Avaliação Inicial Flashcards

1
Q

Quais as 3 principais causas de mortes no Brasil? E em países desenvolvidos?

A

No Brasil, as 3 principais causas de morte são as doenças cardiovasculares, os cânceres e acidentes, nesta ordem. Já em países desenvolvidos, as 3 principais são câncer, aterosclerose e traumas

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2
Q

Em qual faixa etária os traumas são a principal causa de morte?

A

O trauma é a principal causa de morte até os 44 anos

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3
Q

Qual a parcela dos idosos que vem a óbito por traumas?

A

30% dos idosos vem a óbito por traumas

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4
Q

O que é um paciente politraumatizado?

A

O paciente politraumatizado é aquele que apresenta lesões em dois ou mais sistemas de órgãos (trauma cranioencefálico, torácico, abdômen, fraturas de ossos longos…), sendo que é necessário que pelo menos um deles ou a combinação entre elas represente um perigo vital para o paciente

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5
Q

Em que momento ocorrem as mortes decorrentes de traumas? Como é essa distribuição temporal?

A

As mortes decorrentes de traumas ocorrem principalmente em 3 períodos temporais, obedecendo então a uma distribuição trimodal

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6
Q

Quais são os períodos temporais da distribuição trimodal da mortalidade pós traumas? Qual parcela das mortes ocorre em cada período?

A

O primeiro pico de mortalidade pós traumas ocorre segundos a minutos após o trauma, quando ocorrem 50% das mortes. Já o segundo período abrange 30% das mortes e ocorre minutos a horas após o trauma. Por fim, o terceiro pico ocorre várias horas a semanas após o trauma e equivale a 20% dos óbitos

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7
Q

Quais as causas mais comuns de morte pós trauma no primeiro pico da distribuição trimodal?

A

Lacerações de aorta, traumatismo cardíaco e lesões do tronco cerebral ou da medula espinhal, que determinam apneia

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8
Q

Qual o poder das medidas de suporte para reverter as mortes pós trauma no primeiro pico da distribuição trimodal?

A

Normalmente esses pacientes não conseguem ser salvos devido à gravidade dos acidentes

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9
Q

Quais medidas podem ser utilizadas para reduzir a mortalidade pós trauma no primeiro pico da distribuição trimodal?

A

No primeiro pico da distribuição trimodal de mortes pós traumas, a única forma de reduzir a mortalidade é a realização e divulgação de medidas de prevenção dos acidentes, como campanhas para uso do cinto de segurança, sinalização das estradas…

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10
Q

Quais são as principais causas de morte pós traumas no segundo período da distribuição trimodal?

A

Hemorragias, como as decorrentes de lacerações hepáticas, ruptura esplênica ou fraturas pélvicas; hemopneumotorax; e os hematomas epidural e subdural

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11
Q

Qual o poder das medidas de suporte na redução da mortalidade pós trauma no segundo período da distribuição trimodal?

A

Nesse momento, o atendimento adequado, como a rápida avaliação e medidas de ressuscitação, podem reduzir a mortalidade

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12
Q

Qual período da distribuição trimodal das mortes pós trauma é considerada a Golden Hour? O que isso significa?

A

A golden hour ou hora de ouro corresponde ao segundo período da distribuição trimodal das mortes pós trauma (primeira hora após o trauma). Isso significa que esse é o período onde as medidas adequadamente conduzidas aumentam a probabilidade da vítima sobreviver

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13
Q

Quais as principais causas de morte no terceiro pico da distribuição trimodal?

A

Disfunção sistêmica de múltiplos órgãos e sepse

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14
Q

O que influencia e como podemos reduzir a mortalidade pós traumas no terceiro pico da distribuição trimodal?

A

Nesse período, os cuidados tomados nas fases anteriores da distribuição trimodal podem influenciar o prognóstico

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15
Q

O que é o protocolo de avaliação inicial no atendimento ao trauma?

A

O protocolo de avaliação inicial no atendimento ao trauma é uma abordagem sistematizada para o atendimento inicial desses pacientes, que pode então ser facilmente aplicada e revista. Esse protocolo envolve 9 passos, sendo eles: preparação, triagem, exame primário, reanimação, medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação, exame secundário, medidas auxiliares ao exame secundário, reavaliação e monitoração continuas após reanimação, e os cuidados definitivos

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16
Q

Quais são os cenários onde a preparação do atendimento do trauma ocorrem?

A

A preparação do atendimento ao trauma ocorre em dois cenários distintos, o ambiente pré hospitalar e o hospitalar

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17
Q

Qual o primeiro passo da preparação no atendimento ao trauma? O que a equipe deve procurar fazer o mais rápido possível?

A

Na preparação do atendimento ao trauma, antes mesmo da abordagem inicial à vítima, a equipe deve sinalizar a via pública, para que os cuidados ao paciente transcorram em um ambiente seguro. Além disso, essa equipe deve providenciar o mais rápido possível a remoção desse paciente ao hospital mais próximo, comunicando a transferência para que a instituição possa se estruturar adequadamente e mobilizar a equipe de trauma

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18
Q

O que deve ser feito de modo geral na abordagem inicial do paciente traumatizado?

A

A abordagem inicial do paciente traumatizado deve incluir a manutenção da via aérea, a estabilização da coluna cervical, o controle de hemorragias externas e a imobilização do paciente para transporte, utilizando prancha longa

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19
Q

O que é essencial que seja comunicado pela equipe pré hospitalar à equipe hospitalar?

A

A hora e as circunstâncias do acidente, assim como os mecanismos do trauma

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20
Q

No que consiste a fase hospitalar da preparação na abordagem ao traumatizado?

A

Na abordagem ao traumatizado, a fase hospitalar da preparação corresponde ao preparo da emergência. Nessa fase, deve ser escolhido um líder de equipe dentre os profissionais que irão atender o paciente. Esse líder de equipe supervisiona o preparo da sala de trauma e conduz os exames primário e secundário, assim como o tratamento do paciente

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21
Q

O que deve ser preparado na fase hospitalar da preparação da abordagem ao traumatizado?

A

Uma sala de trauma deve estar pronta com equipamentos como tubo, laringoscópio e material para acesso cirúrgico a via aérea disponíveis; os equipamentos para ventilação e monitoração devem estar adequadamente testados e funcionantes; as soluções para reanimação (normalmente Ringer Lactato) devem estar adequadamente aquecidas e disponíveis; toda a equipe deve estar protegida contra doenças transmissíveis

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22
Q

Qual o objetivo da triagem no atendimento aos politraumatizados?

A

A triagem tem como objetivo classificar os pacientes de acordo com o tratamento necessário e os recursos disponíveis para assim conseguir atender e salvar o maior número de vítimas

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23
Q

Quais cenários de triagem são mais comumente praticados?

A

A triagem se divide basicamente em dois cenários possíveis. No primeiro, há múltiplas vítimas mas o hospital para onde elas serão transferidas é capaz de atender todas adequadamente. Já no segundo, há um cenário de desastre, onde a gravidade das lesões e o número de vítimas ultrapassam a capacidade de atendimento hospitalar

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24
Q

Como é feita a triagem em um cenário onde todos os pacientes podem ser atendidos adequadamente?

A

Em um cenário onde todos podem ser atendidos adequadamente, é dada prioridade aos mais graves. Nesse caso, devem ser atendidos primeiro os pacientes com risco iminente de morte ou com lesões multissistemicas

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25
Q

Como é feita a triagem em cenários de desastre?

A

Em cenários de desastre, a triagem é feita priorizando os indivíduos menos graves e com maior probabilidade de sobrevida

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26
Q

Por que não se dá prioridade aos pacientes mais graves na triagem feita em cenários de desastre?

A

Porque nesses casos a gravidade das lesões e o número de vítimas ultrapassam a capacidade de atendimento hospitalar. Dessa forma, se investíssemos o tempo em pacientes com pouquíssimas chances de sobreviver, correríamos o risco de deixar de atender pacientes que poderiam ser tratados adequadamente

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27
Q

Qual o nome do protocolo muito utilizado atualmente para triagem?

A

Protocolo START

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28
Q

Qual o objetivo do exame primário?

A

O exame primário tem como objetivo identificar e tratar primeiramente as lesões que implicam em risco de vida

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29
Q

Qual padrão deve ser seguido no exame primário?

A

O ABCDE do trauma

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30
Q

O que é o ABCDE do trauma?

A

O ABCDE do trauma é o padrão a ser seguido no exame primário do paciente traumatizado. É seguida uma ordem de acordo com esse mnemonico, que indica:
A-> Avaliação e manutenção da via aérea com restrição dos movimentos da coluna cervical
B-> Respiração e ventilação
C-> Circulação com controle da hemorragia
D-> Incapacidade e estado neurológico
E-> Exposição e controle do ambiente (como a prevenção da hipotermia)

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31
Q

Por que a abordagem das vias aéreas é realizada primeiro no ABCDE do trauma?

A

Porque qualquer outro esforço de ressuscitação se torna inútil sem esse passo

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32
Q

O que também é feito no A além da manutenção das vias aéreas? Como isso deve ser feito inicialmente?

A

Além da manutenção das vias aéreas, também é feito no passo A a estabilização da coluna cervical. Isso é feito inicialmente com a estabilização manual ou In-Line, idealmente com colar cervical rígido, prancha rígida e coxins laterais de sustentação. Dessa forma, o paciente já chega à sala de emergência habitualmente com a coluna cervical estabilizada

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33
Q

Por que a coluna cervical deve ser estabilizada no exame primário do paciente traumatizado?

A

Porque em pacientes com fratura na coluna, movimentações intempestivas do pescoço, por menores que sejam, podem comprometer de forma fatal a medula espinhal alta

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34
Q

Qual a causa mais comum de fraturas na coluna?

A

Acidentes automobilísticos em alta velocidade

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35
Q

Qual o grupo mais comum nas fraturas da coluna?

A

Homens jovens entre 15 e 35 anos e homens acima dos 65 anos

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36
Q

Como a equipe de trauma trabalha a intubação orotraqueal do paciente, quando necessária, com a estabilização da coluna cervical?

