Trauma Flashcards
ABCD do trauma
A (vias aéreas)
-Avaliar se o paciente está responsivo, caso não esteja, realizar imobilização em prancha longa e colar cervical
-Fornecimento em alto fluxo de oxigênio 100% com máscara não-reinalante
-Acesso venoso periférico (antebraços e veias antecubitais). Se o acesso periférico não puder ser obtido, considere o uso de acesso intraósseo, principalmente em crianças e idosos. Se as circunstâncias impedirem o uso do acesso periférico, poderá ser obtido acesso venoso central
Exames laboratoriais: tipagem sanguínea, hematimetria, prova cruzada e toxicológico
-Reservar centro cirúrgico e bolsa de sangue
B (respiração)
-Inspeção, percussão e ausculta
C (circulação)
-Realizar ausculta, checar pulsos e tempo de enchimento capilar
-Avaliar pele, tórax, abdome, fraturas de ossos longos e pelve quanto a presença de sangramentos
Exame de imagem: USG F.A.S.T
D (neurológico)
-Avaliação pupilar + ECG
E (exposição)
-Rolamento em bloco com inspeção minuciosa do dorso e palpação da coluna cervical
-Prevenção de hipotermia: manta térmica e aumentar temperatura do ar condicionado
Choque: perfusão inadequada do tecido
A hemorragia é a causa mais comum de choque
-Praticamente todos os pacientes com lesões múltiplas apresentam algum grau de hipovolemia
Para classificar como choque devemos considerar todos os fatores da tabela acima
Fluidoterapia inicial: administrar um bolus inicial de fluido aquecido de isotônico fluido. A dose usual é de 1 litro para adultos e 20 mL/kg para pacientes pediátricos com peso inferior a 40 kg
-Volumes absolutos de fluido de ressuscitação devem ser com base na resposta do paciente
-A quantidade inicial de fluido inclui qualquer volume administrado no ambiente pré-hospitalar
-Avalie a resposta do paciente à ressuscitação volêmica e identifique evidência de perfusão de órgãos-alvo e tecidos
-O volume do débito urinário é um indicador razoavelmente sensível de perfusão renal. Volumes normais de urina geralmente implicam fluxo sanguíneo renal adequado. O débito urinário é um dos principais indicadores de ressuscitação e resposta do paciente
-O paciente que está em choque não morre por hipovolemia, já que a reposição de líquidos compensa a perda, mas sim pela acidose, hipotermia e coagulopatia, tríade mortal causada pela hemorragia
-A diminuição da perfusão causa acidose láctica e coagulopatia de consumo (consumo dos fatores de coagulação). A hipotermia pode ser causada pela infusão de fluidos não aquecidos (ou não aquecidos suficientemente, já que a temperatura intracorpórea é em torno de 40°C). A coagulopatia dilucional é causada pela infusão de fluidos que leva a uma diminuição dos fatores de coagulação
-Corrigir a acidose com bicarbonato de sódio deve ser evitado, pois isso significaria tratar a consequência e não a causa
Os padrões potenciais de resposta ao fluido inicial administrado podem ser divididos em três grupos:
1- Resposta rápida
-Os pacientes deste grupo, chamados de “respondedores rápidos”, respondem rapidamente ao bolus de fluido inicial
e tornam-se hemodinamicamente normal, sem sinais de perfusão e oxigenação tecidual
-Perda menor de 15% da volemia (hemorragia classe I)
-Nenhum líquido adicional bolus ou administração imediata de sangue é indicada
2- Resposta transitória
-Respondem ao bolus de fluido inicial. No entanto, começam a mostrar deterioração dos índices de perfusão, indicando uma perda contínua de sangue
-Perdeu de 15% a 40% do seu volume sanguíneo (hemorragia classe II e III)
-Transfusão de sangue e hemoderivados é indicado
3- Resposta mínima ou sem resposta
-Falha em responder à administração de cristaloides e sangue na sala de trauma dita a necessidade de imediata intervenção definitiva para controlar a hemorragia exsanguinante
POLITRAUMA
Introdução:
Trauma: consiste em lesões de extensão, intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos (físicos, químicos, elétricos), de forma acidental ou intencional, capaz de produzir perturbações locais ou sistêmicas.
Politraumatizados: paciente com um ou mais de traumas significativos de cabeça, tórax, abdome, trato urinário, pelve ou coluna e extremidade.
Fraturas pélvicas Duas ou mais fraturas
-Amputações proximal, queimadura de 10% ou inalação de fumaça e lesões penetrantes.
Ejeção do automóvel: morte no mesmo compartimento do passageiro, atropelamento, impacto de alta velocidade, maior deformidade >50cm e intrusão (sair) no compartimento do passageiro.
