Teoria Geral do Crime Flashcards

1
Q

Crime omissivo próprio depende de resultado?

A

Não, é crime de mera conduta

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2
Q

O que é e qual a consequência da discriminante putativa por erro de proibição?

A

Trata-se de erro sobre a existência ou alcance da norma discriminante. A consequência é que se o erro for inevitável isenta de pena e se for evitável a pena é diminuída de 1/6 a 1/3 (altera a culpabilidade, não a tipicidade).

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3
Q

O que é e qual a consequência do erro de tipo essencial?

A

O erro de tipo essencial incide sobre as elementares do tipo penal - o erro faz crer que não haveria crime. Se o erro for inevitável isenta de pena e se o erro for evitável responde por culpa, se houver previsão.

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4
Q

O que é e qual a consequência da discriminante putativa por erro de tipo?

A

Trata-se de erro sobre as circunstâncias fáticas que faz crer que está acobertado por uma discriminante. Se inevitável isenta de pena e se evitável responde por culpa, se houver previsão. Altera a tipicidade.

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5
Q

O que é e qual a consequência do error in objecto?

A

Trata-se de erro quanto ao objeto atingido (acreditava ser um, mas era outro). Incide a pena menos grave, in dubio pro réu.

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6
Q

O que é e qual a consequência do error in persona?

A

Trata-se de erro quanto à pessoa atingida (acreditava ser uma, mas era outra). Incide a pena como se tivesse atingido a pretendida (vítima virtual) e não a vítima real.

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7
Q

O que é e qual a consequência do aberratio causae?

A

Trata-se de erro quanto à causa do crime (por ex: acreditar que matou com tiro e enterrar viva). Responde dolosamente, pois agiu com dolo geral.

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8
Q

O que é e qual a consequência do aberratio ictus?

A

Trata-se de erro na execução do crime (por ex erro de pontaria). Responde como se tivesse atingido a vítima pretendida (virtual) e não a real.

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9
Q

Qual a consequência do erro de tipo provocado por terceiro?

A

O terceiro provocador responde pelo crime. O provocado só responderá se agiu com culpa ou dolo.

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10
Q

Qual a teoria da conduta adotada pelo Código Penal?

A

Trata-se da teoria finalista de Welzel, que aloca o dolo/culpa na tipicidade (e não na culpabilidade, como na teoria causalista). O dolo é natural (não normativo, como na causalista) e depende de consciência potencial da ilicitude. É compatível tanto com a teoria bipartida quanto com a teoria tripartida. Também não foi adotada a neokantista, que tinha dolo psicólogico-normativo, dependendo de consciência atual da ilicitude.

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11
Q

Qual a teoria adotada pelo Código Penal em relação à autoria de crimes por pessoas jurídicas?

A

Teoria da realidade, pela qual a PJ tem vontade própria e capacidade, independente das pessoas físicas sócias/administradoras.

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12
Q

O que são crime comum e próprio?

A

Crime comum não exige qualidade específica do agente, crime próprio exige (por ex ser funcionário público).

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13
Q

Quais as causas excludentes da conduta?

A
São 4:
Coação física irresistível 
Caso fortuito/força maior
Estado de inconsciência completa
Movimentos reflexos
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14
Q

O que são tipo proibitivo e mandamental?

A

O tipo proibitivo é violado por ação e o tipo mandamental é violado por omissão.

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15
Q

O crime omissivo próprio admite tentativa?

A

Não, é unissubsistente, se consuma com a omissão.

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16
Q

O crime omissivo impróprio (comissivo por omissão) depende de resultado naturalístico?

A

Sim.

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17
Q

O crime omissivo impróprio (comissivo por omissão) admite tentativa?

A

Sim.

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18
Q

Quais são as figuras de garante? (Crime omissivo impróprio)

A

São 3:
Aquele que tem por lei a obrigação de cuidado (ex: pais, carcereiro)
Aquele que assumiu a responsabilidade de impedir o resultado (ex: salva vidas)
Aquele que por ingerência criou o risco de ocorrência do resultado (ex: o motorista que causa o acidente)

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19
Q

Admite-se o dolo antecedente ou o subsequente?

A

Não, apenas o dolo concomitante é relevante para fins penais.