A

No atendimento pré hospitalar, pode ser solicitado a alguém da equipe que estabilize a coluna cervical manualmente enquanto é feita a intubação. Já quando o colar cervical já está colocado e a intubação é necessária, deve ser aberto o dispositivo e então a coluna cervical é estabilizada manualmente enquanto se intuba o paciente

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37
Q

Por que o colar cervical utilizado de forma isolada não é o suficiente para a estabilização da coluna cervical?

A

Porque o colar cervical isoladamente permite a movimentação lateral parcial da cabeça, além de pequena rotação e movimentação anteroposterior

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38
Q

Quando o paciente deve ser retirado da prancha rígida? Por que?

A

A prancha rígida gera muito desconforto ao paciente e pode levar à formação de úlceras de pressão e à insuficiência respiratória. Dessa forma, a prancha só é usada para o transporte e deve ser retirada o mais rapidamente possível na sala de trauma principalmente para prevenir a formação das úlceras de pressão

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39
Q

Em que pacientes vítimas de politrauma pode ser utilizada a Regra Canadense?

A

Nos pacientes com Glasgow 15 e estáveis hemodinamicamente

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40
Q

Como é aplicada a Canadian Rule?

A

Primeiramente, deve ser verificado se o paciente apresenta algum fator de risco, que são a idade maior que 65 anos, parestesias em extremidades ou mecanismo de trauma perigoso. Se houver fator de risco, o paciente deve permanecer com colar cervical e realizar a radiografia da coluna cervical. Caso não haja fator de risco, devemos verificar se há algum fator de baixo risco, sendo eles: a história de colisão traseira simples, sem colisão com ônibus ou grandes caminhões, capotamento, ejeção ou velocidade> 100 km/h; o paciente conseguir se sentar na emergência; o paciente permanecer ambulatorial e deambulando; ou a dor cervical tardia sem dor ou sensibilidade na linha mediana posterior cervical. Caso não haja fator de baixo risco, o paciente deve permanecer com colar cervical e realizar radiografia, já se houver algum fator de baixo risco, devemos verificar se o paciente é capaz de rodar a cabeça 45º à esquerda e o mesmo à direita. Caso o paciente seja capaz, não precisa ser feita a radiografia da coluna cervical e o colar pode ser retirado, sendo o contrário caso o paciente não seja capaz

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41
Q

Quais são os mecanismos de trauma considerados perigosos pela Regra Canadense?

A

Acidentes automobilísticos em alta velocidade (>100 km/h), com capotamento ou com ejeção; sobrecarga axial na cabeça como em mergulhos; queda de 1 metro ou mais, ou queda de 5 ou mais degraus; acidentes de bicicleta e acidentes com veículos motorizados recreativos como trailers, minitrailers ou motocasas

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42
Q

Quais regras podem ser usadas na avaliação primária da coluna cervical de pacientes politraumatizados? Em que condições podem ser realizadas?

A

Regra Canadense e Critérios Nexus. A regra canadense pode ser utilizada em pacientes Glasgow 15 e estáveis hemodinamicamente

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43
Q

Como é aplicado o Critério Nexus?

A

O critério Nexus é na verdade um mnemônico em inglês. Nessa regra, a presença de todos os fatores de baixo risco permitem a retirada do colar cervical e afastam a necessidade de radiografia da coluna cervical. Os fatores são:
N- Sem déficit neurológico focal (Neurologic deficit)
E- Sem evidência de intoxicação exógena (EtOh)
X- Sem lesões graves em outros locais que distraiam o avaliador e prejudique a avaliação correta da coluna cervical (eXtreme distracting injury)
U- Nível de consciência normal (Unable to provide history)
S- Sem dor ou sensibilidade na linha mediana posterior cervical (Spinal Tenderness)
Caso algum dos fatores não esteja presente, o colar cervical deve ser mantido e a radiografia da coluna cervical realizados

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44
Q

Quais exames de imagem devem ser feitos no exame secundário dos pacientes politraumatizados com indicação inicial de radiografia da coluna cervical?

A

Nesses pacientes, quando estáveis hemodinamicamente, o exame secundário deve incluir TC até T1 com multidetectores da coluna cervical. Na impossibilidade de se realizar a TC, devem ser feitas radiografias em AP, Perfil e em Odontoide (boca aberta)

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45
Q

Qual lesão traumática da coluna cervical mais frequentemente está associada ao óbito? Qual a frequência?

A

80% dos óbitos relacionados a lesões traumáticas da coluna estão relacionadas a luxações do atlas-occipital ou fraturas de C1-C2

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46
Q

O que é a fratura de Hangman? Qual a sua frequência e quais fraturas costumam estar relacionadas a ela?

A

As fraturas de Hangman correspondem à avulsão dos arcos de C2 com fratura de C2 sobre C3, sendo a segunda fratura mais comum da coluna cervical e estando relacionada a fraturas do crânio e da mandíbula

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47
Q

A estabilização da coluna cervical deve ser realizada em todos os pacientes politraumatizados?

A

Não, apenas nos pacientes com potencial lesão da coluna cervical após traumas multissistêmicos, especialmente nos casos com nível de consciência alterado ou traumatismo fechado acima da clavícula. Nos pacientes que não tenham risco de lesão da coluna cervical, como por exemplo naqueles apenas com traumas penetrantes abdominais, não precisa ser estabilizada a coluna cervical

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48
Q

O que deve ser avaliado primeiramente no exame das vias aéreas? Como isso é feito normalmente?

A

A perviedade das vias aéreas, sendo isso normalmente avaliado através da verificação da fonação

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49
Q

O que nos é indicado quando o paciente tem fonação presente?

A

Caso não haja prejuízo da fonação, dificilmente o paciente terá obstrução significativa das vias aéreas, sendo ela então considerada pérvia

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50
Q

Que medida de suporte é necessária para a via aérea nos casos sem prejuízo da fonação?

A

Nesses casos sem prejuízo da fonação, a via aérea é considerada pérvia e é indicado apenas suporte de oxigênio com máscara-reservatório de pelo menos 10 L/min

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51
Q

Como o comprometimento da via aérea pode se manifestar na clínica?

A

O comprometimento da via aérea pode se manifestar na clínica de forma súbita ou progressiva. Nos casos de evolução progressiva, o paciente pode se apresentar agitado quando houver hipóxia ou letárgico quando predominar a hipercapnia

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52
Q

O que deve ser feito primeiramente no manejo das vias aéreas nos pacientes com prejuízo da fonação ou com rebaixamento da consciência (não tendo fonação)? Como isso pode ser feito?

A

Nesses casos, o primeiro passo é estabelecer uma via aérea patente para então avaliá-la. Isso é inicialmente feito através das manobras de Chin Lift (elevação do mento) ou Jaw Thrust (tração da mandíbula), sempre mantendo a coluna cervical estável. A partir dessas manobras é possível visualizar a via aérea, buscando presença de sangue, corpos estranhos, acúmulo de saliva e vômito

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53
Q

O que deve ser feito na inspeção das vias aéreas?

A

As manobras de Chin Lift ou Jaw Thrust permitem a visualização da via aérea, devendo ser avaliada a presença de sangue, corpos estranhos, acúmulo de saliva e vômito. Caso haja a presença de algum destes, deve ser feita a aspiração com laringoscopia direta e sonda de ponta rígida

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54
Q

O que fazer no manejo de vias aéreas quando o paciente apresenta vômitos persistentes?

A

Lateralização em bloco do paciente na prancha rígida, com proteção da coluna cervical e aspiração da via aérea com sonda de ponta rígida

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55
Q

Após a inspeção da via aérea e sucção de possíveis corpos estranhos, o que pode ser feito além das manobras de Chin Lift e Jaw Thrust para manter as vias aéreas pérvias?

A

A colocação das cânulas orofaríngea (Guedel) ou nasofaríngea

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56
Q

Qual a contraindicação clássica à manobra de Chin Lift?

A

Suspeita de lesão cervical

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57
Q

Qual a contraindicação ao uso das cânulas nasofaríngea e orofaríngea? Por que?

A

As cânulas nasofaríngeas são contraindicadas em pacientes com suspeita de fratura de base de crânio, já que nesses casos poderiam adentrar o espaço intracraniano na colocação. Já as orofaríngeas são contraindicadas em pacientes conscientes ou com reflexo de vômito presente, já que podem causar nesses casos broncoaspiração

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58
Q

Após a inspeção, aspiração de possíveis corpos estranhos e tendo garantido uma via aérea patente, qual o último passo no A do ABCDE?

A

A definição da necessidade ou não, naquele momento, de via aérea avançada ou acessória

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59
Q

O que é considerado via aérea avançada? Qual outro nome se dá a esse grupo e como é dividido?

A

Via aérea avançada, também chamada de via aérea acessória, é um conjunto de técnicas e dispositivos que abrange as vias aéreas definitivas e as vias aéreas temporárias

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60
Q

O que é uma via aérea definitiva e qual sua diferença primária para as vias aéreas temporárias?

A

As vias aéreas definitivas por definição correspondem a uma sonda endotraqueal com balonete insuflado (!!!), conectada a um sistema de ventilação assistida, com mistura enriquecida de O2 e mantida em posição por meio de fixação apropriada. Dessa forma, tendo o balonete insuflado, as vias aéreas definitivas protegem a VA, o que não ocorre com as temporárias

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61
Q

Quais são as indicações de via aérea acessória?

A
  • Apnéia
  • TCE grave (ECG < ou = 8)
  • Proteção das VA inferiores contra aspiração de sangue e conteúdo gástrico
  • Comprometimento iminente da VA (fraturas de face, lesão por inalação ou convulsões reentrantes)
  • Incapacidade de manter oxigenação com ventilação sob máscara
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62
Q

Quais são os métodos de via aérea definitiva? Como são divididos?

A

Os métodos de via aérea definitiva são divididos em cirúrgicos e não cirúrgicos. Os não cirúrgicos equivalem à intubação endotraqueal, que pode ser nasotraqueal ou orotraqueal. Já os cirúrgicos correspondem à cricotireoidostomia cirúrgica e à traqueostomia

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63
Q

Qual o método de via aérea acessória primariamente indicado nos pacientes que tenham essa necessidade?

A

A primeira escolha como método de via aérea acessória é a IOT (intubação orotraqueal)

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64
Q

Por que a intubação nasotraqueal não é a mais indicada?