Tempo de resgate mais que 20minutos, queda de 6 metros, capotagem, lesão do pedestre com impacto significativo e impacto de motociclista.
Idade de menor de 5 anos e maior de 55 anos: presença de doenças cardíacas, respiratórios ou uso de medicações psiquiátricas/ diabéticos com uso de insulina, cirrose, malignidade, obesidade e coagulopatia.
Quando em dúvida considere todos o acidentado como um politraumatizado.
POLITRAUMA
ATLS:
Avaliação rápidas das lesões, o tempo é essencial é por isso tem uma abordagem sistematizada e organizada sendo fácil de ser aplicada.
“Hora de ouro” e distribuição trimodal das mortes
1° pico segundo ou minutos após o trauma, onde poucos doentes podem ser salvos, devido a gravidade das lesões.
-Causas (mortes inevitáveis): apneia por lesões graves do cérebro ou medula espinhal, ruptura do coração, aorta ou outros grandes vasos.
2° pico minutos ou varias horas
-Causas: hematoma subdural e epidural, hemitórax e pneumotórax, lacerações do fígado ou ruptura do baço e fratura pélvicas.
3° pico vários dias a semanas após a lesão inicial
-Causas: sepse e disfunção múltiplas de órgãos.
POLITRAUMA
Avaliação inicial
1. Preparação
2. Triagem
3. Exame primário (ABCDEs)
4. Reanimação
5. Medidas auxiliares ao exame primário e a reanimação
6. Exame secundário (Cabeça aos pés) e história
7. Medidas auxiliares ao exame secundário
8. Reavaliação e monitorização continua após a reanimação
9. Cuidados definitivos
Preparação
Dois cenários: fases pré e intra- hospitalar
Pré hospitalar local do acidente, tendo uma interação total da equipe que irá receber o paciente.
-O hospital é avisado antes sobre a chegada do paciente
-Ênfase: manutenção das vias aéreas, ao controle dos sangramentos externo s e do choque, imobilização do doente e ao transporte imediato ao hospital apropriado mais próximo
Intra hospital preparativos para a chegada do paciente
-Planejamento antecipado
-Equipamentos apropriados para a abordagem das vias aéreas, soluções de cristaloides aquecidas, equipamentos de monitorações, respostas rápidas do pessoal de laboratório e radiologia.
-Proteção de toda a equipe contra doenças transmissíveis.
POLITRAUMA
É a classificações dos doentes de acordo com o tipo de tratamento e os recursos disponíveis
Prioridades:
A- Vias aéreas e controle da coluna cervical
B- Respirações
C- Circulações com controle da hemorragia
Vítimas múltiplas: quando o numero de feridos NÂO excedem a capacidade de atendimento do hospital, sendo atendimento primeiros os que tem risco de vida iminente e os com traumatismos mutissistemicos.
Situações de desastre: quando EXCEDEM a capacidade de atendimento do hospital e da equipe, onde os que necessitam de menos recursos são atendidos primeiros
Exame primário- ABCDE
A. Vias aéreas com proteção da coluna cervical
Manutenção das vias aéreas e proteção da coluna cervical
Primeiro lugar: assegurar a permeabilidade das vias aeras (levantamento do queixo ou interiorização da mandíbula)
Corpos estranhos e fraturas
Todas as manobras devem ter o controle da coluna cervical.
Inspeção e retirada de corpos estranhos, sonda de aspirações,
Glasgow igual ou menos de 8: necessidade de via aeres definitivas (apenas tubos nas traqueias)
Considere a existência de uma lesão de coluna cervical em todo doente com traumatismo mutissistemicos
Não é contraindicado tirar o dispositivo de proteção cervical, mas ter que ter um preparo.
B. Respiração e ventilação
Boa ventilação é o funcionamento adequado dos pulmões, parede torácica e diafragma.
Deve ser avaliado e analisado rapidamente: exposição do tórax, ausculta percussão, palpação e inspeção visual
Lesões que podem prejudicar a ventilação: pneumotórax hipertensivo, tórax instável com contusão pulmonar, hemitórax maciço e pneumotórax aberto.
C. Controle de hemorragia
Hipotensão hipovolemia (sangramento)
Hemorragia são controladas no exame primário
Observar:
Nível de consciência
Frequência cardíaca e respiratória
Pressão arterial e de pulso periféricos
Enchimento capilar
Diurese
D. Incapacidade, estado neurológico
Escala de Glasgow
Causa de rebaixamento do nível de consciência: TCE, ABC e intoxicação
E. Exposição/ controle de ambiente
Cortar as roupas
A prioridade é manter a temperatura corporal
Cobertor aquecido (hipotermia coagulação e viscosidade sanguínea)
Administração de fluidos aquecidos e ter um ambiente aquecido