2 - As células nervosas, os circuitos neurais e o comportamento Flashcards

1
Q

Como o reflexo de estiramento (knee-jerk reflex) exemplifica a integração sensório-motora no sistema nervoso e o papel dos interneurônios na coordenação muscular?

A

O reflexo de estiramento, ou reflexo patelar, é um exemplo de circuito sensório-motor que opera de forma autônoma, sem a necessidade de processamento consciente. Quando o tendão patelar é estimulado, neurônios sensoriais detectam o estiramento e enviam sinais à medula espinhal, onde fazem sinapse direta com neurônios motores que, por sua vez, causam a contração do músculo quadríceps. Simultaneamente, interneurônios inibitórios são ativados, inibindo os neurônios motores do músculo antagonista (isquiotibiais) para permitir uma contração livre de oposição. Esse reflexo é essencial para a manutenção do tônus muscular e para ajustes rápidos na postura, representando a coordenação básica entre entrada sensorial e saída motora através da interação entre neurônios sensoriais, motores e interneurônios.

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2
Q

Explique o papel da “polarização dinâmica” e da “especificidade de conexão” na comunicação neural. Como esses princípios sustentam a organização dos circuitos neurais?

A

A polarização dinâmica refere-se ao fluxo unidirecional de informações no neurônio, sempre dos dendritos para o axônio. Isso organiza a comunicação neuronal, garantindo que o sinal viaja de maneira consistente, evitando confusão nos circuitos neurais. A especificidade de conexão significa que os neurônios se conectam a alvos específicos em vez de formarem conexões indiscriminadas. Essa especificidade permite a formação de circuitos neurais organizados, onde cada neurônio é parte de uma rede funcional específica, com papéis bem-definidos. Isso é essencial para o processamento preciso das informações sensoriais, o controle motor e as funções cognitivas, pois assegura que os sinais atinjam apenas as áreas destinadas, evitando sobreposição e mantendo a eficiência na transmissão de informações.

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3
Q

Como a estrutura dos diferentes tipos de neurônios, como unipolares, bipolares e multipolares, influencia suas funções específicas no sistema nervoso?

A

A estrutura dos neurônios está intimamente relacionada às suas funções e ao tipo de comunicação que realizam. Neurônios unipolares, que possuem um único prolongamento saindo do corpo celular, são comuns em invertebrados e eficientes em transmitir sinais rápidos e diretos em circuitos simples. Neurônios bipolares, com dois prolongamentos (um dendrito e um axônio), são predominantes em sistemas sensoriais especializados, como na retina e na cóclea, facilitando a recepção e transmissão direta de informações sensoriais. Já os neurônios multipolares, que possuem um axônio e múltiplos dendritos, são os mais comuns no sistema nervoso central e permitem integração de informações de várias fontes. Essa estrutura é fundamental para o processamento complexo e a modulação de respostas em áreas como o córtex cerebral, onde informações de diversos sentidos e comandos motores precisam ser combinados e coordenados.

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4
Q

Explique a função dos canais de íons Na+ e K+ na geração e propagação do potencial de ação. Qual o impacto da despolarização e repolarização?

A

Os canais de sódio e potássio são essenciais para gerar e propagar o potencial de ação — o impulso elétrico que percorre o neurônio e permite a transmissão de informações.

  1. Geração do Potencial de Ação: O processo começa com a despolarização, quando os canais de sódio na membrana do neurônio se abrem, permitindo que íons de sódio (positivos) entrem rapidamente na célula. Esse influxo de sódio torna o interior da célula mais positivo, gerando um impulso elétrico que inicia o potencial de ação.
  2. Propagação do Potencial de Ação: À medida que o potencial de ação se move ao longo do axônio, ele “abre” canais de sódio mais à frente, mantendo o impulso. Depois que os canais de sódio se fecham, os canais de potássio se abrem, permitindo que os íons de potássio (também positivos) saiam da célula, o que repolariza a membrana, ou seja, restaura a carga negativa no interior da célula.
  3. Despolarização e Repolarização: A despolarização (entrada de sódio) cria o impulso elétrico necessário para a transmissão do sinal. A repolarização (saída de potássio) é importante para restaurar o equilíbrio original da célula e permitir que outro potencial de ação seja gerado.

