Teste 2 Flashcards

1
Q

A perda auditiva ocorre de que forma? Qual é a sua prevalência nos EUA e em Portugal?

A

A perda auditiva ocorre de forma gradual.
17% da população adulta dos EUA sofre de alguma forma de deficiência auditiva. Em Portugal é de 8,4%.

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2
Q

Como se classifica a perda auditiva?

A

A perda auditiva pode ser classificada em diferentes categorias:
- ligeira
- moderada
- moderadamente grave
- grave
- profunda

É classificada consoante o limiar de audição no ouvido que ouve melhor.

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3
Q

Quais são as causas de perda auditiva?

A
  • infeções do ouvido
  • infeções durante a infância que não foram tratadas
  • causas congénitas
  • perda auditiva induzida por ruídos
  • envelhecimento
  • medicamentos
  • traumatismo
  • acumulação de cerúmen
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4
Q

Em que consistem as infeções do ouvido como causa de perda auditiva?

A
  • infeções virais, bacterianas ou parasíticas podem causar perda auditiva
  • a otite média supurativa crónica é a causa mais comum de perda auditiva nos países em desenvolvimento e tem sido atribuída a falta de higiene, ausência de aleitamento materno, malnutrição, exposição passiva ao tabaco, entre outras.
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5
Q

Em que consistem as infeções durante a infância que não foram tratadas como causa de perda auditiva?

A

Nos países em desenvolvimento, a difícil acessibilidade aos serviços de saúde leva a que muitas crianças desenvolvam algum grau de surdez após infeções como meningite, sarampo, encefalite viral, varicela, influenza, papeira ou outras infeções virais.

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6
Q

Em que consistem as causas congénitas como causas de perda auditiva?

A
  • estão presentes no nascimento, podendo ser de causa hereditária ou não
  • os fatores não genéticos incluem infeções maternas durante a gravidez, prematuridade, baixo peso à nascença, anomalias craniofaciais, parto traumático, exposição in útero a álcool ou certos medicamentos, complicações associadas a icterícia grave no recém-nascido, diabetes ou anoxia
  • os defeitos genéticos podem estar presentes à nascença ou desenvolver-se mais tarde, podendo ser transmissão autossómica dominante, autossómica recessiva, ligada ao cromossoma X ou com padrões de hereditariedade mitocondrial
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7
Q

Em que consiste a perda auditiva induzida por ruídos (PAIR)?

A
  • a exposição ao ruído de forma prolongada ou a exposição a ruídos extremamente elevados durante curtos elevados de tempo pode levar a lesão das células sensoriais auditivas, causando surdez neuro-sensorial gradual ou súbita, respetivamente
  • pode ser temporária ou permanente
  • a exposição a ruídos pode ser ocupacional ou resultar do lazer (e.g. fones)
  • vários estudos têm demonstrado perda auditiva em pessoas que ouvem música com fones de ouvido, tocam em bandas, usam ferramentas elétricas e participam em eventos desportivos
  • a quantidade de perda auditiva depende do nível de intensidade do som e da duração da exposição
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8
Q

Em que consiste o envelhecimento como causa de perda auditiva?

A
  • presbiacusia: causada por danos resultantes de efeitos cumulativos ao longo do tempo de exposição ao ruído, a ingestão de drogas e a degeneração relacionada à idade
  • a perda auditiva é progressiva, evoluindo das frequências superiores para as inferiores
  • a perda de sensibilidade associada à presbiacusia afeta mais os homens do que as mulheres
  • a presbiacusia é mais provável de ser causada por fatores que vão além do envelhecimento: pessoas em culturas que não são expostas ao ruídos que acompanham a industrialização ou medicamentos que podem danificar o ouvido, muitas vezes não experienciam grandes diminuições na audição à medida que envelhecem
  • embora a presbiacusia pareça ser inevitável, podemos tentar retardá-la
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9
Q

Em que consistem os medicamentos como causa de perda auditiva?

A
  • uso e abuso de certos medicamentos como antibióticos ou antimaláricos
  • frequentemente, a perda auditiva causada por estes medicamentos é dose-dependente e, por vezes reverte com a descontinuação do fármaco
  • os antibióticos da classe dos aminoglicosídeos e os agentes de quimioterapia (cisplatina e carboplatina) afetam a cóclea, causando dano permanente, sendo considerados medicação ototóxica
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10
Q

Em que consistem os traumatismos como causa de perda auditiva?

