Trauma Torácico Flashcards

1
Q

Qual parcela de mortes no politrauma se deve a lesões na região torácica?

A

Aproximadamente 25% das mortes no politrauma são decorrentes de lesões na região torácica, mas essa taxa de mortalidade aumenta conforme outros sistemas são comprometidos de maneira cumulativa

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2
Q

Qual parcela dos traumas torácicos necessita de toracotomia?

A

A toracotomia é necessária em menos de 10% dos traumas contusos e em 15=30% dos traumatismos penetrantes torácicos

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3
Q

Qual região torácica costuma ser acometida pelos traumas penetrantes e o que isso proporciona?

A

Os traumas penetrantes na maior parte das vezes acometem estruturas na periferia dos pulmões, proporcionando o surgimento de pneumotórax e hemotórax

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4
Q

Quais estruturas costumam ser afetadas por lesões transfixantes que atingem o mediastino?

A

Esôfago, coração, pericárdio e os grandes vasos

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5
Q

Em pacientes com lesões transfixantes que atingem o mediastino, qual fator de modo geral indica toracotomia?

A

A presença de instabilidade hemodinâmica nos pacientes com lesões transfixantes que atingem o mediastino nos leva a crer que há uma lesão torácica exsanguinante. Dessa forma, nesses casos a toracotomia é indicada

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6
Q

Quais tipos de lesões podem ocorrer nos traumas torácicos fechados e o que pode ocorrer aos órgãos nesses casos?

A

Os traumas torácicos fechados podem gerar lesões por golpe direto ao tórax, o que pode levar a fraturas de costelas; lesões por desaceleração, com ruptura de aorta, contusão pulmonar ou miocárdica; ou lesões por esmagamento, com ruptura do coração e do diafragma

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7
Q

Quais são as consequências mais comuns das lesões torácicas?

A

Hipoxemia, hipovolemia e choque hemorrágico ou insuficiência cardíaca

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8
Q

Quais fatores podem tipicamente levar à hipoxemia nas lesões torácicas? Quais lesões geram esses fatores?

A

A hipoxemia nas lesões torácicas pode ser decorrente de alterações na relação ventilação-perfusão ou de desequilíbrios pressóricos intratorácicos. Enquanto os desequilíbrios V/Q podem ocorrer na contusão pulmonar, os desequilíbrios pressóricos são mais comuns no pneumotórax hipertensivo

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9
Q

Que estruturas torácicas quando lesadas podem mais comumente levar à hipovolemia e ao choque hemorrágico?

A

Coração e grandes vasos

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10
Q

Qual consequência metabólica relacionada ao pH sanguíneo pode ocorrer na presença de hipovolemia e choque hemorrágico?

A

Acidose lática

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11
Q

Qual lesão torácica pode gerar insuficiência cardíaca?

A

Contusão miocárdica

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12
Q

Qual tipo de choque deve ser suspeitado no paciente politraumatizado chocado?

A

Hemorrágico

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13
Q

O que deve ser pensado em pacientes com trauma torácico e choque não responsivo à administração de volume?

A

Nesses casos deve-se pensar em outras causas para o choque, como tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, contusão miocárdica ou embolia aérea para artéria coronária com infarto extenso e choque cardiogênico

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14
Q

Quais são as indicações mais comuns de toracotomia de urgência?

A

A toracotomia de urgência é um procedimento que tem indicação dependente do tipo de traumatismo específico. Nesse contexto, suas principais indicações são:
- Hemotórax maciço, com drenagem imediata de 1500ml de sangue ou mais pelo dreno tubular de toracostomia ou saída de 200ml/hr nas primeiras duas a quatro horas
- Lesão penetrante da parede torácica anterior com tamponamento cardíaco
- Feridas da caixa torácica de grandes dimensões
- Lesão de vasos nobres do tórax na presença de instabilidade hemodinâmica
- Lesões traqueobrônquicas extensas
- Evidência de perfuração esofagiana

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15
Q

O que é o hemotórax retardado?

