Sociologia do Trabalho Flashcards

1
Q

Traços da sociedade industrial observados pelos homens no começo do século XIX:

A

a) A indústria se baseia na organização cientifica do trabalho. Em vez de organizar segundo o costume, a produção passou a ser ordenada baseada no rendimento máximo;
b) A indústria e a organização racional do trabalho favoreceram o desenvolvimento prodigiosamente dos recursos;
c) A produção industrial levou à concentração dos trabalhadores nas cidades, fábricas e nas periferias das cidades. Ou seja, o surgimento de um novo fenômeno social: as massas operárias;
d) Novos conflitos sociais aparecem, com destaque para a oposição latente entre empregados e empregadores, ou entre proletários e capitalistas;
e) Contraste entre ampla riqueza criada pela industrialização e a pobreza em abundância, ou seja, desigualdades sociais;
f) O sistema econômico passou a ser caracterizado pela liberdade nas trocas de mercadoria,pela busca de melhores lucros por parte dos empresários e comerciantes. Juntamente, o Estado redefiniu seu papel, pois o grau de intervenção estatal nos negócios econômicos diminui, comparando-se como no Antigo Regime.

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2
Q

Assim, a especificidade do ramo da Sociologia do Trabalho reside no seu enfoque particular na compreensão da organização e evolução do mundo do trabalho na sociedade. Com efeito, a Sociologia do Trabalho dedica-se a investigar as relações de trabalho e a analisar as implicações sociais decorrentes dessas relações. Podemos sistematizar os aspectos-chave da especificidade da Sociologia do Trabalho da seguinte maneira:

A

A título de exemplificação e já localizando a discussão na Realidade Brasileira, a “Sociologia do Trabalho e o seu objeto de estudo se configuraram, historicamente, muito vinculados às realidades sociais, políticas e econômicas de cada país. No caso Brasil, a Sociologia do
Trabalho se deparou com as peculiaridades de uma nação que teve mão de obra escrava até fins do século XIX, de uma economia dependente, de industrialização tardia e de uma frágil estruturação do mercado de trabalho”

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3
Q

O Conceito de Trabalho de HEGEL
Sua abordagem permitiu analisar o trabalho em relação a dois polos
distintos: como exteriorização do sujeito e como interiorização do social.

A

Hegel, em seu sistema filosófico, desenvolveu uma visão abrangente do trabalho, enxergando-o como um componente essencial para a análise do homem em relação à natureza e à formação da consciência. Em sua abordagem, o trabalho não apenas é considerado a fonte de riqueza e de civilização, mas é percebido como um processo de exteriorização dialética do sujeito.
O filósofo sustentava a tese de que o trabalho atua como um elemento mediador na relação entre o homem e a natureza, oferecendo suporte para a formação da consciência. Em outras palavras, é por meio do trabalho que o homem decodifica a natureza, utilizando-a de maneira instrumental e libertando-se da tirania imposta por aquela.

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4
Q

Karl Marx (1818-1883) herdou a tradição hegeliana e isso fez com que construísse conceitos e análises baseados no trabalho: classes sociais, luta de classes, capital, trabalho, força de trabalho, exploração capitalista, entre outros. Mas, além disso, Marx consolidou na tradição sociológica a noção de trabalho como:

A

A “eterna necessidade natural da vida social”, ou seja, meio pelo qual o homem como ser social conseguiu se impor sobre a natureza, transformando-a enquanto mudava a si mesmo. Por meio do trabalho ocorre uma dupla transformação, visto que o ser social que trabalha atua sobre a natureza e desenvolve aspotências nela escondida ao mesmo tempo em que ele mesmo se autotransforma.

“trabalho é tanto o processo quanto o produto de trabalho produtivo. Quando um carpinteiro fabrica uma estante e a vende, o que está sendo vendido é trabalho, o valor do qual está contido na estante. Nesse sentido, o conceito de trabalho descreve não apenas uma atividade, mas uma
relação especial entre o indivíduo, o trabalho e os frutos desse trabalho”

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5
Q

Max Weber (1864-1920). Ele analisou a concepção moderna de trabalho.

Weber contribuiu significativamente para a compreensão da transformação do significado e do papel do trabalho na sociedade moderna. Sua análise ressalta não apenas os aspectos econômicos, mas também os aspectos culturais e religiosos que moldaram a visão de mundo e a ética do
trabalho, desempenhando um papel crucial no aprimoramento do capitalismo e na configuração do panorama societário contemporâneo.

A

Weber destacou, em particular, a influência da ascese protestante (ética protestante) e outras visões de mundo, tanto intra quanto extramundanas, na configuração do trabalho como uma vocação. Este conceito transformou não apenas a mentalidade individual, mas também as estruturas sociais, especialmente no contexto do surgimento da burguesia.

A ética protestante, de acordo com Weber, desempenhou um papel crucial ao converter o burguês em um homem de negócios racional. Essa visão de mundo não apenas justificava, mas também promovia a dedicação ao trabalho como uma expressão do destino designado por Deus para a vida das pessoas. Os trabalhadores, por sua vez, eram incentivados a adotar uma abordagem sóbria, consciente e comprometida com o trabalho, considerando-o como parte essencial do plano divino.

A análise de Weber vai além ao evidenciar o papel do trabalho na composição da racionalidade capitalista. Ele ressalta como a racionalidade estratégica do cálculo capitalista tornou-se a força motriz predominante
na racionalização da sociedade. Nesse contexto, o trabalho é desvinculado de critérios tradicionais de referência doméstica e de satisfação pessoal do indivíduo, passando a ser orientado por uma lógica calculista e pragmática.

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6
Q

Émile Durkheim (1858-1917), pioneiro da sociologia francesa e considerado um dos pais fundadores da Sociologia, ofereceu uma significativa contribuição para a sociologia do trabalho, enfocando a atividade laboral como essencial para compreender a estrutura social.

A

Ele enfatizou a importância da divisão social do trabalho na formação da sociedade industrial moderna. Assim, para Durkheim era o processo de interação do indivíduo na sociedade. Assim, para o pensador francês, o trabalho não era apenas como uma prática individual, mas uma atividade social abrangente, abarcando a produção e a troca de bens e serviços. Ele também defendeu que a atividade laboral é uma fonte de realização pessoal e contribuição para a sociedade, conferindo significado à vida e moldando a identidade social. Assim, Durkheim ressaltou o trabalho como elemento fundamental na coesão social.

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7
Q

Resumo - Karl Marx

A

Karl Marx
O trabalho é fonte de riqueza
O trabalho é fonte de exploração e alienação
O trabalho pode ser fonte de “morte”

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8
Q

Resumo - Émile Durkheim

A

Émile Durkheim
A divisão social do trabalho gera solidariedade orgânica
Supõe-se que os homens são diferentes e interdependentes
Coesão social (Coerção de fora para dentro, das necessidas externas)

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9
Q

Resumo - Max Weber

A

Max Weber
Ação social orientada por um objetivo racional: obter lucros e, ao mesmo tempo, o sinal da salvação divina.
Cada sociedade tem uma forma específica de compreender e organizar o
trabalho.
Trabalho é cultural

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10
Q

Ontologia do ser social

A

A Ontologia do ser social refere-se ao estudo filosófico da natureza do ser social, buscando compreender as características essenciais que distinguem os seres humanos do restante da natureza e isso é, segundo a tradição hegeliana, herdada por Marx, trabalho. O trabalho é considerado o fundamento ontológico do ser social, uma vez que a atividade laboral
desempenha um papel central na organização da vida humana e na formação da sociedade.
A linguagem desempenha um papel crucial na vida social e é uma característica distintiva dos seres humanos. No entanto, do ponto de vista da ontologia do ser social, a linguagem é mais uma manifestação ou dimensão da existência humana do que o fundamento ontológico em si. A ontologia busca princípios mais fundamentais que expliquem a natureza
essencial do ser social, e o uso da linguagem é uma expressão dessa natureza, mas não o seu fundamento.

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11
Q

Centralidade do trabalho

A

Essas discussões teóricas refletem uma conscientização crescente sobre a necessidade de repensar a centralidade do trabalho em meio a transformações sociais, econômicas e culturais significativas. A diversificação das formas de emprego, a automação, a economia da gig e as questões ambientais são alguns dos fatores que têm levado os teóricos a considerar novas maneiras de compreender as dinâmicas sociais contemporâneas.Seja como forma, ao mesmo tempo que o “trabalho” é uma categoria central para analisar sociedades, ele tem sido objeto de críticas e reflexos, pois autores têm vislumbrados alternativas.

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12
Q

Perda da centralidade do trabalho como categoria explicativa

A

Nos últimos anos, tem havido discussões teóricas sobre a perda da centralidade do trabalho como categoria explicativa do mundo. Essa reflexão está intimamente ligada a mudanças sociais, econômicas e tecnológicas que afetaram as relações laborais e as formas de organização social. Alguns autores relacionam essas mudanças a uma crise estrutural do capitalismo.
A crise estrutural do capitalismo, seguida pelas crises do Estado, da regulação econômica e do tradicional sistema taylorista/fordista, bem como o surgimento de um novo setor produtivo baseado em tecnologias da
informação, automação microeletrônica e economia de serviços, levam esses autores a argumentar que esse momento histórico, a partir dos anos de 1960, está associado a uma crise da racionalidade capitalista e, por consequência, da concepção de uma sociedade do trabalho

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13
Q

Claus Offe: A crise da racionalidade do capitalismo e a perda da
centralidade da categoria trabalho como explicativa ada vida social

A

Influenciado por Habermas, em eu livro Trabalho & Sociedade, Offe analisa evidências empíricas, destacando três argumentos: a crise da sociedade do trabalho, a capacidade decrescente de absorver mão de obra e a
diferenciação interna dos trabalhadores assalariados. Ele argumenta que a sociedade do trabalho do século XX está em crise, perdendo o trabalho assalariado como fator de integração social. Offe observa a transformação do trabalho devido ao declínio do setor industrial, crescimento do setor de serviços, desemprego e expansão do emprego parcial. Ele destaca a perda da ética do trabalho e a ampliação do tempo livre como tendências. Offe propõe que a sociologia deve buscar novas categorias além do trabalho,
explorando questões como étnica, gênero e ecologia. Ele enfatiza a necessidade de construir o pensamento social sobre a base omunicacional da nova racionalidade do sistema, que se apoia no espaço vital, modo de
vida e cotidiano da sociedade contemporânea.