A

Traumatismo que atinjam o ouvido ou o cérebro, como traumatismo craniano, trauma acústico e tumores cerebrais ou do ouvido podem causar perda de audição.

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11
Q

Em que consistem a acumulação de cerúmen como causa de perda auditiva?

A

Cerúmen ou corpos estranhos no canal auditivo externo podem causar perda auditiva temporariamente.

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12
Q

O que é a perda auditiva oculta/escondida?

A

Ocorre em pessoas com “audição normal” que, na verdade, têm problemas de audição em ambientes ruidosos.
- tipo de perda que não pode ser medida através da maioria dos testes auditivos comuns, pois são realizados em contextos onde não há ruído
- para as pessoas com perda auditiva oculta, o audiograma mostra que eles está com a audição normal

A perda auditiva oculta não afeta normalmente a habilidade ouvir sons mais baixos e sim a capacidade de ouvir ruídos de fundo.

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13
Q

O que se dizia no passado acerca daquilo que os recém-nascidos ouvem e de como é que a audição se desenvolve à medida que as crianças crescem? E no presente?

A
  • no passado, vários psicólogos acreditavam que os recém-nascidos eram funcionalmente surdos, ou seja, que só após alguns meses é que começavam a ouvir
  • investigações mais recentes mostram que os recém-nascidos têm alguma capacidade auditiva e que essa capacidade melhora à medida que a criança cresce, podendo ouvir já dentro do útero.
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14
Q

Descreve o estudo de Olsho e colaboradores (limiares e a curva de audibilidade)

A

Investigaram curvas de audibilidade em bebés de 3, 6, 12 meses e adultos, utilizando o procedimento OPP:
- o bebé fica com auscultadores nos ouvidos, no colo de um progenitor
- um investigador observa através de um espelho unidirecional
- uma luz sinaliza sempre que um som é apresentado
- a tarefa do observador é decidir se a criança ouviu o som
- são apresentados 6 sons nesta experiência: 250, 500, 1000, 2000, 4000 e 8000 Hz

Conclusão: as curvas são semelhantes entre bebés de idades diferentes e os adultos apresentem melhor capacidade auditiva

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15
Q

Como é que os investigadores podem dizer se um bebé ouviu o som?

A

Prestando atenção a:
- movimentos oculares
- mudanças na expressão facial
- “olhar arregalado”
- movimento de virar a cabeça
- mudanças no nível de atividade

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16
Q

Que autores realizaram estudos da dimensão desenvolvimental da audição “reconhecimento das vozes das mães”?

A
  • Estudo de Anthony DeCasper e William Fifer
  • Estudo de DeCasper e M.J. Spence
  • Estudo de Moon e colaboradores
  • Estudo de Barbara Kisilevsky e colaboradores
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17
Q

Em que consistiu o estudo de Anthony DeCasper e William Fifer?

A

Os bebés fazemos bebés fazem pausas entre sucções (mamilo) quando mamam, conseguindo alterar a velocidade com que realizam o movimento de sucção.
- em bebés de dois dias, apresenta-se a voz da mãe VS voz de uma estranha
- metade dos bebés: pausas longas ativavam a voz da mãe e pausas curtas a voz da estranha.
- outra metade dos bebés: pausas curtas ativavam a voz da mãe e pausas longas a voz da estranha
Conclusões:
-os bebés regulavam as pausas entre sucções de modo a ouvirem a voz da mãe mais do que a voz da estranha
- os investigadores sugeriram que os recém-nascidos reconheciam e preferiam as vozes das suas mães porque as ouviram falar durante o desenvolvimento no útero

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18
Q

Porque é necessário o contrabalanceamento no estudo de Anthony DeCasper e William Fifer?

A

Tem como objetivo garantir que os resultados não sejam enviesados por uma preferência natural por pausas longas ou curtas, que poderia interferir com a interpretação do comportamento dos bebés

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19
Q

Em que consistiu o estudo de DeCasper e M.J.Spence?

A

Grávidas liam um de três livros:
- metade das grávidas: liam o livro original
- outra metade das grávidas: substituíam duas palavras: por exemplo Gato por Cão (The Dog in the Hat) e Chapéu por Nevoeiro (The Cat in the Fog)
Posteriormente, após o parto eram mostradas gravações de cada uma das histórias que não eram feitas pela mãe e os bebés regulavam as suas pausas na sucção de forma a ouvirem a versão que as suas mães tinham lido quando estavam no útero

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20
Q

Em que consistiu o estudo de Moon e colaboradores? Qual o seu problema associado?

