Tuberculose Flashcards

1
Q

Quem causa?

A

é uma doença infecciosa crônica causada por um bacilo aeróbico chamado Mycobacterium tuberculosis, cuja principal característica é a preferência pelo parênquima pulmonar.

Sua transmissão é feita de pessoa a pessoa, através da inalação de partículas infectadas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Histórico da doença

A

● Já o filósofo Aristóteles foi o primeiro a descrever a natureza inflamatória da doença,
que posteriormente foi comprovado por Koch quando este descobriu o Mycobacterium
tuberculosis, ou bacilo de Koch por conta dele (Aristóteles). Nesse momento surgia a Tisiologia.

XVIII e XIX fatores de urbanize ao aumentaram a quantidade de casos, responsavel po 1/4 do obitos, tratamento: isolamento em sanatorios e ar livre

● Com o advento do exame de Raio-X descobriu-se a natureza cavitária

Em 1946 com o uso da Estreptomicina, começou-se a ter algum sucesso no tratamento
clínico, porém foi a partir de 1970 já com a descoberta da Isoniazida e Rifampicina, que
passou a ter eficácia, de modo que a maioria dos pacientes evoluíram para cura, e a
doença foi para as mãos do clínico. Os sanatórios tornaram-se desnecessários e quando internações eram necessárias eram feitas em hospitais comuns, com a
letalidade que era em torno de 50%, caindo para menos de 10%.

● Entretanto no início da década de 1980, ocorreu um recrudescimento global da
tuberculose, devido a emergência do HIV, aumento da miséria, processo de
urbanização, alta desestruturação dos serviços de saúde e programas de controle de
Tuberculose, ou seja, a doença foi considerada um verdadeiro desastre de Saúde
Pública pela OMS na época.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Agente etiologico

A
  • É o Mycobacterium tuberculosis.
  • Existem outras Mycobactérias que causam a tuberculose, mas esta é a de maior importância clínica.
  • Também chamado de Bacilo de Koch, cujo aspecto é fino, ligeiramente curvo, mede de 0,5 a 3 μm, aeróbio e Álcool-Ácido resistente (BAAR).
  • Possui uma parede celular rica em lipídeos, que o confere uma característica que dificulta a
    entrada de antimicrobianos e facilita a sobrevida do bacilo dentro dos macrófagos.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Método de Ziehl-Neelsen

A
  • A lâmina é coberta com o corante fucsina básica, uma corante vermelho intenso, e aquecida. O calor ajuda o corante a penetrar nas células da bactéria.
  • Após a aplicação do corante, a lâmina é tratada com uma solução de álcool-acido (mistura de álcool e ácido clorídrico). Essa etapa serve para remover o corante das células não resistentes. No entanto, as bactérias ácido-alcool resistentes, como as do gênero Mycobacterium, não perderão a cor, mantendo-se vermelhas.
  • Após a descoloração, a lâmina é tingida com o azul de metileno (ou outro corante de contraste), que cora as outras células de azul.
  • A lâmina é então observada sob o microscópio. As bactérias ácido-alcool resistentes aparecerão vermelhas (ou rosadas) contra um fundo azul das outras células e materiais não específicos.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Trasmissao

A
  • Ocorre pela via inalatória, por meio da inalação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou
    espirro de um doente com tuberculose pulmonar ou laríngea.
  • Precisa ser a tuberculose de vias respiratórias para ser transmissível.
  • Entretanto nem toda gotícula exalada tem poder de transmissão, por exemplo, as partículas contidas na tosse em sua grande maioria se depositam em superfícies, então não tem importância, dificilmente elas se tornarão aerossol e terão poder de disseminação ou
    transmissão da doença.
  • Assim, para ter o poder de alcançar o alvéolo pulmonar de outra pessoa, as partículas se ressecam e se reúnem em um ou dois bacilos no máximo e adquirem uma característica semelhante a de um gás.
  • A partir dessa etapa eu tenho os chamados
    Núcleos de Wells que são as partículas com poder para atingir os alvéolos pulmonares.
    Precisa-se de uma convivência de pelo menos de 4 h a 12h em um ambiente pouco ventilado e fechado, escuro

De modo que a maioria dos contatos são os intra-domiciliares.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Existe outras vias de trasmissao?