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20
Q

Quais as teorias do dolo adotadas no Código Penal?

A

Teoria da vontade (dolo direto) e do assentimento (dolo eventual). Não é adotada a teoria da representação.

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21
Q

Qual teoria da culpabilidade é adotada no Código Penal quanto às discriminantes putativas?

A

Teoria limitada da culpabilidade, pela qual diferencia-se o erro de tipo permissivo e o erro de proibição. Não é adotada a teoria extremada, pela qual só existe o erro de proibição.

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22
Q

Quais os elementos do dolo?

A

Primeiro o cognitivo e depois o volitivo. Se não houver o cognitivo atua em erro.

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23
Q

O que são crime material e formal?

A

Crimes materiais exigem resultado naturalístico e formais não.

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24
Q

O que é e qual a consequência do aberratio criminis?

A

Trata-se de resultado diverso do pretendido: lesão a bem juridico diverso. Responderá pelo resultado produzido na forma culposa. Se provocar os dois crimes, responderá por concurso formal.

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25
Q

Qual a consequência do delito putativo?

A

Fato é atípico (não há crime).

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26
Q

O crime praticado por culpa imprópria admite tentativa?

A

Sim

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27
Q

O crime preterdoloso admite tentativa?

A

Não

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28
Q

Qual a teoria que prevalece quanto ao nexo causal?

A

Teoria da equivalência dos antecedentes

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29
Q

Como se afasta o regresso ad infinitum na teoria do nexo causal?

A

Pela causalidade normativa

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30
Q

O que é e qual a consequência de uma concausa absolutamente independente?

A

É uma causa que não se origina na conduta, nem direta nem indiretamente. Rompe o nexo causal, mas o agente pode responder na forma tentada

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31
Q

O que é e qual a consequência de uma concausa relativamente independente?

A

É uma causa que origina-se, ainda que independentemente, da conduta. Não rompe o nexo causal, responde pelo resultado consumado

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32
Q

Qual a consequência da causa superveniente relativamente independente que origina por si só o resultado?

A

Rompe o nexo causal, mas imputam-se os fatos anteriores (forma tentada)

33
Q

Qual um sinônimo de crime formal?

A

Crime de consumação antecipada

34
Q

Qual a diferença entre crime formal e crime de mera conduta?

A

O crime formal prescinde do resultado naturalístico para se consumar. O crime de mera conduta sequer prevê um resultado naturalístico.

35
Q

O que são crime de perigo abstrato e concreto?

A

No perigo abstrato a norma presume de forma absoluta a ocorrência do perigo e no perigo concreto deve-se demonstrar o efetivo risco

36
Q

Qual o tipo de nexo causal nos crimes omissivos?

A

Normativo

37
Q

A teoria finalista se pauta no desvalor da conduta ou do resultado?

A

Da conduta

38
Q

No erro de proibição há desconhecimento da lei?

A

Não

39
Q

Pelo resultado que agrave especialmente a pena somente responde o agente que o tiver causado ao menos dolosamente ou culposamente?

A

Culposamente

40
Q

Qual a relação entre a tipicidade e a ilicitude para o direito penal?

A

A tipicidade é indício da ilicitude

41
Q

Qual teoria sobre o estado de necessidade nosso código adotou?

A

Teoria unitária, pela qual basta que o agente aja com razoabilidade

42
Q

Quais os requisitos da jurisprudência para que o furto famélico seja considerado estado de necessidade?

A
  • furto praticado para matar fome
  • único recurso do agente
  • subtração do bem para ser utilizado diretamente para a situação de emergência
  • hipossuficiência financeira
43
Q

Quais são as causas excludentes de ilicitude?

A
  • Estado de necessidade
  • Legítima defesa
  • estrito cumprimento de dever legal
  • exercício regular de direito
44
Q

O estado de necessidade pode se voltar a perigo iminente? E a legítima defesa?

A

Não e sim

45
Q

Cabe estado de necessidade recíproco? E legítima defesa?

A

Sim e não, salvo em caso de excesso e legítima defesa putativa

46
Q

O que são ofendículos?

A

Mecanismos predispostos para defesa da vida ou patrimônio (ex: cerca elétrica). Deve ser visível/perceptível

47
Q

Em que hipótese o consentimento do ofendido exclui a tipicidade? E a ilicitude?