A

O hemotórax retardado foi uma condição descrita em 1998 relacionada ao aparecimento de hemotórax em vítimas de traumatismo torácico, com fraturas de múltiplos arcos costais, que ocorreu 18 horas a 6 dias após o trauma

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16
Q

Qual parcela dos pacientes vítimas de hemotórax retardado necessitam de intervenção cirúrgica? Qual a intervenção e qual seu grau de emergência nesse caso?

A

Dos pacientes com hemotórax retardado, 1/3 vem a necessitar de intervenção cirúrgica, sendo nesse caso a toracotomia, que tem emergência relativa

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17
Q

Qual condição é apresentada por vítimas de trauma torácico (penetrante ou fechado) que se apresentem inconscientes e sem pulso?

A

Parada circulatória traumática (PCT)

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18
Q

Quais ritmos eletrocardiográficos podem ser observados na vigência de PCT?

A

AESP, FV e assistolia

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19
Q

O achado de AESP em casos com PCT pode indicar uma condição relacionada a hemorragias, qual?

A

Hipovolemia extrema

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20
Q

Quais as principais causas de PCT?

A

Hipovolemia, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, herniação cardíaca e contusão miocárdica grave

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21
Q

Qual conduta inicial a ser tomada na PCT? Qual parcela dos pacientes tem a PCT revertida por essas medidas?

A

Inicialmente na PCT, tentamos realizar a ressuscitação cardiopulmonar fechada, acompanhada de medidas como ventilação mecânica com O2 a 100%; drenagem torácica bilateral, quando for possível haver pneumotórax hipertensivo; administração prévia de epinefrina, na presença de FV; somados a protocolos desenvolvidos pelo ACLS. Pouquíssimos casos, aproximadamente 1,9%, tem a PCT revertida por essas medidas iniciais

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22
Q

O que deve ser feito na PCT quando não houver resposta às medidas iniciais?

A

Na PCT, quando não houver resposta às medidas iniciais, deve ser realizada a toracotomia de ressuscitação na própria sala de emergência

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23
Q

Qual a taxa de sobrevida em centros capacitados e treinados para toracotomia de ressuscitação em casos de PCT?

A

10% ou mais

24
Q

O que pode ser feito na PCT que não responde às medidas iniciais, na ausência de cirurgiões? Qual suspeita indica mais fortemente essa conduta?

A

Pericardiocentese com agulha, sempre que houver qualquer suspeita de tamponamento cardíaco

25
Q

Como é realizada a toracotomia de ressuscitação? Em que tipos de trauma torácico pode ser realizada e em qual tem melhor resultado?

A

A toracotomia de ressuscitação é realizada com incisão anterolateral esquerda no 4º ou 5º espaço intercostal. Realizada em casos de PCT, passou a ser indicada recentemente também para traumas fechados, além dos traumas torácicos penetrantes, mas os resultados em vítimas de lesão penetrante sem dúvidas são melhores

26
Q

Do que depende a escolha do tipo de toracotomia a ser realizada? Quais são as principais indicações de acordo com cada caso?

A

O tipo de toracotomia a ser realizado depende da lesão específica a ser abordada, uma vez que podemos querer acessar diferentes sítios:
- Coração-> Em casos de emergência, como PCR, é feita toracotomia anterolateral esquerda, enquanto já na abordagem em centro cirúrgico é feita esternotomia mediana
- Aorta ascendente, arco aórtico, veias cava, artérias e veias pulmonares-> Esternotomia mediana
- Aorta descendente-> Toracotomia posterolateral esquerda
- Traqueia proximal-> Incisão cervical alta em colar
- Traqueia distal, carina e vias aéreas direitas-> Toracotomia posterolateral direita
- Via aérea esquerda-> Para acessar o brônquio fonte é realizada toracotomia posterolateral direita, enquanto para acessar brônquios distais é realizada a toracotomia esquerda
- Pulmão e hilo pulmonar-> Toracotomia posterolateral com ou sem remoção da 5º costela
- Esôfago-> Para acessar os 2/3 superiores do esôfago torácico, é realizada toracotomia posterolateral direita no 4º ou 5º espaço intercostal, enquanto para acessar o 1/3 inferior do esôfago torácico é realizada toracotomia posterolateral esquerda no 6º ou 7º espaço intercostal

27
Q

Quais procedimentos podem ser realizados a partir da toracotomia de emergência?