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14
Q

O trabalho na Sociedade Capitalista - Semelhante a uma compreensão de Marx e Engels sobre o capitalismo (apenas em alguns pontos), Weber constata que, apesar de livre, o trabalhador, na prática, foi forçado a condições de trabalho precárias para não morrer de fome, ou seja, trabalho livre desprotegido. Assim, precisamos ficar atentos às contradições que acompanham a implantação do trabalho livre
assalariado na sociedade capitalista.

A

Vejamos nas palavras do Sociólogo alemão Max Weber:
O recrutamento de trabalhadores para a nova forma de produção, tal como se encontra desenvolvida na Inglaterra, desde o século XVIII, à base da reunião de todos os meios produtivos em mãos do empresário, realizou-se através de meios coercivos bastante violentos, particularmente de caráter indireto. Entre eles, figuram antes de tudo, a “lei de pobres” e a “lei
de aprendizes”, da rainha Elizabeth. Tais regulações se fizeram necessárias, dado o grande número de “desocupados” que existia no país, gente que a revolução agrária transformara em deserdados. A expulsão dos pequenos agricultores e a transformação das terras de lavoura em campos de pastagem (…) determinaram que o número de trabalhadores necessário na lavoura se tornasse cada vez menor, dando lugar a que, na cidade, houvesse um excedente de população, que se viu submetido a trabalho coercitivo. Quem não se apresentava voluntariamente era
conduzido às oficinas públicas dirigidas com severa disciplina. Quem, sem permissão do mestre-artífice, ou empresário, abandonasse seu posto de trabalho, era tratado como vagabundo; nenhum desocupado recebia ajuda senão mediante seu ingresso nas oficinas coletivas. Com este procedimento, recrutaram-se os primeiros operários para a fábrica. Um serviço penoso somava-se a esta disciplina de trabalho. Mas o “poder” da classe abastada era absoluto; apoiava-se na administração, por meio de juízes de paz, que, na falta de uma lei apropriada, distribuíam justiça
de acordo com um amontoado de instruções particulares, segundo um arbítrio próprio. Até à segunda metade do século XIX, dispuseram de mão de obra como bem entendiam.
(WEBER, Max. História geral da economia. São Paulo: Mestre Jou. 1968. p 273-274)

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15
Q

Divisão do trabalho e distribuição de tarefas.

A

A divisão do trabalho tem sido há muito tempo um conceito sociológico importante porque é por meio dela que a vida social realmente ocorre e a ela todos os indivíduos estão ligados. Note, então, que a ideia de “abrangente interdependência” é relevante e justifica o trabalho como categoria estruturante da sociedade. A concepção da divisão do trabalho, como fundamental para a compreensão dos processos sociais e econômicos, ganhou destaque nas análises pioneiras de Adam Smith (1723-1790), notadamente em sua obra “Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”, mais conhecido como “A Riqueza das Nações” (1776). No livro, Smith descreve a divisão do trabalho em uma fábrica de alfinetes e nos três primeiros capítulos do Livro I consta o exame das causas e consequências do fenômeno social da divisão do trabalho. Conforme Adam Smith, uma pessoa que trabalhasse sozinha poderia fabricar 20 alfinetes por dia, mas desmembrando a tarefa em diversas atividades simples, a produção coletiva atingiria 4 mil alfinetes por dia. Dessa forma, nota-se, do ponto de vista do processo produtivo e econômico, o benefício da divisão do trabalho.

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16
Q

foi Émile Durkheim (1858-1917), quem retomou e sistematizou o pensamento sociológico sobre a divisão do trabalho.

A

Porém, para Durkheim, a divisão industrial do trabalho conduziu a mudanças
fundamentais no tipo de solidariedade social que une a sociedade, impactando,
portanto, no elemento da coesão social. De forma categórica, nas palavras de
Giddens, para Durkheim, “a divisão do trabalho não era apenas um fenômeno
econômico, mas uma transformação da sociedade como um todo”. Por isso, passa-se a utilizar o conceito de divisão social do trabalho, mais amplo que apenas divisão do trabalho.

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17
Q

Divisão social do trabalho: Émile Durkheim

A

A divisão social do trabalho é analisada por Durkheim a partir da comparação da especificidade das sociedades industriais em relação às outras sociedades, em particular, as mais tradicionais. O sociólogo francês demonstra que a crescente especialização do trabalho promovida pela industrialização trouxe uma forma de solidariedade no funcionamento da sociedade, e não uma situação conflitiva como vista pelo marxismo, de modo que este fenômeno novo passou a contribuir para a coesão social. A tese principal de Durkheim é a de que a especialização crescente do trabalho se desenvolve à medida que aumenta o grau e a intensidade das interações entre indivíduos, sendo o progresso da divisão do trabalho proporcional ao da densidade moral das sociedade.
.

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18
Q

Conclusão - Durkheim

A

De uma forma geral, perceba que, em Durkheim, a divisão do trabalho gera não apenas a especialização e eficiência coletiva, como em Adam Smith, mas também a solidariedade, isto é, uma organização que coordena as funções e liga os indivíduos uns aos outros. Por isso, falamos em divisão social do trabalho. Ainda: para o sociólogo francês, os princípios da divisão do trabalho são mais morais do que econômicos, pois são os fatores que unem os indivíduos em uma sociedade, já que geram um sentimento de solidariedade entre aqueles que realizam as mesmas
funções.

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19
Q

Ao analisar empiricamente a evolução das sociedades com foco na divisão social do trabalho, Durkheim elabora uma morfologia social. Estabelece, então, a existência de dois tipos de sociedade:

A

1-) em um tipo, há uma solidariedade mecânica entre os homens, fruto da divisão social do trabalho contida na sociedade pré-capitalista. Nela os indivíduos se identificam e se relacionam por meio da família, da tradição, da religião. A coletividade exerce uma forte coerção social para manter a sociedade harmônica e em funcionamento. É tudo muito mecânico, automático, independentemente da forma de organização do trabalho. Nas sociedades de caçadores-coletores, por exemplo, as divisões do trabalho eram/são relativamente simples, uma vez que não é muito grande o número de tarefas a serem feitas.
2-) já na sociedade em que prevalece a solidariedade orgânica, própria das sociedades capitalistas, os indivíduos são interdependentes em razão da divisão social e industrial do trabalho. Aqui a coesão social é muito mais em razão das relações do trabalho na indústria e no comércio do que por conta dos costumes, por exemplo. Então, as instituições como a família e a religião já não exerceriam a mesma função.

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20
Q

Émile Durkheim também identificou as possíveis anomalias que poderiam surgir no
fenômeno social da divisão social do trabalho. Em sua análise, Durkheim delineia três formas anormais da divisão do trabalho.

A
  1. Divisão do Trabalho Anômica:
    Durkheim conceituou a divisão do trabalho anômica como a desregulação do mercado e das relações sociais. Essa forma anormal emerge em períodos de crise econômica e social, quando as normas e os valores que orientam a sociedade se tornam instáveis. Durante tais crises, a falta de coordenação entre as atividades
    produtivas pode resultar em desordem, desemprego e desequilíbrio social. A compreensão desta forma anômala permite uma análise profunda das interações entre a economia e a estrutura social, destacando a importância da regulação normativa. Trata-se de “verdadeiras rupturas parciais da solidariedade orgânica”.
  2. Divisão do Trabalho por constrangimento:
    Outra forma identificada por Durkheim é a divisão do trabalho por constrangimento ou forçada, caracterizada por uma repartição injusta e desigual dos indivíduos entre as diversas funções laborais. Este fenômeno, ao acentuar disparidades sociais, pode levar à alienação e ao descontentamento, minando a coesão social. Sob essa ótica, Durkheim nos instiga a considerar não apenas a eficiência econômica, mas também a equidade e a justiça social como componentes fundamentais da saúde do corpo social.
  3. Divisão do Trabalho “Burocrática”:
    Durkheim também observou uma forma específica de anomalia na divisão do trabalho, que ele rotula como “burocrática”. Nesse cenário, há uma superabundância de agentes, mas paradoxalmente uma baixa produtividade. Entender a relação entre a quantidade de agentes envolvidos em processos laborais e a eficácia da produção fornece insights sobre os desafios enfrentados por estruturas organizacionais
    complexas.
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21
Q

O que é divisão sociossexual e racial do trabalho?

A

O que é divisão sociossexual e racial do trabalho? É uma divisão social do trabalho cujos critérios estão ligados à gênero e raça. Quando realizamos uma análise que parte das relações de gênero e raça compreendemos as desigualdades específicas que se combinam e promovem desvantagens múltiplas para mulheres e, em especial, para mulheres negras.”Partimos da ideia de que a divisão sociossexual e racial estrutura as esferas produtivas e reprodutivas (duas dimensões fundamentais do ser social) sendo, em grande medida, determinante para a situação desigual entre os indivíduos já que subalternizou as mulheres em todo o processo histórico.

