1. Hemorragia Digestiva Alta Flashcards

1
Q

Quais as características da hemorragia digestiva alta?

A
  • Sangramento acima do ângulo de Treitz e proximal à papila duodenal maior.
  • Pode ser varicosa (VENOSO) ou não varicosa (ARTERIAL).
  • Causa hematêmese e melena.

Obs.: relação BUN/creatina > 36 indica HDA, enquanto o BUN/creatina < 36 indica HDB.

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2
Q

Qual a conduta inicial na hemorragia digestiva alta?

A
  • Estabilização clínica e hemodinâmica (reposição volêmica cautelosa).
  • Avaliar intubação orotraqueal.
  • Avaliar hemoderivados.
  • Suspender anticoagulantes.
  • Iniciar terapia medicamentosa.
  • Estratificação de risco.
  • Realizar endoscopia digestiva alta nas primeiras 12h.
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3
Q

Quais as indicações de hemotransfusão na hemorragia digestiva alta?

A
  • Hb < 7: sempre.
  • Hb 7 a 10: portadores de doença cardiovascular.

Obs.: transfundir plaquetas se < 50.000 (SEM indicação de corrigir coagulopatia com plasma fresco congelado ou criopreciptado).

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4
Q

Quais os fatores de coagulação presentes no plasma fresco congelado?

A
  • TODOS os fatores de coagulação
  • Fator de Von Willebrand.
  • Fibrinogênio.
  • Fibronectina.
  • Proteinas (ex.: albumina).
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5
Q

Quais os fatores de coagulação presentes no crioprecipitado?

A
  • Fatores VIII e XIII.
  • Fator de Von Willebrand.
  • Fibrinogênio.
  • Fibronectina.
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6
Q

Quais os fatores de coagulação presentes no complexo protrombínico?

A
  • Fatores II, VII, IX e X (dependentes de vitamina K).
  • Proteínas C e S.

Obs.: as principais indicações de complexo protrombínico são sangramentos por cumarínicos, em hepatopatas e na hemofilia B.

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7
Q

Qual o manejo dos anticoagulantes e antiagregantes na hemorragia digestiva alta?

A
  • AAS: manter se alto risco cardiovascular.
  • Varfarina: suspender + vitamina K EV + complexo protrombínico ou plasma fresco congelado se INR > 2.
  • NOACS: suspender.
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8
Q

Quais medicações fazer no atendimento inicial da hemorragia digestiva alta?

A
  • Eritromicina (procinético).
  • Suspeita de HDA NÃO-varicosa: omeprazol 80g (dose dobrada de ataque) EV, seguido de 40mg EV a cada 12h.
  • Suspeita de HDA varicosa: terlepressina.

Obs.: o ácido tranexâmico NÃO está indicado na HDA!

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9
Q

Qual o escore de Glasgow-Blatchford na hemorragia digestiva alta?

A
  • Avalia a necessidade de internação para a realização de endoscopia.
  • Utiliza apenas critérios clínicos e laboratoriais (Hb, Ureia, PAS, etc).
  • Apresenta alta sensibilidade, especialmente para pacientes de baixo risco.
  • Baixo risco (0 pontos): endoscopia ambulatorial.
  • Alto risco (1 ou mais pontos): endoscopia de urgência.

Obs.: o escore de Rockall utiliza critérios clínicos e endoscópicos.

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10
Q

Em quanto tempo deve ser realizada a endoscopia digestiva alta no paciente com hemorragia digestiva alta não varicosa?

A
  • Paciente estável: até 24h (precoce).
  • Paciente instável: até 12h (urgente).
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11
Q

Quais as características da hemorragia digestiva alta não varicosa?

A
  • É a principal causa de HDA.
  • 85% provém de uma úlcera péptica duodenal ou gástrica.
  • Pode ocorrer por angiodisplasia, síndrome de Mallory-Weiss ou malformações vasculares (ex.: Dieulafoy).
  • A maioria dos casos cessam espontaneamente.
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12
Q

Quais as características da doença ulcerosa péptica?

A
  • Ulcerações que ultrapassam a muscular da mucosa.
  • Surge por desequilíbrio entre os fatores protetores e agressores da mucosa gástrica (ex.: H. pylori, AINES, tabagismo, etc).
  • 90% das úlceras duodenais e 70% das úlceras gástricas são relacionadas ao H. pylori.
  • Geralmente são úlceras profundas, que ultrapassam a muscular, e causam sangramentos ARTERIAIS.
  • Podem ocorrer em pacientes graves (úlceras de estresse), apresentando maior mortalidade.

