Síndromes hipertensivas Flashcards

1
Q

Quais são as síndromes hipertensivas na gestação?

A
  • Hipertensão arterial crônica (HAC): presença de hipertensão indentificada antes da 20ª semana
  • Pré-eclâmpsia/eclâmpsia: hipertensão arterial após a 20ª semana + proteinúria significativa
  • Pré-eclâmpsia sobreposta à HAC: aparecimento ou piora da proteinúria após a 20ª semana ou pacientes previamente hipertensas que necessitam aumento de doses ou associações com outros anti-hipertensivos
  • Hipertensão gestacional sem proteinúria: identificação da hipertensão em gestante previamente normotensa mas sem proteinúria ou manifestações de outros sinais/sintomas relacionados à pré-eclâmpsia. A pressão volta ao normal no puerpério.
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2
Q

Pré-eclâmpsia

A
  • Hipertensão: PA > ou = 140x90mmHg (duas medidas)
  • Proteinúria: >300mg/dL na urina de 24h ou relação proteína - creatinina urinária >0,3 mg/dL ou 1+ de proteína em amostra isolada
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3
Q

Eclâmpsia

A

Pacientes com pré-eclâmpsia evoluem com crise convulsiva tônico-clônica generalizada ou coma.

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4
Q

Fatores de risco para pré-eclâmpsia:

A
  • Nuliparidade
  • Idade materna >35 anos
  • Gestação múltipla
  • HAC
  • Trombofilias
  • História familiar de pré-eclâmpsia em parentes de primeiro grau
  • DM, LES, síndrome do anticorpo antifosfolipídico
  • IMC > ou =30 kg/m²
  • Doença renal crônica
  • Fertilização in vitro
  • Apneia obstrutiva do sono
  • História pessoal prévia de pré-eclâmpsia
  • Síndrome metabólica
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5
Q

Diagnóstico de Pré-Eclâmpsia

A
  • Gestante sem hipertensão prévia, PAS > ou = 140x90mmHg ou PAD > ou = 90mmHg, confirmada em duas aferições (intervalo maior ou igual a 4h entre as duas) com ou sem proteinúria e um ou mais dos sintomas abaixo:
    • Trombocitopenia <100.000 x 109/L
    • Insuficiência renal: creatinina sérica >1,1mg/dL ou aumento da creatinina sérica em duas vezes sem outras doenças renais
    • Piora na função hepática: aumento das transaminases séricas em duas vezes ou mais; Edema pulmonar
    • Persistência severa de dor epigástrica ou no quadrante superior direito sem outras causas diagnósticas
    • Início recente de cefaleia não responsiva a acetaminofeno sem outras causas diagnósticas ou distúrbios visuais
  • 20 semanas ou mais de gestação
  • Proteinúria
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6
Q

Se houver hipertensão, proteinúria e menos de 20 semanas de gestação…

A

Avaliar púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica, gestação molar, doença renal ou doença autoimune

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7
Q

Qual é a diferença entre pré-eclâmpsia e apenas hipertensão gestacional?

A
  • Hipertensão gestacional: paciente não apresenta hipertensão prévia, tem aumento presssórico após as 20 semanas porém sem proteinúria e sem os demais critérios para dx de pré-eclâmpsia. A hipertensão desaparece até 12 semanas após o parto.
  • Se a hipertensão persistir após 12 semanas do parto: hipertensão crônica
  • Na hipertensão cronica deve-se seguir as condutas clínicas e obstétricas recomendadas para pré-eclâmpsia
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8
Q

Sinais de gravidade de pré-eclâmpsia

A
  • PAD > ou = 110mmHg
  • Proteinúria > ou = 2g em 24h ou 2+ em TA urinária
  • Oligúria <500mL/d ou 25mL/h
  • Níveis séricos de creatinina > 12mg/dL
  • Sinais de encefalopatia hipertensiva: cefaleia, distúrbios visuais
  • Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito
  • Presença de esquizócitos em esfregaço de sangue periférico
  • Evidência clínica e/ou laboratorial de coagulopatia
  • Plaquetopenia <100.000/mm³
  • Aumento de enzimas hepáticas - AST ou TGO, ALT ou TGP, DHL - e de bilirrubinas

Fatores que sugerem pré-eclâmpsia grave: AVC, IC ou cianose, RCIU…

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9
Q

Pré-eclâmpsia precoce (características)

A
  • <34 semanas
  • Índice de resistência da artéria uterina alterado
  • Frequentemente RCIU
  • Resultados perinatais desfavoráveis
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10
Q