A

A toracotomia de emergência é indicada para realização de diferentes procedimentos como: massagem cardíaca interna, acesso de lesões cardíacas e abordagem do tamponamento cardíaco, clampeamento distal da aorta para controle de hemorragias, abordagem de hemorragias intratorácicas e tratamento de embolia gasosa em casos com hipotensão grave (essa última indicação referente à embolia gasosa não consta no ATLS, mas em outras fontes como o Mattox e o Schwartz)

28
Q

Qual a frequência da fratura de arcos costais no trauma torácico? Quais níveis são mais frequentemente acometidos?

A

A fratura de arcos costais é extremamente comum no traumatismo torácico, sobretudo do 4º ao 10º

29
Q

Qual a relação entre as fraturas de arcos costais e a respiração?

A

As fraturas de arcos costais levam a dor intensa à inspiração, que impede a expansibilidade torácica adequada

30
Q

Em que casos de fraturas de arcos costais tipicamente tratamos de forma ambulatorial, com analgesia?

A

Fraturas de um a dois níveis, sem lesão pleural ou pulmonar, são tratados de forma ambulatorial com analgesia

31
Q

Por que devemos ter cuidado na conduta de fraturas de arcos costais em idosos? O que pode ocorrer mais frequentemente com esses pacientes?

A

Os idosos, por terem complacência torácica reduzida e/ou doenças parenquimatosas pulmonares, podem apresentar repercussões mais sérias como atelectasia, acúmulo de secreções e posterior infecção

32
Q

O que deve ser feito em pacientes com fraturas de arcos costais tratados com analgesia que não respondem à analgesia oral ou intravenosa?

A

Bloqueio intercostal. Caso haja fraturas múltiplas bilaterais, deve ser feita analgesia epidural

33
Q

O que a analgesia promove no tratamento das fraturas de arcos costais?

A

A analgesia permite uma melhor expansibilidade torácica e uma eliminação mais eficaz das secreções traqueobrônquicas

34
Q

Quais mecanismos estão normalmente associados às fraturas de esterno?

A

Trauma violento sobre o osso ou flexão acentuada do tórax sobre o abdome

35
Q

Por que o diagnóstico das fraturas de esterno é tão importante?

A

O diagnóstico das fraturas de esterno é de suma importância devido à sua associação com lesões de estruturas adjacentes, como coração, pericárdio e grandes vasos; e com surgimento de tórax instável

36
Q

Em traumatismos torácicos fechados, o que pode estar associado a fraturas do 1º ao 3º arcos costais, escápula e clavícula? Os traumas que apresentam essa lesão são preocupantes?

A

Traumatismos torácicos fechados com fraturas do 1º ao 3º arcos costais devem chamar atenção para um trauma torácico grave, sendo usualmente associados com lesões de grandes vasos e podendo haver também TCE e trauma raquimedular

37
Q

Quais lesões frequentemente acompanham as fraturas de arcos costais inferiores, do 10º ao 12º?

A

Lesões esplênicas e hepáticas

38
Q

Por que as fraturas de esterno são preocupantes?

A

Porque as fraturas de esterno são prenúncio de lesões mais preocupantes como o envolvimento da aorta torácica, contusão pulmonar, contusão miocárdica e perfuração esofagiana

39
Q

Em que tipo de trauma torácico tem-se maior risco de compressão da veia cava?

A

Nas lesões por esmagamento torácico, também chamadas de crushing injuries

40
Q

Por que as lesões por esmagamento torácico são preocupantes? Como o paciente comumente se apresenta?

A

As lesões por esmagamento torácico ou crushing injuries ocasionam compressão significativa da veia cava. Nesses casos, o resultado muitas vezes é edema e petéquias na parte superior do tronco, membros superiores e face

41
Q

Que condição está associada à complicação de lesões por esmagamento torácico?

A

O edema cerebral pode complicar ainda mais o quadro grave gerado pelas lesões por esmagamento torácico

42
Q

Quais são os folhetos pleurais? Por que eles permanecem grudados?