A
  • Existem outras vias de transmissão que praticamente não têm importância epidemiológica (pele e placenta).
  • Os bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso não tem papel de transmissão da doença (hoje em dia ainda existem profissionais da saúde que orientam separar a louça, mas não há
    necessidade).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Como funciona a chegada do virus no pulmão?

A

● Após a partícula infectante atravessar o alvéolo pulmonar, existe um período de
incubação, que varia de 4 a 12 semanas para que comecem a surgir as lesões primárias.

● O período de transmissibilidade: enquanto o doente estiver eliminando o bacilo - enquanto for bacilífero (pessoa com tuberculose pulmonar ou laríngea que tenha baciloscopia positiva no escarro).

● A probabilidade de uma pessoa ser infectada depende de fatores exógenos: infectividade do caso-índice, a duração do contato, e o tipo de ambiente partilhado.

● Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir a ponto de que com 15 dias
de tratamento adequado, praticamente não existe transmissão (significa que a
transmissão está muito reduzida, mas não inexistente).

● Somente são desprovidos de infectividade as pessoas com cultura de escarro negativa
e as com tuberculose extrapulmonar, exclusivamente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Risco de adoecimento

A

O risco de adoecimento depende dos fatores endógenos do paciente, principalmente da
integridade do seu sistema imunológico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Imunopatogenia

A

Imunopatogenia: situação decorrente do primeiro contato com o bacilo – combate entre o bacilo e o nosso sistema imunológico – isso causa a reação inflamatória, os sinais e sintomas.
1. O foco primário é a partícula infectante quando se estabelece no alvéolo pulmonar.
2. Começam a chegar macrófagos.
3. Esses macrófagos começam a fagocitar os bacilos (nesse primeiro contato com os
bacilos, os macrófagos não conseguem conter de forma eficaz a proliferação desses
bacilos).
4. Bacilos continuam se multiplicando mesmo no interior dos macrófagos, que se rompem, e chegam outros macrófagos.
5. Durante a fagocitose eles emitem interleucinas, citocinas inflamatórias, que buscam outras células sanguíneas para ajudar nesse combate.
6. Ao mesmo tempo, esses macrófagos infectados podem atingir os satélites mediastinais e tem acesso a circulação linfática, que pode atingir qualquer órgão do corpo.
7. Outras células começam a chegar, como polimorfonucleares, geram no local edema,
vasodilatação e isso facilita o aumento da inflamação e consequente chegada de
outros tipos celulares como os monócitos (células novas que voltam para corrente
sanguínea com facilidade, podendo ocorrer também a disseminação sanguínea).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Imunidade celular especifica

A
  • Todo esse processo ocorre para que seja formada a imunidade celular específica, chamada de viragem sorológica,
  • e a partir desse momento os macrófagos estão ativados (IL2 e interferon-gamma deixa os linfocitos + fortes), ou seja, mais fortes e mais potentes para esse combate: aumento da reação inflamatória, intensa destruição tecidual e consequente necrose (no caso da tuberculose é chamada de necrose caseosa por conta do aspecto que adquire).
  • Necrose caseosa quando encontrada em espécie anatomopatológica não é patognomônico de tuberculose, mas é como se fosse: se pega um anatomopatológico e vejo necrose caseosa e não tem outra explicação, até que se prove o contrário é tuberculose e tratamos como tal.
  • Está tudo acontecendo ao mesmo tempo: fagocitoses, produção de citocinas inflamatórias etc.
    Pode ter dado tempo de disseminação hematogênica.

● Se no momento da viragem sorológica, da intensa reação inflamatória, formação de
necrose caseosa quem ganhou a luta foi o organismo, a infecção é contida e a pessoa
não adoece. Contida nos demais órgãos se por acaso os bacilos os atingirem. Ficam
apenas lesões cicatriciais, mas podem ter bacilos que podem ser reativados em algum
momento da vida (inativos, latentes)

● Caso o bacilo vença, desenvolve a tuberculose primária, que é a doença logo após a
infecção primária (primeiro contato do Mycobacterium com o organismo): forma miliar, pode ocorrer em um local ou em varios,
como se fosse uma sepse por Mycobacterium tuberculosis, extremamente grave (raro
por conta da vacina BCG dentro da maternidade, que serve para prevenir as formas
graves, principalmente nas crianças até 2 anos)
- Essa forma ataca imunossuprimidos e criancas não vacinadas ate 2 anos .