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22
Q

A definição de divisão sexual do trabalho pode ser estabelecida pelo que Danièle Kergoat desenvolve
.

A

Segundo a autora, as situações de homens e mulheres não são produto de um destino biológico, mas sim construções sociais, pois homens e mulheres são mais do que indivíduos biologicamente distintos. Eles pertencem a dois grupos engajados em uma relação social específica: relações sexuais sociais. Como todas as relações sociais, elas também têm uma base material, dada pelo trabalho, e são explícitas na divisão social do trabalho entre os sexos, ou seja, a divisão sexual do trabalho.

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23
Q

Definição - A divisão sexual do trabalho
* Divisão social do trabalho entre os sexos: divisão sexual do trabalho
* Refere-se a uma diferenciação entre papéis destinados a homens e mulheres e está presente em todas as sociedades humanas conhecidas até aqui.
* É o critério mais simples para divisão social do trabalho.
* São formas de divisão social do trabalho “pré capitalistas”.

A

Pode-se dizer que a divisão sexual do trabalho refere-se a uma diferenciação entre papéis destinados a homens e mulheres e está presente em todas as sociedades humanas conhecidas até aqui. As formas dessa divisão sexual do trabalho são extremamente variadas, bem como são variadas tanto a extensão como a rigidez da separação entre os afazeres considerados apropriados aos homens e aqueles atribuídos às mulheres.

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24
Q

Esfera da Reprodução

A

Trabalho doméstico
Trabalho de cuidados
Trabalho não remunerado
Essencial para a reprodução das forças de trabalho

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25
Q

Esfera da Produção

A

Trabalho extra-doméstico
Produz riqueza material
Trabalho remunerado

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26
Q

Economia do Cuidado

A

A “economia do cuidado” é um conceito que se refere ao trabalho não remunerado relacionado ao cuidado de indivíduos, incluindo crianças, idosos, membros da família e pessoas com necessidades especiais. Este tipo de trabalho é essencial para a reprodução social e econômica, pois envolve atividades que sustentam e mantêm a vida, permitindo o funcionamento adequado da sociedade.

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27
Q

Economia do Cuidado - Algumas características importantes desse conceito incluem:

A

Natureza Não Remunerada:
O trabalho na economia do cuidado é frequentemente realizado de maneira não remunerada, o que significa que não é reconhecido ou compensado financeiramente no sistema econômico convencional. Isso inclui atividades como cuidados com crianças, preparação de alimentos, assistência a idosos, entre outras responsabilidades relacionadas ao bem-estar das pessoas.
Gênero e Divisão Sexual do Trabalho:
A economia do cuidado está intrinsecamente ligada à divisão sexual do trabalho, uma vez que as responsabilidades de cuidado são frequentemente atribuídas às mulheres. Isso contribui para a perpetuação de estereótipos de gênero, reforçando a ideia de que as mulheres têm uma afinidade natural para o cuidado e a responsabilidade doméstica.

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28
Q

Economia do Cuidado - Algumas características importantes desse conceito incluem:

A

Impacto na Participação no Mercado de Trabalho:
A carga desproporcional de trabalho na economia do cuidado pode limitar as oportunidades de participação das mulheres no mercado de trabalho remunerado. Isso ocorre devido à pressão de conciliar as responsabilidades de cuidado não remunerado com as demandas de um emprego formal.
Contribuição para a Reprodução Social:
O trabalho na economia do cuidado é fundamental para a reprodução social, pois garante que as novas gerações sejam cuidadas, educadas e preparadas para a vida. O cuidado de idosos também desempenha um papel crucial na preservação e transmissão de conhecimentos, tradições e valores.

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29
Q

Economia do Cuidado - Algumas características importantes desse conceito incluem:

A

Desafios e Reconhecimento:
A falta de reconhecimento e valorização do trabalho na economia do cuidado pode levar a uma série de desafios, incluindo a desvalorização do trabalho das mulheres, a sobrecarga de responsabilidades e a limitação das oportunidades de desenvolvimento profissional.
Necessidade de Políticas de Apoio:
A implementação de políticas que visam apoiar a economia do cuidado é crucial. Isso pode incluir políticas de licença parental, serviços de cuidados acessíveis e flexibilidade no trabalho, visando redistribuir a carga de cuidados de forma mais equitativa entre os gêneros e facilitar a participação das mulheres no mercado
de trabalho.

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30
Q

Gênero, Raça e Classe

A

Como a sociedade está marcada para além da divisão em dois grupos - homens e mulheres -, pois há outras dimensões, como raça, etnia, comunidades LGBTQIA+s, questões geracionais, etc, a categoria da divisão sociossexual do trabalho tem se mostrado mais adequada, pois abarca relações sociais de gênero, entendidas como relações desiguais, hierarquizadas e contraditórias, seja pela exploração da relação
capital/trabalho, seja pela dominação masculina sobre a feminina, seja pelo preconceito de raça/etnia ou pela sexualidade.
A sociedade capitalista se utiliza dessa dinâmica de diferenciação com o intuito de hierarquizar as atividades e assim ampliar a exploração/opressão entre homens e mulheres e entre mulheres brancas e mulheres negras, enfim, das diversidades que compõem a sociedade. Compreender como a divisão sexual do trabalho se intersecciona com outras formas de opressão, como raça, classe social, orientação sexual e identidade de gênero é fundamental para compreender os impactos para a mulher trabalhadora. Essa abordagem reconhece que as experiências das mulheres são moldadas por múltiplos aspectos de suas identidades.

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31
Q

Dados IBGE 2022 sobre gênero e raça no mercado de trabalho

A

Gênero e raça contribuem para aumentar a desigualdade salarial dentro do mercado de trabalho. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, as mulheres recebem 20,2% menos que os homens e a hora de trabalho de uma pessoa negra vale 40,2% a menos do que a de uma branca. Ao se comparar a remuneração de mulheres negras com profissionais brancos, a diferença fica em 46%. Outra pesquisa aponta que a desigualdade salarial também está relacionada aos cargos que os grupos minorizados ocupam.

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32
Q

Interseccionalidade

A

A interseccionalidade é um conceito que foi cunhado por Kimberlé Crenshaw, uma professora de direito norte-americana, para descrever o processo social de como diferentes formas de discriminação e opressão interagem e se sobrepõem, criando
experiências únicas e complexas para pessoas que pertencem a múltiplos grupos marginalizados.
O conceito destaca a importância de considerar não apenas uma única dimensão de identidade (como gênero, raça, classe social, orientação sexual), mas sim a interação entre essas diversas dimensões.
Assim, o conceito de interseccionalidade deve ser usado para reconhecer que as pessoas podem enfrentar diferentes formas de discriminação e desvantagem com base em uma combinação de fatores, e que essas experiências não podem ser totalmente compreendidas isoladamente. Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar desafios únicos que não são totalmente capturados ao se analisar separadamente as questões de gênero e raça.

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33
Q

Divisão racial do trabalho

A

A divisão racial do trabalho no capitalismo se relaciona com o racismo estrutural no mercado de trabalho assalariado.
O racismo estrutural é um conceito que descreve um sistema em que a discriminação racial é incorporada nas instituições, práticas e normas sociais de uma sociedade. Diferentemente do racismo individual, que se baseia em atitudes preconceituosas de pessoas específicas, o racismo estrutural é enraizado em políticas, práticas e estruturas que perpetuam a desigualdade racial de maneira sistemática.
O racismo estrutural não requer intenções racistas conscientes; ele se manifesta por meio de disparidades raciais em áreas como habitação, educação, saúde, justiça criminal e emprego. É um fenômeno que afeta grupos racialmente minoritários, negando-lhes oportunidades equitativas, recursos e direitos

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34
Q

Florestan Fernandes (1920-1995) - Considerado o fundador da sociologia crítica no Brasil

A

Florestan debruçou de maneira sistemática, crítica e com muito rigor teórico e metodológico sobre a realidade brasileira. Suas mais importantes reflexões foram sobre o capitalismo dependente, o papel do intelectual, relações sociais e, sobretudo, as relações raciais.
No que se refere à economia, o autor agrega a questão da escravidão às análises. Assim, seguindo a linha de Caio Prado Jr. Sobre o sentido da economia colonial, ele combina a discussão sobre o papel da escravidão. Ele afirma que as estruturas de dominação do período da colonização foram preservadas no processo de modernização capitalista no Brasil. Por isso, foi uma “modernização conservadora”.

Existe um momento crucial para observarmos isso que é a mudança de regime do trabalho escravo para o trabalho livre.
Diz Florestan:
A desagregação do regime escravocrata e senhorial se operou, no Brasil, sem que se cercasse a destituição dos antigos agentes de trabalho escravo de assistência e garantias que os protegessem na transição para o sistema de trabalho livre. Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objetivo prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho. Florestan Fernandes. A integração do negro na sociedade de
classes. Portanto, meus queridos e queridas, a escravidão, segundo Florestan, a
desigualdade social, no Brasil tem relação direta com o modo como o negro foi incorporado na sociedade de classes no pós abolição. Produz-se uma desigualdade social baseada na cor da pele

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35
Q

Movimento LUDISMO

A

O ludismo foi um movimento social inglês ocorrido entre o final do século XVIII e início do século XIX. Ele consistia no protesto contra a industrialização através da invasão de fábricas e quebra de máquinas. O ludismo não era um movimento político ou partidário.