A

Porque os melhores resultados e experiência se dão com a IOT

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65
Q

O que é necessário para a realização da intubação nasotraqueal às cegas? Por que?

A

Para a intubação nasotraqueal às cegas, é necessário um paciente alerta e colaborativo, uma vez que com movimentos respiratórios mais profundos é mais fácil acompanhar o fluxo de ar pela laringe, o que facilita essa intubação

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66
Q

Quais possíveis complicações da intubação nasotraqueal podem surgir na UTI?

A

Sinusite e necrose por pressão do tubo em partes moles podem surgir durante a evolução na UTI

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67
Q

Quais são as contraindicações à intubação nasotraqueal?

A

Apnéia e traumas de face, notadamente na presença de sinais de fraturas da base do crânio

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68
Q

Em que casos é indicada a realização da sequência rápida de intubação ou SRI?

A

A SRI é indicada nos casos que necessitam de rápido controle das vias aéreas com via aérea definitiva e tenham reflexo de vômito intacto, especialmente na presença de TCE

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69
Q

Qual o outro nome para a SRI?

A

Intubação assistida por droga

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70
Q

Como é feita a SRI?

A

A SRI é feita sempre a partir da preparação de um plano B que envolva a possibilidade de via aérea cirúrgica, devendo estar o material separado e de fácil acesso. Além disso, devem haver fontes de aspiração e oxigenação prontas e disponíveis. A partir disso se inicia a sequência:
- Pré oxigenação do paciente com O2 a 100%
- Manobra de Sellick, onde é feita pressão sobre a cartilagem cricóide
- Uso de uma droga de indução de ação rápida como o Etomidato 0,3mg/kg ou Sedativos de acordo com o protocolo da unidade
- Uso de um relaxante muscular de ação rápida como a Succinilcolina IV 1 a 2 mg/kg
- Após o relaxamento é feita a IOT
- Verifica-se se a IOT foi feita da maneira correta e se insufla o cuff
- Libera-se a pressão da cricóide
- Ventilação do paciente

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71
Q

Como podemos verificar se o tubo endotraqueal está corretamente posicionado?

A

Dispositivos que medem o CO2 expirado podem confirmar o posicionamento do tubo na traquéia, uma vez que nesse caso o ar expirado pelo paciente permitirá o dispositivo detectar o CO2

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72
Q

Quais dispositivos para detecção do CO2 na IOT podem ser utilizados?

A

Capnógrafo e dispositivos colorimétricos podem ser usados para detecção do CO2 na IOT

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73
Q

Qual o maior medo a sedação e o relaxamento do paciente na SRI gera? Qual a consequência disso?

A

A sedação e o relaxamento do paciente na SRI gera medo em caso de incapacidade de se conseguir uma via aérea adequada, já que nesse caso o paciente não irá conseguir ventilar. Devido a isso, não são usadas drogas de ação prolongada na SRI

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74
Q

O que é feito na SRI quando há incapacidade de se conseguir a IOT?

A

Nesses casos, o paciente deve ser ventilado com máscara-bolsa (AMBU) até que a paralisia se resolva

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75
Q

O que é feito em geral quando não se consegue realizar a IOT?

A

Nos casos onde não se consegue realizar a IOT, podem ser empregados métodos transitórios de acesso à via aérea até que seja empregada uma via aérea cirúrgica

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76
Q

Que dispositivo moderno tem sido utilizado na IOT de vias aéreas difíceis?

A

Videolaringoscópio

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77
Q

Quais são os principais métodos de via aérea transitória?

A

Máscara laríngea e Combitubo

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78
Q

Caso a equipe não esteja familiarizada ou não tenha acesso aos métodos temporários de acesso às vias aéreas e a IOT não seja conseguida, o que deve ser feito?

A

Nesses casos, deve ser realizado o acesso cirúrgico à via aérea de forma imediata

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79
Q

Como funcionam os dispositivos de acesso temporário à via aérea?

A

Os dispositivos de acesso temporário à via aérea são a máscara laríngea e o combitubo (tubo esôfago-traqueal). A máscara laríngea, quando insuflada, oclui tanto a orofaringe quanto o esôfago e permite a ventilação da traquéia. Já o combitubo é formado por dois tubos, um distal, que possui um balonete que oclui o esôfago e um proximal, que fica na laringe e possui também um balonete que oclui a orofaringe, permitindo assim a ventilação da traquéia

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80
Q

Qual a vantagem da máscara laríngea e do combitubo na manutenção das vias aéreas?

A

A máscara laríngea e o combitubo apresentam colocação mais simples, permitindo que isso seja feito às cegas e sem necessidade de laringoscopia

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81
Q

Quais são as indicações imediatas de via aérea cirúrgica? Qual outra indicação para o acesso cirúrgico?

A

A presença dos seguintes fatores indica que de imediato seja estabelecido um acesso cirúrgico às vias aéreas
- Trauma maxilofacial extenso (com fragmentos dentários e muita secreção e sangue na via aérea)
- Incapacidade de visualizar as cordas vocais (pelo acúmulo de sangue e secreções ou pelo edema das vias aéreas)
- Presença de distorções anatômicas por traumas no pescoço
Ainda, quando a IOT não é conseguida ou não é possível, as vias aéreas cirúrgicas estão indicadas. Lembrando que se for possível e disponível, podem ser usados métodos temporários de via aérea nesse meio tempo, mas que depois precisam passar a um método definitivo, seja ele a IOT ou, se ainda não for possível, os acessos cirúrgicos

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82
Q

Qual o método de via aérea cirúrgica de primeira escolha?

A

Cricotireoidostomia cirúrgica

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83
Q

Como podemos palpar e identificar a membrana cricotireóidea?

A

A membrana cricotireoidea pode ser palpada entre as cartilagens tireoide e cricoide na laringe

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84
Q

Como é realizada a cricotireoidostomia cirúrgica?

A

A cricotireoidostomia cirúrgica é realizada através de uma incisão transversa cervical na altura da membrana cricotireoidea, sendo o orifício então dilatado delicadamente com pinça hemostática e colocada uma cânula com balonete insuflado que terá sua extremidade distal na traquéia

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85
Q

Qual diâmetro de cânula é indicado para adultos na cricotireoidostomia cirúrgica?

A

Em adultos, a cricotireoidostomia cirúrgica deve ser realizada com cânulas de pequeno diâmetro (7-8mm Portex ou tubo de traqueostomia com mesmo diâmetro)

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86
Q

Qual contraindicação existe à cricotireoidostomia cirúrgica?

A

Idade abaixo de 12 anos é contraindicação relativa à cricotireoidostomia cirúrgica

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87
Q

A traqueostomia pode ser realizada em que faixas etárias?

A

A traqueostomia pode ser realizada em qualquer faixa etária, inclusive abaixo dos 12 anos

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88
Q

Qual espaço tem a traqueostomia no acesso às vias aéreas do paciente traumatizado em avaliação inicial? Quais são suas indicações?

A

A traqueostomia deve ser evitada e encarada como um método de exceção para acesso às vias aéreas na avaliação inicial. Como pode ser realizada em crianças ou qualquer faixa etária, é indicada nos casos onde há necessidade de acesso cirúrgico e há algo que contraindique a crico, como a idade abaixo dos 12 anos. Em pacientes com fratura da laringe, a IOT deve ser inicialmente tentada, sendo a traqueostomia indicada caso a IOT não seja bem sucedida

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89
Q

Como podemos identificar fraturas de laringe na avaliação inicial do paciente traumatizado?

A

As fraturas de laringe podem ser identificadas pela palpação, sendo percebidos os enfisemas subcutâneos pela crepitação, e também pela presença de rouquidão

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90
Q

O que é a Cricotireoidostomia por punção e quando é indicada?

A

A cricotireoidostomia por punção é um método cirúrgico e transitório de acesso às vias aéreas, sendo indicado quando há indicação cirúrgica do acesso e isso tenha que ser feito em segundos, sem atrasos. Por exemplo, quando o paciente apresenta trauma maxilofacial extenso e evolui com apneia

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91
Q

Em que faixas etárias é possível fazer a cricotireoidostomia por punção?

A

A cricotireoidostomia por punção pode ser realizada em qualquer faixa etária, inclusive abaixo dos 12 anos

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92
Q

Como é feita a cricotireoidostomia por punção?

A

A cricotireoidostomia por punção é realizada a partir da punção de uma agulha sobre a membrana cricotireoidea. A partir disso, se introduz uma cânula de grosso calibre na traquéia através da membrana cricotireoidea e se inicia a ventilação intermitente a jato

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93
Q

No que consiste a ventilação intermitente a jato?

A

Na ventilação intermitente a jato, o paciente estará acoplado e ventilado por uma fonte de oxigênio em alta pressão (40 a 50 psi) com 15 L/min

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94
Q

Qual a desvantagem da ventilação intermitente a jato? Por que?

A

A ventilação intermitente a jato tem como desvantagem a retenção de CO2, já que nessa modalidade a fase expiratória será curta

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95
Q

Por quanto tempo os parâmetros respiratórios podem ser mantidos na ventilação intermitente a jato?

A

Na ventilação intermitente a jato, a PaO2 pode ser mantida em níveis adequados por 30-45 minutos, enquanto o acúmulo de CO2 ocorre em menos tempo

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96
Q

Que pacientes vítimas de trauma devem receber O2 suplementar?

A

Todos os pacientes vítimas de trauma, sem exceção, devem receber O2 suplementar, de acordo com a modalidade indicada

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97
Q

Após garantir via aérea pérvia, observar e cumprir a necessidade ou não de via aérea avançada, o que deve ser feito no atendimento ao trauma?

A

Nesse momento, se inicia o B do ABCDE do trauma, que irá observar e garantir a ventilação adequada do paciente

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98
Q

O que deve ser utilizado na monitoração do paciente no início do B do ABCDE?

A

No início do B do ABCDE, devemos monitorar o paciente com oxímetro de pulso

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99
Q

Como é feita a avaliação da ventilação (B) no ABCDE do trauma?

A

A avaliação da ventilação, que corresponde ao B no ABCDE do trauma, é realizada através da monitoração com oxímetro de pulso e do exame físico com inspeção, palpação, percussão e ausculta da região torácica

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100
Q

Em pacientes sem prejuízo da ventilação, o que iremos observar na avaliação do B do ABCDE?

