Sensopercepção Flashcards

1
Q

Sensação x Percepção

A

Sensação: fenômeno passivo, físico e objetivo

Percepção: fenômeno ativo, psíquico e subjetivo

A distinção entre sensação e percepção é bem ilustrada na dissociação entre sensação intacta e prejuízo da percepção na agnosia (incapacidade de reconhecer objeto ou função).

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2
Q

Características da imagem perceptiva (real)

A

Corporeidade
Nitidez
Contornos precisos
Estabilidade
Influenciabilidade (indivíduo não consegue mudar a imagem arbitrariamente)
Extrojeção

Não é uma produção da mente. Imagem bem definida e compartilhada por pessoas diferentes.

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3
Q

Caracaterísticas da imagem representativa (representação)

A

Pouca nitidez
Pouca corporeidade
Imprecisa
Instável
Influenciável
Introjetada

Imagem na consciência sem sua presença externa objetiva

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4
Q

Hiperestesia

A

Percepções aumentadas anormalmente (atividade sensorial mais intensa, mais nítida).

Ex: uso de alucinógenos, mania, algumas epilepsias, autismo

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5
Q

Hipoestesia

A

Diminuição da capacidade perceptiva.

Ex: depressão, esquizofrenia (sintomas negativos)

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6
Q

Anestesia

A

Ausência de sensibilidade

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7
Q

Macropsia

A

Objetos são vistos maiores do que realmente são

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8
Q

Micropsia

A

Objetos são percebidos de forma menor do que realmente são

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9
Q

Dismegalopsia

A

Objetos são percebidos de forma anômala ou deformada

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10
Q

Ilusão

A

Percepção deformada de um objeto real e presente

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11
Q

Principais mecanismos da ilusões

A
  • Onírica: ilusões com rebaixamento do nível de consciência, geralmente visual. Ex: delirium
  • Catatímica: relacionada/influenciada por um estado afetivo intenso.
  • Desatenção
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12
Q

Alucinação

A

Percepção formada sem qualquer objeto ou estímulo sensorial externo. Percepção clara e definida de um objeto

A alucinação é vivenciada como um percepto normal

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13
Q

Alucinações visuais simples e complexas

A
  • Simples: ruídos, zumbidos (tinitus)
  • Complexas: audioverbais
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14
Q

Alucinações auditivas scheiderianas

A

Vozes de comando e vozes que comentam as ações do paciente

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15
Q

Classificação das alucinações visuais de acordo com o humor

A

Humor congruente x incongruente

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16
Q

Fotopsias

A

Alucinação visual simples (pontos brilhantes, cores…)

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17
Q

Alucinação visual cenográfica

A

Muito complexa, simulando uma cena

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18
Q

Transtornos que apresentam alucinações visuais

A

Típicas de organicidade; aparecem também em transtornos de personalidade ou estados ansiosos extremos (também pode ocorrer em esquizofrenia, intoxicações)

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19
Q

Principais transtornos com alucinações olfativas e gustativas

A
  • Ocorrem em quadros orgânicos (principalmente epilepsias)
  • Podem aparecer na esquizofrenia, em depressão grave ou lancolia (Cotard)
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20
Q

Alucinações liliputianas

A

Enxerga objetos minúsculos, principalmente pessoas pequenas

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21
Q

Alucinações guliveriana

A

Objetos são vistos como enormes ou gigantes

22
Q

Alucinações extracampina

A

Percebida fora do campo perceptivo

23
Q

Alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas

A

Geralmente visuais, ocorrem ao adormecer (hipnagógicas) e ao despertar (Hipnopompicas)

Ocorrem em pessoas saudáveis

24
Q

Pseudoalucinações

A

Não tem as características que conferem solidez a uma alucinação verdadeira. Se aproxima mais de uma representação subjetiva (pouca nitidez, pouca corporeidade, mais introjetada,…).

Vivências geralmente frágeis

Ocorre em estados afetivos alterados, transtornos de personalidade

As pseudoalucinações tem uma** relação estreita com as representações**, mas também apresentam características de percepção sensorial ou alucinações (vivacidade, definição, constância e aparente independência da vontade).

25
Q

Alucinose

A

O objeto é apreendido como uma experiência externa, porém o paciente mantém a crítica.

Mais comum em quadros orgânicos, uso de substância, uso crônico de etílicos.

26
Q

Sensação

A

Primeiro estágio do recebimento de informações externas.

Composta pelas vias visual, olfativa, cenestésica, proprioceptiva, auditiva, gustativa, tátil.

Recebimento, transformação e transmissão de dados sensoriais ao SNC.

A transformação dos dados sensoriais em informações sensoriais (e posteriormente atrelado a significado na forma de percepções em nível cortical) é influenciada pela atenção, afeto, expectativas culturais, contexto, experiências anteriores, memória e, acima de tudo, conceitos anteriores.