Pré-eclâmpsia tardia (características)

A
  • > ou = 34 semanas
  • Índice de resistência da artéria uterina geralmente normal ou discretamente aumentado
  • RCIU menos frequente
  • Resultados perinatais mais favoráveis
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11
Q

Prevenção da pré-eclâmpsia (quando e como)

A
  • Se antecedente de pré-eclâmpsia (pessoal ou familiar), HAC, obesidade, diabetes, doenças renais, doenças autoimunes, síndrome antifosfolipídica, gravidez múltipla
  • Doppler de artéria uterina no 1º trimestre (11 a 13 semanas)
  • Medicações:
    • Ácido acetilsalicílico 75-150 mg/d iniciado entre 12 a 16 semanas e mantido até 34-36 semanas ou ate o parto
    • Suplementação de cálcio se necessário
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12
Q

Conduta na pré-eclâmpsia grave:

A
  • Se <34 semanas:
    • Admissão hospitalar
    • Avaliação materno-fetal por 24h
    • Sulfato de magnésio
    • Anti-hipertensivos se PAD > ou = 110mmHg
    • Corticoides para maturidade pulmonar
    • Se síndrome HELLP, RCIU + oligoâmnio, doppler fetal com diástole reversa em artéria umbilical, sintomas persistentes, trombocitopenia ou trabalho de parto –> Parto pela via apropriada
    • Se nenhuma das anteriores, avaliação diária de condições materno-fetais, anti-hipertensivo se necessário
  • Se > ou = 34 semanas:
    • Parto pela via apropriada
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13
Q

Conduta mediante pré-eclâmpsia sem sinais de gravidade

Tratamento ambulatorial

A
  • Monitorar PA, redução de atividade física, pesagem diária
  • Não realizar dieta hipossódica
  • Avisar a paciente sobre os sintomas de iminência de eclâmpsia e sintomas de pré-eclâmpsia grave - procurar emergência obstétrica imediatamente
  • Controle laboratorial semanal:
    • hemograma com contagem de plaquetas
    • função renal: creatinina sérica
    • função hepática: transaminases hepáticas
  • Se suspeita de progressão de doença, repetir os exames acima
  • Não há necessidade de avaliações repetidas de proteinúria e a dosagem de ureia não deve ser realizada se não houver nítido comprometimento renal ou suspeita de síndrome hemolítico-urêmica
  • Vigilância do bem estar fetal e do crescimento fetal - USG obstétrica (a cada 3 semanas) com avaliação do volume de líquido amniótico semanalmente e Doppler fetal, Cardiotocografia semanal
  • Consultas ambulatoriais 1 vez por semana
  • Interrupção da gestação com 37 semanas (ou antes se não tiver as condições de monitoramento mencionadas)
  • Via de parto vaginal, podendo usar misoprostol e sonda de Foley para preparo de colo e uso de ocitocina na indução do parto
  • Usar anti-hipertensivos de forma prudente, considerando benefícios e riscos potenciais
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14
Q

Quando está recomendada a introdução de anti-hipertensivos?

A
  • Sempre que a PA atingir níveis iguais ou >150 e/ou 100 mmHg
  • Níveis = ou > 140 e/ou 90mmHg persistentes
  • Se a paciente se mostrar sintomática
  • Objetivo sempre de manter a PAD em torno de 85mmHg
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15
Q

Conduta mediante pré-eclâmpsia com sinais de gravidade:

A
  • 34 semanas de gestação ou mais: estabilização da paciente e interrupção da gestação. Se melhora da paciente e vitalidade fetal preservada, levar até o mais perto de 37 semanas
  • 24-33 + 6 semanas de gestação: tentar manter até 34 semanas
  • Anti-hipertensivo:
    • se PA<160x110 mmHg, anti-hipertensivo VO
    • se PA> ou = 160x110 mmHg, anti-hipertensivo IV + sulfato de magnésio
    • evitar quedas bruscas de PA (risco materno de AVC e infarto)
    • rastrear sintomas de iminência de eclâmpsia
  • Controle laboratorial: hemograma, função renal e função hepática
  • Avaliação do bem-estar e crescimento fetal:
    • cardiotocografia diária se 26 semanas de gestação ou mais + Doppler fetal 2 vezes na semana
  • Corticoide para amadurecimento pulmonar:
    • Betametasona 12mg IM a cada 24h por 48h
    • Dexametasona 6mg IM a cada 12h por 48h
  • Sulfato de magnésio para neuroproteção se <32 semanas e para prevenção de eclâmpsia em qualquer idade gestacional
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16
Q

Sinais de intoxicação pelo sulfato de magnésio

A
  • Ausência de reflexo patelar
  • FR<16 irpm
  • Diurese < 25mL/h
17
Q

Quando indicar resolução imediata da gestação após estabilização materna?