A

A avaliação do B do ABCDE no paciente sem prejuízo da ventilação irá mostrar esforço respiratório simétrico e murmúrios vesiculares universal e bilateralmente audíveis

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101
Q

Quais lesões podem comprometer a ventilação de forma imediata? Em que momento elas devem ser avaliadas?

A

As lesões que podem comprometer a ventilação de forma imediata são o pneumotórax aberto, o pneumotórax hipertensivo e o hemotórax maciço. Essas lesões devem ser por isso avaliadas de imediato no exame primário (B do ABCDE)

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102
Q

Quais lesões comprometem a ventilação de forma menos intensa e quando elas normalmente são avaliadas?

A

As lesões que comprometem a ventilação de forma menos intensa são o pneumotórax simples, contusão pulmonar, hemotórax simples, fraturas de arcos costais e tórax instável. Normalmente essas lesões são avaliadas no exame secundário

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103
Q

O que é o Pneumotórax Hipertensivo? Como ele ocorre?

A

O pneumotórax hipertensivo corresponde à presença de ar na cavidade pleural (pneumotórax), nos casos onde esse ar penetra no espaço pleural de forma contínua, com um mecanismo valvular que impede seu retorno, tendo fluxo unidirecional em direção ao espaço pleural

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104
Q

Quais são as principais causas de piora da saturação, durante o transporte, de crianças vítimas de trauma que foram intubadas? O que fazer nesses casos?

A

A principal causa para deterioração súbita e piora da saturação de crianças vítimas de trauma, intubadas, durante o transporte é o deslocamento inadvertido do tubo. De forma geral, as causas mais comuns seguem um mnemônico e a conduta deve ser avaliar de imediato essas possibilidades
- D: Deslocamento, se refere tanto à extubação quanto à intubação seletiva acidental
- O: Obstrução do tubo ou cânula pelo acúmulo de sangue coagulado ou secreções espessas
- P: Pneumotórax, que pode ocorrer por barotrauma ou pelo agravamento, pela ventilação com pressão positiva, de um pneumotórax hipertensivo não identificado no exame primário
- E: Falhas no equipamento, corresponde ao calibre inapropriadamente pequeno do tubo, dobras no tubo ou tanque de oxigênio vazio

105
Q

O que é o barotrauma?

A

Barotrauma é a lesão que ocorre por efeito da pressão de ar em um compartimento do corpo

106
Q

Qual a causa mais comum do pneumotórax hipertensivo?

A

A causa mais comum do pneumotórax hipertensivo é o uso de ventilação mecânica com pressão positiva em pacientes com lesões pleuropulmonares assintomáticas ou não identificadas no exame primário

107
Q

Em que tipo de traumatismo o pneumotórax hipertensivo é mais comum?

A

O pneumotórax hipertensivo é mais comum nos traumas de tórax fechados que nos penetrantes

108
Q

Qual o resultado primário de um pneumotórax hipertensivo e quais as principais consequências?

A

O pneumotórax hipertensivo ocasiona como resultado primário o acúmulo de grande quantidade de ar sob pressão no espaço pleural. A partir disso, ocorrem as seguintes consequências:
- Colapso do pulmão ipsilateral
- Desvio do mediastino que então comprime o pulmão contralateral levando à insuficiência respiratória
- Desvio do mediastino que causa a angulação dos vasos da base e dificulta o retorno venoso, reduzindo o débito cardíaco e favorecendo a hipotensão e o choque obstrutivo
- Aumento da pressão intratorácica que dificulta o retorno venoso em menor escala

109
Q

De que forma é feito o diagnóstico do pneumotórax hipertensivo? Quais exames podem ser utilizados e quais não devem ser aguardados?

A

O diagnóstico do pneumotórax hipertensivo é clínico!!! Dessa forma, não se deve aguardar o diagnóstico radiológico para instituição da terapêutica. Por outro lado, o ATLS coloca que caso haja um FAST (USG do trauma) de prontidão este pode ser utilizado para confirmar o diagnóstico, mas não sendo uma etapa obrigatória

110
Q

Como podemos fechar o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo?

A

O diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é clínico, a partir da observação de dispneia importante associada a um dos seguintes fatores:
- Desvio contralateral da traqueia
- Enfisema subcutâneo
- Ausência ou diminuição dos murmúrios vesiculares no hemitórax acometido
- Hipertimpanismo à percussão do hemitórax acometido
- Turgência jugular pela dificuldade do retorno venoso devido à angulação dos vasos da base
- Hipotensão ou choque

111
Q

Qual forma de choque é mais comum no pneumotórax hipertensivo? Por que?

A

Choque obstrutivo, porque no caso do pneumotórax hipertensivo ocorre o desvio do mediastino com a angulação dos vasos da base. Dessa forma, esses vasos estarão de certa forma obstruídos e será dificultado o retorno venoso, diminuindo o débito e podendo levar à hipotensão e ao choque

112
Q

Qual o tratamento imediato do pneumotórax hipertensivo?

A

O tratamento imediato do pneumotórax hipertensivo é a toracocentese de alívio, que é feita puncionando o hemitórax acometido com uma agulha calibrosa. Em crianças, isso é feito no 2º espaço intercostal e na linha hemiclavicular. Já em adultos, sobretudo naqueles com parede torácica espessa, isso deve ser feito no 4º ou 5º espaços intercostais entre as linhas axilares média e anterior

113
Q

Qual o tratamento definitivo do pneumotórax hipertensivo? Como é feito?

A

O tratamento definitivo do pneumotórax hipertensivo é a toracostomia com drenagem em selo d’água (drenagem fechada). Essa toracostomia é feita com incisão no 4º ou 5º espaço intercostal entre as linhas axilares média e anterior (imediatamente anterior à linha axilar média). A partir da incisão, o cirurgião divulsiona os tecidos com pinça hemostática até chegar ao espaço pleural. Então, deve-se introduzir o dedo indicador no orifício para checar o trajeto e só então o dreno é colocado, idealmente próximo à superfície superior do arco costal

114
Q

Qual posicionamento o dreno tubular deve ficar em relação ao espaço intercostal na toracostomia com drenagem em selo d’água? Por que?

A

O dreno tubular deve ficar posicionado próximo à superfície superior do arco costal, já que o feixe neurovascular intercostal (vasos intercostais e nervo intercostal) passa em sua borda inferior

115
Q

O que é o Pneumotórax aberto e como também é chamado?

A

O pneumotórax aberto também é chamado de ferida torácica aspirativa. Nesse caso, o paciente terá uma solução de continuidade (ferida) na parede torácica, que permite que o ar atmosférico ganhe a cavidade pleural e assim gere o pneumotórax

116
Q

Como o pneumotórax aberto ocorre?

A

O pneumotórax aberto ocorre quando o paciente apresenta uma abertura torácica de aproximadamente 2/3 do diâmetro de sua traqueia. Nesse caso, haverá uma competição entre a abertura torácica e a via aérea do paciente e, na inspiração, o ar irá preferencialmente seguir pela ferida ao invés da via aérea do paciente (que é um conduto dotado de resistência)

117
Q

O que pode ocorrer rapidamente em pacientes com pneumotórax aberto?

A

Insuficiência respiratória

118
Q

Como é feito o tratamento imediato do pneumotórax aberto? Como isso é chamado e em que ambiente deve ser idealmente feito?

A

O tratamento imediato e salvador do pneumotórax aberto é feito com a oclusão da ferida por curativo quadrangular (gaze por exemplo) fixado em apenas 3 de seus lados. Essa forma de curativo é chamado de curativo em 3 pontas e deve ser feito rapidamente devido à urgência do quadro, logo, no ambiente pré hospitalar

119
Q

Como o curativo em 3 pontas funciona? Qual sua indicação?

A

O curativo em 3 pontas é indicado no tratamento imediato do pneumotórax aberto, já que o curativo posicionado dessa forma gera um mecanismo de válvula que permite a saída do ar da cavidade pleural na expiração mas não permite sua entrada na inspiração

120
Q

Qual cuidado devemos tomar no tratamento imediato do pneumotórax aberto?

A

Nesse tratamento, devemos tomar cuidado para não ocluir a ferida por completo, já que nesse caso podemos transformar o pneumotórax aberto em hipertensivo

121
Q

Qual o tratamento definitivo do pneumotórax aberto e em que ambiente ele deve ser feito?

A

O tratamento definitivo do pneumotórax aberto deve ser feito no ambiente hospitalar e em centro cirúrgico. Esse tratamento consiste na toracostomia com drenagem em selo d’água e fechamento cirúrgico da ferida

122
Q

O que é o hemotórax maciço?

A

O hemotórax maciço consiste no acúmulo de mais de 1500ml de sangue ou 1/3 da volemia na cavidade torácica

123
Q

Em que lesões o hemotórax maciço pode ser encontrado e em quais é mais comum?

A

O hemotórax maciço é mais frequentemente encontrado em feridas torácicas que acometem vasos sistêmicos ou hilares, mas pode também ocorrer em traumas torácicos fechados

124
Q

Como é feito o diagnóstico do hemotórax maciço e com qual doença é feito diagnóstico diferencial?

A

O hemotórax maciço tem diagnóstico clínico, sendo diagnóstico diferencial o pneumotórax hipertensivo. Apesar dos murmúrios vesiculares estarem ausentes em ambas as condições, no hemotórax maciço as jugulares estarão colabadas devido à hipovolemia, não haverá desvio da traqueia e a percussão torácica terá som maciço (diferente do pneumotórax hipertensivo onde há desvio da traqueia, as jugulares estão túrgidas e a percussão é hipertimpânica)

125
Q

Qual a conduta nos casos de hemotórax maciço?

A

A conduta nos casos de hemotórax maciço é a transfusão, com restauração da volemia, e a descompressão da cavidade torácica com drenagem intercostal (toracostomia)

126
Q

Como o dreno é posicionado na toracostomia do hemotórax maciço?

A

No hemotórax maciço, a toracostomia é feita com dreno posicionado no nível do 5º espaço intercostal e entre as linhas axilares média e anterior

127
Q

Em que casos de hemotórax maciço é indicada a toracotomia de urgência?

