Teste 2 Flashcards
A perda auditiva ocorre de que forma? Qual é a sua prevalência nos EUA e em Portugal?
A perda auditiva ocorre de forma gradual.
17% da população adulta dos EUA sofre de alguma forma de deficiência auditiva. Em Portugal é de 8,4%.
Como se classifica a perda auditiva?
A perda auditiva pode ser classificada em diferentes categorias:
- ligeira
- moderada
- moderadamente grave
- grave
- profunda
É classificada consoante o limiar de audição no ouvido que ouve melhor.
Quais são as causas de perda auditiva?
- infeções do ouvido
- infeções durante a infância que não foram tratadas
- causas congénitas
- perda auditiva induzida por ruídos
- envelhecimento
- medicamentos
- traumatismo
- acumulação de cerúmen
Em que consistem as infeções do ouvido como causa de perda auditiva?
- infeções virais, bacterianas ou parasíticas podem causar perda auditiva
- a otite média supurativa crónica é a causa mais comum de perda auditiva nos países em desenvolvimento e tem sido atribuída a falta de higiene, ausência de aleitamento materno, malnutrição, exposição passiva ao tabaco, entre outras.
Em que consistem as infeções durante a infância que não foram tratadas como causa de perda auditiva?
Nos países em desenvolvimento, a difícil acessibilidade aos serviços de saúde leva a que muitas crianças desenvolvam algum grau de surdez após infeções como meningite, sarampo, encefalite viral, varicela, influenza, papeira ou outras infeções virais.
Em que consistem as causas congénitas como causas de perda auditiva?
- estão presentes no nascimento, podendo ser de causa hereditária ou não
- os fatores não genéticos incluem infeções maternas durante a gravidez, prematuridade, baixo peso à nascença, anomalias craniofaciais, parto traumático, exposição in útero a álcool ou certos medicamentos, complicações associadas a icterícia grave no recém-nascido, diabetes ou anoxia
- os defeitos genéticos podem estar presentes à nascença ou desenvolver-se mais tarde, podendo ser transmissão autossómica dominante, autossómica recessiva, ligada ao cromossoma X ou com padrões de hereditariedade mitocondrial
Em que consiste a perda auditiva induzida por ruídos (PAIR)?
- a exposição ao ruído de forma prolongada ou a exposição a ruídos extremamente elevados durante curtos elevados de tempo pode levar a lesão das células sensoriais auditivas, causando surdez neuro-sensorial gradual ou súbita, respetivamente
- pode ser temporária ou permanente
- a exposição a ruídos pode ser ocupacional ou resultar do lazer (e.g. fones)
- vários estudos têm demonstrado perda auditiva em pessoas que ouvem música com fones de ouvido, tocam em bandas, usam ferramentas elétricas e participam em eventos desportivos
- a quantidade de perda auditiva depende do nível de intensidade do som e da duração da exposição
Em que consiste o envelhecimento como causa de perda auditiva?
- presbiacusia: causada por danos resultantes de efeitos cumulativos ao longo do tempo de exposição ao ruído, a ingestão de drogas e a degeneração relacionada à idade
- a perda auditiva é progressiva, evoluindo das frequências superiores para as inferiores
- a perda de sensibilidade associada à presbiacusia afeta mais os homens do que as mulheres
- a presbiacusia é mais provável de ser causada por fatores que vão além do envelhecimento: pessoas em culturas que não são expostas ao ruídos que acompanham a industrialização ou medicamentos que podem danificar o ouvido, muitas vezes não experienciam grandes diminuições na audição à medida que envelhecem
- embora a presbiacusia pareça ser inevitável, podemos tentar retardá-la
Em que consistem os medicamentos como causa de perda auditiva?
- uso e abuso de certos medicamentos como antibióticos ou antimaláricos
- frequentemente, a perda auditiva causada por estes medicamentos é dose-dependente e, por vezes reverte com a descontinuação do fármaco
- os antibióticos da classe dos aminoglicosídeos e os agentes de quimioterapia (cisplatina e carboplatina) afetam a cóclea, causando dano permanente, sendo considerados medicação ototóxica
Em que consistem os traumatismos como causa de perda auditiva?
