Consciência Flashcards

1
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Diferentes definições

A

Muitos termos usados aqui são utilizados com significados diferentes em disciplinas ou autores diferentes, muitas vezes sobrepostos uns aos outros

De forma geral se define a consciência ao estado subjetivo de estar ciente de si e do ambiente.

Neurologico: ligado ao nível de consciência

Psicológica: soma das experiências conscientes, interação self-objeto, meio de contato ente indivíduo e realidade.

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2
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Consciência na fenomenologia

A

Na fenomenologia a consciência não funciona de forma passiva, a consciência é uma performance. Não é uma coisa em si, mas sim uma relação. Aos modos de relação chamamos de intencionalidade. Toda consciência é intencional, ela visa algo.
A consciência é subjetiva, tem caráter qualitativo e varia entre indivíduos.

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3
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Definição de Jaspers

A

“consciência é a atividade integradora dos fenômenos psíquicos”, o todo momentâneo da vida psíquica.
Possibilidade que se tome conhecimento da realidade naquele dado instante, via de inserção do ser no mundo.

Compara também a consciência como o palco no qual os fenômenos psíquicos acontecem.

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4
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Características descritas da consciência

A

Intencional: direcionada a objetos, sempre tem conteúdo

Integrada: é vivência na forma de um todo e não em seus fragmentos

Dimensões: vigilância, lucidez e autoconsciência

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5
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Vigilância (consciência)

A

Faculdade de permanecer deliberadamente alerta. Não é uniforme ou invariante, é flutuante e influenciada pelo meio externo e interno (medo, tédio…).

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6
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Lucidez

A

A consciência é inseparável de seu objeto de atenção consciente.

A lucidez é representada pela clareza do pensamento sobre determinado tópico (interno ou externo).

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7
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Hierarquia da consciência sobre outras funções psíquicas

A

Alterações na consciência levam a alterações nas outras funções psíquicas.
Se há alteração no nível de consciência, haverá uma alteração global no exame psíquico

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8
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estágios de rebaixamento quantitativo da consciência, segundo SIMS

A
  1. Turvação
  2. Sonolência
  3. Torpor
  4. Coma

Outros autores utilizam outros conceitos

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9
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estágios de rebaixamento quantitativo da consciência, usando os conceitos de obnubilação e sopor

A
  1. Obinubilação
  2. Torpor
  3. Sopor
  4. Coma
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10
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Obinubilação

A

Paciente sonolento, com dificuldade de se concentrar ou compreender o mundo.

Não assimila muito bem as informações do ambiente.

Pode parecer desperto por alguns momentos.

Diminuição do foco para atividades externas e uma direção para a sonolência.

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11
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Torpor

A

Não há dúvidas de uma sonolência importante, lentidão nas ações, fala arrastada, morosidade na sua intenção.

Reflexos e tônus muscular reduzidos. Reação apenas a estímulos enérgicos.

Apesar da sonolência ainda existe ato volitivo, mas a entrevista fica impossibilitada.

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12
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Sopor

A

Não existe ato espontâneo.

É possível conseguir resposta com estímulo muito intenso (doloroso).

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13
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Turvação

A

É uma deficiência de consciência, sonolência leve com ou sem agitação, com prejuízo na atenção e concentração.

A turvação representa graus menores de deficiência quantitativa da consciência, com prejuízo no pensamento, atenção, percepção e memória. Em geral tem uma percepção diminuída do ambiente. O paciente pode estar sonolento ou agitado

Nesse caso, a sonolência se refere a um estado de alerta e atenção diminuídos, fora do controle do paciente.

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14
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Sonolência

A

O paciente está “desperto”, mas cai no sono caso não haja estímulos externos (caso seja privado de estímulos sensoriais)

Apresenta lentidão nas ações, fala arrastada, morosidade de intenção, sonolência subjetiva.

Reflexos presentes e diminuídos, com tônus diminuído, evita estímulo doloroso.

Na psiquiatria é geralmente observada na superdosagem de drogas com efeito depressor.

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15
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

“Confusão”

A

Termo impreciso e com alto grau de discordância entre profissionais.