A

Obtiveram um resultado semelhante ao mostrar que bebés de dois dias regulavam as suas sucções de modo a ouvirem uma gravação na sua língua nativa em vez de uma gravação numa língua estrangeira.

O problema é que durante aqueles dois dias em que o bebé já está fora da barriga da mãe, já tinha ouvido a língua nativa.

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21
Q

Em que consistiu o estudo de Barbara Kisilevsky e colaboradores?

A

Realizado com 60 mulheres chinesas grávidas, colocava-se um altifalante 10 cm acima do abdómen das grávidas, um texto de 2 minutos lido pela mãe ou por uma estranha.
- os experimentadores mediam o movimento do feto e a frequência cardíaca dos fetos
Resultados: o feto movia-se mais em resposta ao texto com a voz da mãe e tinha um aumento na frequência cardíaca em relação ao texto da estranha.

Até o estímulo começar, não se notam diferenças. Quando começa a voz da mãe ou da estranha, há alterações no batimento cardíaco (mais significativas com a voz da mãe).
Mesmo após o estímulo terminar, as diferenças continuam lá.

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22
Q

O que é a música?

A
  • um tipo especial de som
  • uma forma de conversa emocional
  • som organizado
  • uma forma de arte e atividade cultural cujo meio é o som organizado no tempo
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23
Q

Quais são as propriedades básicas da música?

A
  • altura
  • melodia
  • estrutura temporal
  • timbre
  • harmonia, consonância e dissonância
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24
Q

O que é a altura da música?

A

A qualidade dos sons que se estendem do alto ao baixo e que são frequentemente organizados numa escala musical. É o aspeto da perceção associado às melodias musicais.

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25
Q

Em que consiste a melodia da música?

A

Sequência de tons que são percebidos como se pertencessem juntos. Uma música tem uma melodia reconhecida criada pela sequência de sons diferentes.

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26
Q

Em que consiste a estrutura temporal da música?

A

A estrutura dimensional da música, que consiste em batidas regulares, na organização das batidas em medidas (meter; metro) e o padrão de tempo criado pelas notas (ritmo).

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27
Q

Em que consiste o timbre da música?

A

As qualidades variadas de som que distinguem instrumentos musicais diferentes. O timbre da música é determinado pelos instrumentos que se utilizam ou pelo facto de quem a canta é um homem ou uma mulher.

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28
Q

Em que consiste a harmonia, consonância e dissonância na música?

A

As qualidades do som (positivo ou negativo) criados quando dois ou mais tons são tocados juntos.

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29
Q

O que é que torna a música tão especial?

A
  • respostas emocionais
  • movimento
  • memórias
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30
Q

Quais são as características que representam o valor adaptativo da música?

A
  • os humanos cantam antes de falarem (a música tem o propósito de estabelecer a base para a linguagem)
  • atrai parceiros sexuais
  • ajuda a criar vínculos sociais e coesão nos grupos
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31
Q

Quando é que a música surgiu?

A

Estima-se que a música tenha surgido há, provavelmente, 100,000-200,000 anos atrás. As primeiras flautas, feitas de ossos de abutres, surgiram há 30,000-40,000 anos atrás.

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32
Q

O que é que a música causa?

A
  • treino musical melhora a performance noutras áreas
  • a música elicita sentimentos positivos
  • a música elicita emoções
  • a música evoca memórias
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33
Q

Como é que o treino musical melhora a performance noutras áreas?

A

O cérebro tem plasticidade, e os neurónios e as suas conexões podem ser moldadas pela experiência.
O treino musical está relacionado com uma melhor performance matemática, maior sensibilidade emocional, melhores habilidades de linguagem e maior sensibilidade à perceção temporal.

Um estudo concluiu que os médicos e estudantes que tocavam um instrumento musical detetavam melhor irregularidades no batimento cardíaco do que aqueles que não tinham nenhum treino musical.

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34
Q

Como é que a música elicita sentimentos positivos?

A

A música faz-nos sentir muitas vezes melhor. Desempenha funções de:
- impacto emocional
- regulação das emoções
É considerada uma das atividades mais agradáveis…existem concertos virtuais para pacientes com covid e profissionais de saúde.