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Fisiopatogenia

A
  • Quando temos a infecção primária, não a doença, cerca de 95% dos casos cura e cicatriza,
  • o organismo consegue conter a infecção não desenvolvendo a doença.
  • 5% dos casos vão ter doença em algum momento da vida, pode ser

Prim’aria logo após a infecção de forma limitada (primeiro 3 anos da primo-infecção, mais comum entre os 2 e 12 anos) ou disseminada (<2 anos n vacinados, immunodeprimidos)

  • E a tuberculose pós primária é aquela que geralmente acontece após 3 anos
    da primo-infecção, é típica de adultos e nesse caso a imunidade celular já está pronta e pode
    ocorrer em qualquer órgão, quando no pulmão ela é a grande responsável pela transmissão da
    doença.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Nódulo de Ghon:

A

é o foco primário, foco granulomatoso, onde tudo começou, ele pode ficar pequenininho, menos de 2 milímetros e não ser perceptível em um raio x de tórax.

  • Ou em alguns casos pode alcançar cerca de 8 milímetros e ser possível visualizar no raio X de tórax como um nódulo pulmonar solitário. E com o passar do tempo esses nódulos ficam
    calcificados e de forma homogenea após a cicatrizacao
  • Então é muito comum fazer raio x de tórax de pacientes e aparecer nodulo pulmonar
    solitario, já que a tuberculose é endêmica no nosso meio e grande parte de nós já teve
    contato com a doença, mas desde de que esses nódulos tenham a característica de
    serem calcificados e bem delimitados não há motivos para se preocupar.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Linfonodomegalia satellite

A

O foco de granuloma caseoso nos linfonodos satélites também pode atingir maiores dimensões, levando à adenopatia hilar e/ou mediastinal ipsilateral no RX tórax.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Complexo primario ou complexo de Ranke

A

Quando se junta a linfonodomegalia + os nódulos de ghon

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Quadro clínico da tuberculose pulmonary

A
  • tosse persistente seca ou produtiva; prolongada
  • febre vespertina; febre de origem indeterminada
  • sudorese noturna;
  • perda de peso;
  • Diagnóstico diferencial: outras síndromes consumptivas, febre de origem
    indeterminada, pneumonia bacteriana comum de resolução lenta.

Fiz a suspeita a partir de tosse persistente por 2 semanas ou mais, seca ou produtiva, febre
vespertina, perda de peso tem que se pensar em tuberculose.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Investigacao complementar

A
  • raio X de tórax (PA e perfil) e microbiologia ao do escarro ao mesmo tempo.

Pode apresentar as cavernas caseosas

  • Utiliza-se a tomografia quando o raio X está normal mas ainda continua se desconfiando de
    uma tuberculose ou para fazer diagnóstico diferencial de outras doenças torácicas.
  • Pacientes imunossuprimidos podem fazer apresentações mais atípicas da doença. Mas de maneira geral pede-se a tomografia em um segundo momento, se necessário.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Microbiologia

A

● consiste em baciloscopia de escarro:
- Permite detectar de 60% a 80% dos casos de TB pulmonar em adultos desde que executed a corretamente em todas as suas fazes
- Pode ser feita também através de material biológico, como por exemplo fez a
biópsia de um gânglio pode se utilizar esse material para fazer a baciloscopia
● cultura para BAAR no escarro;
● teste rápido molecular para detecção de tuberculose (esse teste detecta DNA do
mycobacterium tuberculosis);

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Diferenca entre baciloscopia e cultura

A

Mesmo pedindo a baciloscopia tem que se pedir a cultura porque ela aumenta a especificidade
e a sensibilidade do diagnóstico em 30%. A baciloscopia é olhar o escarro no microscópio e ver se eu há bacilo álcool-ácido resistente.

  • Já a cultura pega esse mesmo material coloca em um meio favorável e deixa crescer, demora cerca de 40 dias para isso acontecer. Mesmo não tendo o resultado da cultura pode-se iniciar o tratamento em pacientes com suspeita de tuberculose, dependendo da gravidade do paciente.

Vou pedir a cultura para todos os casos, para eu ter uma carata na manga caso essa tuberculose seja resistente aos antibioticos padroes

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Teste rápido molecular

A

O padrão ouro para o diagnóstico é a cultura e/ou testes moleculares (teste TRM-TB).
Teste TRM-TB :

● É um método que detecta DNA dos bacilos do Complexo Mycobacterium
tuberculosis e ele tem uma sensibilidade nas amostras de escarro de adultos de cerca de
90%.