Obs.: o principal local de sangramento é a parede posterior do duodeno (a. gastroduodenal).

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13
Q

Qual a classificação de Johnson da doença ulcerosa péptica gástrica?

A
  • Tipo I: pequena curvatura baixa.
  • Tipo II: corpo gástrico + úlcera duodenal.
  • Tipo III: pré-pilórica (antro).
  • Tipo IV: pequena curvatura alta.
  • Tipo V: múltiplas (AINES).

Obs.: os tipos II e III são formados por HIPERcloridria, e os tipos I, IV e V, por HIPOcloridria.

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14
Q

Qual a classificação de Forrest na hemorragia digestiva alta não varicosa por doença ulcerosa péptica?

A
  • Ia: sangramento ativo em jato (100% de ressangramento).
  • Ib: sangramento ativo em porojamento (55% de ressangramento).
  • IIa: vaso visível (40% de ressangramento).
  • IIb: coágulo aderido (20% de ressangramento).
  • IIc: base com hematina (10% de ressangramebto).
  • III: base clara ou com fibrina (5% de ressangramento).

Obs.: é o principal preditor de sangramento de uma úlcera, seguido pelo tamanho da mesma (> 2cm).

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15
Q

Qual a conduta na hemorragia digestiva alta não varicosa por doença ulcerosa péptica de acordo com a classificação de Forrest?

A
  • Forrest Ia e Ib: hemoclip + adrenalina ou termoablação (TERAPIA DUPLA).
  • Forrest IIa: hemoclip.
  • Forrest IIb: individualizada (tratar se coágulo de fácil remoção ou vaso visível abaixo do coágulo).
  • Forrest IIc e III: terapia medicamentosa.

Obs.: devido ao alto risco de ressangramento, pacientes com úlceras Forret Ia, Ib e IIa deve ficar internados com vigilância de novos episódios de sangramento.

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16
Q

Qual a conduta no ressangramento na hemorragia digestiva alta não varicosa por doença ulcerosa péptica?

A
  • Falha da 1ª EDA: nova endoscopia com método hemostático diferente da primeira tentativa.
  • Se falha da 2ª EDA: embolização arterial por arteriografia.
  • Se falha da embolização: cirurgia.

Obs.: na úlcera DUODENAL, a cirurgia é a pilorotomia + ulcerorrafia + piloroplastia + vagotomia troncular. Na úlcera GÁSTRICA, a cirurgia é a gastrectomia parcial (especialmente se úlcera crônica).

17
Q

Qual a conduta após o tratamento da hemorragia digestiva alta não varicosa por doença ulcerosa péptica?

A
  • Manter IBP por pelo menos 14 dias.
  • Procurar e tratar H. pylori.
18
Q

Quais as características da lesão de Mallory-Weiss?

A
  • Lesões na mucosa da transição esôfago-gástrica por vômitos incoercíveis.
  • Normalmente autolimitado.
  • Se necessário, tratar com clipagem ou ligadura elástica.
19
Q

Quais as características da lesão de Dieulafoy?

A
  • Decorre de uma malformação vascular de uma artéria da camada SUBMUCOSA dilatada.
  • Pode ocorrer em qualquer ponto do trato gastrointestinal e respiratório, mas o local mais comum é a pequena curvatura, próxima a junção esofagogástrica, e no fundo gástrico.
  • Causa HDA volumosa de repetição.
  • Tratar com método mecânico (ligadura ou clipagem).
20
Q

Quais as características da hemobilia?

A
  • Ocorre por comunicação da circulação esplâncnica com a via biliar, causando sangramentos.
  • A principal causa é IATROGÊNICA (ex.: pós-CPRE), seguida de trauma hepático.
  • Tríade de Sandblom (Quinck): hemorragia digestiva alta, dor abdominal e icterícia.
  • O exame padrão-ouro diagnóstico e terapêutico é a ARTERIOGRAFIA (tomografia e a EDA apresentam BAIXA acurácia).

Obs.: evitar tratamento cirúrgico.

21
Q

Quais as características da hemorragia digestiva alta varicosa?

A
  • Decorre do sangramento de varizes gastroesofágicas.
  • Ocorre em pacientes com hipertensão portal, principalmente de etiologia alcoólica.
  • Varizes de fundo gástrico isoladas ocorrem na pancreatite crônica com trombose de veia porta.
22
Q

Quais as características da hipertensão portal?