A

A toracotomia de urgência é indicado nos casos de hemotórax maciço quando houver saída imediata de 1500ml ou mais de sangue pelo dreno ou quando o ritmo de drenagem for de 200 ml/h nas primeiras 2 a 4 horas

128
Q

Na avaliação inicial do traumatizado, após garantir via aérea e ventilação adequados, o que deve ser feito?

A

Nesse momento, deve-se passar ao C do ABCDE do trauma, onde será avaliada a circulação e controladas possíveis hemorragias

129
Q

Qual tipo de choque, até que se prove o contrário, um paciente politraumatizado tem?

A

Choque hipovolêmico hemorrágico

130
Q

Por que a hemorragia deve ser identificada e controlada de prontidão na avaliação inicial do traumatizado? O que deve ser feito em geral nesses casos além do controle do sangramento?

A

As hemorragias configuram a principal causa de morte evitável no trauma, devendo por isso ser identificadas e controladas de prontidão, sendo também feito nesses casos, em geral, a reposição volêmica

131
Q

Qual o primeiro passo do C no ABCDE do trauma?

A

O C do ABCDE do trauma se inicia com a compressão das feridas sangrantes

132
Q

Como pode e deve ser feita a compressão de feridas sangrantes no C do ABCDE?

A

No C do ABCDE, o primeiro passo é a compressão de feridas sangrantes. Isso deve ser feito pelo médico com as mãos enluvadas, utilizando gaze ou curativo transparentes para que se veja o que está sendo feito. Podem também ser utilizados torniquetes como medida salvadora em casos onde a compressão não é capaz de conter a hemorragia

133
Q

Por que os torniquetes somente são utilizados em alguns casos no controle de hemorragias do trauma?

A

Porque os torniquetes conferem uma hemostasia efetiva, mas isso ocorre às custas da isquemia de uma grande área. Dessa forma, eles só são utilizados como medida salvadora em casos onde a compressão não é capaz de conter a hemorragia

134
Q

O que deve ser evitado no controle das hemorragias, no C do ABCDE?

A

No controle das hemorragias, que realizamos no C do ABCDE do trauma, devemos evitar o clampeamento às cegas das feridas, uma vez que isso poderia gerar a lesão de estruturas adjacentes aos vasos, como nervos

135
Q

Além dos sangramentos externos, quais são as outras possíveis e principais fontes de sangramento no paciente que evolui com choque hipovolêmico hemorrágico?

A
  • Lesões intra-abdominais (são a fonte mais comum), onde a hemorragia é decorrente do acometimento de vísceras sólidas como o baço e o fígado
  • Fraturas pélvicas, com grandes hematomas retroperitoneais
  • Lesões intratorácicas, quando acompanhadas de hemotórax maciço
  • Fraturas de ossos longos, já que fraturas de úmero ou tíbia podem gerar até 750ml de perda sanguínea e fraturas de fêmur podem gerar até 1500ml
136
Q

Qual o próximo passo, após o compressão das feridas sangrantes, deve ser realizado no C do ABCDE do trauma?

A

No C do ABCDE do trauma, após a compressão das feridas sangrantes, devemos estimar a perda volêmica

137
Q

Como a perda volêmica pode ser classificada no ABCDE do trauma?

A

A perda volêmica, no ABCDE, pode ser classificada pela classificação das hemorragias. Essa classificação leva em conta a perda volêmica, mas também outros fatores, divindo as hemorragias em 4 classes:
- Hemorragia classe 1-> Até 750ml ou até 15% da volemia de perda sanguínea; FC até 100bpm; PA e pressão de pulso normais; FR de 14 a 20; diurese >30ml/h; base excess de 0 a -2 mEq/L; Glasgow normal com paciente levemente ansioso
- Hemorragia classe 2-> De 750 a 1500ml ou de 15 a 30% da volemia de perda sanguínea; FC maior que 100bpm; PA normal e pressão de pulso reduzida; FR de 20 a 30; diurese de 20 a 30ml/h; base excess de -2 a -6 mEq/L; Glasgow normal com paciente moderadamente ansioso
- Hemorragia classe 3-> De 1500 a 2000ml ou de 31 a 40% da volemia de perda sanguínea; FC maior que 120bpm; PA normal a reduzida e pressão de pulso reduzida; FR de 30 a 40; diurese de 5 a 15 ml/h; base excess de -6 a -10 mEq/L; Glasgow diminuído com paciente ansioso e confuso
- Hemorragia classe 4-> Perda sanguínea maior que 2000ml ou 40% da volemia; FC maior que 140bpm; PA e pressão de pulso reduzidas; FR maior que 35; diurese desprezível; base excess menor que -10 mEq/L; Glasgow diminuído com paciente confuso e letárgico

138
Q

Qual o referencial de peso corporal utilizado para a perda volêmica na classificação das hemorragias?

A

Na classificação das hemorragias, a perda volêmica é estimada para um referencial de um homem de 70kg

139
Q

O que é a pressão de pulso?

A

A pressão de pulso corresponde à diferença entre a pressão sistólica e a diastólica

140
Q

O que é o base excess e o que ele pode indicar?

A

O base excess corresponde ao excesso de bases (HCO3-) no organismo, sendo então quando aumentado indicador de alcalose metabólica e quando diminuída de acidose metabólica

141
Q

A que se deve a queda da pressão de pulso nas hemorragias classe 2? Por que?

A

A queda da pressão de pulso nas hemorragias classe 2 se deve principalmente ao aumento da pressão diastólica, que ocorre devido aos altos níveis de catecolaminas circulantes, enquanto a pressão sistólica não costuma se alterar muito nas fases iniciais de hemorragia

142
Q

Em que classes das hemorragias há mais classicamente queda relevante da pressão sistólica?

A

Nas hemorragias de classe 3 e 4

143
Q

Em que classes das hemorragias há hipoperfusão tecidual? Como isso pode ser observado?

A

Nas hemorragias de classe 3 e 4. Isso pode ser observado na presença de extremidades frias, cianóticas e úmidas nas hemorragias de classe 4

144
Q

A perda sanguínea de um paciente que doou sangue para confecção de um concentrado de hemácias equivale a de qual classe de hemorragias?

A

O paciente que doa sangue tem uma perda volêmica equivalente a uma hemorragia classe 1

145
Q

Qual a necessidade de transfusão de acordo com cada classe de hemorragia?

A

Hemorragia classe 1-> Não necessitam de transfusão
Hemorragia classe 2-> Podem necessitar de transfusão
Hemorragia classe 3-> Necessitam de transfusão
Hemorragia classe 4-> Indicada a transfusão maciça

146
Q

Nas classes de hemorragias onde não é totalmente necessária a transfusão, como o paciente é tratado?

A

Hemorragias classe 1-> Os mecanismos compensatórios conseguem restaurar a volemia em 24 horas em muitos casos, mas o paciente pode necessitar de cristalóides
Hemorragias classe 2-> A maioria se estabiliza apenas com cristalóides, mas uma pequena parte necessita de transfusão de concentrado de hemácias

147
Q

Nas classes de hemorragias onde sempre é feita a transfusão, qual outra abordagem deve ser realizada e qual a prioridade?

A

Nas hemorragias classe 3 e 4, a prioridade na abordagem inicial deve sempre ser a interrupção da hemorragia com cirurgia imediata. Em alguns casos selecionados de hemorragias classe 3, pode ser realizada embolização angiográfica com esse fim. Além disso, é realizada também a transfusão conforme indicada

148
Q

Quais populações adultas merecem cuidado adicional na avaliação das hemorragias? Por que?

A

Obesos, mesmo na ausência de fraturas, e idosos estão em maior risco de sofrerem perda de volume para o terceiro espaço (interstício dos tecidos moles). Nos idosos isso ocorre porque sua pele e seu subcutâneo são mais frágeis e lesados mais facilmente, tendo menor poder de tamponamento. Além disso, seus vasos são mais rígidos e mais dificilmente sofrem espasmos e trombose na presença de hemorragias

149
Q

A lesão de tecidos moles sozinha é capaz de gerar perda de volume? Por que?

A

A lesão de tecidos moles por si só é acompanhada de perda de volume, o que aumenta conforme a extensão da lesão. Isso ocorre devido à produção de mediadores inflamatórios, como as citocinas, que possuem entre outros efeitos o de aumentar a permeabilidade capilar

150
Q

Quais são os sinais precoces de hipovolemia em crianças? Quais outros sinais também podem ocorrer?

A

Taquicardia e má perfusão tecidual. Também pode haver desaparecimento dos pulsos periféricos, estreitamento da pressão de pulso para menos de 20mmHg, pele mosqueada, extremidades frias se comparadas à pele do tronco e diminuição do nível de consciência com resposta lenta aos estímulos álgicos

151
Q

Qual a conduta a ser tomada diante de um caso de hipovolemia em criança?

A

Repleção do volume intravascular de maneira agressiva, sendo essa fluidoterapia expansora feita com cristalóides (Ringer lactato ou SF) no volume de 20ml/kg, no mínimo a cada 20 minutos na primeira hora (totalizando 3 etapas)

152
Q

O que é o Índice de Choque (IC) e para que foi criado? Qual sua vantagem e qual sua relevância prática atualmente?

A

O IC foi criado para contornar o fato de que a avaliação da FC e da PA de forma individual não é um marco preciso para a caracterização do choque, além de que a combinação entre taquicardia e queda da pressão arterial sistólica nem sempre ocorre. De modo geral, o IC se mostrou vantajoso em relação ao uso isolado da FC e da PAs, sendo mais preciso na indicação do choque, mas não é tão utilizado atualmente

153
Q

Em que populações o IC é mais vantajoso na avaliação do choque?

A

Idosos e crianças

154
Q

Como é calculado o IC?

A

O IC é calculado pela razão entre a FC e a PA sistólica

155
Q

Qual outro índice para avaliar o choque pode ser usado e qual a vantagem?

A

Além do IC, existe também o Índice de Choque Modificado (ICM). O ICM tem como vantagem analisar também a pressão diastólica além da sistólica, sendo definido pela razão entre a FC e a PAM

156
Q

Qual o valor de IC estimado como normal para um adulto?

