Seção 1 - Tórax, Traqueia, Brônquios, Pulmões e Pleura Flashcards
Introdução:
O sistema respiratório é dividido, em geral, em trato respiratório
superior (compartimento nasofaringolaríngeo) e trato
respiratório inferior (compartimentos traqueobrônquico e alveolar).
As vias respiratórias superiores são formadas pelas
fossas nasais, nasofaringe, orofaringe, laringofaringe e
laringe. Essas vias, além de servirem como conduto respiratório,
desempenham papel de condicionador do ar inspirado,
fazendo com que ele chegue aos locais das trocas
gasosas em uma temperatura de aproximadamente 3 7°C.
Cabe-lhes, também, umidificar e filtrar o ar na sua passagem.
Tórax:
O tórax consiste em um arcabouço osteomuscular externo
que aloja o coração, os pulmões, as pleuras e as estruturas do
mediastino. No adulto, ele tem forma elíptica, sendo mais
amplo no sentido laterolateral do que no anteroposterior. O
arcabouço esquelético do tórax (12 vértebras torácicas, seus
discos intervertebrais, 12 costelas, suas cartilagens costais e o
estemo ), além de proteger as estruturas da cavidade torácica,
também proporciona proteção para algumas vísceras abdominais,
pois a maior parte do fígado se encontra sob a cúpula
diafragmática direita, enquanto parte do estômago e todo o
baço se encontram sob a cúpula diafragmática esquerda. As
faces posteriores dos polos superiores dos rins repousam no
diafragma.
Como na expiração forçada o diafragma vai até o quarto
espaço intercostal, anteriormente, sexto espaço intercostal,
lateralmente, e oitavo espaço intercostal, posteriormente, ferimentos
penetrantes no tórax inferiormente a esses espaços
podem estar associados a lesão de órgãos abdominais.
Os primeiros sete pares de costelas são chamados costelas
verdadeiras e estão conectados com o esterno por barras de
cartilagem hialina, as cartilagens costais.
Os cinco pares remanescentes são chamados costelas falsas,
sendo que a oitava, a nona e a décima são conectadas por
meio de sua cartilagem costal com a cartilagem costal imediatamente
acima, e a décima primeira e a décima segunda são
livres, por isso chamadas flutuantes.
As cartilagens costais no adulto jovem são elásticas, capazes
de resistir a considerável torção, conferindo elasticidade
à parede torácica. Com o envelhecimento, podem se tornar
calcificadas ou ossificadas, perdendo sua elasticidade e sendo
facilmente identificadas em uma radiografia de tórax.
O espaço entre cada costela está preenchido por músculos
dispostos em três camadas, vasos e nervos. A camada mais
externa é formada pelos intercostais externos, que estão
inseridos nas bordas inferiores de cada uma das 11 primeiras
costelas. Suas fibras se dirigem inferior e anteriormente,
de modo que, ao se contrair, levantam as costelas. A camada
média é formada pelos intercostais internos, também inseridos
na borda inferior das costelas, mas suas fibras se dirigem
inferior e posteriormente, de modo que, quando se
contraem, abaixam as costelas. A camada interna é formada
pelos músculos intercostais íntimos, os subcostais e o transverso
do tórax. As camadas interna e média estão separadas
por vasos e nervos intercostais que correm junto à borda
inferior de cada costela. Diante da necessidade de uma toracotomia
ou de uma toracocentese, para “fugir” dos vasos e
nervos, esses procedimentos devem ser realizados na borda
superior da costela.
O esterno consta de três partes em sentido craniocaudal:
manúbrio, corpo e processo xifoide. O manúbrio é a mais larga
e espessa das três partes. Apresenta uma incisura na sua borda
superior, denominada jugular, que é facilmente palpada e corresponde
à borda inferior do corpo da segunda vértebra torácica
ou à borda superior da terceira vértebra torácica (o nível
do esterno é geralmente mais alto nas mulheres). Um dedo
colocado sobre a incisura jugular percebe a traqueia em sua
posição mediana normal ou um desvio da traqueia em uma
situação patológica. A borda inferior do manúbrio se articula
com o corpo do esterno formando um pequeno ângulo, chamado
ângulo esternal ou ângulo de Louis. Uma crista que
marca a localização do ângulo pode ser palpada a aproximadamente
5 em da incisura jugular. O ângulo esternal marca
a posição da segunda cartilagem costal, sendo um ponto de referência para a contagem das costelas.
Triângulo de segurança:
Um importante ponto de referência no tórax é o triângulo de segurança, assim
denominado por ser um local seguro para drenagem torácica. Sua área é marcada
pela borda anterior do músculo grande dorsal, borda lateral do peitoral
maior e uma linha horizontal que passa pelo mamilo. A drenagem nessa área
minimiza o risco de lesão da artéria torácica interna e evita lesão do tecido
mamário.
Trato respiratótio inferior:
O trato respiratório inferior se estende da traqueia às porções mais distais do parênquima pulmonar. A função primária das vias respiratórias é conduzir o ar para a superfície alveolar, local em que a transferência gasosa ocorre entre o gás inspirado e o sangue dos capilares alveolares.