● Além disso, neste mesmo exame, que tem duração de 2 horas no ambiente laboratorial,
ele ainda faz a triagem de cepas resistentes à Rifampicina, com uma sensibilidade de
95%., pelo PCR

● Então, nos 4 medicamentos de Tuberculose, já se consegue em 2 horas saber se é
tuberculose e se tem resistência a um dos principais medicamentos do tratamento.

20
Q

O que é um caso de tuberculose?

A

É todo o indivíduo que tem esse diagnóstico confirmado por baciloscopia ou cultura, mas
também é aquele que o médico, com base em dados clínico-epidemiológicos e no resultado de
exames complementares, firma o diagnóstico de tuberculose.

Então quando se tem o perfil de tuberculose, foi procurado outras causas e não se tem nada, o
paciente está grave, se está autorizado a tratar e notificar.

21
Q

Diagnóstico

A

● Suspeita clínica: atendimento de enfermagem ou atendimento médico. A enfermagem está
autorizada a fazer essas solicitações e às vezes pode agilizar.

● Solicitar uma amostra para cada exame: Baciloscopia, TRM-TB e cultura, radiologia

● Se os exames deram negativo e o paciente estiver assintomático é preciso dar orientações
e alta.

● Se os exames deram negativo e o paciente persistir com os sintomas é preciso seguir
com investigação clínica. Pode ser feito tomografia, avaliação na referência…

● Se der positivo, imediatamente é preciso notificar já que é uma doença de notificação
compulsória e de preferência iniciar o tratamento NO MESMO DIA.
- O ideal é que cada UBS tenha disponível uma pequena quantidade para iniciar o
tratamento dos possíveis casos, mas em Cascavel não funciona muito bem assim e
acaba demorando 2-3 e até 4 se tiver o final de semana no meio.
- Além disso, se solicita o teste rápido para HIV, chamar os comunicantes e fazer o Tratamento

22
Q

Diagnóstico na infancia

A

o diagnóstico é um pouco diferente porque a criança terá mais dificuldade para
escarrar e dificilmente se terá amostra de escarro de crianças. Sendo assim, não existe um
padrão ouro de diagnóstico nem um algoritmo universal.

● No Brasil, existe uma tabela que está no Ministério da Saúde, nela tem um score de
pontuação que junta informações relacionadas a radiologia de tórax, a clínica, a epidemiologia e as provas imunológicas (nas criancas e importante).

Então, é um conjunto de coisas que somam pontos para ver se tem alta, média ou baixa probabilidade dessa criança ter tuberculose.

23
Q

Como e feito o tratamento?

A

teremos duas fases, a intensiva e a de manutencao

24
Q

Fase intensiva

A

Tem duração de 2 meses e é uma fase que visa reduzir rapidamente a população bacilar (isso faz com que se diminua a contagiosidade) e
elimina bacilos com uma possível resistência natural antes que eles passem a
resistência para frente.