35
Q

Em que consistiu o estudo de Cowen e Colaboradores (a música elicita emoções)?

A

Investigaram como as pessoas representam as experiências subjetivas associadas à música (ocidental e chinesa).
Os participantes ouviram 2168 amostras de música e relataram emoções/sentimentos específicos (“raiva”, “sonhador”) ou características afetivas amplas (excitação e valência).

Conclusões:
- a experiência subjetiva da música em todas as culturas pode ser mapeada em pelos menos 12 sentimentos abrangentes (diversão, alegria, erotismo, beleza, relaxamento, tristeza, devaneio, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, desafio e sensação de empolgação)
- concordaram principalmente com as caracterizações emocionais gerais de sons musicais, como alegria e aborrecimento
- as opiniões variavam mais relativamente ao nível de excitação

36
Q

Em que consistiu o estudo da EPSI (a música elicita emoções)?

A

O objetivo do estudo foi avaliar o efeito das emoções negativas básicas, nomeadamente, o medo e a tristeza, nas respostas sexuais, nomeadamente na excitação sexual subjetiva e fisiológica. N=51.
- ocorreu um procedimento de indução de emoções, um vídeo de 3 minutos compilando 30 imagens do IAPS combinados com estímulos auditivos de música clássica: cada participante visualizada um dos vídeos (negativo ou neutro) ao mesmo tempo que ouvia uma música emocionalmente congruente
- após a indução, as participantes foram expostas a um vídeo erótico
- ao longo deste processo, foram medidas as respostas subjetivas e fisiológicas

37
Q

Como é que a música evoca memórias?

A

A música tem o poder de evocar memórias, em especial, as memórias autobiográficas evocadas pela música (MAEM).

As MAEMs são frequentemente associadas a emoções fortes (e.g. alegria), mas também a emoções tristes.

A capacidade da música de evocar memórias levou ao uso da música como ferramenta terapêutica para pessoas com doença de Alzheimer, que normalmente sofrem problemas de memória sérios.

38
Q

Em que consistiu o estudo de Mohamad El Haj e colaboradores (a música evoca memórias)?

A

Perguntaram aos participantes saudáveis (grupo de controlo) e a participantes com Alzheimer para responderem à instrução “descreva em detalhes um evento da sua vida” após:
- dois minutos de silêncio
OU
- dois minutos de música que eles tinham escolhido

Resultados:
- os participantes do grupo de controlo foram capazes de descrever memórias autobiográficas igualmente bem em ambas as condições
- a memória autobiográfica de pacientes com Alzheimer melhorou depois de ouvirem a música

39
Q

O que é a musicoterapia?

A

É a utilização da música em contexto de tratamento, reabilitação ou prevenção de problemas de saúde no intuito de desenvolver capacidades e restaurar funções da pessoa para promover o seu bem-estar e qualidade de vida.
- tem a finalidade de atingir objetivos terapêuticos relevantes não musicais
- não é preciso ter formação musical para se beneficiar da musicoterapia
- pode ser praticada individualmente ou em grupo
- mais eficaz quando usada em combinação com outras terapias
- particularmente úteis em pessoas com autismo ou depressão

40
Q

Quais são as vantagens da musicoterapia?

A
  • diminuir a frequência cardíaca e a pressão arterial
  • reduzir os níveis de stress, ansiedade e depressão
  • melhorar o sono
  • aumentar a memória e a função cognitiva
  • melhorar o humor
  • aliviar a dor física
  • aumentar a energia
  • aumentar a alegria
  • regular as emoções
  • facilitar a autorreflexão
  • auxiliar no processamento de trauma
41
Q

Quando começou a musicoterapia moderna?

A

Após a Segunda Guerra Mundial

42
Q

Quais são algumas abordagens de musicoterapia?

A
  • criar música em conjunto com o paciente - cantarolando uma música da infância, cantando ou improvisando em instrumentos como bateria, piano, viola, sinos ou instrumentos improvisados
  • se o paciente conseguir discutir a experiência, o terapeuta pode perguntar que memórias é que os sons elicitam ou o que estão a sentir
  • em terapia de casal, o casal pode ouvir uma música que ouviam juntos quando estavam bem e discutir as emoções/memórias que a música provoca
  • o paciente pode escrever uma música, que pode iluminar uma personagem ou conflito das suas vidas ou fornecer uma libertação catártica
  • o terapeuta pode envolver o cliente em exercícios respiratórias, com ou sem música, para libertar a tensão e diminuir a densidade
43
Q

A musicoterapia é realmente eficaz?