A

0,5 a 0,7

157
Q

O que um IC maior que 1,2 pode indicar?

A

O IC maior que 1,2 é relacionado com maior probabilidade de internação e mortalidade

158
Q

O que o aumento do IC e do ICM nos indica?

A

O aumento do IC e do ICM nos indica um volume sistólico e uma resistência vascular periférica diminuídos, o que revela o quadro de choque. Quanto maior for o IC ou ICM, maior a gravidade do choque

159
Q

Em que contextos além do trauma o IC pode ser utilizado?

A

O IC pode ser utilizado em outros contextos além do trauma, como em pacientes em choque por outras causas, como choque séptico, cardiogênico…

160
Q

Qual a solução cristalóide de escolha para reposição da perda volêmica no trauma? De que forma ela deve ser administrada?

A

Ringer Lactato. Essa solução deve ser administrada o mais rapidamente possível, aquecida a 39º (37-40º pelo ATLS)

161
Q

Qual a composição do Ringer Lactato?

A

Cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio e lactato de sódio

162
Q

Qual a função do uso de cristalóides como o Ringer Lactato no manejo da perda volêmica?

A

O uso dos cristalóides é capaz de expandir transitoriamente o volume intravascular e repor as perdas para os espaços intersticial e intracelular

163
Q

Qual volume de cristalóide é indicado inicialmente na reposição da perda volêmica?

A

É indicado que a reposição da perda volêmica seja feita com a administração rápida de Ringer Lactato aquecido a 39º, iniciando com um bólus de 1L para adultos e 20ml/kg em crianças até 40kg

164
Q

Qual outra solução de cristalóide, além do Ringer lactato, pode ser utilizada na reposição da perda volêmica? Qual cuidado deve ser tomado?

A

O soro fisiológico pode também ser usado para repor a perda volêmica, mas deve se tomar cuidado já que a administração de grandes volumes de SF pode causar acidose hiperclorêmica, sobretudo caso haja disfunção renal associada

165
Q

Como é feita a avaliação da resposta à infusão inicial de cristalóides na reposição da perda volêmica?

A

A avaliação da resposta à infusão inicial de cristalóides é feita pela observação do nível de consciência, do débito urinário e do volume de lactato e do base excess

166
Q

Qual diurese horária esperada após a reposição da perda volêmica? O que isso representa?

A

A diurese horária que representa uma boa resposta à reposição volêmica é de pelo menos 0,5 ml/kg/h em adultos, 1 ml/kg/hr em crianças até 12 anos e 2 ml/kg/hr em menores de 1 ano. Isso representa, além da boa resposta à reposição, uma melhora da perfusão tecidual

167
Q

Em que tipo de trauma o combate à hipotensão tem maior importância e em qual essa infusão deve ser feita com mais cuidado? Por que?

A

Nos traumas fechados, especialmente naqueles com lesão cerebral traumática, a reposição volêmica e o combate à hipotensão têm grande importância. Já nos traumas penetrantes, isso deve ser feito com mais cuidado, já que a infusão de grandes volumes, tentando alcançar valores normais de pressão arterial, antes do controle do foco hemorrágico pode exacerbar a perda sanguínea e não é recomendada

168
Q

Quando e em que quantidade devemos providenciar acessos venosos no paciente traumatizado? Quais pacientes tem maior necessidade nesse sentido?

A

Devemos sempre providenciar dois acessos venosos calibrosos nos pacientes de trauma, o mais rápido possível, já no atendimento pré hospitalar. Essa necessidade é maior nos pacientes de traumas moderados a graves

169
Q

Quais acessos venosos são preferidos nos pacientes de trauma?

A

As veias periféricas do dorso da mão e da face anterior do antebraço são os locais preferidos para o acesso periférico nos pacientes de trauma

170
Q

Por que as vezes não é possível realizar o acesso venoso em veias periféricas do membro superior nos pacientes de trauma? O que pode ser feito nesses casos?

A

Por vezes, pacientes vítimas de trauma que estejam chocados podem ter as veias colabadas e não ser possível o acesso periférico. Nesses casos, pode ser realizado o acesso central, a dissecção da veia safena magna no membro inferior ou a punção intraóssea

171
Q

Através de que técnica é realizado o acesso venoso central? Em que veias isso pode ser feito?

A

O acesso venoso central é realizado através da técnica de Seldinger e pode ser feito nas veias jugular interna, subclávia ou femoral

172
Q

Onde devemos realizar a dissecção da veia safena magna para se obter o acesso venoso?

A

A veia safena magna é dissecada no membro inferior, na frente do maléolo medial

173
Q

Em quais faixas etárias podemos considerar a punção intraóssea como possível acesso? O que devemos ter em mente quanto à duração desse acesso?

A

A punção intraóssea pode ser considerada como um possível acesso em qualquer faixa etária. Entretanto, devemos sempre ter em mente que a punção intraóssea é um acesso provisório

174
Q

Qual a primeira escolha de acesso venoso em crianças até 6 anos vítimas de trauma onde o acesso venoso periférico não é possível?

A

Punção intraóssea

175
Q

Onde a punção intraóssea deve ser feita em crianças?

A

A punção intraóssea em crianças é feita a 2 dedos medial e 1 dedo abaixo da tuberosidade tibial

176
Q

Em que condições a punção intraóssea não deve ser realizada? Por que?

A

A punção intraóssea não deve ser realizada em locais de fraturas ou infecções devido ao risco de osteomielite

177
Q

Qual entrave costuma ocorrer ao uso da punção intraóssea em adultos?

A

Falta do material específico que é necessário

178
Q

O que sempre deve ser feito ao puncionarmos um acesso no paciente traumatizado?

A

Coletar uma amostra de sangue para avaliação inicial do hematócrito, avaliações laboratoriais, tipagem sanguínea, teste toxicológico e teste de gravidez em mulheres em idade fértil

179
Q

Qual o objetivo da reposição volêmica?

A

Restaurar a perfusão dos órgãos e a oxigenação dos tecidos

180
Q

É ideal que sempre forneçamos o máximo de volume e busquemos elevar a pressão arterial ao máximo em pacientes com hemorragias? Por que?

A

Não, porque quando a pressão arterial se eleva o paciente pode voltar a sangrar antes que resolvamos a causa da hemorragia

181
Q

O que é reposição com hipotensão permissiva? Por que isso é utilizado?

A

A reposição com hipotensão permissiva nada mais é que alcançar a perfusão dos tecidos e a oxigenação dos órgãos com níveis pressóricos abaixo do normal. Isso é utilizado em pacientes com hemorragias para que o aumento da pressão arterial não faça o paciente voltar a sangrar

182
Q

Em que tipo de traumas a hipotensão permissiva é mais aplicada e em qual é evitada? Por que?

A

O conceito de hipotensão permissiva é mais utilizado em pacientes com traumas penetrantes. Por outro lado, uma exceção são pacientes com lesões cerebrais por trauma fechado, já que nesses casos os níveis pressóricos mais baixos poderiam reduzir a pressão de perfusão cerebral e agravar as lesões

183
Q

Como é feita a indicação de transfusão de hemoderivados nos pacientes com hemorragia classe 2?

A

Os pacientes com hemorragia classe 2 devem receber transfusão de hemoderivados quando forem refratários à reposição com cristalóides

184
Q

O que é considerado transfusão maciça?

A

Transfusão maciça de acordo com o ATLS é a transfusão de mais de 10UI de concentrados de hemácias nas 24 horas iniciais ou mais de 4UI em 1 hora. Já outras fontes consideram transfusão maciça como sendo a administração de 10UI ou mais em menos de 6 horas

185
Q

Qual a indicação de transfusão maciça?

A

A transfusão maciça é indicada nas hemorragias classe 4 e pode ser considerada nas hemorragias classe 3 quando refratárias à reposição volêmica. De modo geral, apesar de não estar no ATLS, fontes mais recentes usam o escore ABC maior ou igual a 2 para indicar a transfusão maciça

186
Q

Como é feito o escore ABC? Qual sua especificidade e sensibilidade?

A

O escore ABC, quando maior ou igual a 2, é capaz de predizer a transfusão maciça com uma sensibilidade de 75% e uma especificidade de 86%. Ele é calculado dando 1 ponto a cada um dos seguintes fatores quando presentes:
- Trauma penetrante
- FAST positivo (evidência de hemorragia)
- PAS menor ou igual a 90
- FC maior ou igual a 120

187
Q

Com que tipos sanguíneos a transfusão de hemoderivados pode ser realizada?

A

Antes da tipagem sanguínea, a transfusão de hemoderivados pode iniciar com sangue O-. Na indisponibilidade de sangue O-, pode se iniciar a transfusão com sangue O+

188
Q

Quais outras soluções podem ser administradas no protocolo de transfusão maciça além do concentrado de hemácias? Por que isso é feito?

A

A administração precoce também de plasma e plaquetas, a fim de minimizar o emprego excessivo de cristalóides, é utilizada no protocolo de transfusão maciça porque parece aumentar a sobrevida da vítima

189
Q

Qual a proporção de soluções utilizada no protocolo de transfusão maciça? Por que?

A

O protocolo de transfusão maciça utiliza uma proporção de 1:1:1, ou seja, 1 concentrado de hemácias, para 1 de plasma, para 1 concentrado de plaquetas. Essa proporção é empregada pois demonstrou reduzir consideravelmente a mortalidade

190
Q

Qual a conduta salvadora nos casos de hemorragia onde é necessária a transfusão maciça?

A

Nos casos de hemorragia onde é necessária a transfusão maciça, deve se ter em mente que a conduta salvadora de fato é a interrupção do sangramento, seja por cirurgia ou por métodos angiográficos

191
Q

Qual outra medida, além da transfusão de hemoderivados ou cristalóides e da compressão, pode ser realizada no atendimento inicial de pacientes com hemorragias? Em que pacientes isso é feito e por que?

A

A administração precoce de ácido tranexâmico pode ser também feita em pacientes com lesões extensas e graves, de sangramento não compressível, pois isso parece aumentar a sobrevida

192
Q

Como deve ser feita a administração de ácido tranexâmico nos pacientes com lesões extensas e graves, de sangramento não compressível?