25
Fase de manutencao
tem duração de 4 meses e visa eliminar os bacilos latentes, mais persistentes e reduzir a possibilidade de recidiva.
26
Quanto dura essee tratamento e qual os medicamentos usados?
- O tratamento dura 6 meses e é muito difícil pois o paciente começa a melhorar nos primeiros 20 dias e muitos abandonam. No Brasil é utilizado o Esquema Básico (EB) que é composto por 4 medicamentos na FASE INTENSIVA que são : A Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol. Mas são 4 em 1, os 4 componentes em 1 comprimido, porém são tomados pelo menos 4 comprimidos se a pessoa estiver com pelo menos 50 kg. Em crianças a diferença é que sai o Etambutol pois ele tem uma toxicidade oftalmológica não sendo seguro para crianças menores de 10 anos. E a FASE DE MANUTENÇÃO a mesma coisa, 4 meses de Rifampicina e Isoniazida. Esses medicamentos de em ser tomato’s diariamente, uma [unica vez 1 h antes da refeico ou 2 h depois devido a interacao com os alimentos que diminui a absorcao Tratamento das formas extrapulmonares tem duração de seis meses, exceto formas meningoencefálica e osteoarticular (12 meses): Em portadores de DM, o tratamento deve ser estendido para 9 meses;
27
Esquema encurtado (4 meses) para TB sensível não grave em criancas e adolescences
esquema encurtado de tratamento da TB sensível é recomendado exclusivamente para crianças e adolescentes com idade entre 3 meses e 16 anos, com TB sensível e não grave, sem suspeita de TB drogarresistente (DR): Ly de resistencia 2 meses Rifanmpicina, isoniazida e pirazinamida + 2 meses Rifanmpicina, isoniazida
28
Tratamento TDO
TDO (tratamento diretamente observado). Consiste na observação da "tomada" no mínimo três vezes por semana, durante todo o tratamento por um profissional da saúde (enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social, agente comunitário de saúde, desde que orientado por um profissional). Não pode ser por um familiar. O ideal seria todos os dias, porém a norma são 3.
29
Aonde o paciente retira esse medicamento
Mesmo o paciente sendo atendido no particular, o medicamento vai ser retirado pelo SUS
30
Tratamento hospitalizacao
Apenas em casos graves, como: ● Tuberculose meningoencefálica; ● Intolerância aos medicamentos antiTB; ● Estado geral muito comprometido; ● Intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas relacionadas ou não à TB; ● Vulnerabilidade social - Principal causa de hospitalização. É muito difícil fazer TDO em um morador de rua, por exemplo. Existem situações onde o ministério público pode ser acionado para interná-lo compulsoriamente, já que não é um tratamento optativo, por ser uma doença infectocontagiosa
31
Efeitos colaterais
- geralmente são pouco e bem leves ● Dor epigástrica ● Náusea ● Vômitos ● Prurido cutâneo ● Alterações enzimáticas (principalmente hepáticas) ● Dor articular
32
Efeitos colaterias - gripes de risco
Há grupos que merecem uma atenção especial, pelo alto risco de toxicidade, são eles: ● ACIMA DE 60 ANOS ● MAL ESTADO GERAL ● ALCOÓLATRAS - devido a função hepática ● USO DE DROGAS ANTICONVULSIVANTES - pois são metabolizadas no fígado ● ALTERAÇÕES HEPÁTICAS - É válido solicitar exame de transaminases antes, já que durante o tratamento essas enzimas naturalmente se elevam. Caso esse aumento seja 5 vezes maior que o valor normal, o tratamento pode ser suspenso. Deve-se encaminhar o paciente para a atenção especializada para que um monitoramento seja feito.
33
Seguimento
● O tratamento deve ter seguimento (norma da OMS). Isso significa que todos os casos devem ter acompanhamento clínico, com consultas mensais no posto de saúde ● O controle bacteriológico/baciloscopia deve ser mensal. Já que durante o tratamento o número de cruzes de bacilos encontrados diminuem e devem zerar. Se ainda sim, após o segundo mês de tratamento, ou voltar a positivar, o resultado for positivo para bacilos, uma nova cultura (com teste de sensibilidade -TS), deve ser solicitada. Se confirmada, a fase intensiva (RHZE) deve ser prolongada. ● Em geral, o controle radiológico deve ser feito após o segundo mês de tratamento, mas isso dependerá do critério clínico (pode ser feito com maior frequência, como em casos de grandes destruições).
34
Seguimento o que fazer se a pessoa parar os medicamentos