A

Kohler e colaboradores realizaram uma revisão sistemática e metanálise focada na musicoterapia realizada por terapeutas com pacientes adultos com cancro.

  • os resultados mostraram que a musicoterapia tende a melhorar várias variáveis relevantes em pacientes com cancro e, portanto, deve ser oferecida em várias fases do tratamento
  • os resultados foram mais promissores em relação à ansiedade, depressão e quantidade de medicamentos para dor, qualidade de vida, bem-estar e stress
44
Q

Como se dá a dimensão desenvolvimental da música?

A

Os bebés adoram música. São acalmados pelas canções de embalar e ouvir música torna-os menos angustiados.
- estudo de István Wrinkler e colaboradores
- um outro estudo
- procedimento de preferência de virar a cabeça

45
Q

Em que consistiu o estudo de István Wrinkler e colaboradores acerca de dimensão desenvolvimental da música?

A
  • mediram as respostas elétricas do cérebro de bebés de 2 e 3 dias de idade enquanto ouviam pequenas sequências de sons criados por 3 instrumentos (bateria, baixo e chimbal)
  • a sequência padrão continha uma batida constante de 1 2 3 4 1 2 3 4 pelo chimbal, com batidas de apoio pela bateria e pelo baixo
  • porém, ocasionalmente omitiam o downbeat (o primeiro tempo do compasso), o que causava atividade elétrica associada à violação de expectativas
46
Q

Em que consistiu um outro estudo acerca de dimensão desenvolvimental da música?

A
  • recém-nascidos não se movem ao ritmo, mas há evidências de que bebés mais velhos se movem ao ritmo das músicas
  • quando os movimentos de bebés de 5 a 24 meses eram filmados enquanto ouviam música, verificou-se que eles moviam os braços, mãos, pernas, tronco e cabeça em resposta à música mais do que quando eles estavam a ouvir apenas alguém a falar
47
Q

Em que consiste o procedimento de preferência de virar a cabeça na dimensão desenvolvimental da música?

A
  • um bebé sentado no colo da sua mãe tem a sua atenção direcionada para uma luz que pisca
  • quando a criança olha para a luz, a luz permanece ligada e o bebé ouve um som repetido
  • a criança continuar a ouvir esse som enquanto está a olhar para a luz e quando o bebé desvia o olhar, o som desliga-se
  • isso é feito em vários ensaios e a criança aprende rapidamente que olhar para a luz mantém o som ligado
  • assim, a questão de saber se o bebé prefere um som em detrimento do outro, é respondida através do tempo que o bebé olha para a luz
48
Q

O que são os sentidos cutâneos? Dá exemplos.

A

Referem-se a tudo aquilo que sentimos através da nossa pele, em todo o corpo.
- tato
- dor
- pressão
- vibração
- comichão
- temperatura
- prazer

49
Q

Quais são as consequências da perda do tato?

A

Perder o sentido do tato pode causar sérios problemas, incluindo o aumento do risco de lesões como queimaduras e fraturas, devido à ausência dos alertas fornecidos pelo toque e pela dor.

50
Q

O que é o sistema de Braille?

A

É um sistema de pontos em relevo que permite que pessoas cegas leiam com a ponta dos dedos. É exemplo de perceção de detalhes através da pele.
A capacidade dos leitores de Braille de identificarem padrões de pequenos pontos de relevo com base no sentido do tato depende da perceção tátil de detalhes.

  • um caracter de Braille: consiste numa célula de 1 a 6 pontos
  • leitores experientes de Braille conseguem ler a uma taxa de cerca de 100 palavras por minuto
  • a taxa de leitura visual é aproximadamente 250 a 300 palavras por minuto
51
Q

O que é a acuidade tátil?

A

É a capacidade de detetar detalhes de estímulos apresentados através da pele.

52
Q

Quais são os principais métodos para medir a acuidade tátil?

A
  • limite de dois pontos (two-point threshold)
  • grating acuity
  • desenho de padrões na pele
53
Q

Em que consiste o limite de dois pontos para medir a acuidade tátil?