Traumatismo que atinjam o ouvido ou o cérebro, como traumatismo craniano, trauma acústico e tumores cerebrais ou do ouvido podem causar perda de audição.
Em que consistem a acumulação de cerúmen como causa de perda auditiva?
Cerúmen ou corpos estranhos no canal auditivo externo podem causar perda auditiva temporariamente.
O que é a perda auditiva oculta/escondida?
Ocorre em pessoas com “audição normal” que, na verdade, têm problemas de audição em ambientes ruidosos.
- tipo de perda que não pode ser medida através da maioria dos testes auditivos comuns, pois são realizados em contextos onde não há ruído
- para as pessoas com perda auditiva oculta, o audiograma mostra que eles está com a audição normal
A perda auditiva oculta não afeta normalmente a habilidade ouvir sons mais baixos e sim a capacidade de ouvir ruídos de fundo.
O que se dizia no passado acerca daquilo que os recém-nascidos ouvem e de como é que a audição se desenvolve à medida que as crianças crescem? E no presente?
- no passado, vários psicólogos acreditavam que os recém-nascidos eram funcionalmente surdos, ou seja, que só após alguns meses é que começavam a ouvir
- investigações mais recentes mostram que os recém-nascidos têm alguma capacidade auditiva e que essa capacidade melhora à medida que a criança cresce, podendo ouvir já dentro do útero.
Descreve o estudo de Olsho e colaboradores (limiares e a curva de audibilidade)
Investigaram curvas de audibilidade em bebés de 3, 6, 12 meses e adultos, utilizando o procedimento OPP:
- o bebé fica com auscultadores nos ouvidos, no colo de um progenitor
- um investigador observa através de um espelho unidirecional
- uma luz sinaliza sempre que um som é apresentado
- a tarefa do observador é decidir se a criança ouviu o som
- são apresentados 6 sons nesta experiência: 250, 500, 1000, 2000, 4000 e 8000 Hz
Conclusão: as curvas são semelhantes entre bebés de idades diferentes e os adultos apresentem melhor capacidade auditiva
Como é que os investigadores podem dizer se um bebé ouviu o som?
Prestando atenção a:
- movimentos oculares
- mudanças na expressão facial
- “olhar arregalado”
- movimento de virar a cabeça
- mudanças no nível de atividade
Que autores realizaram estudos da dimensão desenvolvimental da audição “reconhecimento das vozes das mães”?
- Estudo de Anthony DeCasper e William Fifer
- Estudo de DeCasper e M.J. Spence
- Estudo de Moon e colaboradores
- Estudo de Barbara Kisilevsky e colaboradores
Em que consistiu o estudo de Anthony DeCasper e William Fifer?
Os bebés fazemos bebés fazem pausas entre sucções (mamilo) quando mamam, conseguindo alterar a velocidade com que realizam o movimento de sucção.
- em bebés de dois dias, apresenta-se a voz da mãe VS voz de uma estranha
- metade dos bebés: pausas longas ativavam a voz da mãe e pausas curtas a voz da estranha.
- outra metade dos bebés: pausas curtas ativavam a voz da mãe e pausas longas a voz da estranha
Conclusões:
-os bebés regulavam as pausas entre sucções de modo a ouvirem a voz da mãe mais do que a voz da estranha
- os investigadores sugeriram que os recém-nascidos reconheciam e preferiam as vozes das suas mães porque as ouviram falar durante o desenvolvimento no útero
Porque é necessário o contrabalanceamento no estudo de Anthony DeCasper e William Fifer?
Tem como objetivo garantir que os resultados não sejam enviesados por uma preferência natural por pausas longas ou curtas, que poderia interferir com a interpretação do comportamento dos bebés
Em que consistiu o estudo de DeCasper e M.J.Spence?