O segmento também inclui a busca de faltosos, detecção/prevenção de abandono e avaliação dos contatos. - Situação de abandono: 30 dias consecutivos sem tomar medicação. Conduta frente ao faltoso que reaparece: O paciente que retorna ao serviço após abandono do tratamento deve ter sua doença confirmada por nova investigação diagnóstica por baciloscopia, devendo ser solicitada cultura e teste de sensibilidade (TS). Além disso, reinicia-se imediatamente o esquema básico desde o início, após coleta dos exames, até o resultado da cultura e do TS. Se apresentar resistência ao exame, deve-se encaminhar ao serviço de referência no tratamento de tuberculose, para troca do esquema. - Quando o paciente volta à unidade de saúde com menos de 30 dias de interrupção do tratamento, não se configura abandono. Conduta: deve-se reintroduzir o esquema do ponto onde parou, sem a necessidade de solicitar cultura e teste de sensibilidade.
35
Avaliacao de contatos
Avaliação de contatos é a atividade programática destinada a identificar precocemente os casos de TB e as pessoas recém infectadas pelo bacilo entre os contatos de uma pessoa com TB. Logo, não serve apenas para identificar os pacientes que são portadores da infecção latente, mas para procurar outros sintomáticos presentes no convívio do paciente que está em tratamento. A investigação dos pacientes com a infecção latente (IL-TB) é feita através de provas imunológicas.
36
INFECÇÃO LATENTE PELO M. TUBERCULOSIS (ILTB)
Quando uma pessoa saudável é exposta ao bacilo da TB, porém não adoece (não tem sintomas e não trasmite). Quando há exposição, tem-se 30% de chance de infectar-se, dependendo do grau de exposição, da infectividade do caso índice e de fatores imunológicos individuais. Essas pessoas são reconhecidas por testes que detectam a imunidade contra o bacilo, mas não apresentam nenhum sintoma e não transmitem a doença. É fundamental excluir a TB ativa, por meio da anamnese, exame clínico e radiografia de tórax.
37
Prova da tuberculina
- Mostar pessoas com infecção latente pela Micobacteria tuberculose ● É feita em assintomáticos, para verificar a resposta imunológica ao bacilo. Antígenos do Mycobacterium serão aplicados subcutaneamente no antebraço esquerdo. Entre 48h a 72h a leitura deve ser feita (preferencialmente pelo mesmo profissional que fez a aplicação). ● Essa prova/teste será positiva quando a Enduração/Elevação/Pápula for maior ou igual a 5mm. ● Lembrando que não é a vermelhidão da pele que entra nesta verificação, mas sim a elevação que ocorre no local. O resultado será negativo quando essa leitura observada for abaixo de 5 mm, contudo, esta ainda não exclui infecção latente.
38
Diagnóstico pelo IGRA
baseiam-se na premissa de que as células anteriormente sensibilizadas com os antígenos da tuberculose produzem altos níveis de interferon gama ● Quantificação dos níveis de interferon gama liberado pelas células T de memória após estimulação de sangue total com os antígenos específicos do MTB. - coleman o sangue e coloca os antigenos do patogeno - Se aparecer altas doses de interferon a pessoa e positiva, infecção latente
39
Investigacoes de contato
Achamos a pessoa que teve contato com o individuo contaminado ● Sintomáticos: Caso a pessoa seja sintomática, deve-se prosseguir com uma investigação de tuberculose comum, conforme já mencionado acima. ● Assintomáticos: Sendo o paciente assintomático, na mesma visita é importante tentar realizar todos os procedimentos necessários, ou seja, a prova tuberculínica e o raio-x de tórax. - Se o profissional averiguar que está diante de um raio-x normal e de uma prova tuberculínica maior ou igual à 5 mm, estes resultados demonstram a existência de uma infecção latente, a qual deverá ser tratada adequadamente (tratamento preventivo) - Contudo, diante de um raio-x de tórax alterado, deve-se continuar a investigação (estacionando a hipótese de investigação latente) prosseguindo para a observação de outra doença (seja tuberculose ou não). - Já diante de uma prova tuberculínica menor que 5mm, lembrar que existe um período de latência para que se inicie a formação da imunidade celular específica, logo, esta pessoa pode ter sido contaminada recentemente, portanto, se deve aguardar 8 semanas para a realização de nova prova. Caso ocorra uma conversão, ou seja, um incremento da elevação de pelo menos 10 mm em relação à primeira prova tuberculínica (ex: a pessoa estava com elevação de 4 mm e, após 8 semanas o teste indica um aumento de 10mm, resultando em 14 mm - neste momento não basta apenas ser maior do que 5mm, precisa ter 10 mm de elevação à mais que o resultado anterior), deverá ser tratada como infecção latente.
40
Tratamento da infecção latente, quem deve fazer