A

O limiar de dois pontos mede a separação mínima entre dois pontos na pele que são percebidos como distintos. Isso é feito tocando suavemente na pele com dois pontos (como os de um compasso) e perguntando se a pessoa sente um dois pontos.
- ponta dos dedos: 2 mm
- palma das mãos: 8-12 mm

54
Q

Em que consiste a “acuidade de grelha” como método de medir a acuidade tátil?

A

Pede-se à pessoa que indique a orientação das linhas. A acuidade é medida determinando o espaçamento mais estreito através do qual a orientação pode ser julgada com precisão. A acuidade de grelha utiliza um estímulo com ranhuras pressionando contra a pele, pedindo à pessoa que identifique a orientação do padrão.

55
Q

Em que consiste o método de desenho de padrões na pele para medir a acuidade tátil?

A

Fazem-se desenhos na pele (como letras) e determina-se o tamanho padrão menor (e.g. letra menor que consiga ser identificada)

56
Q

Que propósito serve a dor e a sua perceção?

A

A dor alerta-nos sobre situações potencialmente danosas e, portanto, ajuda-nos a lidar e a evitar cortes, queimaduras, ossos partidos, etc.

57
Q

Que tipos de dor existem?

A
  • dor aguda
  • dos crónica
58
Q

O que é a dor aguda?

A
  • surge normalmente de repente e pode ser devida a uma doença, lesão ou cirurgia
  • tende a durar menos de 3 meses
  • exemplos: entorses, queimaduras, ossos partidos
59
Q

O que é a dor crónica?

A
  • tende a ser persistente e a durar meses (pelo menos 3) ou mesmo anso
  • o nível de dor pode variar de dia para dia, de ligeiro a intenso
  • geralmente, é difícil identificar quando começou ou qual a sua causa, podendo manifestar-se com várias características, apresentar várias causas e diversos estágios patológicos
  • exemplos: dores de cabeça frequentes, artrite, dores de costas…
60
Q

Como é que Scholz e Wolf distinguiram 3 tipos de dor?

A
  • dor inflamatória
  • dor neuropática
  • dor nociceptiva
61
Q

O que é a dor inflamatória?

A

Causada por danos no tecido ou inflamação das articulações ou por células tumorais.

62
Q

O que é a dor neuropática?

A

Causada por lesões ou outros danos no sistema nervoso.
Exemplos: síndrome do túnel cárpico (causada por tarefas repetitivas, como digitar), lesões da medula espinal, danos cerebrais devido a AVC

63
Q

O que é a dor nociceptiva?

A
  • causada pela ativação dos recetores na pele (nociceptores) que são especializados em responder ao dano ou potencial dano nos tecidos.
  • uma série de diferentes tipos de nociceptores respondem a diferentes estímulos (calor, pressão severa, frio, um corte…)
  • corresponde à maior parte das dores que sentimos
  • em geral é intensa, aguda ou latejante, mas também pode ser leve
64
Q

O que se diz acerca teoria da via direta da dor?

A
  • nos anos 50 e início dos 60, a dor era explicada por esta teoria que afirma que a dor ocorre quando os recetores nociceptores na pele são estimulados e enviam os seus sinais diretamente da pele para o cérebro
  • porém, na década de 60, alguns investigadores começaram a observar situações em que a dor era afetada por outros fatores, além da estimulação da pele
65
Q

O que é que Beecher concluiu acerca dos soldados americanos feridos na II Guerra Mundial?

A

Beecher (1959) verificou que a maioria dos soldados americanos feridos na Segunda Guerra Mundial negava totalmente a dor das suas feridas (extensas) e muitas vezes não queriam nenhum medicamento para aliviar essas dores. Isso acontece pois, as feridas dos soldados tinham um impacto positivo: proporcionavam a fuga do campo de batalha para a segurança de um hospital.

66
Q

Em que consiste a perceção de dor como um processo top-down?

A

Investigações mais recentes mostram que a dor pode ser influenciada pelas expectativas de uma pessoa, pela maneira como a pessoa dirige a sua atenção, pelo tipo de estímulos distrativos que estão presentes e pelas sugestões feitas sob hipnose. Pode também ser influenciada pelo género.

67
Q

Em que consistiu o estudo de Egbert et al acerca das expectativas na perceção de dor?

A

Foi um estudo realizado num hospital (N=97), em que metade dos pacientes cirúrgicos foram informados sobre o que esperar e metade foram instruídos a relaxar para aliviar a sua dor.