A
  • Síndrome de HELLP: hemólise, aumento de enzimas hepáticas, baixa contagem de plaquetas
  • Eclâmpsia
  • DPP ou sangramento vaginal na ausência de placenta prévia
  • Hipertensão grave refratária a tto > ou = 160x110mmHg
  • Edema agudo de pulmão/ comprometimento cardíaco
  • Trabalho de parto prematuro
  • Alterações na vitalidade fetal
  • Cefaleia persistente refratária a tto
  • Dor epigástrica ou em hipocondrio direito
  • Distúrbios visuais, motores ou sensoriais
  • AVC
  • Infarto
  • Insuficiência renal
  • Via de parto: cesárea nos casos de pré-eclâmpsia com sinais de gravidade e imaturidade do colo ou alterações na vitalidade fetal
18
Q

Agentes liberados para tratamento da crise hipertensiva em gestantes

A
  • Hidralazina 5mg IV
  • Nifedipino 10mg VO
  • Nitroprussiato de sódio 0,5 a 10 micro gramas/kg/min IV em bomba de infusão contínua
19
Q

Esquema de Zuspan (MgSO4 para prevenção e tratamento da eclâmpsia)

A
  • Dose inicial: 4g IV (bolus) administrados lentamente, 10 a 15 min
  • Dose de manutenção: 1g IV por h em bomba de infusão contínua
20
Q

Sinais clínicos de iminência de eclâmpsia

A
  • Cefaleia grave e persistente frontal e occipital
  • Epigastralgia
  • Visão turva
  • Fotofobia
  • Alteração do estado mental

Pacientes com sinais e sintomas de iminência de eclâmpsia devem receber sulfato de magnésio

21
Q

Tratamento da eclâmpsia

A
  • Decúbito elevado a 30º, devendo assegurar vias aéreas pérvias e oxigenação adequada
  • Catéter de 02, aspiração de secreções
  • Sonda vesical de Foley
  • Punção de veia central ou periférica calibrosa
  • Administração de sulfato de magnésio
  • Anti-hipertensivo
  • Estabilização materna e resolução da gestação independente da idade gestacional
22
Q

Qual o antídoto do sulfato de magnésio em caso de intoxicação?

A

Gluconato de cálcio a 10% - 10mL, IV, por 3 min

23
Q

Cuidados no puerpério

Eclâmpsia

A
  • Aferição da PA a cada 4h
  • Evitar AINEs
  • Manter sulfato de magnésio por 24h
  • Utilização de anti-hipertensivo no puerpério imediato
  • Evitar uso de medicações de supressão da lactação
  • Manter paciente internada por 72h
24
Q

Síndrome HELLP

A
  • Hemólise, aumento de enzimas hepáticas, plaquetopenia
  • Há ativação intravascular das plaquetas e lesão endotelial
  • Ocorre mais no 3º trimestre e pós parto
  • Dor no quadrante direito abdominal, náuseas e vômitos
  • Hipertensão e proteinúria podem não estar presentes
  • Alterações que indicam gravidade:
    • DHL > 1400 UI/L
    • TGO > 150 UI/L
    • TGP > 100 UI/L
    • ácido úrico > 7,8 mg/dL
25
Q

Tratamento da síndrome HELLP

A
  • UTI até que contagem de plaquetas tenha consistente elevação e DHL diminuição
  • Diurese > 100mL/h por 2h consecutivas sem infusão adicional rápida de fluidos ou sem diuréticos
  • Hipertensão bem controlada PAS em torno de 150 e PAD < 100 mmHg
  • Exames laboratoriais a cada 12h
  • Parto
  • Corticoterapia
  • Transfusão de plaquetas se <20.000/mm³ ou <50.000/mm³ na cesárea
26
Q

Complicações fetais da pré-eclâmpsia

A
  • RCIU
  • Oligodramnio
  • Parto prematuro espontâneo ou induzido
  • Alteração na vitalidade fetal
27
Q

Conduta na HAC não complicada

A
  • Controle com dieta hipossódica
  • Anti-hipertensivo (se PA > ou = 160x110mmHg) - Nifedipino ou Metildopa
  • Perda de peso
  • Acompanhamento ambulatorial e da vitalidade fetal- a partir de 34 semanas - e levar gestação até 40 semanas