Sua explicação está bem encaminhada! Vou organizar e corrigir alguns pontos para deixar tudo claro e, em seguida, vou explicar a função dos canais de sódio e potássio, como ocorre a hiperpolarização e como o potencial de ação se propaga.

Explicação Completa:

  1. Recebendo o estímulo e atingindo o limiar: O neurônio primeiro recebe um estímulo. Se esse estímulo for forte o suficiente para atingir o limiar de despolarização, o potencial de ação é disparado.
  2. Abertura dos canais de sódio e despolarização: Quando o potencial de ação começa, os canais de sódio dependentes de voltagem (canais que abrem com base em uma mudança de carga) se abrem primeiro. O sódio, que é carregado positivamente, entra na célula, tornando o interior da célula cada vez mais positivo. Esse influxo contínuo de sódio despolariza o neurônio, levando-o a um estado de carga positiva.
  3. Pico do potencial de ação: Eventualmente, o neurônio atinge o pico do potencial de ação — seu ponto máximo positivo. Neste ponto, os canais de sódio se fecham.
  4. Abertura dos canais de potássio e repolarização: Após o fechamento dos canais de sódio, os canais de potássio dependentes de voltagem se abrem. O potássio, também positivo, começa a sair da célula, o que faz a carga interna do neurônio ficar mais negativa novamente, um processo chamado repolarização.
  5. Hiperpolarização e retorno ao estado basal: À medida que o potássio sai da célula, a carga interna do neurônio fica brevemente mais negativa que o normal (estado basal). Esse processo é chamado de hiperpolarização e ocorre porque os canais de potássio demoram um pouco para se fechar, permitindo que mais potássio saia do que o necessário. Depois, a célula utiliza bombas iônicas (como a bomba de sódio-potássio) para restaurar o equilíbrio iônico e voltar ao seu potencial de repouso.

Como o Potencial de Ação se Propaga:

A despolarização em um ponto do axônio gera uma mudança de carga que abre os canais de sódio nos próximos segmentos do axônio. Esse processo se repete ao longo de toda a extensão do axônio, criando um “efeito dominó” que permite que o sinal se propague rapidamente até o final do neurônio.

Canais Dependentes de Voltagem e a Hiperpolarização:

  • Canais dependentes de voltagem: Os canais de sódio e potássio que participam desse processo abrem e fecham em resposta a mudanças na carga elétrica da membrana (ou voltagem), o que os torna “dependentes de voltagem”.
  • Hiperpolarização: A hiperpolarização ocorre porque, após a repolarização, os canais de potássio continuam abertos por um curto período, permitindo que a célula perca mais potássio do que o necessário. Isso leva a uma carga mais negativa que o potencial de repouso. Com o tempo, a célula restaura seu estado normal usando mecanismos como a bomba de sódio-potássio.
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5
Q

Qual é a importância da mielina e dos nódulos de Ranvier na condução do potencial de ação? Como esses elementos afetam a velocidade e eficiência da transmissão neural?

A

A mielina, produzida por oligodendrócitos no SNC e por células de Schwann no SNP, envolve os axônios, atuando como um isolante que impede a dissipação de corrente iônica. Isso permite que o potencial de ação “salte” entre os nódulos de Ranvier, onde a membrana é exposta e contém uma alta densidade de canais de Na+. Esse salto, chamado de condução saltatória, aumenta significativamente a velocidade de condução do potencial de ação e economiza energia celular, pois os íons não precisam atravessar toda a extensão do axônio. Essa eficiência na propagação do sinal é fundamental para respostas rápidas e precisas, especialmente em vias neurais longas.
No HP, essa reverberação ocorre principalmente nas regiões CA3 e CA1, onde as conexões recíprocas facilitam a manutenção de informações temporárias e ajudam a integrar novas memórias com experiências passadas. Além disso, essas redes reverberantes no hipocampo são moduladas por sinais de outras áreas, como o córtex pré-frontal, coordenando a retenção e recuperação de informações em resposta a demandas cognitivas.

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6
Q

Discuta a função das células gliais, especialmente os astrócitos, na regulação do ambiente extracelular neural. Como elas mantêm a eficiência da sinalização sináptica?