A

Nesses pacientes, o ácido tranexâmico deve ser utilizado de forma precoce, dentro das 3 primeiras horas após o trauma, o mais rápido possível, idealmente ainda no atendimento pré hospitalar dentro de 10 minutos. Já em ambiente hospitalar, após 8 horas, deve ser feita outra dose de 1g

193
Q

Há indicação para início de uso do ácido tranexâmico após 3 horas em vítimas de trauma?

A

Não, o uso de ácido tranexâmico com início após mais de 3 horas do trauma não tem indicação

194
Q

Nos pacientes que não necessitam de transfusão maciça, quando devem ser utilizados outros hemoderivados como concentrado de plaquetas, plasma e crioprecipitados?

A

O uso de concentrados de plaquetas, plasma e crioprecipitados em pacientes que não necessitam de transfusão maciça deve ser guiado por exames que avaliam a hemostasia como PT, PTTa, INR, contagem de plaquetas e fibrinogênio

195
Q

Qual a indicação de suplementação de cálcio em pacientes vítimas de hemorragias? Isso é usualmente feito? Por que?

A

A maioria dos pacientes que recebem transfusão não necessitam suplementação de cálcio. Isso só deve ser realizado guiado pela avaliação do cálcio ionizado, uma vez que a suplementação excessiva do íon pode ser danosa

196
Q

Por que pode ocorrer hipocalcemia em pacientes vítimas de trauma que recebem transfusão?

A

A hipocalcemia pode ocorrer em pacientes que recebem transfusão pela ligação do citrato com o cálcio ionizado

197
Q

Qual condição ameaçadora à vida deve ser investigada no C do ABCDE do trauma?

A

Tamponamento cardíaco

198
Q

O que é o tamponamento cardíaco e como ele ocorre?

A

O tamponamento cardíaco é o acúmulo de sangue no espaço pericárdico, que comprime o coração, aumenta as pressões intracavitárias e impede o enchimento diastólico adequado

199
Q

Quais tipos de trauma podem estar associados ao tamponamento cardíaco? Qual é mais frequentemente associado?

A

O tamponamento cardíaco pode ocorrer em vítimas de trauma torácico penetrante ou fechado, mas é mais comum nos penetrantes

200
Q

Quais sintomas são comuns no tamponamento cardíaco?

A

Hipotensão, turgência jugular e abafamento de bulhas cardíacas

201
Q

Como se chama a tríade de sintomas comum no tamponamento cardíaco?

A

Tríade de Beck

202
Q

Como pode ser confirmado o diagnóstico do tamponamento cardíaco?

A

O tamponamento cardíaco é suspeitado na clínica pela presença da tríade de Beck. O diagnóstico pode ser confirmado por ultrassonografia abdominal em janela subxifoidiana

203
Q

Qual efeito da reposição volêmica sobre o tamponamento cardíaco? O que isso pode gerar na prática?

A

A reposição volêmica em pacientes com tamponamento cardíaco pode melhorar de forma transitória os parâmetros hemodinâmicos. Entretanto, na prática, o preço que se paga é o possível atraso do diagnóstico dessa condição que é potencialmente fatal

204
Q

Qual o tratamento do tamponamento cardíaco?

A

O tratamento de emergência do tamponamento cardíaco agudo é a toracotomia. Quando essa opção não é imediatamente disponível, é feita a pericardiocentese com agulha, que irá estabilizar o paciente temporariamente até a cirurgia

205
Q

Quanto deve ser retirado na pericardiocentese com agulha para restabelecer a normalidade hemodinâmica?

A

A retirada de 15-25ml do saco pericárdio é suficiente para restabelecer a normalidade hemodinâmica

206
Q

Qual outra complicação, além do tamponamento cardíaco, pode ser observada no C do ABCDE? Qual a frequência e gravidade desse achado?

A

Embolia aérea, sendo uma complicação rara e geralmente fatal do trauma pulmonar

207
Q

O que causa a embolia aérea?

A

A embolia aérea é causada por uma fístula entre o brônquio e um ramo da veia pulmonar

208
Q

Qual o tratamento da embolia aérea e como ele é feito?

A

A embolia aérea é uma complicação que indica toracotomia de emergência em centro cirúrgico. Nesse caso, o paciente é colocado em posição de Tredelemburg e o cirurgião, durante a toracotomia, irá clampear o hilo pulmonar do pulmão lesado e aspirar o ar acumulado no ventrículo e no arco aórtico

209
Q

Na avaliação inicial do trauma, após garantirmos a via aérea e a ventilação adequadas do paciente, manejarmos hemorragias e checarmos a circulação, o que deve ser feito?

A

Nesse momento, deve se iniciar o D do ABCDE do trauma

210
Q

O que é avaliado e feito, de modo geral, no D do ABCDE do trauma?

A

No D do ABCDE, iremos checar possíveis incapacidades (disability) e o estado neurológico do paciente. Dessa forma, deve ser realizado um rápido exame neurológico, com observação das pupilas e da movimentação das extremidades, além da Escala de Coma de Glasgow

211
Q

Como é realizada a Escala de Coma de Glasgow?

A

A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é realizada a partir de 3 avaliações: a abertura ocular, a melhor resposta verbal e a melhor resposta motora. Cada uma dessas avaliações recebe pontuação que no final será somada:
- Abertura ocular
. Espontânea (4 pontos)
. A sons (3 pontos)
. Ao estímulo pressórico (2 pontos)
. Ausente (1 ponto)
. Não testado (NT)
- Melhor resposta verbal
. Orientado (5 pontos)
. Confuso (4 pontos)
. Palavras (3 pontos)
. Sons (2 pontos)
. Ausente (1 ponto)
. Não testado (NT)
- Melhor resposta motora
. Obedece comandos (6 pontos)
. Localiza (5 pontos)
. Flexão normal (4 pontos)
. Flexão anormal (3 pontos)
. Extensão (2 pontos)
. Ausente (1 ponto)
. Não testado (NT)

212
Q

Como é observada a flexão normal na avaliação da melhor resposta motora na ECG?

A

Na ECG, a flexão normal na melhor resposta motora corresponde à presença de flexão mediante estímulo pressórico sobre o leito ungueal

213
Q

De quantos a quantos pontos o ECG varia? Como o TCE é classificado de acordo com essa escala?

A

No ECG, o paciente poderá receber uma pontuação de 3 a 15. Pontuações de 13 a 15 indicam TCE leve, enquanto aquelas de 9 a 12 indicam TCE moderado e as de 3 a 8 indicam TCE grave

214
Q

A que fenômenos neurológicos se atribui classicamente a extensão e a flexão anormais na avaliação da melhor resposta motora na ECG?

A

Na avaliação da melhor resposta motora da ECG, a flexão anormal é classicamente atribuída à decorticação e a extensão à descerebração

215
Q

Quais mudanças foram feitas no ECG atual para o mais tradicionalmente conhecido?

A

No ECG atual, o estímulo álgico na avaliação da abertura ocular foi substituído por estímulo pressórico. Da mesma forma, a flexão de retirada mediante estímulo álgico foi trocada por flexão mediante estímulo pressórico, que é feito sobre o leito ungueal, sendo considerada flexão normal nesse caso. Na melhor resposta verbal, palavras inapropriadas e sons incompreensíveis foram substituídos por apenas palavras e sons. Além disso, foi adicionado o resultado ‘‘não testado (NT)’’, que deve ser empregado na impossibilidade de se realizar alguma das avaliações

216
Q

Qual modificação ao ECG vem sendo proposta mais recentemente, ainda não tendo sido adicionada no ATLS?

A

Apesar de ainda não ter sido adicionada no ATLS, algumas fontes sugerem adicionar a avaliação pupilar ao ECG, dando origem ao ECG-P

217
Q

Como seria feito o ECG-P?

A

O ECG-P seria feito unindo a avaliação pupilar ao ECG. Dessa forma, seria dada pontuação na avaliação da abertura pupilar:
- Duas pupilas reativas (0 pontos)
- Uma pupila não reativa (1 ponto)
- Duas pupilas não reativas (2 pontos)
Assim, seria subtraída essa pontuação do ECG obtido, para então se obter o ECG-P, que poderia então variar de 1 a 15

218
Q

Quais fatores, além do TCE, podem levar ao rebaixamento do nível de consciência em pacientes vítimas de lesões multissistêmicas?

A

Outros fatores além do TCE, como hipoxemia, hipotensão e uso de álcool e/ou drogas podem levar ao rebaixamento do nível de consciência nas vítimas de lesões multissistêmicas

219
Q

Afastadas a hipoxemia, hipotensão e o uso de álcool e/ou drogas, a que se deve a alteração do exame neurológico no paciente vítima de trauma?

A

No paciente traumatizado, se afastados hipoxemia, hipotensão e o uso de álcool e/ou drogas, toda alteração do exame neurológico se deve a traumatismo do sistema nervoso central até que se prove o contrário

220
Q

Após garantirmos via aérea e ventilação adequadas, manejarmos hemorragias, checarmos a circulação e avaliarmos o estado neurológico do paciente, o que deve ser feito na avaliação inicial do trauma?

A

Nesse momento, deve ser iniciado o E do ABCDE do trauma

221
Q

O que é feito primeiro no E do ABCDE do trauma? O que isso pode revelar?

A

Inicialmente no E do ABCDE do trauma, iremos fazer a exposição do paciente, ou seja, ele deve ser despido e examinado rapidamente dos pés à cabeça. Nesse momento, lesões na região dorsal, envolvimento do períneo e traumas penetrantes, ainda não diagnosticados, podem ser revelados

222
Q

Após a exposição do paciente e exame de todo seu corpo, o que deve ser feito no E do ABCDE do trauma?

A

Após a exposição e avaliação de todo corpo do paciente, o E do ABCDE do trauma indica que devemos controlar o ambiente, aquecendo o paciente com cobertores térmicos e garantindo que a sala de reanimação esteja em temperatura adequada

223
Q

O que o controle do ambiente no E do ABCDE do trauma traz de efeito prático?

A

O controle do ambiente no E do ABCDE do trauma envolve pequenas medidas como aquecer o paciente com cobertores térmicos e garantir temperatura adequada na sala de reanimação. Essas pequenas medidas são capazes de prevenir a hipotermia

224
Q

O que é o X-ABCDE? Em que contexto é utilizado?