O que o ludismo defendia?
Ludismo - História do Mundo
Assim, o ludismo foi um movimento de trabalhadores que lutaram contra a mecanização do trabalho. Os ludistas entendiam que as máquinas, além de estarem roubando os empregos dos seres humanos, contribuíram para a redução salarial do trabalhador e, assim, era algo que devia ser destruído

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36
Q

Diante das mudanças do mundo contemporâneo, já não se pensa em formar para o posto de trabalho, mas, para a empregabilidade. Passa-se, portanto, a ideia de que, com os diversos cursos técnicos espalhados pelo país, todos os estudantes se tornarão empregáveis. Caberia às escolas e aos centros de formação profissional, desenvolver diversas competências e habilidades que gerem um novo trabalhador.
A ideia neoliberal, denominada produtivista, é considerada dominante no ensino técnicoprofissional. A partir dessa visão, afirma-se que

A
  1. Estimula-se a busca por empreendedorismo.
  2. Destaca-se como a formação técnico-profissional se adapta à demanda do mercado, preparando os estudantes com as habilidades e competências requeridas pelo setor produtivo. A visão produtivista neoliberal enfatiza a necessidade de alinhar a educação com as necessidades do mercado de trabalho, buscando maximizar a empregabilidade dos indivíduos através do desenvolvimento de habilidades
    técnicas e profissionais específicas. Dessa forma, a formação não se foca apenas em manter um posto de trabalho específico ou em garantir a cidadania através da luta por direitos, mas em gerar um perfil de trabalhador adaptável às mudanças e exigências do mercado.
  3. A crítica da perspectiva neoliberal produtivista enfatiza que a educação técnico-profissional é predominantemente orientada pela lógica do mercado. Isto é, a prioridade está em atender às demandas do mercado de trabalho, mais do que em promover ativamente a cidadania ou a luta pelos direitos sociais e trabalhistas.
  4. Embora a flexibilidade e a especialização sejam aspectos importantes da formação
    técnico-profissional, o foco não é apenas a manutenção do emprego atual, mas o desenvolvimento de uma ampla gama de competências que permitam aos indivíduos adaptar-se a diferentes oportunidades de trabalho ao longo da vida. O objetivo é preparar os estudantes para um mercado de trabalho em constante evolução, e não apenas para a manutenção de um emprego específico.
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37
Q

O que defendia o movimento cartista?

A

O cartismo foi um movimento político e social que buscava reformas democráticas e melhores condições para a classe trabalhadora surgido na Grã-Bretanha durante o século XIX. Defendia princípios como o sufrágio universal masculino, a redução da jornada de trabalho e o fim do pagamento de impostos para votar.

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38
Q

Manuel Castells utiliza o termo “Informacionalismo” para designar o que é frequentemente chamado de “pós-industrialismo”.

A

Este conceito-chave reflete a transição para uma era em que a criação, distribuição e
manipulação da informação se tornam forças econômicas predominantes.
No informacionalismo, a produtividade e a competitividade são impulsionadas pela capacidade das empresas e dos Estados de gerar conhecimento e processar informação eficientemente, o que é facilitado por redes de comunicação globais
e avanços tecnológicos, particularmente nas áreas de computação e telecomunicações.

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39
Q

Divisão Social do Trabalho
Consiste na fragmentação do processo produtivo, dando origem a diferentes níveis de especialização.
O conceito de divisão social do trabalho como um fenômeno onde o processo produtivo é dividido em etapas distintas, cada uma com um nível diferente de especialização. Essa divisão e especialização do trabalho é fundamental para o entendimento das sociedades modernas e do desenvolvimento das formas de produção capitalista

A

A divisão social do trabalho é um conceito fundamental em sociologia e economia, que descreve a maneira como as tarefas em uma sociedade são divididas e especializadas entre diferentes pessoas, o que leva a uma maior eficiência e produtividade. Este conceito é frequentemente associado ao capitalismo e ao processo de industrialização, onde a especialização e a divisão do trabalho em diferentes processos e tarefas são essenciais para a eficiência produtiva.
Com a especialização e a divisão do trabalho, muitas vezes se perde a visão do todo do processo produtivo, pois o trabalhador pode ficar limitado à sua tarefa específica sem compreender como ela se integra no conjunto do processo produtivo.
Para Émile Durkheim, sociólogo clássico que discutiu a divisão do trabalho em sua obra “Da Divisão Social do Trabalho”, os valores morais são fundamentais para a coesão social, e não são sobrepostos pelos valores econômicos; pelo contrário, ele argumentava que a divisão do trabalho contribui para a solidariedade social,
desde que acompanhada de regulação e integração adequadas.
A divisão do trabalho está diretamente relacionada ao aumento da produtividade. Ela permite que os trabalhadores se especializem em tarefas específicas, melhorando a eficiência e a produção.

40
Q

A “uberização” é um termo derivado do nome da empresa Uber e refere-se à tendência crescente de plataformas digitais que mediam a prestação de serviços por meio de aplicativos.

A

Essas plataformas operam sob um modelo de economia compartilhada, no qual o trabalho é baseado em tarefas específicas, em vez de empregos permanentes ou de longo prazo. Para a uberização é imprescindível a flexibilidade e a precarização das relações de trabalho, condições que levam a questões sobre o enquadramento legal dos trabalhadores envolvidos, que muitas vezes são tratados como contratados independentes em vez de empregados com direitos trabalhistas garantidos

41
Q

Fordismo x Uberização

A

Fordismo se refere ao sistema de produção em massa desenvolvido por Henry Ford no início do século XX, que se caracteriza pela produção padronizada e pelo uso da linha de montagem.
Enquanto o fordismo se refere a uma era de industrialização e ao emprego formal e estável, a “uberização”
se refere a um modelo de trabalho baseado em tarefas e contratos flexíveis mediados por plataformas digitais.

42
Q

Taylorismo x Uberização

A

Taylorismo refere-se a um sistema de gestão de produção que busca aumentar a eficiência pela análise científica do trabalho e pela divisão de tarefas. O Taylorismo é centrado na maximização da produtividade individual do trabalhador, enquanto a “uberização” é focada na prestação de serviços mediada por plataformas digitais e não necessariamente segue os princípios da gestão científica do trabalho.

43
Q

De acordo com Ricardo Antunes, os processos de intensificação do uso de novas tecnologias e de novas formas de organização de produção, na era pós-fordismo, possibilitam um trabalho mais qualificado e revalorizado, acarretando, entretanto, o desemprego e exclusão dos trabalhadores. Isso ocorre devido:

A

Na era pós-fordismo, a intensificação do uso de novas tecnologias e de novas formas de organização da produção contribui para a redução de custos e para a otimização da produtividade. Isso, por sua vez, pode levar a um trabalho mais qualificado e revalorizado. No entanto, o mesmo processo que aumenta a eficiência e potencialmente a qualidade do trabalho resulta em desemprego e exclusão para boa parte da classe trabalhadora. Isso ocorre porque as inovações tecnológicas muitas vezes substituem a mão de obra humana, reduzindo o número de trabalhadores necessários para realizar determinadas tarefas.

44
Q

Sociedade em rede é uma sociedade globalizada, baseada em alta tecnologia, em que a ênfase da produção econômica recai sobre o setor de serviços e sobre a utilização intensiva do conhecimento por meio das inovações tecnológicas

A

A descrição da assertiva corresponde às características fundamentais de uma sociedade em rede, conforme discutido por teóricos como Manuel Castells. Sociedade em rede é um termo que descreve a forma como as sociedades contemporâneas estão organizadas, enfatizando a importância das redes de informação e
comunicação. Essas redes são fundamentais para a estrutura social, econômica e política na era da globalização. A ênfase na produção econômica no setor de serviços e na utilização intensiva do conhecimento, especialmente por meio de inovações tecnológicas, é uma característica marcante dessas sociedades, onde a informação e o conhecimento são recursos críticos. Portanto, a afirmação está correta ao identificar esses elementos como centrais para a compreensão da sociedade em rede.

45
Q

O taylorismo e o fordismo dominaram o sistema produtivo e os processos de trabalho nas grandes indústrias, ao longo do século XX. Estes eram calcados na produção em massa, por meio da linha de montagem e fabricação de produtos mais homogêneos; por intermédio do controle dos tempos e movimentos, pelo cronômetro e produção em série; pelo trabalho parcelar e pela fragmentação das funções; pela existência de unidades fabris concentradas e verticalizadas e pela constituição/consolidação do operário-massa, do trabalhador coletivo fabril, entre outras dimensões. (ANTUNES, 2006.)
A partir do século XXI, estamos experimentando transformações substanciais no mundo do trabalho como por exemplo:

A

A necessidade de elevar a produtividade tem levado à reorganização da produção, incluindo a redução do número de trabalhadores e, em alguns casos, a intensificação da jornada de trabalho, bem como a busca por eficiência através da implementação de tecnologias avançadas e da otimização dos processos produtivos.
O período atual é marcado por mudanças radicais e dramáticas na produção, com ênfase na inovação, flexibilidade e adaptação a um mercado em constante mudança. Isso inclui a implementação de novas tecnologias e a reorganização dos processos produtivos para atender à demanda por produtos e serviços mais personalizados.
A emergência de um novo padrão organizacional e social acompanha uma ruptura com a priorização do pleno emprego, característica do período fordista. As mudanças atuais no mundo do trabalho incluem a precarização de certas formas de emprego, o aumento do trabalho informal ou autônomo e desafios ao conceito tradicional de emprego estável e de longo prazo.

