Vias biliares Flashcards
Definição de colelitíase
Presença de cálculos na vesícula biliar
Qual a fisiopatologia da colelitiase?
Supersaturação da bile: presença de bile litogênica ou supersaturada (uma dos soluções acima do coef. de solubilidade da bile precipita)
Nucleação: micropartículas que precipitam se fundem e formam cristais
Crescimento: aposição de cristais formam os cálculos
Qual etiopatogenese da colelitiase?
Cálculos de colesterol - 75%: multifacetados e múltiplos (raramente únicos), puros (80% colesterol) e mistos (60% colesterol)
Cálculos pigmentados - 25%: pretos (precipitação de bilirrubina conjugada fundida ao cálcio formam o pigmento bilirrubina tô de cálcio, radiopaco devido ao cálcio) e acastanhados (infecção da bile e estase biliar)
Fatores de risco para colelitiase?
5F (Feminino, fat, family, fertility, four)
Quadro clínico da colelitíase?
Maioria assintomáticos
Sintomáticos: síndrome dolorosa em andar superior do abdome princ. pos alimentação gordurosa (dor visceral, imprecisa e intermitente causada por distensão de cápsula), síndrome dispéptica e exame físico inespecífico
Complicações da colelitiase
Colecistite aguda (cálculo obstrui ducto cístico e inflama vesícula)
Coledocolitiase (cálculo do colédoco)
Colangite aguda (infeção da via biliar principal por obstrução do colédoco)
Pancreatite aguda (obstrução do pancreático)
Diagnóstico da colelitiase e o achado
Assintomáticos: ultrassom ao acaso
Sintomáticos: ultrassom (padrão ouro) - achado: imagens hiper e picas com sombra acústica posterior no interior da vesícula
Achado do ultrassom de colelitiase
Imagens hiper ecoicas com sombra acústica posterior
Tratamento dos pacientes sintomáticos de colelitiase
Clínico: controle da dor com medicamentos e orientações dietéticas para alívio da dispepsia
Cirúrgico: colecistectomia (por laparoscopia ou laparotomia)
Recomendações que indicam cirurgia em assintomáticos com colelitiase (6 ao todo)
Cálculo maior que 2cm (indicam câncer)
Microcálculos (pancreatite)
Vesícula em porcelana
Pólipo maior que 1cm
Diabéticos (mais difícil controlar complicações)
Doença hemolítica
Definição de colecistite aguda
Processo inflamatório causado pelo impedimento de saída da bile da vesícula
Fisiopatologia da colecistite aguda (sequência)
Obstrução (por cálculos vesiculares do infundibulo ou do cístico) > estase biliar > infeção > inflamação da parede da vesícula (peritônio visceral) > distensão e edema > inflamação dissemina para o peritônio parietal > SÍNDROME DO ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO - Peritonite (dor parietal, precisa, continua em hipocôndrio direito)
Etiologia da colecistite aguda (causas)
Cálculos vesiculares
Colecistite alitiásica (sem cálculo): bile espessa (“barro biliar”) obstrui a própria saída da bile, geralmente em casos de internações prolongadas, pacientes de UTI, desidratação, chocado, hipovolêmico e insuf. renal, geralmente n precisa de cirurgia
Outras: parasitoses, pólipos prox ao infundibulo, neoplasias da biliares, compressões extrínsecas
Quadro clínico da colecistite aguda
Síndrome do abdome agudo inflamatório
Náuseas e vômito
Manifestações infecciosas
Exame físico (quieto, RHA diminuídos, palpacao e percussão dolorosas, sinais de peritonite, sinal de Murphy e palpacao de plastrão inflamatório)
Defina abdome agudo inflamatório
Dor abdominal súbita não traumática que dura mais de 6 horas e menos de 7 dias e leva o paciente ao PS.
No caso do inflamatório é causado por colecistite aguda, sendo a dor localizado, precisa, continua e em hipocôndrio direito
O que é sinal de Murphy e em qual doença está presente?
É a parada súbita/brusca da respiração quando faz a palpacao do hipocôndrio direito
Colecistite aguda
Qual a rotina de abdome agudo?
Laboratorial: hemograma com leucocitose (desvio para esquerda), PCR E VHS aumentados, amilase normal, urina tipo 1 e BHCG
Imagem: radiografia de tórax, abdome e pelve em 2 incidências
Como é feito o diagnóstico de colecistite aguda?
1- Rotina de abdome agudo
2- Achados radiológicos do abdome agudo na colecistite aguda: cálculo (se for de bilirrubinato de cálcio) e sinal do íleo paralítico e sinal da alça sentinela
3- Ultrassom: parede espessa (>4mm), líquido perivesicular devido inflamação e cálculo impactado e fixo no cístico ou infundibulo (se a vesícula for litíasica)
4- Tomografia ou RNM de abdome (apenas em casos de complicações)
5- Laparoscopia diagnóstica (última opção, se todos os exames não diagnosticaram)
Achados radiológicos da colecistite aguda em abdome agudo inflamatório
obs.: NÃO CONFUNDIR COM OS RADIOLÓGICOS
Cálculo (se for de bilirrubina tô de cálcio) e sinal do íleo paralítico ou sinal da alça sentinela
É possível observar no ultrassom em casos de colecistite aguda:
parede espessa (>4mm)
líquido perivesicular devido inflamação
cálculo impactado e fixo no cístico ou infundibulo (se a vesícula for litíasica)
Tratamento da colecistite aguda
Colecistectomia (consenso)
o momento mais oportuno é discutivel
Quando se opta pela cirurgia precoce ou tardia nos casos de colecistite aguda e qual é essa cirurgia
Colecistectomia
Precoce: dx até 3 dias do início dos sintomas, não formou o plastrão
Tardia: dx depois de 3 dias dos sintomas > atb para diminuir inflamação e cirurgia dentro de 2-4 semanas
Definição de coledocolitiase
Presença de cálculos na via biliar principal
Etiologia da coledocolitiase
Primária: cálculo amarronzado (estase e infecção da bile) formado na via biliar principal
Secundária: quando o cálculo veio da vesícula (95% dos casos)
Como saber se a coledocolitiase é secundária ou primária
Até 2 anos de colecistectomia a maioria dos casos é secundária/residual
Após 2 anos a maioria é primário