A

Os folhetos da pleura são dois: o parietal, que forra a caixa torácica, e o visceral, que envolve o pulmão. Esses folhetos ficam grudados devido à existência de uma pressão intrapleural negativa, que é decorrente da pequena quantidade de líquido encontrada no espaço pleural, o suficiente apenas para permitir o deslizamento dessas superfícies

43
Q

Como os folhetos pleurais atuam e permitem a inspiração?

A

Na inspiração, a pressão intrapleural deve se tornar ainda mais negativa para permitir que os folhetos permaneçam unidos. Dessa forma, a pleura parietal, que forra a caixa torácica, se expande e puxa a pleura visceral, que envolve o pulmão, e essa traz consigo todo o pulmão, expandindo assim o parênquima pulmonar

44
Q

O que é o tórax instável? Quais lesões podem levar à essa condição e qual a mais frequente?

A

O tórax instável ocorre quando um segmento da parede torácica perde continuidade com o restante da caixa torácica. Essa condição é mais frequentemente encontrada na presença de fraturas de dois ou mais arcos costais consecutivos, onde cada um dos arcos costais esteja fraturado em dois ou mais pontos. Ainda, é possível também que haja instabilidade torácica decorrente da separação costocondral, mesmo que essa ocorra em apenas um arco costal

45
Q

O que é a separação costocondral?

A

Separação costocondral é caracterizada quando um arco costal se separa por completo de sua cartilagem costal

46
Q

Qual a consequência imediata do tórax instável? Por que isso ocorre?

A

A consequência imediata do tórax instável é a respiração paradoxal. Nesses pacientes, a região torácica sem continuidade com o restante da parede encolhe durante a inspiração (vítima da pressão intrapleural negativa) e sofre um abaulamento durante a expiração, gerando a condição

47
Q

Quais as consequências práticas da respiração paradoxal?

A

Esse fenômeno produz uma excursão torácica ineficiente, o que leva ao aumenta do esforço em respirar e à hipoventilação alveolar. Ainda, a dor ocasionada pelo tórax instável é intensa

48
Q

Qual a causa mais comum de insuficiência respiratória em pacientes com tórax instável?

A

Nos pacientes com tórax instável, a causa mais comum de insuficiência respiratória não é a própria lesão, mas sim a contusão pulmonar que muitas vezes está presente

49
Q

Em que pacientes é mais frequente ocorrer insuficiência respiratória determinada pelo tórax instável?

A

Idosos e aqueles com lesões sistêmicas graves associadas

50
Q

Qual o pilar do tratamento do tórax instável? Por que?

A

O pilar do tratamento do tórax instável é a analgesia com opiáceos, uma vez que a melhora da dor permite a maior expansibilidade torácica. A partir disso, ocorre o alinhamento das fraturas, com maior rapidez de consolidação, e se evita o acúmulo de secreções pulmonares

51
Q

Como pode ser feita a analgesia com opiáceos no tratamento do tórax instável?

A

A analgesia com opiáceos no tratamento do tórax instável pode ser administrada por via intravenosa, através de bloqueios intercostais ou, em casos graves, com uso epidural

52
Q

Em que condições pacientes com tórax instável devem ser intubados? O que mais deve ser feito nesses casos?

A

Pacientes que apresentem tórax instável associado a FR>40irpm, hipoxemia, rebaixamento do nível de consciência, doença pulmonar crônica ou lesões abdominais concomitantes devem ser imediatamente intubados. Esses pacientes devem também ser colocados em prótese ventilatória e ser submetidos a ventilação com pressão positiva

53
Q

O que costuma ocorrer em pacientes com tórax instável que são colocados em prótese ventilatória?

A

Em prótese ventilatória, as fraturas costumam consolidar mais rápido

54
Q

No tórax instável, devemos fixar as fraturas?

A

No tórax instável, a fixação cirúrgica interna das fraturas tem sido considerada pelos cirurgiões. Contudo, suas indicações e prováveis benefícios ainda não foram determinados

55
Q

O que está formalmente contraindicado no tratamento do tórax instável? Por que?

A

No tratamento do tórax instável, está formalmente contraindicada a imobilização com fitas adesivas, já que esta pode precipitar ou agravar quadros de insuficiência respiratória

56
Q
A