46
Q

Com a retração do binômio taylorismo/fordismo, vem ocorrendo uma redução do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estável e especializado, herdeiro da era da indústria verticalizada do tipo taylorista e fordista. Esse proletariado vem diminuindo com a reestruturação produtiva do capital, dando lugar a formas mais desregulamentadas de trabalho, reduzindo fortemente o conjunto de trabalhadores estáveis por meio de empregos formais.

A

Com a transição do taylorismo/fordismo para formas mais flexíveis e desregulamentadas de trabalho, os trabalhadores são cada vez mais requisitados a serem flexíveis em suas funções. Isso inclui a capacidade de adaptar-se rapidamente a novas tarefas, tecnologias e ambientes de trabalho, bem como a disposição para
lidar com arranjos de trabalho variáveis, como contratos temporários, trabalho autônomo e projetos de curto prazo. A flexibilidade tornou-se uma competência essencial no mercado de trabalho contemporâneo, refletindo a necessidade de ajustar-se às demandas de um ambiente econômico em rápida mudança e a uma
organização do trabalho cada vez mais fluida e precarizada.

47
Q

A flexibilidade e as transformações no trabalho segundo o sociólogo Richard Sennett geram vulnerabilidade do emprego
(Richard Sennett. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo
capitalismo, 2015.)

A

Richard Sennett, ao discutir a flexibilidade no novo capitalismo, destaca como essa flexibilidade está mudando o significado do trabalho, levando a um cenário em que as trajetórias profissionais se tornam menos lineares e mais fragmentadas. Isso reflete uma maior incerteza e insegurança no emprego, onde os trabalhadores podem ser desviados de um tipo de trabalho para outro sem muita estabilidade ou
previsibilidade, aumentando a vulnerabilidade do emprego. Esse cenário contrasta com o conceito tradicional de carreira como um caminho linear e contínuo ao longo da vida, apontando para a crescente precarização das relações de trabalho no contexto do capitalismo flexível.

48
Q

Nas últimas décadas, particularmente depois de meados dos anos 70, o mundo do trabalho vivenciou uma situação fortemente crítica, talvez a maior desde o nascimento da classe trabalhadora e do próprio movimento operário. O entendimento dos elementos constitutivos dessa crise é de grande complexidade, uma vez que nesse mesmo período, ocorreram mutações intensas, de diferentes ordens e que, no seu conjunto, acabaram por acarretar consequências muito fortes no interior do mundo do trabalho e, em particular, no âmbito do movimento operário e sindical.

A

I. Há uma crise estrutural do capital que resultou em um profundo processo de reestruturação da produção, impactando, sobremaneira, a classe trabalhadora pela perda de direitos, precarização dos empregos e reduções salariais.
II. A agenda neoliberal passou a orientar a ação dos governos, o que resultou em políticas de redução do tamanho do Estado, desregulamentação, privatizações, austeridade fiscal, financeirização da economia, desarticulação das organizações sindicais e restrição dos direitos sociais dos trabalhadores.

49
Q

A uberização do trabalho representa um processo de informalização do trabalho, reconfigurando o trabalho informal e marcando uma nova etapa na flexibilização do trabalho. Esse processo caracteriza-se pela crescente prevalência de relações de trabalho flexíveis, precárias e muitas vezes informais, mediadas por plataformas digitais

A

A uberização está relacionada aos processos de desregulamentação característicos do
neoliberalismo, incluindo o papel ativo do Estado na redução de direitos trabalhistas e na diminuição das mediações e fiscalização das relações de trabalho, favorecendo a flexibilização e a precarização do trabalho.
Este modelo de gestão do trabalho transfere os custos e os riscos para os trabalhadores, resultando em novas formas de subjetivação. Os trabalhadores enfrentam incerteza de renda, falta de proteção social e são responsabilizados por aspectos do trabalho que tradicionalmente eram cobertos pelos empregadores.
A uberização do trabalho pode ser vista como um meio de monopolização de certas atividades econômicas por plataformas digitais, que concentram o controle sobre essas atividades. Isso ocorre porque plataformas como a Uber, por exemplo, dominam grandes partes do mercado de transporte privado urbano, agindo como intermediárias entre os prestadores de serviços (motoristas) e os usuários (passageiros). Esse controle sobre o trabalho por meio das plataformas resulta em uma centralização significativa do poder nas mãos das empresas que operam essas plataformas, definindo as condições de trabalho, preços, acesso ao mercado e outras regras sem negociação direta com os trabalhadores. Assim, a uberização contribui para a criação de novas formas de controle sobre o trabalho, mesmo que esse controle seja exercido de maneira diferente dos métodos tradicionais, implicando em novas dinâmicas de poder e influência econômica no mercado.

50
Q

A utilização de novas tecnologias na modernidade tem repercutido nas condições de trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado pelo aumento da mais valia e a consequente transformação do trabalhador tradicional em infoproletariado.

A

A “mais-valia” é um conceito marxista que descreve a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador mais a quantidade destinada à reprodução do próprio capital, representando também o lucro que é apropriado pelo capitalista. No contexto da modernidade, especialmente com a ascensão das tecnologias da informação, há um aumento da mais-valia devido à capacidade dessas tecnologias de intensificar o trabalho e aumentar a produtividade sem necessariamente elevar a remuneração dos trabalhadores. Esse processo, combinado com a terceirização e a precarização, transforma trabalhadores tradicionais em “infoproletariado” - um termo que descreve trabalhadores submetidos às novas formas de exploração no setor de tecnologia da informação.

51
Q

“[…] estamos presenciando uma desconstrução do trabalho sem precedentes em toda era moderna, ampliando os diversos modos de ser da precarização e do desemprego estrutural.
Resta para a ‘classe-que-vive-do-trabalho’ oscilar, ao modo dos pêndulos, entre a busca de qualquer ‘labor’ ou a vivência do desemprego.”
ANTUNES, Ricardo. As configurações do trabalho na sociedade capitalista. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rk/v12n2/01.pdf

A

Veja que o texto cita uma “desconstrução do trabalho sem precedentes” e a expansão de “modos de ser da precarização e do desemprego estrutural,” indicando uma crise estrutural no mercado de trabalho. Isso significa que as mudanças observadas não são meramente oscilações temporárias ou sazonais, mas sim transformações profundas nas relações de trabalho, impulsionadas por fatores como a globalização, o
avanço tecnológico, a automação e a financeirização da economia.
Essas transformações levam a um aumento do desemprego estrutural, onde a falta de empregos torna-se um problema crônico, não apenas devido a recessões econômicas temporárias, mas como resultado direto da forma como o trabalho e a
produção estão organizados na sociedade capitalista contemporânea. Além disso, quando há empregos disponíveis, eles frequentemente se caracterizam por serem informais e precarizados, oferecendo pouca estabilidade, segurança e direitos trabalhistas, o que deteriora ainda mais as condições de vida dos trabalhadores

52
Q

A teoria feminista na sociologia

A

A teoria feminista na sociologia destaca como as estruturas sociais perpetuam desigualdades de gênero, impactando as escolhas de carreira, as condições de trabalho e as oportunidades de ascensão profissional das mulheres. A discriminação de gênero, muitas vezes sutil e sistêmica, contribui para a prevalência de formas de emprego inseguras e precárias entre as mulheres. A flexibilização do trabalho, nesse contexto, pode ser uma estratégia que perpetua a desigualdade de gênero, oferecendo menos estabilidade e segurança às trabalhadoras.

53
Q

Segundo a teoria social da divisão sexual do trabalho, sabemos que apesar de ser uma divisão simples não é definida por o que cada sexo é de maneira natural, mas sim pela expectativa social sobre os gêneros. Ou seja, a sociedade cria estereótipos do que é ser homem ou mulher na sociedade e a partir disso faz uma divisão social que historicamente associou à mulher a esfera da reprodução (esfera provada) e ao homem a esfera da produção (esfera pública).

A
  • Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW):
    Adotada em 1979, a CEDAW é um tratado internacional que estabelece os direitos das mulheres e define a discriminação contra as mulheres. Muitos países ratificaram este tratado, comprometendose a tomar medidas para eliminar a discriminação de gênero.
  • Plataforma de Ação de Pequim: Resultante da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres em 1995, esta plataforma aborda questões críticas relacionadas aos direitos das mulheres, incluindo empoderamento econômico, acesso à educação e participação igualitária em todas as esferas da vida.
  • Convenção sobre Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos (Convenção 189): Embora seja uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a OIT faz parte do Sistema das Nações Unidas. Esta convenção destaca os direitos das trabalhadoras domésticas, reconhecendo a necessidade de proteção contra a discriminação e o tratamento injusto.
54
Q

Karl Marx - Max Weber - Émile Durkheim.

A
  1. Karl Marx abordou o trabalho como valor, na medida em que ele é a fonte de toda a riqueza. Para Marx, o trabalho é a atividade fundamental do homem, pois é por meio dele que o homem transforma a natureza e cria a sua própria existência. O trabalho é também uma fonte de exploração, pois o trabalhador é expropriado do valor de seu trabalho pelo capitalista.
  2. Max Weber abordou o trabalho como racionalidade capitalista, na medida em que ele é baseado na eficiência e na lógica. Para Weber, o capitalismo é um sistema racional, que se baseia na eficiência e na busca do lucro. O trabalho é um elemento fundamental do capitalismo, pois é por meio dele que o capital é acumulado.
  3. Émile Durkheim abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, na medida em que ele é um meio de integração social. Para Durkheim, o trabalho é uma das principais formas de interação social, pois é por meio dele que os indivíduos se relacionam uns com os outros e se integram à sociedade.
55
Q

Segundo Durkheim, a solidariedade social é a força que mantém os indivíduos unidos em uma sociedade. Ele identifica dois tipos principais de solidariedade, cada um associado a diferentes estágios de desenvolvimento social:

A

Consciência Coletiva:
Nas sociedades tradicionais e pré-modernas, a solidariedade é mantida principalmente pela consciência coletiva. A consciência coletiva representa as crenças, valores, normas e símbolos compartilhados por membros de uma sociedade. A coesão social nessas sociedades é baseada na semelhança e na homogeneidade cultural, onde os indivíduos têm um conjunto comum de crenças e práticas.