27
Q

Percepção

A

Processo ativo que constrói um mundo externo com base em moldes internos.

Na percepção, são acrescentados elementos da memória, do raciocínio, do juízo e do afeto.

EX:
O alimento é percebido no ambiente de forma mais rápida pelo faminto do que pelo saciado e, além disso, parece também mais apetitoso ao faminto;
Uma pessoa pode ser percebida por outra de uma determinada maneira antes do ato sexual e de outra, bem diferente, depois do mesmo ato.

28
Q

Representações mentais e diferenças da percepção normal

A

Representações mentais internas do mundo são recuperadas ativamente da memória (as vezes chamada de imagem mnêmica), “enxergar com os olhos da mente” ou “ouvir com os ouvidos da mente”.

Estudos de neuroimagem funcional mostraram que as mesmas áreas corticais estão envolvidas tanto na percepção quanto na representação visual. Os substratos neurais da percepção e da representação, no mínimo, se sobrepõem.

29
Q

Características da percepção

A
  1. Nitidez e completitude (apresenta contornos definidos, com um desenho completo e determinado).
  2. Corporeidade (as percepções são corpóreas, consistentes, vivas, com todo o frescor sensorial).
  3. Externalidade/extrojeção (aparecem no espaço objetivo externo).
  4. Constância/estabilidade (são constantes, podem ser facilmente retidas do mesmo modo, não se alteram).
  5. Independência da vontade do sujeito (são independentes da vontade, não podem ser evocadas ou modificadas arbitrariamente, e o indivíduo não consegue modificá¬la).
30
Q

Características da representação

A
  1. Pouca nitidez e incompletude (contornos indefinidos, borrados, com desenho incompleto, apenas alguns detalhes).
  2. Menor corporeidade (imagens mais fluidas, transparentes e inconsistentes).
  3. Internalidade/introjeção (aparecem no espaço objetivo interno – o “palco” mental, campo da consciência).
  4. Inconstância/instabilidade (as imagens rapidamente mudam de forma, se esvoaçam e devem ser criadas novamente).
  5. Dependência da vontade do sujeito (as representações dependem da vontade, podendo ser evocadas e modificadas arbitrariamente).
31
Q

Alucinação mnêmica (Kahlbaum)

A

Fenômeno em que surge no paciente a representação de uma vivência anterior com sensação viva de recordação, enquanto na realidade se trata de uma falsa recordação, ou seja, nada daquilo que foi “lembrado” pelo indivíduo realmente aconteceu.

É imposta ao indivíduo, que a aceita passivamente e passa a acreditar na falsa lembrança. Funciona de forma semelhante a uma inserção de pensamento, porém é vivenciada como um rendimento mnêmico.

32
Q

Um conjunto de qualidades modulam as percepções: …

A

familiaridade, estranheza, tonalidade afetiva e estado de ânimo.

33
Q

Alterações na qualidade das percepções

A
34
Q

Desrealização

A

A desrealização é a** vivência de estranheza do mundo percebido**.

O mundo passa a ser diferente, estranho, exótico, fantasmagórico, em que o indivíduo não encontra palavras para descrevêlo.

Nesse fenômeno não há alteração da sensação elementar, do juízo de realidade ou apreensão do significado dos objetos.

35
Q

Despersonalização

A

Na despersonalização ocorre uma vivência de estranhamento em relação ao próprio eu, em que o indivíduo se percebe diferente, incomum, perdendo a familiaridade consigo mesmo, geralmente associada a alterações de outras funções psíquicas

36
Q

Disestesias

A

Trocas de sensações que ocorrem em receptores dérmicos (dolorosos, de temperatura, táteis, de pressão). P ex, calor sentido como frio.

37
Q

Alteração da síntese da percepção

A
38
Q

Lesões corticais em xxxxxxxx podem causar agnosia.

A

áreas de associação perceptiva (lobos temporais e parietais)

39
Q

Prosopagnosia

A

Agnosia visual em que o sujeito não consegue reconhecer rostos humanos, inclusive o próprio.

40
Q

Agnosia tátil

A

Incapacidade de reconhecer objetos através do tato, apesar de sensibilidade tátil normal.

41
Q

Clivagem da percepção

A

O paciente é incapaz de estabelecer as relações costumeiras e presumidas entre duas ou mais percepções, ocorre quando não é feita a ligação entre diferentes modalidades sensoriais, e assim as sensações em si, embora de fato associadas, parecem ser bastante separadas e até mesmo em conflito. Ocorre em estados orgânicos e na esquizofrenia.

“Uma paciente assistindo televisão vivenciou uma sensação de competição entre a percepção visual e a percepção auditiva. Ela sentia que as duas não vinham da mesma fonte, mas estavam brigando por sua atenção e enviando mensagens opostas. A clivagem da percepção”

42
Q

Alucinações auditivas características da esquizofrenia

A

Especialmente características da esquizofrenia são as vozes que dizem os pensamentos do próprio paciente em voz alta, que fazem um comentário contínuo sobre as ações do paciente ou vozes que discutem vigorosamente entre si.