A

As células gliais, em particular os astrócitos, desempenham papéis cruciais no suporte e na manutenção do ambiente extracelular necessário para a atividade neuronal. Os astrócitos regulam os níveis extracelulares de íons, especialmente de K+, que aumenta com a atividade neural e, se acumulado, poderia despolarizar neurônios vizinhos indevidamente. Eles também capturam neurotransmissores liberados na sinapse, como o glutamato, impedindo sua ação prolongada e protegendo os neurônios da excitotoxicidade. Além disso, os astrócitos fornecem nutrientes, regulam o fluxo sanguíneo cerebral e liberam moléculas sinalizadoras que modulam a atividade sináptica, mantendo a estabilidade e a eficiência da comunicação neuronal.

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7
Q

Qual é o papel da plasticidade sináptica nas modificações de comportamento e aprendizagem? Como as sinapses são alteradas a longo prazo?

A

A plasticidade sináptica permite que as sinapses se fortaleçam ou enfraqueçam com base na atividade. A LTP (potenciação de longo prazo) é um processo em que sinapses usadas com frequência se tornam mais eficientes, essencial para a formação de memórias e aprendizado. A LTD (depressão de longo prazo) enfraquece sinapses pouco utilizadas, promovendo uma organização neural eficiente. Essas alterações estruturais e funcionais, como o aumento do número de receptores pós-sinápticos ou a criação de novas conexões, permitem que o sistema nervoso armazene informações e adapte o comportamento de forma duradoura.

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8
Q

Como as sinapses excitatórias e inibitórias influenciam o disparo dos neurônios? Qual é o papel da soma espacial e temporal na integração de sinais?

A

Sinapses excitatórias, ao liberar neurotransmissores como o glutamato, aumentam o potencial de membrana (despolarizam) e aproximam o neurônio do limiar de disparo. Sinapses inibitórias, com neurotransmissores como GABA, hiperpolarizam a célula, afastando o potencial do limiar. A soma espacial ocorre quando sinais de múltiplas sinapses se somam, enquanto a soma temporal refere-se à acumulação de sinais consecutivos de uma mesma sinapse. A integração espacial e temporal desses sinais determina se o neurônio atinge o limiar para disparar um potencial de ação, permitindo respostas complexas aos estímulos.

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9
Q

Explique a função dos canais de íons Na+ e K+ na geração e propagação do potencial de ação. Qual o impacto da despolarização e repolarização?

A

O potencial de ação começa com a abertura dos canais de Na+ em resposta a uma despolarização inicial, permitindo que Na+ entre na célula e torne o interior temporariamente positivo. Essa rápida mudança cria o pico do potencial de ação. Em seguida, os canais de Na+ inativam e os canais de K+ abrem, permitindo que o K+ saia da célula, restaurando o potencial negativo do interior (repolarização). Esse ciclo de despolarização e repolarização cria uma onda de mudança de voltagem que viaja ao longo do axônio, permitindo a transmissão do sinal de forma rápida e eficaz.

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10
Q

Como os princípios de divergência e convergência organizam o fluxo de informações nos circuitos neurais? Forneça exemplos de como esses padrões estruturam o processamento sensorial e motor.

A

A divergência permite que um único neurônio se comunique com múltiplos alvos, como no caso dos neurônios sensoriais que transmitem informações a diferentes regiões do SNC para processamento paralelo. A convergência ocorre quando múltiplos neurônios enviam informações a um único neurônio alvo, integrando entradas de várias fontes. No córtex motor, por exemplo, neurônios motores recebem sinais de várias áreas sensoriais e motoras para coordenar uma resposta motora precisa. Esses princípios de organização tornam o processamento neural mais robusto e adaptável, permitindo a integração e disseminação de informações complexas.

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11
Q

Explique o processo de liberação de neurotransmissores na sinapse e o papel das vesículas sinápticas. Como a frequência de potenciais de ação influencia esse processo

A

Quando um potencial de ação chega ao terminal pré-sináptico, ele abre canais de Ca2+ dependentes de voltagem. O influxo de Ca2+ provoca a fusão das vesículas sinápticas com a membrana, liberando neurotransmissores na fenda sináptica. A frequência dos potenciais de ação determina a quantidade de Ca2+ que entra e, assim, a quantidade de neurotransmissores liberada. Uma alta frequência de disparos aumenta a liberação de neurotransmissores, intensificando a resposta no neurônio pós-sináptico.

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12
Q

Qual é o papel da plasticidade sináptica nas modificações de comportamento e aprendizagem? Como as sinapses são alteradas a longo prazo?