Divisão do Trabalho Social:
À medida que as sociedades evoluem, Durkheim argumenta que a solidariedade se transforma de uma base de consciência coletiva para uma base na divisão do trabalho social. Nas sociedades modernas e industrializadas, a interdependência econômica e funcional entre os indivíduos torna-se mais proeminente.
A solidariedade agora é sustentada pela especialização ocupacional e pela interação complexa entre diferentes funções sociais.

56
Q

Solidariedade Mecânica:

A

Refere-se à forma de integração social predominante em sociedades tradicionais e pré-modernas. Nesses contextos, a coesão social é baseada na semelhança e na homogeneidade cultural. Os indivíduos compartilham crenças, valores e normas comuns, resultando em uma consciência coletiva forte. A solidariedade mecânica é observada em sociedades onde a divisão do trabalho é mínima, e os membros têm
papéis sociais semelhantes.

57
Q

Solidariedade Orgânica:

A

Por outro lado, a solidariedade orgânica é característica das sociedades modernas e industrializadas. Essa forma de integração social é baseada na interdependência funcional e na especialização ocupacional. À medida que as sociedades evoluem, a divisão do trabalho torna-se mais complexa, e os indivíduos dependem uns dos outros para a realização de tarefas específicas. A solidariedade orgânica resulta da interconexão e complementaridade das funções sociais especializadas.
Portanto, a distinção entre solidariedade mecânica e orgânica está enraizada na natureza das relações sociais e nos mecanismos que mantêm a coesão em diferentes tipos de sociedades ao longo do desenvolvimento social. Essa concepção é fundamental para a compreensão da teoria sociológica de Durkheim sobre a
evolução das formas de solidariedade nas sociedades.

58
Q

Relação entre divisão do trabalho e produtividade do trabalho para Adam Smith:
Adam Smith enfatizava a especialização e a divisão do trabalho como meios de aumentar a eficiência. Ele não abordava a importância de os trabalhadores desenvolverem o maior número possível de aptidões, mas sim de se especializarem em tarefas específicas.

A

I. a produtividade do trabalhador aumenta se ele puder se dedicar a um número pequeno de operações.
Segundo os estudos de Adam Smith na fábrica de alfinetes, a especialização das atividades do trabalhador aumentaria a produtividade.
II. quanto menor for o número de operações executadas por cada trabalhador, menor será o tempo perdido a passagem de uma operação a outra.
A eficiência e produtividade aumentam conforme o processo de especialização.

59
Q

O livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, escrito em 1776, no contexto da Primeira Revolução Industrial, desenvolve uma análise do surgimento do capitalismo industrial e foi considerado o primeiro estudo científico do capitalismo, dando origem a uma escola do pensamento econômico, conhecida como Escola Clássica. Adam Smith tinha como preocupação saber qual era a causa da riqueza da nação, de grupos e de pessoas individuais.

A

Para Adam Smith o principal fator era o trabalho produtivo especializado, porque ele diminui os tempos ociosos, evitando que o trabalhador perca tempo, mudando de atividade, aumenta a destreza do trabalhador e incentiva a sua capacidade inventiva.

60
Q

A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. As transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por esses acontecimentos criaram a impressão generalizada de que a Europa vivia o alvorecer de uma nova sociedade.
MUSSI, Ricardo. Apontamentos sobre o nascimento da sociologia. Blog Boitempo, 23/11/2012.

A

A Sociologia surgiu como uma disciplina acadêmica no século XIX, como
uma resposta à crise social e política do século XVIII, buscando compreender a sociedade de forma científica. O surgimento da Sociologia teve como principais influências o Iluminismo e o Positivismo, que buscavam uma compreensão objetiva da sociedade e das relações sociais.
O pensamento Iluminista caracterizou-se, entre outros aspectos,
pela defesa da razão como “meio”, sendo que a partir da racionalidade seria possível explicar os diferentes fenômenos da realidade, com vistas ao progresso da sociedade. Essas ideias foram compartilhadas pelo Positivismo, corrente formadora da Sociologia. Com efeito, ressalta-se que a ideia de Revolução aqui pode ter dois sentidos: um, direcionado a mudanças sociais mais profundas, no sentido da Revolução Francesa; outro, a partir da concepção filosófico-positivista, isto é, como revolução de pensamento e de mudanças gradualmente evolutivas na sociedade, ou seja, revolução no sentido de evolução.

61
Q

Subjugação de gênero no mercado de trabalho

A

A disparidade salarial entre homens e mulheres é mostrada em uma pesquisa realizada pelo Banco Nacional de Empregos (BNE) em seu sistema de vagas. A maior diferença salarial pode ser verificada em 20 funções, que têm índices superiores à taxa de 20% – pesquisa da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, mostra que as mulheres ganham em média 20,5% a menos que os homens no Brasil. Essa diferença segue em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. De acordo com o BNE, a maior diferença se encontra na área de tecnologia: para desenvolvedor front-end, a variação entre os salários em favor dos homens foi de 63,2%. Nessa lista há cargos de liderança, como gerentes e supervisores, e também funções como auxiliares e analistas. De acordo com o BNE, “isso demonstra que a desigualdade afeta as mulheres em todos os níveis hierárquicos e em diversos segmentos, dada a variedade de áreas listadas”
(G1. Abr/2022)

62
Q

O fato social segundo Durkheim

A

O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-os a se adaptar às regras da sociedade onde vivem.
O “fato social” é um conceito central na obra de Durkheim, referindo-se a maneiras coletivas de pensar, sentir e agir que são externas ao indivíduo e exercem uma pressão sobre ele.

63
Q

Tipos de paralização sindical

A

a) Operação Tartaruga: A operação tartaruga envolve uma redução deliberada da produtividade por parte dos trabalhadores, visando pressionar os empregadores. Geralmente, essa redução é gradual e prolongada.
b) Paralisação Relâmpago: Uma paralisação relâmpago envolve uma interrupção rápida e imprevista das atividades por parte dos trabalhadores, geralmente organizada de forma coordenada e sem aviso prévio.
c) Greve de Zelo: A greve de zelo é uma estratégia sindical em que os trabalhadores executam suas tarefas estritamente conforme as normas e regulamentos, desacelerando o ritmo de trabalho para evidenciar problemas ou reivindicações
d) Locaute: O locaute é uma ação em que os empregadores impedem o acesso dos trabalhadores ao local de trabalho como forma de pressão durante uma negociação trabalhista.
e) Lista Negra: Uma lista negra geralmente refere-se a uma prática ilegal em que empregadores discriminam ou retaliam trabalhadores por participarem de atividades sindicais ou greves.

64
Q

Movimentos sociais

A

Os sindicatos são parte de um movimento social no qual as classes trabalhadoras se inserem no sentido de promoverem uma democracia de massa e criarem condições para uma emancipação generalizada dos
trabalhadores, a qual seria capaz de valorizar o seu estatuto.
Enquanto parte de um movimento social, ou ainda, enquanto principais organizações do movimento operário, os sindicatos foram historicamente os protagonistas de mobilizações rebeldes destinadas a fazer chegar as queixas dos mais desfavorecidos junto de quem se encontrava no poder

65
Q

Instituições do mercado de trabalho

A

Por sua vez, os sindicatos como instituições do mercado de trabalho das economias capitalistas são atores do mercado de trabalho, que se encontram em qualquer sociedade democrática e capitalista onde o trabalho é realizado a troco de um salário e onde os trabalhadores possuem liberdade de associação, os sindicatos são portadores de uma “voz” que articula interesses e congrega exigências. Como defende Leôncio Martins Rodrigues (1999, p.77), “[…] o foco de análise desloca-se para as estruturas, para o aparelho sindical, para seu funcionamento dentro da sociedade e do sistema político, para a negociação mais do que para o conflito”. Daí que para este autor pensar o sindicalismo como instituição signifique apreendê-lo também como “estrutura burocrática e como sistema de dominação”.

66
Q

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) já havia reconhecido o direito de sindicalização antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. A OIT, começou a desenvolver normas internacionais do trabalho que incluíam o reconhecimento e a proteção do direito à liberdade sindical e à organização dos trabalhadores bem antes da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A

A diferença significativa está no fato de que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi o primeiro documento a reconhecer o direito de sindicalização como parte de uma declaração global de direitos humanos, enquanto os documentos anteriores da OIT eram mais especificamente focados em questões trabalhistas e dirigidos principalmente à comunidade trabalhista e aos estados membros da OIT.
Portanto, a inclusão do direito de sindicalização na Declaração Universal dos Direitos Humanos ampliou o alcance do reconhecimento deste direito como um direito humano fundamental, reafirmando e complementando o trabalho já realizado pela OIT.

67
Q

Foi relevante uma lei aprovada pelo velho Parlamento, que sancionou legalmente a oposição entre proletariado e burguesia, com esta elevada à categoria de classe dominante. A lei em questão, aprovada em 1824, anulava todas as disposições precedentes que, até então, proibiam aos operários associar-se para a defesa de seus interesses. Os operários conquistaram assim um direito que, até esta data, era um privilégio reservado à aristocracia e à burguesia: a liberdade de associação. ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2008 (adaptado).

