticoprofilaxia pode reduzir as taxas de infecção das feridas por mordedura, especialmente em se tratando de mordedura felina e especialmente nas mordeduras em extremidades (ambas características de “alto risco” deinfecção). Os dentes dos gatos são finos, e funcionam como verdadeiras “agulhas” que penetram fundo na derme e comumente atingem os ossos subjacentes, o que aumenta a chance de infecção grave com osteomielite associada! Os germes mais provavelmente envolvidos são os anaeróbios presentes na microbiota da mucosa oral do agente agressor e os cocos Gram-positivos presentes na pele da vítima.A droga de escolha é a combinação amoxicilina + clavulanato, feita pela via oral por 3-5 dias.