A

A plasticidade sináptica permite que as sinapses se fortaleçam ou enfraqueçam com base na atividade. A LTP (potenciação de longo prazo) é um processo em que sinapses usadas com frequência se tornam mais eficientes, essencial para a formação de memórias e aprendizado. A LTD (depressão de longo prazo) enfraquece sinapses pouco utilizadas, promovendo uma organização neural eficiente. Essas alterações estruturais e funcionais, como o aumento do número de receptores pós-sinápticos ou a criação de novas conexões, permitem que o sistema nervoso armazene informações e adapte o comportamento de forma duradoura.

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13
Q

Explique o conceito de “inibição lateral” e como ele contribui para a acuidade sensorial. Em que tipos de sistemas sensoriais essa organização é particularmente útil?

A

A inibição lateral é um mecanismo onde neurônios excitatórios inibem a atividade dos neurônios adjacentes, importtante para a resolução espacial. Isso aumenta o contraste entre áreas excitadas e inibidas, refinando a precisão da resposta sensorial e aumentando a acuidade na percepção. Esse processo é particularmente relevante no sistema visual, onde permite a detecção de bordas e contrastes de forma mais nítida, e no sistema somatossensorial, melhorando a distinção entre estímulos adjacentes.

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14
Q

Quais são os principais efeitos do envelhecimento sobre a plasticidade neural?

A

O envelhecimento diminui a capacidade de plasticidade neural devido à redução na neurogênese, sinaptogênese e flexibilidade sináptica, levando a déficits de memória e aprendizado. Isso está relacionado a mudanças moleculares e celulares nos neurônios e na glia.

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15
Q

Explique como o sistema nervoso pode reconfigurar suas conexões em resposta a lesões.

A

Em resposta a lesões, o sistema nervoso reconfigura conexões por meio de mecanismos de plasticidade sináptica, brotamento axonal e reorganização cortical, promovendo a recuperação funcional e adaptando-se à perda de circuitos originais.

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16
Q

Qual é a função dos receptores metabotrópicos nas sinapses e como eles diferem dos receptores ionotrópicos em termos de mecanismos de ação e efeitos na célula pós-sináptica?

A

Os receptores metabotrópicos ativam cascatas de sinalização via proteínas G e segundos mensageiros, que podem influenciar canais iônicos indiretamente e alterar a atividade celular de forma prolongada. Diferente dos receptores ionotrópicos, que abrem canais iônicos diretamente em resposta à ligação de um neurotransmissor, os metabotrópicos produzem efeitos mais duradouros e regulam processos como a modulação de sinal e a plasticidade sináptica, sendo essenciais para a adaptação neuronal a longo prazo.

17
Q

Como a modulação por segundo mensageiro afeta a sinalização sináptica e quais são as vantagens dessa modulação para a plasticidade neural?

A

A modulação por segundos mensageiros, como o AMPc, afeta a sinalização sináptica ao ativar cascatas intracelulares que alteram a sensibilidade dos receptores e podem modificar a expressão gênica. Isso resulta em mudanças duradouras na eficiência sináptica e na estrutura da sinapse, promovendo a plasticidade necessária para o aprendizado e a memória. Essa modulação permite uma resposta adaptativa e prolongada a estímulos, ao invés de uma resposta curta e imediata.

A principal vantagem dessa modulação é que ela permite uma adaptação duradoura e flexível das sinapses, o que é essencial para a plasticidade neural – a capacidade do cérebro de se reorganizar e modificar conexões em resposta a novas informações, experiências e aprendizagens. Como os segundos mensageiros podem promover alterações estruturais e funcionais duradouras nas células, eles são fundamentais para processos como o fortalecimento sináptico (potenciação de longo prazo, LTP) e o enfraquecimento sináptico (depressão de longo prazo, LTD), que são as bases moleculares da memória e do aprendizado.
Imagine que o segundo mensageiro é como um sistema de ajuste fino em um termostato inteligente. Enquanto um receptor ionotrópico é como um interruptor simples que liga e desliga, o segundo mensageiro ajusta a “temperatura” (ou seja, a atividade do neurônio) de maneira precisa, dependendo de várias condições. Essa capacidade de ajuste fino é o que permite ao sistema nervoso aprender e se adaptar com base nas experiências, tornando a modulação por segundo mensageiro essencial para a plasticidade e a complexidade do cérebro.

18
Q

Como a transmissão sináptica elétrica difere da sináptica química e em quais situações a transmissão elétrica é vantajosa?