A

Corporações de ofício: As corporações de ofício eram organizações de artesãos e comerciantes medievais que regulavam o trabalho em diferentes ofícios, mas não representavam necessariamente os interesses dos
trabalhadores assalariados.

Juntas comerciais: As juntas comerciais lidam principalmente com questões relacionadas ao comércio e à administração dos negócios, não se tratando de organizações voltadas para a defesa dos interesses dos trabalhadores.

Organizações sindicais: Os sindicatos são entidades que representam os interesses coletivos dos trabalhadores em relação às condições de trabalho, salários, benefícios, entre outros. A liberdade de associação concedida aos operários possibilitou a formação dessas organizações. Portanto, essa é a
alternativa correta.

Cooperativas manufatureiras: Embora as cooperativas possam ser uma forma de associação entre trabalhadores, o contexto descrito no texto refere-se especificamente à liberdade de associação concedida aos operários para a defesa de seus interesses, não necessariamente para a formação de cooperativas manufatureiras.

68
Q

Sobre o sindicalismo no Brasil

A

O sindicalismo no Brasil teve origens distintas e tempos de desenvolvimento
diferentes no campo e na cidade. Inicialmente, foi mais proeminente em áreas urbanas e industriais, especialmente com trabalhadores da indústria e do comércio, antes de se expandir para áreas rurais.

Com a Era Vargas, iniciou-se no Brasil o modelo de sindicalismo corporativista, em que os sindicatos foram integrados ao Estado e sujeitos a um controle mais rigoroso, com a criação do Ministério do Trabalho e a implementação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O “novo sindicalismo” ocorreu em fins dos anos 1970 e na década seguinte tendo como uma de suas características principais uma atuação assistencial.
Embora o “novo sindicalismo” tenha emergido no final dos anos 1970 e
continuado na década de 1980, sua principal característica não era a atuação assistencialista, mas sim a luta contra a ditadura militar, por melhores condições de trabalho e democracia nas relações sindicais.

Embora o período da Ditadura Militar tenha representado um tempo de
repressão e dificuldades para o sindicalismo, os movimentos não estavam necessariamente em sua “maior crise”. Havia resistência e, em alguns casos, o sindicalismo ainda conseguiu mobilizações significativas.

Embora seja verdade que o sindicalismo ganhou nova força com o fim da ditadura e a redemocratização do país, ele já começava a ressurgir no final dos anos 70, a partir das ondas de greve no ABC pauilista, e durante os anos 80 com o “novo sindicalismo”, associado ao surgimento de lideranças como
Luiz Inácio Lula da Silva e ao movimento das Diretas Já.

69
Q

Na Greve de 1917 em São Paulo, os conflitos propagaram-se a partir do Cotonifício* Crespi, com cerca de 2 mil trabalhadores; em pouco tempo, congregaram 50 mil pessoas numa cidade de 400 mil habitantes. Entre sociedades de classes, as quais eram combativas, políticas e de identidade étnica, havia sido organizado em março daquele ano, pouco antes da eclosão da greve, o Comitê Popular de Agitação contra a exploração das crianças. Por meio de enquetes, reuniões e palestras, o Comitê procurava revelar as relações de trabalho a que os menores estavam sujeitos: jornadas extenuantes e graves acidentes. Nas notícias de jornais, era comum
encontrar casos como o de José, de 12 anos, que teve o braço esmagado por uma máquina amassadeira da fábrica de biscoitos “A Fidelidade”, e Henrique Guido, de 8 anos, que teve os dedos decepados numa oficina da Barra Funda.

A

A CLT foi implementada em 1943, muito depois da Greve de 1917. Além disso, as reivindicações da greve não estavam especificamente focadas na implementação da CLT, que ainda não existia naquele tempo.

Embora a Greve de 1917 tenha causado um impacto significativo e
levado a algumas reformas trabalhistas, não houve uma resposta direta do presidente Venceslau Brás que implementasse especificamente a igualdade salarial entre homens e mulheres ou tornasse ilegal o trabalho infantil em todo o setor têxtil.

A greve de 1917 foi impulsionada, entre outros fatores, pelos baixos salários (não obstante o cenário de alta inflação), multas contra os trabalhadores, acidentes, jornadas extenuantes, e falta de regulamentação do trabalho de menores.

O trabalho infantil não era considerado ilegal na época da greve de 1917; na
verdade, era uma prática comum. As leis que regulamentavam e restringiam o trabalho infantil foram implementadas posteriormente, e a regulamentação mais estrita veio com a legislação trabalhista de Vargas, mas bem depois de 1917.

70
Q

A greve de 1917, bem como outras ações do movimento operário da época,
contou significativamente com a participação de imigrantes italianos e outros, muitos dos quais eram influenciados por ideologias anarquistas. Essas influências ajudaram a formar as lideranças e moldar as estratégias do movimento.

A

Greve de 1917: O movimento iniciou-se em julho na capital paulista, quando, descontentes com a decisão da empresa de prolongar o trabalho noturno, os operários do Cotonifício Crespi paralisaram suas atividades para reivindicar aumento salarial, abolição de multas e regulamentação do trabalho da mulher e do menor. Em 26 de junho, foi deflagrada uma greve em outra empresa têxtil da capital. No dia 7 do mês seguinte, entraram em greve os empregados da fábrica de bebidas Antártica, reivindicando aumento salarial e fixação de nove horas de trabalho. Ao mesmo tempo, tiveram início os conflitos entre a Força Pública e a massa popular diante do cotonifício e da Antártica. Um conflito armado na porta da fábrica têxtil Mariângela entre os grevistas e uma tropa da Força Pública provocou a morte de um sapateiro anarquista, Antonio Martinez, cujo enterro se transformou numa manifestação popular que paralisou totalmente a capital paulista. Embora considerada ilegal, a greve em seguida se generalizou, polarizando não só fábricas mas também os transportes urbanos e as ferrovias.

71
Q

Meios de produção

A

Meios de produção compreendem recursos materiais, como terra e máquinas, não
abordando diretamente a relação social

72
Q

Relações de produção

A

Referem-se à organização social e às interações entre classes, o que é central para entender o modo de produção

73
Q

Forças produtivas

A

Conceito de origem marxista, as forças produtivas, também designadas por ‘forças de produção’, são constituídas pelos meios de produção - capitais, terras, matérias-primas, ferramentas e equipamentos -, pelos métodos e técnicas de utilização e pelos trabalhadores.

74
Q

Teoria social da divisão sexual do trabalho

A

Segundo a teoria social da divisão sexual do trabalho, sabemos que apesar de ser uma divisão simples não é definida por o que cada sexo é de maneira natural, mas sim pela expectativa social sobre os gêneros. Ou seja, a sociedade cria estereótipos do que é ser homem ou mulher na sociedade e a partir disso faz uma divisão social que historicamente associou à mulher a esfera da reprodução (esfera provada) e ao homem a esfera da produção (esfera pública).

75
Q

Políticas de combate à discriminação de gênero

A
  1. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW): Adotada em 1979, a CEDAW é um tratado internacional que estabelece os direitos das mulheres e define a discriminação contra as mulheres. Muitos países ratificaram este tratado, comprometendose a tomar medidas para eliminar a discriminação de gênero.
  2. Plataforma de Ação de Pequim: Resultante da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres em 1995, esta plataforma aborda questões críticas relacionadas aos direitos das mulheres, incluindo empoderamento econômico, acesso à educação e participação igualitária em todas as esferas da vida
  3. Convenção sobre Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos
    (Convenção 189): Embora seja uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a OIT faz parte do Sistema das Nações Unidas. Esta convenção destaca os direitos das trabalhadoras domésticas, reconhecendo a necessidade de proteção contra a discriminação e o tratamento injusto.
76
Q

Autores clássicos e o Trabalho

A
  • Para Adam Smith o trabalho era fonte de riqueza.
  • David Ricardo não abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, mas sim como uma fonte de lucro.
  • Para Vilfredo Pareto o trabalho é um meio de integração social, pois é por meio dele que os indivíduos se relacionam uns com os outros e se integram à sociedade
  • Thomas Malthus não abordou o trabalho como valor, mas sim como um fator que limita o crescimento populacional.
  • John Rawls não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como um meio de justiça social.
  • John Stuart Mill não abordou o trabalho como racionalidade capitalista, mas sim como uma atividade que deve ser livre e responsável.
77
Q

Karl Marx e o trabalho

A

Karl Marx abordou o trabalho como valor, na medida em que ele é a fonte de toda a riqueza. Para Marx, o trabalho é a atividade fundamental do homem, pois é por meio dele que o homem transforma a natureza e cria a sua própria existência. O trabalho é também uma fonte de exploração, pois o trabalhador é expropriado do valor de seu trabalho pelo capitalista.
Marx argumenta que, no capitalismo, o operário é alienado dos meios de produção e do resultado de seu trabalho, pois não possui os meios de produção e é forçado a vender sua força de trabalho, tornando-se estranho aos produtos que cria.

Para Marx, o Estado funciona como um instrumento da classe dominante, mantendo e legitimando a ordem social que serve aos interesses da burguesia, refletindo e reforçando a estrutura de classes.

78
Q

Karl Marx e o Fetichismo

A

Segundo Marx, o fetichismo é uma relação social entre pessoas, mediada por coisas. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas, como pessoas.
O fetichismo da mercadoria foi lido simplesmente como representações falsas produzidas na produção capitalista que ocultam o verdadeiro aspecto dessa produção. Disso foi um pulo para a crença de que a superação do fetichismo se dá com o conhecimento da mais-valia e com a leitura de Marx

79
Q

Max Weber e o trabalho

A

Max Weber abordou o trabalho como racionalidade capitalista, na medida em que ele é baseado na eficiência e na lógica. Para Weber, o capitalismo é um sistema racional, que se baseia na eficiência e na busca do lucro. O trabalho é um elemento fundamental do capitalismo, pois é por meio dele que o capital é acumulado.