Esses pacientes solicitaram menos analgésicos após a cirurgia e foram enviados para casa 2,7 dias antes dos pacientes que faziam parte do grupo que não recebeu esta informação.

68
Q

O que é o efeito placebo?

A

O placebo é um tratamento que, não tendo propriedades médicas (i.e. não tem efeitos comprovados para o organismo), ajuda o paciente a solucionar um determinado problema de saúde. Pode ser uma injeção, um comprimido ou outra terapia.

69
Q

Como foi descoberto o efeito placebo?

A
  • foi em 1799 que o médico inglês John Haygarth fez a primeira demonstração científica do efeito. Haygarth quis comprovar que um dos medicamentos na época vendidos por “charlatões” não produzia qualquer efeito terapêutico
  • já durante a II Guerra Mundial, este viria a ser posto em prática no tratamento de soldados feridos. Durante o conflito armado, o médico Henry Beecher ficou sem stock de morfina para tratar os soldados. No entanto, manteve o tratamento, substituindo a morfina por uma solução salina. O médico verificou um alívio das dores em 40% dos soldados
70
Q

Em que consistiu o procedimento do estudo de Bingel et al acerca das expectativas na perceção de dor?

A

O calor foi ajustado de modo que o participante relatasse uma classificação de dor de 70, onde 0 era “sem dor” e 100 era “dor insuportável”
Ocorreu em 3 condições para além da baseline, que recebia uma solução salina:
- sem expectativa de analgésicos (“estão a receber uma solução salina”)
- com expectativa de efeitos positivos dos analgésicos (“estão a receber analgésicos”)
- com expectativa de efeitos negativos de analgésicos (“esta medicação vai ser descontinuada porque tende a aumentar a dor”)

71
Q

Quais foram as conclusões do estudo de Bingel et al acerca das expectativas na perceção de dor?

A
  • na condição em que não havia expectativas, a dor reduziu de 66 para 65
  • na condição em que havia expectativa positiva de analgésico, a dor reduziu drasticamente de 66 para 39
  • na condição em que havia expectativa negativade analgésico, a dor reduziu de 66 para 34

Isto é, a dor física deveria ser a mesma mas as expectativas influenciam a nossa perceção de dor.

72
Q

Como é que a atenção influencia a perceção de dor?

A

A dor, por vezes, ocorre quando nos apercebemos que estamos magoados e não quando nos magoamos.
Uma maneira de diminuir a dor é distrair a atenção da pessoa da fonte da dos. Podemos fazer isso, por exemplo, contando uma história ou conversando com ela. No caso de um bebé, podemos brincar com eles.

Este técnica tem sido utilizada em hospitais com técnicas de realidade virtual como ferramenta de distrair a atenção de um estímulo doloroso.

73
Q

Como é que o caso de James Pokorny contribuiu para o estudo da atenção como influenciador da perceção de dor?

A
  • 42% do seu corpo queimado
  • University of Washington
  • o objetivo do jogo era reduzir a dor de Pokorny

Permitiu concluir que utilizar jogos de realidade virtual podem ajudar a reduzir a dor.
Outros estudos mostram que este método é mais eficaz na redução da dor do que os jogos tradicionais ou nenhuma distração.

74
Q

O que é que a investigação nos mostra acerca do impacto das emoções na perceção de dor?

A

A investigação tem vindo a mostrar que a perceção da dor pode ser influenciada pelo estado emocional de uma pessoa, sendo que as emoções positivas estão associadas à diminuição da dor.

75
Q

Em que consistiu procedimento do estudo de Minet de Wied e Marinis Verbaten acerca do impacto das emoções na perceção de dor?

A

Os participantes masculinos viam fotografias positivas (desporto e mulheres atraentes), neutras (objetos domésticos, natureza e pessoas) ou negativas (vítimas de queimaduras e acidentes), enquanto uma das suas mãos estava imersa em água fria (2ºC).
Eram instruídos a manter a mão imersa tanto tempo quanto possível, mas retirar a mão assim que começasse a doer.

76
Q

Quais foram as conclusões do estudo de Minet de Wied e Marinis Verbaten acerca do impacto das emoções na perceção de dor?

A

Os participantes que eram apresentados com fotos positivas mantiveram as suas mãos imersas durante uma média de 120s, e que os participantes dos outros grupos retiravam as mãos mais rapidamente (80s para fotos neutras, 70s para as fotos negativas).

