Trauma Ortopédico Flashcards
Qual o impacto das lesões musculoesqueléticas na avaliação primária?
Lacerações profundas de partes moles podem comprometer grandes vasos, produzindo hemorragia exanguinante. A hemorragia oriunda da fratura de ossos longos pode ser volumosa e determinadas fraturas de fêmur podem resultar em perdas sanguíneos significativas para a coxa.
Qual o objetivo da imobilização inicial das fraturas?
O objetivo é o realinhamento da extremidade lesada em uma posição o mais próximo possível da posição anatômica e a prevenção da movimentação excessiva do foco da fratura.
Como é feita a imobilização de fraturas inicialmente e qual o benefício desse procedimento?
A imobilização é conseguida pela aplicação de tração para realinhar a extremidade e é mantida pelo dispositivo de imobilização. A aplicação adequeada da tala ajuda a controlar a perda de sangue, reduz a dor e evita o agravamento das lesões de partes moles.
Qual conduta deve ser tomada em caso de fratura exposta?
Na presença de fratura exposta o médico não deve se preocupar em reduzir o osso exposto para dentro da ferida porque todas as fraturas expostas exigem desabridamente cirúrgico. A aplicação de um curativo estéril compressivo frequentemente controla a hemorragia.
Como é feita a imobilização em caso de luxações?
As luxações articulares frequentemente exigem imobilização na posição em que foram encontradas. Se a redução fechada foi bem-sucedida, a imobilização em posição anatômica pode ser obtida com diferentes recursos: talas pré-fabricadas, travesseiros ou gesso. Esses dispositivos irão manter a extremidade em sua posição reduzida.
Quais as deformações em luxações articulares mais comuns e qual a direção?
1- Ombro: anterior — assume forma retangular
posterior — fica travado em rotação interna
2- Cotovelo: posterior — o olécrano faz saliência posteriormente
3- Quadril: anterior — fletido, abduzido, rodado externamente
posterior — fletido, aduzido, rodado internamente
4- Joelho: anteroposterior — perda do contorno normal, estendido
5- Tornozelo: a mais comum é a lateral — rodado externamente, maléolo medial proeminente
6- Articulação subtalar: a mais comum é a lateral — deslocamento lateral do osso do calcâneo
Qual deve ser a conduta frente a uma lesão articular aberta ou fratura exposta?
Deve ser prontamente reconhecida. Após examinar cuidadosamente a ferida e avaliar o possível acometimento das partes moles circunjacentes, da circulação local e da inervação, deve-se proceder a uma imobilização apropriada. É necessário consultar imediatamente um cirurgião. O doente deve ser reanimado hemodinamicamente e a seguir, procede-se ao desbridamento cirúrgico das feridas, à estabilização das fraturas e à confirmação de pulsos distais. Deve-se fazer profilaxia para tétano.
Todos os doentes com fratura exposta devem ser tratados com antibióticos o mais breve possível. Quais os mais usados?
Atualmente, cefalosporinas de primeira geração são administradas para todos os doentes com fraturas expostas e aminoglicosídeos ou outros antibióticos apropriados para gram-negativos podem ser administrados em lesões mais severas. Antibióticos devem ser usados somente após consultar um cirurgião.
Qual a consulta frente a lesões articulares?
Elas devem ser imobilizadas. Após isso, deve-se reavaliar o estado vascular e neurológico do membro, distalmente à lesão. A consulta ao cirurgião costuma ser obrigatória.
O que são fraturas e como podemos identificá-las?
As fraturas são definidas como soluções de continuidade do córtex ósseo. Podem estar associadas à mobilidade anormal, alguma forma de lesão de partes moles, crepitação e dor. As fraturas podem ser abertas ou fechadas.
Quais os achados em uma fratura e como deve ser a avaliação das fraturas?
O exame da extremidade revela a existência de dor, edema, deformação, hiperestesia, crepitação e mobilidade anormal no local da fratura. Ocasionalmente para comprovar o diagnóstico pode ser necessário mobilizar o foco da fratura, provocando crepitação. Tal manobra é dolorosa e pode aumentar a lesão de partes moles. Comumente, a presença de edema, sensibilidade e deformação é suficiente para confirmar a fratura. É importante que o estado neurológico do membro seja avaliado periodicamente.
Como ocorre a confirmação diagnóstica de fraturas?
A história e o exame físico são confirmados através de radiografias realizadas em incidências perpendiculares entre si. As radiografias do provável foco de fratura devem incluir as articulações proximais e distais, a fim de excluir luxações ocultas e outras lesões concomitantes.
Qual o tratamento das fraturas?
A imobilização deve incluir as articulações acima e abaixo da fratura. Após a imobilização, o estado neurológico e vascular do membro deve ser reavaliado.
Qual a abordagem inicial ao paciente com trauma ortopédico?
Os cuidados já devem começam no transporte, com o uso de talas de imobilização provisórias. Se estivermos diante de uma fratura exposta ou de uma fratura com lesão vascular grave, o paciente deve seguir sem demora para o centro cirúrgico, após um pronto exame radiográfico.
No restante dos casos, um exame clínico minucioso está indicado, seguido pelo exame radiológico (com radiografia em, no mínimo, duas incidências perpendiculares entre si, como AP e perfil), para que se possa programar com calma a melhor estratégia terapêutica. Durante o exame de raio x a tala não deve ser retirada e deve-se tomar muito cuidado à mobilização do paciente.
Qual o tratamento definitivo para das fraturas?
1- alívio da dor
2- obter e manter uma posição satisfatória dos fragmentos fraturários, ou seja, reduzir a fratura
3- manter a redução, com imobilização gessada, com órtese ou fixação cirúrgica
4- restaurar a função máxima do osso ou articulação envolvidos
Redução da fratura é o ato de alinhar fragmentos fraturários. Quando deve-se reduzir uma fratura e quais problemas podem advir de uma fratura não reduzida?
As fraturas desviadas (ou deslocadas) devem ser a princípio reduzidas. Pois sem um alinhamento mínimo, poderá trazer problemas para a consolidação (instabilidade), para a função músculoesquelética e até mesmo estéticos.
Como reduzir uma fratura?
Dependendo das características da fratura, o ortopedista pode indicar uma redução fechada (incruenta) ou aberta (cruenta, cirúrgica). A redução fechada pode ser executada por manipulação (manobras de redução) ou feita por tração contínua. A tração serve para vencer de forma progressiva a tensão muscular que dificulta ou impossibilita o realinhamento.
Como realizar uma redução fechada por manipulação?
Ela é realizada sob anestesia (local, regional ou geral), por um profissional experiente. O profissional faz inicialmente uma reação longitudinal, corrigindo a angulação, seguida de uma manipulação que primeiro acentua a deformidade da fratura para depois “engrenar” os fragmentos fraturários. Após a redução, um raio x com 2 incidências deve ser obtido para avaliar o resultado.
Quais fraturas podem ser reduzidas por manipulação fechada?
Fraturas diafisárias, fratura desviada supracondiliana do úmero em crianças, fratura de Coles (da extremidade distal do rádio) no adulto, fratura das falanges.
Quando é indicado a redução cruenta (cirúrgica) de fraturas?
Fraturas