A
  • Decorre de um aumento da resistência ao fluxo da veia porta.
  • Definida como um gradiente venoso hepático > 5 mmHg.
  • Pode ser pré-hepática (ex.: trombose de veia porta), hepática (ex.: cirrose) ou pós-hepática (ex.: ICC direita, Budd-Chiari).
  • Causa varizes gastroesofágicas, circulação colateral, fluxo hepatofugal ao USG e esplenomegalia.

Obs.: gradiente de pressão venosa hepática > 10mmHg propicia o surgimento de varizes gastroesofágicas, e > 16mmHg, seu sangramento.

23
Q

Quais as particularidades do atendimento inicial da hemorragia digestiva alta varicosa?

A
  • Iniciar drogas vasoativas (terlepressina, octeotrídeo ou vasopressina).
  • Iniciar ceftriaxone ou ciprofloxacino para profilaxia de PBE.
  • Suspender IBP tão logo descartada etiologia ulcerosa.
24
Q

Qual a classificação de Sarin para as varizes gastroesofágicas?

A
  • GOV 1 (mais comum): varizes esofágicas que se extendem para a pequena curvatura gástrica.
  • GOV 2 (mais sangram): varizes esofágicas que se extendem para a grande curvatura gástrica.
  • IGV 1: varizes isoladas de fundo gástrico
  • IGV 2: varizes em outras localizações do estômago.
25
Qual o tratamento da hemorragia digestiva alta varicosa de acordo com a classificação de Sarin?
- **GOV 1:** ligadura elástica. - **GOV 2, IGV 1 e IGV 2:** escleroterapia com cianoacrilato.
26
Quais as características do balão de Sengstaken-Blakemore na hemorragia digestiva alta varicosa?
- Indicado em sangramentos vultuosos de varizes esofágicas e de fundo gástrico com falha da EDA. - Consegue cessar o sangramento em até 90% dos casos. - Deve permanecer por no máximo 12-24h para evitar necrose esofágica e de asa do nariz (terapia de ponte), e o paciente deve estar intubado. - Insuflar 200ml de ar no balão gástrico e, no esofágico, até pressão de 40 mmHg e confirmar o posicionamento com radiografia de tórax. - Realizar nova EDA após a estabilização clínica (**recorrência de 50% do sangramento**). **Obs.:** em varizes esofágicas vultuosas, pode-se utilizar o **SEMS** (Self-Expandable Metallic Stent), sendo inclusive a escolha pelo BAVENO VII ao invéz do balão.
27
Qual a conduta na falha terapêutica na hemorragia digestiva alta varicosa?
- **Falha da 1ª EDA:** balão de Sengstaken-Blakemore + nova EDA. - **Falha da 2ª EDA:** TIPS ou cirurgia (se TIPS não disponível). **Obs.:** o TIPS está contraindicado nos casos de doença hepática policística, hipertensão pulmonar grave e ICC descompensada.
28
Quais as indicações de TIPS preventivo na hemorragia digestiva alta varicosa?
- CHILD B > 7 e C < 14 (**evitar no C por piora da encefalopatia**). - Gradiente hepatico-venoso > 20mmHg. **Obs.:** o TIPS diminui o gradiente portohepático, mas **NÃO** melhora a perfusão portal do parênquima hepático.
29
Qual a conduta após o tratamento da hemorragia digestiva alta varicosa?
- Betabloqueador não seletivo (**carvedilol**, propanolol ou nadolol). - Ligadura das varizes esofágicas. **Obs.:** na profilaxia primária, utilizar apenas o betabloqueador (escolha) **OU** a ligadura (se intolerância ao betabloqueador).
30
Quais as outras causas de henorragia digestiva alta não varicosa?
- **Gastropatia congestiva/hipertensiva:** pacientes com hipertensão portal, anemia e sangramebto oculto. - **Ectasia vascular de antro gástrico (GAVE):** causa listras lineares avermelhadas (estômago em melancia) e anemia ferropriva.
31
Quais as opções cirúrgicas no tratamento da hemorragia digestiva alta varicosa refratária?
- **Desconexão ázigo-portal com esplenectomia:** pacientes com esquistossomose. - **Cirurgia de Warren (derivação esplenorrenal distal):** pacientes cirróticos. - **Derivação porto-cova**: alta morbimortalidade. **Obs.:** pode ocorrer gastroparesia na desconexão azigo-portal por lesão do nervo vago (prevenir com piloromiotomia).
32
Quais as indicações de profilaxia primária para hemorragia digestiva alta por varizes gastroesofágicas?
- Child B e C. - Varizes de médio e grosso calibre. - Varizes com red spot.