Grávidas liam um de três livros:
- metade das grávidas: liam o livro original
- outra metade das grávidas: substituíam duas palavras: por exemplo Gato por Cão (The Dog in the Hat) e Chapéu por Nevoeiro (The Cat in the Fog)
Posteriormente, após o parto eram mostradas gravações de cada uma das histórias que não eram feitas pela mãe e os bebés regulavam as suas pausas na sucção de forma a ouvirem a versão que as suas mães tinham lido quando estavam no útero
Em que consistiu o estudo de Moon e colaboradores? Qual o seu problema associado?
Obtiveram um resultado semelhante ao mostrar que bebés de dois dias regulavam as suas sucções de modo a ouvirem uma gravação na sua língua nativa em vez de uma gravação numa língua estrangeira.
O problema é que durante aqueles dois dias em que o bebé já está fora da barriga da mãe, já tinha ouvido a língua nativa.
Em que consistiu o estudo de Barbara Kisilevsky e colaboradores?
Realizado com 60 mulheres chinesas grávidas, colocava-se um altifalante 10 cm acima do abdómen das grávidas, um texto de 2 minutos lido pela mãe ou por uma estranha.
- os experimentadores mediam o movimento do feto e a frequência cardíaca dos fetos
Resultados: o feto movia-se mais em resposta ao texto com a voz da mãe e tinha um aumento na frequência cardíaca em relação ao texto da estranha.
Até o estímulo começar, não se notam diferenças. Quando começa a voz da mãe ou da estranha, há alterações no batimento cardíaco (mais significativas com a voz da mãe).
Mesmo após o estímulo terminar, as diferenças continuam lá.
O que é a música?
- um tipo especial de som
- uma forma de conversa emocional
- som organizado
- uma forma de arte e atividade cultural cujo meio é o som organizado no tempo
Quais são as propriedades básicas da música?
- altura
- melodia
- estrutura temporal
- timbre
- harmonia, consonância e dissonância
O que é a altura da música?
A qualidade dos sons que se estendem do alto ao baixo e que são frequentemente organizados numa escala musical. É o aspeto da perceção associado às melodias musicais.
Em que consiste a melodia da música?
Sequência de tons que são percebidos como se pertencessem juntos. Uma música tem uma melodia reconhecida criada pela sequência de sons diferentes.
Em que consiste a estrutura temporal da música?
A estrutura dimensional da música, que consiste em batidas regulares, na organização das batidas em medidas (meter; metro) e o padrão de tempo criado pelas notas (ritmo).
Em que consiste o timbre da música?
As qualidades variadas de som que distinguem instrumentos musicais diferentes. O timbre da música é determinado pelos instrumentos que se utilizam ou pelo facto de quem a canta é um homem ou uma mulher.
Em que consiste a harmonia, consonância e dissonância na música?
As qualidades do som (positivo ou negativo) criados quando dois ou mais tons são tocados juntos.
O que é que torna a música tão especial?
- respostas emocionais
- movimento
- memórias
Quais são as características que representam o valor adaptativo da música?
- os humanos cantam antes de falarem (a música tem o propósito de estabelecer a base para a linguagem)
- atrai parceiros sexuais
- ajuda a criar vínculos sociais e coesão nos grupos
Quando é que a música surgiu?
Estima-se que a música tenha surgido há, provavelmente, 100,000-200,000 anos atrás. As primeiras flautas, feitas de ossos de abutres, surgiram há 30,000-40,000 anos atrás.
O que é que a música causa?
- treino musical melhora a performance noutras áreas
- a música elicita sentimentos positivos
- a música elicita emoções
- a música evoca memórias
Como é que o treino musical melhora a performance noutras áreas?
O cérebro tem plasticidade, e os neurónios e as suas conexões podem ser moldadas pela experiência.
O treino musical está relacionado com uma melhor performance matemática, maior sensibilidade emocional, melhores habilidades de linguagem e maior sensibilidade à perceção temporal.
Um estudo concluiu que os médicos e estudantes que tocavam um instrumento musical detetavam melhor irregularidades no batimento cardíaco do que aqueles que não tinham nenhum treino musical.