A

Tipicidade: quando for sobre elementar do crime
Ilicitude: quando não for elementar

48
Q

Nas excludentes de ilicitude é punível o excesso causa por dolo ou por culpa?

A

Por ambos

49
Q

Quais os elementos da culpabilidade?

A

São 3:

  • imputabilidade
  • potencial consciência da ilicitude
  • exigibilidade de conduta diversa
50
Q

A exigibilidade de conduta diversa é elemento psicológico ou normativo?

A

Normativo

51
Q

Quais os elementos da imputabilidade?

A

Capacidade de compreensão do caráter ilícito + capacidade de comportar-se de acordo com tal entendimento

52
Q

Quais as causas de exclusão da imputabilidade?

A
  • doença mental
  • desenvolvimento mental incompleto
  • desenvolvimento mental retardado
  • embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior
53
Q

Qual a consequência da embriaguez preordenada?

A

Agrava a pena

54
Q

A emoção e a paixão são causas excludentes da imputabilidade?

A

Não

55
Q

Qual a consequência da semi-imputabilidade (fronteiriço)?

A

Redução da pena de um a dois terços ou substituição da pena por medida de segurança

56
Q

Em quais crimes contra a honra é cabível a retratação?

A

Calúnia e difamação (injúria não)

57
Q

A retratação nos crimes contra a honra aproveita aos demais partícipes? E nos crimes de falso testemunho e falsa perícia?

A

Nos crimes contra a honra não e nos crimes de falso testemunho e falsa perícia sim

58
Q

No abolitio criminais os efeitos extrapenais permanecem ou se extinguem?

A

Permanecem

59
Q

No caso de concurso de crimes a prescrição se aplica conjuntamente ou isoladamente?

A

Isoladamente

60
Q

Qual o prazo prescricional para crime cuja pena máxima em abstrato é superior a 12 anos?

A

20 anos

61
Q

Qual o prazo prescricional para crime cuja pena máxima em abstrato é entre 8 e 12 anos?

A

16 anos

62
Q

Qual o prazo prescricional para crime cuja pena máxima em abstrato é entre 4 e 8 anos?

A

12 anos

63
Q

Qual o prazo prescricional para crime cuja pena máxima em abstrato é entre 2 e 4 anos?

A

8 anos

64
Q

Qual o prazo prescricional para crime cuja pena máxima em abstrato é entre 1 e 2 anos?

A

4 anos

65
Q

Qual o prazo prescricional para crime cuja pena máxima em abstrato é inferior a 1 ano?

A

3 anos

66
Q

Qual o prazo prescricional para crime de porte de drogas para consumo próprio?

A

2 anos

67
Q

Para o cálculo da pena máxima em abstrato para fins de prescrição se consideram as qualificadoras e/ou as causas de aumento de pena? Como?

A

Sim, ambas. Busca-se o maior aumento possível.

68
Q

Qual o termo inicial do prazo da prescrição da pretensão punitiva?

A

Em regra, dia em que o crime se consumou

69
Q

Qual o termo inicial do prazo da prescrição da pretensão punitiva de crimes contra a dignidade sexual de criança e adolescente?

A

Data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta ação penal

70
Q

A pronúncia é causa suspensiva ou interruptiva da PPP?

A

Interruptiva

71
Q

A reincidência influi na PPP ou na PPE? Influi como?

A

Somente na PPE, sendo causa de aumento do prazo de prescrição em 1/3.

72
Q

Em quais hipóteses o prazo de prescrição se reduz pela metade?

A

Pessoa entre 18 e 21 anos ao tempo do crime

Pessoa maior de 70 anos ao tempo da sentença

73
Q

É admitida a prescrição retroativa antes do recebimento da denúncia/queixa?

A

Não

74
Q

É admitida a prescrição virtual?

A

Não

75
Q

As causas de interrupção da PPP se comunicam aos demais autores?

A

Sim

76
Q

As causas de interrupção da PPE se comunicam aos demais autores?

A

Não

77
Q

A detração influi no prazo prescricional?

A

Não, calcula-se a prescrição sobre a pena cheia, antes da detração

78
Q

Qual o termo inicial do cálculo da PPE?

A

Trânsito em julgado para a acusação (posição majoritária)