As classificações da intensidade da dor (feitas imediatamente após a remoção das mãos da água) foram semelhantes para os três grupos.

Em contexto hospitalar, por exemplo, é importante apresentar estímulos positivos a pacientes que estão a sentir dores.

77
Q

Em que consistiu o estudo de Jaimie Rhudy e colaboradores acerca do impacto das emoções na perceção de dor?

A

O estudo envolveu 28 participantes que visualizavam imagens que variavam na valência (positivas, negativas e neutras). Recebiam estimulações elétricos durante e entre as imagens.
Os resultados mostraram que a visualização de imagens desagradáveis aumentava a dor, enquanto a visualização de imagens agradáveis inibia a dor.

78
Q

Quais são os aspetos sociais da dor?

A
  • o toque social pode ajudar a reduzir a dor
  • observar alguém a sentir dor pode afetar o observador
  • possíveis ligações entre a dor da rejeição social e a dor física
79
Q

O toque social pode reduzir a dor? - qual foi o procedimento do estudo de Goldstein e colaboradores?

A

Consistiu em seis condições nas quais parceiros românticos foram instruídos a:
- darem as mãos
- sentarem junto um do outro sem contacto físico
- sentarem sem salas separadas
Em cada uma das condições, existe uma de dor e uma sem dor.
As mulheres recebiam um estímulo de calor no braço que era moderadamente doloroso e era-lhes pedido que avaliassem o nível de dor pouco antes do calor ser desligado. Recorreu-se ao EEG.

80
Q

O toque social pode reduzir a dor? - quais foram as conclusões do estudo de Goldstein e colaboradores?

A

As classificações de dor das mulheres eram menores quando os parceiros estavam a segurar a mão (25.0), comparando com quando não estavam a segurar a mão mas estavam presentes (37.8) ou quando estavam ausentes (52.4).

Os cérebros das mulheres e dos seus parceiros ficavam fortemente acoplados ou sincronizados quando estavam de mãos dadas, mas não estavam muito sincronizados quando não estavam de mãos dadas.

Ou seja, dar apoio e suporte a alguém que está a experienciar dor pode ajudar a reduzir a dor, e ter contacto físico com a pessoa reduz ainda mais a dor.

81
Q

Como observar alguém a sentir dor pode afetar o observador? - estudo de Tania Singere colaboradores

A

Estudou-se, com casais, a ligação entre respostas do cérebro à dor e a empatia. Cada participante do sexo feminino, cuja atividade cerebral estava a ser medida através de fMRI recebia choques OU observava o seu parceiro a receber choques.

Resultados:
- várias áreas do cérebro eram ativadas quando recebiam os choques e algumas dessas mesmas áreas eram ativadas quando assistiam os parceiros a receber choques. As áreas ativadas em comum eram o córtex cingulado anterior e a ínsula anterior.
- as mulheres com maior níveis de empatia (medida por um questionário) mostraram maior ativação cerebral

82
Q

Há ligação entre a dor da rejeição social e a dor física?

A

É do senso comum que a rejeição social dói.
Que palavras é que as pessoas associam com rejeição social? Dor, coração partido, ferida ou cicatriz emocional…
- estudo de Naomi Eisenberger e colaboradores(2003)

83
Q

Em que consistiu o estudo de Naomi Eisenberger e colaboradores? (possíveis ligações entre a dor da rejeição social e a dor física)

A

Colocavam as pessoas a jogar um jogo de computador, em que tinham de atirar bolas aos outros 2 participantes, recebendo bolas de volta…e de repente, os outros jogadores paravam de atirar bolas para o indivíduo do estudo e só jogavam entre si, levando a um sentimento de rejeição social. O córtex cingulado anterior dorsal era ativado por sentimentos de exclusão social.

A dor que resulta de experiências sociais negativas é processada por alguns dos circuitos neurais que processam dor física.

84
Q

Quais são as críticas ao estudo de Naomi Eisenberger acerca da relação entre a dor da rejeição social e a dor física?

A
  • o córtex cingulado anterior dorsal não está apenas associado a dor e, portanto, a sua ativação também podia resultar das tarefas cognitivas e emocionais que o jogo envolve.
  • os sentimentos de exclusão ativarem a mesma área que a dor física não significa que os mesmos neurónios são ativados nessa área