UP3 Flashcards
Etiologias da Epilepsia
• Genética
• Estrutural
• Infeciosa
• Metabólica
• Imune
• Desconhecida
Epilepsia com Etiologia Genética
• Na infância
• Mutações no canal de sódio (síndrome de Dravet)
• Mutações no canal de cálcio tipo T
• Mutações nas subunidades do recetor GABA (epilepsia de ausência na infância)
• Mutações na proteína-1 e na cinase celular intestinal (epilepsia mioclónica juvenil)
• Transmitidas de geração em geração
• Podem surgir de mutações esporádicas
Epilepsias Estruturais
• Anormalidades visíveis ao diagnóstico (imagem neurológica)
• Podem ser adquiridas ou ter origem genética
• Exemplos: displasia cortical, epilepsia do lobo temporal mesial e epilepsia pós-traumática
Demências: o que é e condições de declínio da mesma
• Doenças em que existe declínio na memória
• Ocorrem danos irreversíveis às células cerebrais
• Declínios: capacidade de gerar um discurso coerente/reconhecer ou identificar objetos/executar atividades motoras/pensar abstratamente
Condições tratáveis (as que simulam demência)
• Depressão
• Delírio
• Efeitos colaterais de fármacos
• Problemas de tiroide
• Uso excessivo de álcool
• Deficiência de vitaminas
Tipos de Demência
• Vascular
• Frontotemporal
• Corpos de Lewy
• Creutzfeldt-Jakob
• Parkinson
Doença de Alzheimer (DA)
• Mais comum (responsável por 60-80% dos casos de demência)
• Doença progressiva
• Sintomas iniciais: dificuldade em lembrar nomes e eventos recentes, apatia e depressão
• Sintomas posteriores: desorientação, confusão, mudanças de comportamento, dificuldade para falar, engolir e andar
• Anormalidades marcantes: depósitos do fragmento da proteína beta-amilóide e fios torcidos da proteína tau, danos às células nervosas e morte no cérebro
Sintomas da DA
• Primeiros - lapsos da memória, alterações de humor (podem ficar ansiosos/irritáveis/deprimidos)
• Dano inicial ocorre no hipocampo
• Problemas na linguagem, habilidades visuais, planeamento e organização, orientação
Estágios Posteriores da DA
• Perda de memória, comunicação, raciocínio e orientação tornam-se + graves
• Delírios - acreditar em coisas que não são verdadeiras
• Alucinações - ver ou ouvir coisas que não existem realmente
• Comportamentos pouco frequentes: agitação, gritar, padrões de sono perturbados, reagir agressivamente
• Pessoas vivem de 8 a 10 anos após os primeiros sintomas
Fatores que influenciam DA
• Idade
• Género
• Herança genética
• Saúde e estilo de vida
Idade e Género na DA
Idade:
• Maior fator de risco
• Afeta principalmente pessoas com + 65 anos
• Aumenta com o aumento da idade
Género:
• 2x + mulheres que homens apresentam a doença
• Possivelmente devido à falta de estrogénio após a menopausa
• Homens com + 65 anos têm perfis de risco cardiovasculares melhores
Herança Genética na DA
• Apresentam <1% dos casos
• DA de início precoce - alteraçõesno processamento da proteína precursora de amiloide (APP)
• DA de início tardio - ligada ao genótipo da apolipoproteína E (APOE) - gene transportador de colesterol - implicado na patogénese da doença; herança do alelo APOE4* responsável
• APOE4* - amormalidades nas mitocôndrias, disfunção do citoesqueleto e baixo uso de glicose
• Indivíduos que carregam 2 cópias dos alelos APOE4* - 2%
• Indivíduos que carregam apenas 1 - 25%
Saúde e Estilo de Vida na DA
• Diabetes, derrame, problemas cardíacos, hipertensão, hipercolesterolmia e obesidade na meia-idade –> aumento do risco de padecer DA/demência vascular
Patofisiologia da DA
• Doença neurodegenerativa e progressiva
• Acúmulo do péptido β-amiloide devido à superprodução deste ou falhas no mecanismo de depuração
• Esta agrega-se em oligómeros e forma placas difusas e neuríticas no parênquima e vasos sanguíneos
• Mecanismos relacionados com NTs - ACh, glutamato, serotonina, melatonina e recetores estão envolvidos na DA
• Oligómeros e placas Aβ - potentes sinaptotoxinas que bloqueiam a função do proteossoma, inibem a atividade mitocondrial e estimulam os processos inflamatórios
• Aβ interage com a regulação da fosforilação da proteína tau associada aos microtúbulos; inibe a degradação da tau hiperfosforilada pelo proteossoma
• Hiperfosforilação da tau interrompe a regulação no transporte axonal o que leva ao acúmulo de emaranhados neurofibrilares e espécies tóxicas de tau solúvel
Processamento de APP e Tau em Neurónios
- Via não amiloidogénica: APP clivado pela α-secretase (ADAM9, ADAM10 ou ADAM17) -> gera sAPPα e C83 onde com a γ-secretase liberta p3 e o domínio intracelular AICD
- Via não amiloidogénica: BACE1 liberta sAPPβ e gera C99; clivagem da C99 pela γ-secretase (PS1/2 + nicastrina + APH1 + PEN2) com libertação de Aβ e o domínio intracelular AICD
- Oligómeros Aβ: gerados intraneuronalmente
- Espécies de oligómeros amiloides (dímeros Aβ e Aβ*86) estão associados a deficiências cognitivas
- Neurónios funcionais: Aβ, Aβ oligómeros e AICD são degradados por IDE e NEP