80
Q

Max Weber

A

O conceito de “desencantamento do mundo” é fundamental na obra de Max Weber, especialmente ao abordar as transformações sociais e culturais associadas à Modernidade. Para Weber, esse fenômeno reflete a crescente racionalização e secularização da sociedade, onde explicações tradicionais baseadas no sagrado ou no mágico são substituídas por visões de mundo governadas por leis e regras impessoais.
Weber não sugere que houve um desaparecimento total das religiões formalizadas, mas sim
uma mudança na forma como o mundo é compreendido e explicado.

81
Q

Émile Durkheim e o trabalho

A

Émile Durkheim abordou o trabalho como elemento de interação do indivíduo na sociedade, na medida em que ele é um meio de integração social. Para Durkheim, o trabalho é uma das principais formas de interação social, pois é por meio dele que os indivíduos se relacionam uns com os outros e se integram à sociedade.

82
Q

Segundo a perspectiva de Durkheim - Solidariedade Mecânica:

A

Refere-se à forma de integração social predominante em sociedades tradicionais e pré-modernas. Nesses contextos, a coesão social é baseada na semelhança e na homogeneidade cultural. Os indivíduos compartilham crenças, valores e normas comuns, resultando em uma consciência coletiva forte. A solidariedade mecânica é observada em sociedades onde a divisão do trabalho é mínima, e os membros têm papéis sociais semelhantes.

83
Q

Segundo a perspectiva de Durkheim - Solidariedade Orgânica:

A

Por outro lado, a solidariedade orgânica é característica das sociedades modernas e industrializadas. Essa forma de integração social é baseada na interdependência funcional e na especialização ocupacional. À medida que as sociedades evoluem, a divisão do trabalho torna-se mais complexa, e os indivíduos dependem uns dos outros para a realização de tarefas específicas. A solidariedade orgânica resulta da interconexão e complementaridade das funções sociais especializadas.
Portanto, a distinção entre solidariedade mecânica e orgânica está enraizada na natureza das relações sociais e nos mecanismos que mantêm a coesão em diferentes tipos de sociedades ao longo do desenvolvimento social. Essa concepção é fundamental para a compreensão da teoria sociológica de Durkheim sobre a evolução das formas de solidariedade nas sociedades.

84
Q

Segundo Durkheim, a solidariedade social é a força que mantém os indivíduos unidos em uma sociedade. Ele identifica dois tipos principais de solidariedade, cada um associado a diferentes estágios de desenvolvimento social:

A

Nas sociedades tradicionais e pré-modernas, a solidariedade é mantida principalmente pela consciência coletiva. A consciência coletiva representa as crenças, valores, normas e símbolos compartilhados por membros de uma sociedade. A coesão social nessas sociedades é baseada na semelhança e na homogeneidade cultural, onde os indivíduos têm um conjunto comum de crenças e práticas.

Divisão do Trabalho Social:
À medida que as sociedades evoluem, Durkheim argumenta que a solidariedade se transforma de uma base de consciência coletiva para uma base na divisão do trabalho social. Nas sociedades modernas e industrializadas, a interdependência econômica e funcional entre os indivíduos torna-se mais proeminente. A solidariedade agora é sustentada pela especialização ocupacional e pela interação complexa entre diferentes funções sociais.

85
Q

Adam Smith e o trabalho

A

Adam Smith enfatizava a especialização e a divisão do trabalho como meios de aumentar
a eficiência. Ele não abordava a importância de os trabalhadores desenvolverem o maior número possível de aptidões, mas sim de se especializarem em tarefas específicas.

86
Q

Divisão manufatureira do trabalho, um conceito desenvolvido por Karl Marx

A

A divisão manufatureira do trabalho, um conceito desenvolvido por Karl Marx para descrever a forma de organização do trabalho que surgiu na Inglaterra no século XVIII. A divisão manufatureira do trabalho caracteriza-se pela fragmentação do processo de produção em
tarefas simples e repetitivas, executadas por trabalhadores especializados.

87
Q

Divisão manufatureira do trabalho, um conceito desenvolvido por Karl Marx

A

A divisão manufatureira do trabalho pode levar a uma redução dos salários, mas isso não é uma consequência necessária. Em alguns casos, a divisão do trabalho pode levar a um aumento da produtividade e, consequentemente, dos salários.
A divisão manufatureira do trabalho pode reduzir a capacidade produtiva dos trabalhadores em um curto prazo, pois exige que eles se especializem em tarefas simples e repetitivas. No entanto, no longo prazo, a divisão do trabalho pode aumentar a produtividade dos trabalhadores, pois permite que eles se concentrem em uma única tarefa e desenvolvam habilidades e conhecimentos especializados.

88
Q

Divisão manufatureira do trabalho, um conceito desenvolvido por Karl Marx

A

A divisão manufatureira do trabalho acarreta o empobrecimento do trabalhador em conhecimento e controle sobre o trabalho. Isso ocorre porque a fragmentação do processo de produção torna o trabalho mais simples e repetitivo, o que reduz a necessidade de conhecimento e habilidades dos trabalhadores. Além disso, a divisão do trabalho também leva à separação entre concepção e execução do trabalho, o que reduz o controle dos trabalhadores sobre o seu próprio trabalho.
A divisão manufatureira do trabalho pode dar origem à produção em massa, mas isso não é uma consequência necessária. A produção em massa pode ser obtida por outros meios, como a mecanização do trabalho.
A divisão manufatureira do trabalho não acarreta necessariamente o aparecimento da máquina no processo de trabalho. A máquina pode ser introduzida no processo de trabalho de forma independente da divisão do trabalho.

89
Q

Ludismo

A

O Ludismo, movimento operário que eclodiu na Inglaterra no início do século XIX, foi por muito tempo interpretado como uma ação desesperada e ineficaz contra a mecanização da indústria. No entanto, estudos recentes, como os do historiador Eric Hobsbawm, oferecem uma visão mais complexa e nuançada do movimento.
Não há registro de vitórias expressivas do Ludismo em termos de leis trabalhistas.
A quebra de máquinas era um ato simbólico e estratégico, não apenas irracional.
Os luditas não se organizavam em sindicatos, mas sim em sociedades secretas e grupos locais.
A destruição de máquinas causava prejuízos aos patrões e chamava atenção para as precárias condições de trabalho.

90
Q

Organizações de trabalhadores e o ludismo

A

As condições deploráveis de trabalho e a intensa exploração fizeram com que os trabalhadores passassem a se organizar e a manifestar a sua insatisfação. Um dos primeiros exemplos da organização dos trabalhadores contra a precarização ocasionada pela industrialização do trabalho ficou conhecida como ludismo.
O ludismo foi um movimento de trabalhadores que lutaram contra a mecanização do trabalho. Os ludistas entendiam que as máquinas, além de estarem roubando os empregos dos seres humanos, contribuíram para a redução salarial do trabalhador e, assim, era algo que devia ser destruído.

91
Q

O Ludismo e a Tecnologia

A

Uma observação importante é que os ludistas não podem ser vistos como tecnofóbicos. A ação dos ludistas era exclusivamente uma reação contra a precarização que a industrialização gerou em suas vidas, e essa ação era estratégica e visava pressionar os patrões. Esse movimento teve início em Nottingham, em 1811, e existiu em toda a Inglaterra em 1816. Registraram-se movimentos ludistas também em outras partes da Europa, como na Bélgica.

92
Q

Cartismo

A

As primeiras revoltas operárias na Inglaterra responsabilizaram as máquinas pelas condições precárias. Contudo, os operários perceberam que os responsáveis eram os donos das fábricas, que pagavam baixos salários e não ofereciam os direitos necessários para uma boa condição de trabalho, como descanso semanal, férias e uma jornada menos exaustiva. Assim sendo, surgiu o Cartismo, que foi o mais conhecido movimento operário inglês do século XIX que lutou contra a exploração dos trabalhadores.

93
Q

Revolução Industrial

A

A Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha no século XVIII, representou um marco histórico de profundas transformações na sociedade. Através da mecanização da produção, novos métodos de trabalho e desenvolvimento tecnológico, a indústria vivenciou um salto de produtividade, impactando diversos âmbitos da vida humana.
A Segunda Revolução Industrial teve início na segunda metade do século XIX, caracterizada pelo uso do petróleo, eletricidade e produção em massa, além da expansão para países como França, Bélgica, EUA e Alemanha.

94
Q

Revolução Industrial

A

A Inglaterra foi o primeiro país a realizar o processo da Revolução Industrial, impulsionada por suas reservas de carvão e ferro, além de um ambiente político e econômico favorável após as revoluções burguesas e o estabelecimento de políticas protecionistas.
A Revolução Industrial causou insatisfação em diversos setores da sociedade, principalmente entre os trabalhadores. O Ludismo, movimento que destruía máquinas como forma de protesto, é um exemplo dessa insatisfação.

95
Q

Revolução Industrial

A

A realidade era de longas jornadas de trabalho, baixos salários, péssimas condições de trabalho e ausência de proteção social para os trabalhadores, gerando grande insatisfação.
A industrialização implicou na exploração da mão de obra, especialmente de mulheres e crianças, que trabalhavam em jornadas extenuantes por baixos salários e em condições precárias.