A infecção latente deve ser tratada visando impedir que a pessoa venha a adoecer em algum momento, sendo que este impedimento reduz o risco de TB ativa entre 60% a 90%, principalmente nos 2 primeiros anos do contato com o caso índice. A maioria dos indivíduos que não tem conhecimento da ocorrência de um contato intradomiciliar de um caso de Tuberculose, provavelmente teve alguma proximidade com alguma pessoa, mesmo sem saber quando este evento ocorreu (pode ter ocorrido há 10 anos), contudo, tem menor benefício o tratamento de infecção latente neste momento. Existem diversas outras indicações para se receber o tratamento da infecção latente, contudo, são para casos mais específicos, que competem a outras especialidades, dessa forma, não serão observadas neste momento. O importante neste momento é saber que o tratamento será ofertado para indivíduos que apresentem prova tuberculínica maior que 5mm, IGRA positivo, ou conversão (dentro dos parâmetros já indicados), desde que seja de contato de tuberculose pulmonar ou laríngea, independente da vacinação prévia com BCG
41
Prevencao da infecção
se um RN é contactante de um caso bacilífero (geralmente a mãe), não se vacina este com BCG no berçário, mas sim, se inicia a quimioprofilaxia primária Isoniazida (9 meses) ou Rifampicina– esta última mais preferível pela sua apresentação 4 meses). Depois de 3 meses do uso destas medicações se realiza a prova tuberculínica no RN e, sendo esta maior ou igual a 5 mm, isso resulta que o recém-nascido teve o contato, como se tivesse sido “vacinado naturalmente”, logo, este RN não receberá a BCG, mas deverá completar o tratamento preventivo (quimioprofilaxia primária). Caso tenha ocorrido o tratamento com a Isoniazida, que tem duração de 06 meses, após resultado da prova positiva o RN deve completar os 03 meses de uso restante. Se o tratamento se deu com o uso de Rifampicina (duração de 04 meses), completar mais um mês. Diante de uma prova tuberculínica que for menor do que 5mm deve-se ocorrer a suspensão do tratamento, pois o RN não foi contaminado, devendo a este ocorrer a aplicação da vacina BCG.
42
Tratamento da infecção latente
Existem 03 esquemas para o tratamento da infecção latente, sendo que mais recentemente (cerca de um ano), o escolhido atualmente é o tratamento com Rifapentina (P) e Isoniazida (H), pois possui menor tempo de duração do tratamento (03 meses) e deve ser ingerido apenas uma vez na semana (09 comprimidos em um único momento). Os demais regimes possuem medidas mais complicadas para adesão, logo, este regime é mais preferível 1X por semana durante 3 messes
43
Abandono em caso latente
- Pessoas que deveriam estar fazendo o tratamento com a Isoniazida ficaram 90 dias sem a medicação, - pessoas que deveriam estar fazendo o tratamento com a rifampicina e ficaram 60 dias sem medicação independente se consecutivo ou não. - Se for o caso do esquema semanal da rifapentina e isoniazida paciente ficou três doses consecutivas ou não sem tomar a medicação. ● Em caso de abandono, o tratamento deve ser recomeçado e seguir o esquema normal.
44
Vacina BCG
● A BCG é uma vacina de aplicação intradérmica, preparada com bacilos vivos a partir das cepas atenuadas do mycobacterium bovis. Sendo que ela previne as formas graves da doença como a tuberculose miliar meníngea em crianças menores de 2 anos (não deixam de ser imunocomprometidos). ● Tem indicação para crianças até antes de completar 5 anos de idade, sendo que ao pensar em tuberculose nenhuma pessoa acima dessa idade deve receber essa vacina e de preferência todo RN com 2kg ou mais já deve ser vacinado na sala de parto. ● Não se faz reforço da vacina.
45
Resumo
● Tosse com mais de 2 semanas principalmente com escarro, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento tem alerta para tuberculose. Para confirmar a tuberculose deve ser feito RX de tórax, baciloscopia de escarro, cultura BAAR escarro, TRM-TB escarro faz diagnóstico. ● Antes de pensar em tuberculose deve-se analisar a probabilidade de ser uma pneumonia de evolução mais lenta ou alguma outra infecção e pode ser feito uma baciloscopia, por exemplo, para excluir essas causas. Não tem problema iniciar o tratamento com antibiótico pensando em uma pneumonia bacteriana comum, enquanto aguarda o resultado dos exames. ● Lembrar que existe diagnóstico diferencial com outras doenças, como bronquiectasia, DPOC, neoplasia, uma pessoa que j;a teve tuberculose pode dar hemoptise mesmo a tuberculosis está do sarada IMPORTANTE: Prova tuberculínica não serve para diagnóstico de tuberculose ativa no adulto, pois ela diz sobre a infecção se já teve ou não, logo não tem como saber se está ativa ou não a doença, não descarta e nem faz diagnóstico