- Proteína tau anormalmente hiperfosforilada na DA isso vai levar à formação de NFTs (nós neurofilamentosos)
- As cinases (GSK3β, Cdk5 e MARK) são responsáveis pela hiperfosforilação da tau também e a ativação destas promove a ação de citocinas inflamatórias nesta mesma hiperfosforilação
- Tau fosforilada é degradada pelo proteossoma
Efeitos da Hiperfosforilação Tau na Função Axonal
- Tau: proteína de ligação aos microtúbulos altamente solúvel
- Mutações causam demência frontotemporal com parkinsonismo ligado ao cromossoma 17
- Hiperfosforilação mediada pelas cinases desestabiliza os microtúbulos o que leva a problemas no transporte axonal e disfunção neuronal com formação de NFTs
- As espécies de tau solúveis levam a disfunções cognitivas
Efeitos de Aβ na Função Sináptica
- Sistema colinérgico encontra-se associado à aprendizagem, memória, vigília e sono
- Perda de neurónios sinápticos e colinérgicos ajuda na progressão da DA e acelera os déficits de memória e atenção
- A atividade do glutamato diminui nos estágios finais da DA
- Densidade pós-sináptica (PSD) - complexo proteico associado às membranas pós-sinápticas, são cruciais para a transmissão sináptica e plasticidade
- Disfunção sináptica na DA devido a alterações estruturais (perda das espinhas dendríticas e da PSD) e alterações neuroquímicas induzidas por Aβ
- Acúmulo excessivo de Aβ e oligómeros Aβ sinaptotóxicos -> internalização e inibição do recetor de NT
- Estágio tardio da DA -> número de neurónios colinérgicos é reduzido e há perdas de recetores nicotínicos no hipocampo e no córtex
- Recetores nicotínicos pré-sinápticos controlam a libertação de ACh, glutamato, serotonina e norepinefrina
- Hipótese colinérgica -> perda de células colinérgicas (fonte de memória e prejuízo cognitivo na DA)
Fármacos Tratamento da DA
- Inibidores das colinesterases: donepezilo, rivastigmina e galantamina
- Antagonistas do recetor NMDA: memantina
Donepezilo
- Inibidor específico e reversível da acetilcolinesterase
- Tratamento da demência e da DA leve a moderada
- Inibidor 1000x + potente para a acetilcolinesterase que para a butirilcolinesterase (enzima principalmente fora do SNC)
- Doses aumentadas gradualmente ao longo das semanas
- Pode melhorar a capacidade de pensar e lembrar/retardar a perda dessas habilidades em pessoas com DA
- Efeitos adversos: diarreia, náuseas e cefaleia
- Ação colinomimética (efeitos vagotônicos na frequência cardíaca incluindo bradicardia e todos os tipos de bloqueio do nó atrioventricular)
- Prescritos com cuidado para doentes com histórico de asma ou DPOC
- Forma de comprimidos, liga-se 95% às proteínas plasmáticas e tem uma meia vida de 70H sendo tomado 1x ao dia
Rivastigmina
- Inibidor pseudo-irreversível da butirilcolinesterase e da acetilcolinesterase
- Via oral (cápsula, comprimido e solução oral) e adesivo transdérmico (este reduz a prevalência dos efeitos adversos)
- Tratar a DA leve a moderada e a demência devido à doença de Parkinson
- Doses aumentadas gradualmente ao longo das semanas
- Pode atravessas a BHE
- Tratamento de problemas cognitivos (pensamento e memória), funcionais e comportamentais
- Efeitos adversos: anorexia, tonturas, náuseas, vómitos e diarreias
- Rápida e completamente absorvida
Galantamina
- Alcalóide
- Inibidor competitivo e reversível da acetilcolinesterase
- Não inibe a butirilcolinesterase
- Passa a BHE
- Aumenta a ação intrínseca da ACh sobre os recetores nicotínicos (ligação a um sítio alostérico do recetor)
- Efeitos adversos: náuseas e vómitos
Memantina
- DA moderada a grave ->
- Benefícios adicionais quando adicionada à terapia com inibidores da colinesterase (pois têm mecanismos de ação diferentes)
- Melhora as atividades diárias e função cognitiva
- Permite que os pacientes mantenham certas funções diárias um pouco mais do que fariam sem a medicação
- Efeitos adversos são menos frequentes e com menor seriedade que quando se usa os inibidores de colinesterase
- Cautela em pacientes com epilepsia, história anterior de convulsões e paciencias com fatores predisponentes para epilepsia
- Reações adversas comuns: confusão, tontura, sonolência, dor de cabeça, insónia, agitação e alucinações
Ansiedade
- Estado emocional acompanhado de sensações somáticas associadas a sentimentos subjetivos de incerteza e ameaça acerca do futuro.
- Pode produzir uma excitação psicológica desconfortável e potencialmente debilitante (preocupação ou sensação de ameaça) e fisiológica (taquicardia ou falta de ar).
- Para além disso outros aspetos fundamentais a reter é: midríase, aumento dos níveis metabólicos basais, aumento do nível de glicose, aumento do fluxo sanguíneo nos músculos, etc.
Classificação dos Transtornos de Ansiedade
- Transtorno de Ansiedade Generalizada
- Transtorno do Pânico
- Fobias Específicas
- Transtornos de Ansiedade Social