Elas se referem ao paciente na terceira pessoa

Algumas apresentações têm um valor semiológico maior pela sua grande frequência na esquizofrenia, como quando as vozes repetem o pensamento da pessoa (eco do pensamento) e quando o paciente ouve o próprio pensamento no mesmo momento em que pensa (sonorização do pensamento), da mesma forma como ouve o restante do mundo.

43
Q

Algumas alucinações auditivas são consideradas “sintomas de primeira ordem da esquizofrenia” (Schneider, 1959):

A

Pensamentos audíveis,
Vozes discutindo umas com as outras
Vozes comentando o comportamento do paciente.

Estas três perturbações da percepção, assim como outros sintomas de primeira ordem, representam uma enorme interferência nos limites do eu, na descriminação entre “Eu” e “não Eu”.

44
Q

Existe relação entre alucinação visual e demencia ?

A

Alucinações visuais são descritas nas demenecias (DA, senil, DV, DFT, Huntigon)

45
Q

Alucinações visuais na esquizofrenia

A

As alucinações visuais não são comuns na esquizofrenia, no entando ainda podem ocorrer “experiências perceptivas anômalas na modalidade visual” em pacientes esquizofrênicos, como, por exemplo, o paciente que embora reconhecendo um rosto, o considera distorcido.

Na esquizofrenia, é comum que o paciente descreva alucinações auditivas associadas a pseudoalucinações visuais.

Foram descritas cenas de alucinação elaboradas e vívidas em estados oniróides da esquizofrenia. Nestas condições também ocorre um estado alterado de consciência.

46
Q

Classificações da alucinações de sensações corporais

A

Podem ser superficiais, cinestésicas ou viscerais (não há consenso na terminologia)

  • Superficiais: afetam sensação cutânea.
    o Térmicas
    o Táteis (suaves, dolorosas…)
    o Hídricas
  • Cinestésicas: sensações nos músculos e articulações, frequentemente ligado a delírio somático bizarro.

* Viscerais: falsas percepções dos órgãos internos

Alguns autores de referem a alucinações cenestésicas como aquelas referentes a vísceras (ex: Cotard). Alucinações cinestésicas seriam as relacionadas ao movimento corporal e sua sensação (como na síndrome de Koro, em que o paciente descreve que seu pênis está encolhendo). Descrições também de a cabeça estar aumentando ou o corpo deslizando

47
Q

Pseudoalucinação, segundo Jaspers

A

Semelhante à percepção normal, com a exceção de que ocorre em um espaço subjetivo interno.

Experiência perceptiva que é figurativa e se manifesta em um espaço subjetivo interno e não no espaço objetivo externo, mas possui toda a nitidez e clareza de uma percepção normal e pode ser mantida inalterada.

Ocorre** independentemente da vontade do indivíduo** e, desta forma, **não pode ser evocada deliberadamente. **

48
Q

Psudoalucinação, segundo Clínica Psiquiátrica (USP)

A

Ocorre na esfera representativa, no qual a vivência é projetada no espaço interno, tem caráter de não ser reconhecida como pertencente ao próprio eu, sem apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real.

É caracterizada como imagem representativa por ter menor corporeidade, caráter de subjetividade, incompletude, porém difere da representação propriamente dita por ser constante, independente da vontade, imodificável e aceita passivamente pelo sujeito, o que determina seu núcleo patológico.

Natureza muito variável, geralmente não apresenta todas essas características.

Esse fenômeno alucinatório seria caracterizado pela sua objetividade psíquica (é imposto ao sujeito, associado à vivência de intensa realidade), porém carece de uma objetividade espacial (diferentemente da alucinação verdadeira, que possui um locus objetivável).

49
Q

Alucinose

A

Atualmente o termo alucinose se refere à percepção de uma imagem patológica com todas as características de uma imagem alucinatória (principalmente com nitidez bem característica) ; entretanto, ao contrário das alucinações, há **menor convicção de realidade e geralmente menor participação do eu **(diz-se ser um fenômeno “periférico ao eu”, com um distanciamento entre o eu e o fenômeno).

Paciente reconhece a experiência perceptiva como estranha ou patológica, fenômeno sem prejuízo da crítica do estado mórbido.

Frequentemente associada a quadros orgânicos: SPAs, estados infecciosos, metabólicos, traumas, epilepsia.

50
Q

Autoscopia

A

Experiência de ver a imagem de si mesmo em um espaço externo, sabendo que é você. Chamada de imagem fantasma no espelho, e é uma das anormalidades da unidade do eu.

51
Q

Autoscopia negativa

A

o paciente olha para o espelho e não vê nenhuma imagem

52
Q
A