1.3 Final do Século XIX e Início do XX: intelectualidade, urbanização e Belle Époque Flashcards
Entre o final do século XIX (1870-80) e início do XX (por volta de 1920) houve um período no Brasil conhecido como Belle Époque.
Eram tempos de profundas transformações nos planos urbanístico, econômico e cultural, ocasionadas pelos desenvolvimentos científico e tecnológico de um Brasil que se modernizava.
Lugares como Rio de Janeiro e Fortaleza viviam sob a influência da França que, na época, estava à frente das novidades na moda, na arquitetura, nas artes, nos códigos de sociabilidade em cafés e grandes salões, normalmente animados por discussões político-filosóficas e saraus literários.
Mas também havia muita ________ e epidemias nessas capitais, fato que resultou na criação de movimentos sanitaristas, como o da vacinação obrigatória, proposta pelo sanitarista Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, que dividiu opiniões e acabou por gerar revoltas na população.
pobreza
No Rio de Janeiro, a Belle Époque veio acompanhada de uma produção cultural bastante rica, especialmente no jornalismo e na literatura.
Machado de Assis, Lima Barreto e Euclides da Cunha, como lembram Mariza Veloso e Angélica Madeira (1999), todos mestiços e vindo das classes sociais não privilegiadas, viviam na mesma cidade e na mesma época.
No entanto, apresentavam visões muito distintas em suas obras ficcionais no que se refere à Ética, à Política e à Estética.
Machado de Assis e Euclides da Cunha fizeram parte da Academia Brasileira de Letras, mesmo questionando e/ou fugindo da vida fútil da sociedade carioca da Belle Époque.
Lima Barreto, devido à sua vida boêmia, aos fortes traços negroides e às relações conturbadas com o campo intelectual e sociedade racista carioca, teve sua candidatura ________ por três vezes.
rejeitada
Fortaleza, em finais do século XIX, por sua vez, também tinha uma vida econômica, _________ e artística bastante agitada.
As exportações de algodão para a Inglaterra foram a grande propulsora financeira da Belle Époque na capital cearense.
Como resultado desse próspero comércio, em 1875, a cidade recebeu de Adolfo Herbster um novo plano urbanístico que consistia em uma atualização do projeto de Silva Paulet, implantado em Fortaleza no ano de 1823.
Sedenta de modernidade e inspirada na bela Paris, a nova Fortaleza adquiriu bondes para o transporte público e investiu na construção de palacetes para a moradia da burguesia local.
Construiu também alamedas, ou boulevards (as atuais avenidas do Imperador, Duque de Caxias e Dom Manuel), além de praças com amplos jardins e cafés (o Passeio Público e a Praça do Ferreira), onde se reuniam os mais endinheirados e a intelectualidade local.
cultural
Em 1892, surgiu a “Padaria Espiritual”, grêmio criado por jovens literatos e artistas que sucedeu a Academia Francesa Cearense, de 1873 e o Clube Literário, de 1886.
Os padeiros, como gostavam de ser chamados os seus integrantes, publicaram um jornal chamado de “O Pão”.
Reuniam-se em sessões chamadas de “fornadas”, com objetivo de oferecer “o pão do espírito” – na verdade, ideias invadoras, e até mesmo _________, para a sociedade fortalezense.
Como lembra Sebastião Rogério Ponte (2012), a Padaria Espiritual foi concebida ao ar livre, nas mesas do Café Java, que tinha estilo francês e estava localizado na Praça do Ferreira – tudo bem ao gosto da Belle Époque mas já com aspirações pré-modernistas, como veremos depois.
escandalosas
No entanto, Fortaleza era um lugar de muitas contradições.
Paralelamente a todo esse clima de euforia e vida cultural artificialmente francesa, a cidade tinha um alto índice de pobreza.
A cada dia, tornava-se cada vez mais inchada por uma população de baixa renda que era acometida por toda sorte de doenças, devido à falta de saneamento básico.
Tal foi o caso da varíola, amplamente combatida pelo farmacêutico Rodolfo Teófilo, no início do século XX, sobretudo junto à população que vinha do sertão para Fortaleza, por ocasião da seca.
Segundo Lira Neto e Cláudia Albuquerque (2014), por essa época, ______ havia sistema de esgotos e nem abastecimento de água encanada nas residências da capital cearense.
Foi somente em 1926 que Fortaleza recebeu a construção de duas caixas d’água e conseguiu substituir a iluminação a gás carbônico por lâmpadas elétricas.
não