Sinais que indicam a perda da capacidade de um pensamento claro e coerente. Termo puramente descritivo, não se aplica a turvação.

Pode ocorrer tanto frente a perturbações orgânicas quanto funcionais.

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16
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estado onírico

A

Turvação da consciência, associada geralmente a alucinações visuais cénicas, ilusões ou pseudoilusões.
Marcado por grandes expressões de emoções (angústia, medo).

Ocorre em quadros orgânicos, psicoses exógenas e no delirium tremens.

17
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Dissociação da consciência

A

As funções psíquicas ficam desarticuladas durante a dissociação.

Virtualmente, qualquer função pode ser dissociada.

Muito comum na histeria e no TPB, muitas vezes ocorre após carga emocional, paciente parece estar aéreo, lento, ausente, vivendo uma própria realidade usando a psicomotricidade e consciência voltada para fragmentação. Costuma durar minutos ou horas, raramente por dias.

18
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estado Crepuscular

A

Vivências e estímulos externos não ficam acessíveis a luz da consciência devido a um estreitamento no campo da consciência.

Costuma surgir e desaparecer abruptamente, geralmente associado a amnésia lacunar e automatismos.

Interrupção bem definida da continuidade da consciência

Ocorrência de atos violentos ou ataques emocionais inesperados

19
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Automatismos

A

Ação que ocorre na ausência da consciência

Ato de comportamento involuntário, sobre o qual o indivíduo não tem controle. O comportamento pode ser inadequado, podendo não condizer com o caráter do indivíduo. Pode ser complexo, coordenado e aparentemente voluntário e dirigido, embora careça de julgamento. Segue-se amnésia total ou parcial do ato, ou lembras confusas do episódio.

As vezes associado a comportamento violento e agressivo, agitação, ataque emocional inesperado (estado crepuscular).

Classicamente associado a epilepsia de lobo temporal. Também pode ocorrer nas intoxicações, encefalites, dissociações histéricas e reações agudas ao estresse.

20
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estado segundo

A

Parece existir atividade coordenada, porém não integrada ao self do paciente acometido. Há uma contradição com a personalidade do paciente. Etiologia quase sempre de origem emocional.

21
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Transe

A

Alteração qualitativa da consciência, associada a contextos religiosos e culturais

22
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Mania à Potu

A

Intoxicação patológica

Termo pouco utilizado atualmente

Um tipo de estado crepuscular associado especificamente ao alcoolismo
* A condição segue-se ao consumo de quantidade variável de álcool
* Ocorre comportamento violento e sem sentido
* Segue-se sono prolongado
* Ocorre amnésia total ou parcial do comportamento perturbado

“estado maníaco agudo” seguido ao consumo de álcool

23
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estupor

A

Termo referente a um complexo sintomático, com a característica central de prejuízo ou ausência das funções relacionais (ação e fala).

Geralmente há algum grau de turvação. É comum mutismo e acinesia em paciente aparentemente desperto e alerta.

O paciente pode se manter olhando para a frente ou seus olhos podem vagar incessantemente, mas não parece assimilar coisa alguma.

24
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Estupor na avaliação fenomenológica

A

Naturalmente,não é possível, no momento da observação, saber se a consciência está suficientemente clara ou não; e, mesmo no caso de estupores funcionais, é comum o seguimento de amnésia.

Portanto, uma definição fenomenológica do estupor deve excluir o estado de consciência de um paciente mudo, enquanto o diagnóstico de estupor deve ser seguido de investigação do diagnóstico diferencial que inclui condições orgânicas não orgânicas.

25
Q

Psicopatologia Descritiva: consciência

Definição de estupor delo Dalgalarrondo

A

Perda de toda a atividade psicomotora espontânea, atingindo o indivíduo de modo global, na vigência de um nível de consciência aparentemente preservado e de capacidade sensório-motora para reagir ao ambiente.

O estupor costuma envolver toda a atividade voluntária, incluindo a comunicação verbal e não verbal, a mímica, olhar, a gesticulação e a marcha.