A

O X-ABCDE é um protocolo proposto pelo PHTLS, que guia o atendimento pré hospitalar. Ele representa a preocupação que devemos ter com as hemorragias exsanguinantes no atendimento pré hospitalar. Dessa forma, esse mnemônico orienta que devemos realizar a compressão para controle dessas hemorragias antes até mesmo de estabilizar a coluna cervical e avaliar a via aérea

225
Q

Toda avaliação de trauma deve seguir o X-ABCDE?

A

Não, o X-ABCDE só deve ser usado no contexto pré hospitalar e quando houverem hemorragias externas ameaçadoras à vida!!!

226
Q

Qual etapa da avaliação do traumatizado se mistura ao exame primário em algumas ocasiões? Como isso deve ser feito?

A

A reanimação é a etapa que se mistura ao exame primário quando necessária, devendo o exame primário ser interrompido temporariamente para a reanimação ocorrer

227
Q

Após o exame primário e a reanimação, no que deve ser pensado na avaliação do traumatizado?

A

Após o exame primário e a reanimação, devemos observar as medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação que possam ser empregadas

228
Q

Quais são as medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação que sempre devem ser realizadas?

A

As medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação que sempre devem ser realizadas incluem a monitorização eletrocardiográfica, o cateterismo de vias urinárias, o cateterismo gástrico e a monitorização da frequência ventilatória, da saturação de oxigênio no sangue, da gasometria arterial, da pressão arterial e do débito urinário. Além disso, em alguns casos devem ser realizados também exames de imagem como radiografias AP da pelve e do tórax e, quando disponíveis, podem ser realizados exames como ultrassonografia abdominal e lavado peritoneal diagnóstico

229
Q

Em quais pacientes, no trauma, deve ser realizada a monitorização eletrocardiográfica?

A

A monitorização eletrocardiográfica deve ser realizada em todos os pacientes vítimas de politrauma

230
Q

O que arritmias podem indicar tipicamente em pacientes vítimas de traumas?

A

Contusão miocárdica

231
Q

O que é AESP? O que pode indicar no paciente vítima de trauma?

A

A AESP equivale a Atividade Elétrica sem Pulso, ou seja, é qualquer atividade elétrica organizada que ocorra na ausência de pulso central (tem monitor mas não palpa pulso). Quando com ritmo sinusal, pode indicar hipovolemia grave, pneumotórax hipertensivo ou tamponamento cardíaco na vítima de trauma

232
Q

Por que o catéter urinário é passado no paciente traumatizado? Qual a importância disso?

A

Na vítima de trauma, o catéter urinário é passado para aferição do débito urinário, que é uma medida fundamental para monitorização da reposição volêmica

233
Q

Qual contraindicação existe ao uso do catéter urinário comum?

A

Lesão uretral

234
Q

Quando devemos suspeitar de lesão uretral?

A

O comprometimento da uretra deve ser considerado na presença de sangue no meato uretral, sangue no escroto, equimose perineal ou fraturas pélvicas

235
Q

Que exame deve ser realizado para confirmar a lesão uretral? Qual exame já foi recomendado e não é mais?

A

Na suspeita de lesão uretral, deve ser realizada uretrografia retrógrada para confirmar o diagnóstico. O toque retal para avaliar próstata alta, que seria evidência de trauma da uretra, não é mais recomendado

236
Q

Caso haja lesão uretral, como devemos substituir o cateterismo urinário?

A

Caso a lesão uretral seja confirmada e o paciente esteja instável hemodinamicamente, a punção suprapúbica deve ser realizada para monitorização do débito urinário. Já caso o paciente esteja estável com lesão confirmada, o cateterismo da via urinária através de cistostomia suprapúbica é indicado

237
Q

Qual monitorização cardiorrespiratória é recomendada no paciente traumatizado? Como isso deve ser feito?

A

O paciente vítima de trauma deve ter monitorização de parâmetros como frequência ventilatória, saturação de oxigênio no sangue, gasometria arterial, pressão arterial e débito urinário. Isso deve ser feito periodicamente e a saturação de oxigênio deve ser obtida por oxímetro de pulso

238
Q

Por que é feito o cateterismo gástrico nas vítimas de trauma?

A

O cateter gástrico é passado nas vítimas de trauma pois descomprime o estômago e essa é uma medida que tenta evitar a broncoaspiração

239
Q

Qual condição gástrica pode ser comumente encontrada nas vítimas de politrauma e por que?

A

As vítimas de politrauma podem apresentar gastroparesia intensa devido aos altos níveis de catecolaminas circulantes

240
Q

Qual a via preferida e mais utilizada para o cateterismo gástrico?

A

O cateter gástrico é normalmente passado por via nasogástrica

241
Q

Qual a contraindicação ao cateterismo gástrico por via nasogástrica? O que fazer nesses casos?

A

Nos casos com fratura da base do crânio e envolvimento da lâmina crivosa a via nasogástrica está contraindicada. Nessas situações, é indicado o uso da via oral com sonda orogástrica

242
Q

De que forma devemos utilizar os exames de imagem dentro das medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação? Por que isso deve ser feito dessa forma?

A

A utilização de radiografias no exame primário deve ser feita de maneira racional, para não retardar o processo de reanimação

243
Q

Em quais pacientes vítimas de trauma devemos solicitar radiografias como medidas auxiliares ao exame primário e à reanimação? Quais exames são pedidos nesses casos?

A

As radiografias devem ser solicitadas nesse momento para pacientes vítimas de traumas fechados. Nesses pacientes, as radiografias em AP do tórax e da pelve são fundamentais para o processo de ressucitação

244
Q

De que forma as radiografias podem ser realizadas no momento do exame primário?

A

As radiografias podem ser realizadas ainda na própria área de atendimento com o uso de aparelhos portáteis

245
Q

Quais outros exames de imagem, além das radiografias, podem ser utilizados como medida auxiliar ao exame primário e à reanimação? Por que eles são utilizados?

A

Nesse momento, o lavado peritoneal diagnóstico e a ultrassonografia de abdome podem ser realizados, pois são exames rápidos, feitos a beira leito e que podem diagnosticar sangramentos ocultos intra abdominais

246
Q

Qual procedimento pode ser indicado em alguns casos com sangramento oculto intra-abdominal diagnosticado no exame primário?

A

Laparotomia exploradora

247
Q

Após o exame primário, a reanimação e as medidas auxiliares, o que deve ser feito no atendimento à vítima de trauma? Isso deve sempre ser feito?

A

Nesse momento, deve ser realizado o exame secundário. Porém, o exame secundário só é realizado naqueles pacientes que, após a reanimação, demonstrem tendência à normalização de suas funções vitais

248
Q

No que consiste o exame secundário? O que ele deve e pode incluir?

A

O exame secundário consiste em uma história clínica somada ao exame físico pormenorizado da cabeça aos pés, devendo incluir a história do mecanismo do trauma, uma avaliação neurológica completa e cuidadosa, além de poderem ser solicitados os exames complementares de imagem e as radiografias que se tornarem necessários

249
Q

Por que a história do mecanismo do trauma é importante e com quem podemos colhê-la?

A

A história do mecanismo do trauma é importante para entendermos melhor as alterações que podem ser apresentadas pelo paciente. Essa história pode ser colhida com a própria vítima, caso esteja lúcida, com o pessoal do atendimento pré hospitalar ou com familiares

250
Q

Qual mnemônico pode ser útil para a realização do exame secundário?

A

O exame secundário pode ser guiado pelo mnemônico AMPLA

251
Q

Ao fim do exame secundário, o que pode ser solicitado?

A

Ao fim do exame secundário, podemos empregar as medidas auxiliares ao exame secundário, que consistem em exames diagnósticos especializados com o objetivo de identificar lesões específicas

252
Q

Quais exames podem ser solicitados como medidas auxiliares ao exame secundário?

A

Dentro das medidas auxiliares ao exame secundário, podem ser solicitadas TC e radiografias da coluna cervical e das extremidades; TC do restante da coluna vertebral, do crânio, do abdome e do tórax; ecocardiografia transesofágica; urografia excretora; broncoscopia e esofagoscopia

253
Q

Qual cuidado devemos ter na realização das medidas auxiliares ao exame secundário?

A

As medidas auxiliares ao exame secundário consistem em exames complementares que muitas vezes exigem o transporte do paciente para outros setores do hospital. Dessa forma, apenas pacientes estáveis hemodinamicamente podem ser submetidos a esses exames

254
Q

Após o exame secundário e suas medidas auxiliares, o que devemos fazer com os pacientes politraumatizados?

A

Os doentes politraumatizados devem ser reavaliados constantemente, dessa forma, nesse momento se mantem o paciente sob observação para ser reavaliado

255
Q

Por que o paciente politraumatizado deve ser reavaliado?

A

Porque essa sistematização impede que alterações recentes passem despercebidas ou mesmo que condições pré existentes se agravem sem nosso conhecimento

256
Q

O que deve sempre ser feito na reavaliação e o que deve ser feito em alguns casos?

A

A monitoração continuada dos sinais vitais e da diurese horária é sempre essencial. Nos doentes graves, também devem ser checados periodicamente os dados fornecidos pela oximetria de pulso (PaO2 e SatO2). Nos pacientes intubados em prótese ventilatória, a solicitação de gasometria arterial e a quantificação do CO2 expirado final também são dados importantes a serem obtidos

257
Q

Após os exames primário e secundário e suas medidas auxiliares, tendo sido o paciente reavaliado, o que deve ser feito no atendimento ao trauma?

A

Nesse momento, deve-se pensar no tratamento definitivo do paciente

258
Q

O que deve ser pensado no momento do tratamento definitivo do paciente? Como é tomada a decisão?

A

Nesse momento, a necessidade ou não de transporte para hospitais mais especializados deve ser julgada. Caso as lesões multissistêmicas possam ser tratadas de forma definitiva no hospital onde está ocorrendo o atendimento, o transporte não é necessário

259
Q

Que tipo de procedimentos podem ser realizados no tratamento definitivo do paciente traumatizado?

A

Nesse momento podem ser realizados procedimentos como correção de fraturas, craniotomia com drenagem de hematomas intracranianos e grandes reconstruções intestinais