A traqueia, ao penetrar o tórax, considerando-se o paciente
em pé, direciona-se de cima para baixo, um pouco para trás
e ligeiramente para a direita. Na altura da 4íl vértebra dorsal,
nível que corresponde ao ângulo de Louis, ela se bifurca. O
esporão formado por esse ângulo é chamado de carina.
A árvore brônquica, após a bifurcação da traqueia, não
mantém o mesmo padrão divisório à direita e à esquerda.
O brônquio principal direito é mais vertical, mais calibroso e mais curto. O esquerdo é mais horizontal, de menor calibre e mais longo.
Segmentos do pulmão
Durante muitos anos, os pulmões foram divididos apenas
em lobos, porções de pulmão envolvidas por pleura: o pulmão
direito com três lobos, superior, médio e inferior, e o esquerdo
com dois, o superior e o inferior. Estudos anatômicos posteriores
mostraram que os lobos dividiam-se em unidades menores
- os segmentos broncopulmonares - que podiam ser considerados
anatômica e funcionalmente como porções sistematizadas
de pulmão, representados por um número.
A forma dos segmentos broncopulmonares é piramidal, com a
base voltada para a periferia e o vértice para o hilo. São separados
entre si por uma camada de tecido conjuntivo. Seu pedículo é formado por um brônquio (brônquio segmentar) e por artérias, veias, linfáticos e nervos.
Pulmão esquerdo:
Lobo superior
1·2. Apicoposterior
3. Anterior
4. Lingular superior
5. Lingular inferior
Lobo inferior
6. Apical (superior)
7. Basal mediai
8. Basal anterior
9. Basal lateral
10. Basal posterior
Pulmão direito
Lobo superior
1. Aplcal
2. Posterior
3. Anterior
Lobo médio
4. Lateral
5. Mediai
Lobo inferior
6. Apical (superior)
7. Basal mediai
8. Basal anterior
9. Basal lateral
10. Basal posterior
Pleura:
A pleura é uma membrana serosa única e contínua,
constituída de dois folhetos. O folheto parietal reveste a face
interna da parede torácica, aderindo aos arcos costais, graças
a um tecido musculoligamentoso (fáscia endotorácica).
Chegando ao hilo, reflete-se sobre si mesma (pleura mediastínica),
fixando-se ao pulmão, quando recebe, então, o nome
de pleura ou folheto visceral. Este folheto insinua-se entre os
lobos, formando as cissuras.
Na reflexão mediastínica resulta um espaço livre triangular
de base superior (ligamento triangular do pulmão) que possibilita
a entrada dos vários elementos que formarão os hilos
pulmonares.
Ao recobrir o diafragma, o folheto parietal recebe o nome
de pleura diafragmática.
O espaço entre os dois folhetos pleurais é virtual e é
banhado por uma serosidade em um ambiente de pressão
negativa. Durante os movimentos respiratórios, os dois folhetos
deslizam entre si com facilidade, como duas lâminas de
vidro molhadas. Em virtude de fenômenos de capilaridade,
toma-se difícil separá-los.
A vascularização do folheto parietal se dá pelos ramos das
artérias intercostais; no nível do mediastino e do diafragma,
pelas artérias pericardiofrênicas.
Os linfáticos da pleura parietal drenam para os gânglios da
região correspondente, enquanto os da pleura diafragmática,
para os gânglios mediastínicos.
A inervação do folheto parietal é feita pelos nervos espirrais.
A da pleura diafragmática, na parte central, pelo frênico,
e na periferia, pelos nervos intercostais.
Circulação pulmonar
A circulação pulmonar compõe-se de dois sistemas: a
grande e a pequena circulação, isto é, a circulação geral e a
própria, a da artéria pulmonar e a das artérias brônquicas.
A artéria pulmonar conduz sangue venoso do ventrículo
direito aos capilares alveolares. Em seu início, ela se bifurca,
originando um ramo para o pulmão esquerdo e outro para o
direito.
O ramo esquerdo cavalga o brônquio do lobo superior,
fornecendo diretamente os ramos que se dirigem para os segmentos
do lobo superior.
O ramo direito logo se subdivide, acompanhando o trajeto
dos brônquios segmentares do lobo superior.
Os ramos mais periféricos da artéria pulmonar ramificam-
se cada vez mais, até atingirem os septos alveolares, nos
quais os capilares arteriais anastomosam-se com os venosos.
Estes, por sua vez, dirigem-se para a periferia dos lóbulos até
as vênulas pulmonares. As vênulas localizadas entre os lóbulos
reúnem-se, dando origem às veias pulmonares principais,
que, juntas, formam as quatro veias pulmonares, duas direitas
e duas esquerdas, as quais desembocam no átrio esquerdo.
As artérias brônquicas são ramos diretos da aorta torácica
e responsáveis pela nutrição dos pulmões, especialmente em
suas porções mais centrais.