A

A transmissão sináptica elétrica ocorre via junções comunicantes, que permitem a passagem direta de íons entre células. É rápida e bidirecional, ideal para respostas sincronizadas, como em circuitos de fuga e redes que exigem respostas rápidas, como os circuitos motores de invertebrados. A transmissão química, ao contrário, é unidirecional e envolve neurotransmissores, permitindo maior modulação e plasticidade, essencial para a complexidade cognitiva e o aprendizado.

19
Q

Discuta a importância da constante de tempo e da constante de comprimento para a condução de sinais elétricos em neurônios. Como essas propriedades influenciam a propagação dos potenciais sinápticos?

A

A constante de tempo indica a rapidez com que o potencial de membrana responde a uma mudança de corrente, enquanto a constante de comprimento mede a distância ao longo do neurônio em que o sinal elétrico se propaga sem perder intensidade. Uma alta constante de tempo permite integração prolongada de sinais, e uma constante de comprimento elevada promove a propagação do sinal por distâncias maiores. Juntas, essas propriedades são cruciais para determinar a capacidade de um neurônio em integrar e transmitir sinais de forma eficiente em circuitos complexos.

20
Q

Quais as divisões de um neurónio?

A

Claro! Vamos aprofundar um pouco mais na estrutura e funcionamento dos neurônios.

O neurônio é a célula básica do sistema nervoso e é especializado em transmitir e processar informações. Cada neurônio tem três partes principais:

  1. Corpo celular (ou soma): É a “central de processamento” do neurônio, onde está o núcleo da célula. Dentro do corpo celular, ocorrem atividades importantes para a sobrevivência da célula e para a síntese de proteínas e neurotransmissores. É aqui que o neurônio integra todas as informações recebidas e decide se vai gerar um sinal.
  2. Dendritos: São extensões ramificadas que saem do corpo celular e se especializam em receber sinais de outros neurônios. Os dendritos possuem receptores que captam neurotransmissores, substâncias químicas liberadas pelas terminações de outros neurônios na sinapse. Esses sinais recebidos pelos dendritos podem ser excitatórios (que estimulam a atividade do neurônio) ou inibitórios (que reduzem a atividade do neurônio).
  3. Axônio: É uma extensão longa e única que sai do corpo celular e transmite o sinal elétrico gerado pelo neurônio para outras células. O axônio pode ser muito longo, chegando a mais de um metro em alguns casos, como nos nervos que se estendem da medula espinhal até os pés. Na ponta do axônio, há ramificações que terminam em botões sinápticos, onde o sinal elétrico será convertido novamente em um sinal químico para se comunicar com o próximo neurônio ou com uma célula muscular.

Como os neurônios transmitem sinais?

O processo de transmissão de sinais no neurônio ocorre em duas etapas principais:

  • Sinal elétrico: Quando um neurônio é ativado, ele gera um impulso elétrico chamado potencial de ação. Esse potencial de ação percorre o axônio, de forma parecida com um “onda elétrica”. Esse processo ocorre através da movimentação de íons (como sódio e potássio) pela membrana do axônio, criando uma corrente que se propaga até o final do axônio.
  • Sinal químico: Quando o potencial de ação atinge o final do axônio, ele desencadeia a liberação de neurotransmissores nas sinapses, os pontos de conexão entre neurônios. Os neurotransmissores são liberados na fenda sináptica (o pequeno espaço entre dois neurônios) e se ligam aos receptores nos dendritos do próximo neurônio, transmitindo o sinal para a célula seguinte. Esse processo de transmissão de sinal químico permite que os neurônios comuniquem entre si e enviem informações pelo sistema nervoso.

Por que o axônio é coberto por mielina?

Em muitos neurônios, o axônio é envolvido por uma substância chamada mielina, que funciona como um isolante. A mielina permite que o impulso elétrico se mova muito mais rápido ao longo do axônio, “saltando” entre pequenas lacunas chamadas nodos de Ranvier. Essa transmissão saltatória acelera a velocidade do sinal, permitindo que o cérebro e o sistema nervoso processem e respondam rapidamente a estímulos.

Esse conjunto—corpo celular, dendritos e axônio—trabalha de forma coordenada para captar, integrar e transmitir informações. Essa estrutura é essencial para a comunicação no sistema nervoso, permitindo que nosso cérebro e corpo realizem suas funções complexas.