A pressão no território da artéria pulmonar é bem menor
que a pressão na circulação arterial sistêmica. A pressão sistólica
no ventrículo direito é de aproximadamente 25 mmHg,
a diastólica de 8 mmHg e a média de 15 mmHg. A estimativa
da pressão sistólica da artéria pulmonar pode ser feita por
ecocardiografia, mas a confirmação de hipertensão pulmonar
requer medidas invasivas (pressão média de artéria pulmonar
~ 25 mmHg). A pressão média da artéria pulmonar cai à
medida que o vaso se ramifica no parênquima pulmonar até
atingir os capilares, que têm pressão média de 7 mmHg. Essa
pressão capilar pode ser maior ou menor que a pressão alveolar,
dependendo de diversos fatores (fase do ciclo cardíaco -
sístole ou diástole; estados patológicos - hipovolemia; posição
do corpo- deitado ou em pé), de modo que podem ocorrer
três situações de fluxo sanguíneo pulmonar:
• Zona 1: ausência de fluxo (pressão alveolar sempre maior que capilar)
• Zona 2: fluxo intermitente; só há fluxo na sístole (pressão capilar maior que a alveolar na sístole, mas menor na diástole)
• Zona 3: fluxo contínuo (pressão capilar sempre maior que a alveolar).
Em indivíduos saudáveis ocorrem somente fluxos de zonas
2 e 3, o primeiro nas porções superiores do pulmão e o segundo
nas bases (o fluxo de sangue inclusive na diástole nas bases é
explicado pela pressão hidrostática- o peso da coluna de sangue
mantém a pressão capilar maior que a alveolar). Como
na zona 3 o fluxo de sangue é contínuo, mas a ventilação nas
bases não ocorre todo o tempo, essa área fica perfundida, mas
não ventilada; portanto, uma área de shunt (circulação sem
ventilação) fisiológica.
Na hipovolemia, como a pressão arterial fica baixa, aparecem
áreas no pulmão em que a pressão capilar nunca é maior
que a alveolar; desse modo, temos uma área ventilada, mas
não perfundida (espaço morto). Tanto oshuntquanto o espaço
morto ocorrem em condições normais (shunt e espaço morto
fisiológicos) e em situações de doença (p. ex., shunt e espaço morto da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O
enfisema causa shunt e a obstrução brônquica cria um espaço
morto). Quando a concentração intra-alveolar de oxigênio cai,
os vasos sanguíneos adjacentes sofrem constrição (o oposto
que é observado em todos os outros tecidos do corpo). Isso
tem uma importante função: distribuir o fluxo sanguíneo
onde ele será mais bem utilizado.
As veias pulmonares não acompanham os brônquios, elas
iniciam nos septos interlobulares e continuam no tecido conjuntivo
entre os segmentos pulmonares até alcançar o hilo.
Como não contêm válvulas, um aumento da pressão do átrio
esquerdo é seguido de aumento na pressão do sistema venoso
pulmonar e consequentemente na rede capilar, ocasionando
edema pulmonar e dispneia. Os tecidos não respiratórios do
pulmão recebem irrigação das artérias brônquicas, que são
ramos da artéria aorta e, portanto, têm pressões mais elevadas
em relação ao território das artérias pulmonares. Por essa
razão, a vasta maioria das hemoptises (95% dos casos) origina-
se das artérias brônquicas.
Respiração:
A respiração compreende quatro processos cuja finalidade
é a transferência de 0 2 do exterior até o nível celular e a eliminação
de C02, transportado no sentido inverso (ver Boxe
a seguir) .
.,.. Ventilação. É o processo pelo qual o ar chega até os alvéolos,
distribuindo-se adequadamente, para que possa entrar em
contato com os capilares pulmonares, onde ocorrerão as trocas
gasosas.
A ventilação ocorre pela ação dos músculos respiratórios,
que, para isso, contraem-se de maneira coordenada, de modo
a aumentar ou reduzir o volume da cavidade torácica. São
músculos esqueléticos divididos em músculos inspiratórios e
expiratórios.
A inspiração é um processo ativo que depende fundamentalmente
da contração do diafragma e de outros músculos
denominados acessórios: intercostais externos, paraestemais,
escaleno, esternocleidomastóideo, trapézios, peitorais e os
músculos abdominais.
A expiração é passiva, realizada pela força de retração elástica
dos pulmões e pelo relaxamento dos músculos inspiratórios.
A ventilação normalmente é mantida sob o controle dos
centros respiratórios no bulbo.
Diferentes doenças podem afetar a ventilação à medida
que aumentam a carga de trabalho dos músculos respiratórios
repentinamente (p. ex., asma brônquica aguda) e elevam
o trabalho da respiração pela obstrução ao fluxo de
ar (p. ex., doença pulmonar obstrutiva crônica). Nas doenças
neuromusculares, a função dos principais músculos da
inspiração também pode ser afetada (p. ex., síndrome de
Guillain-Bar ré e miastenia gravis, em que a fraqueza dos
músculos respiratórios pode levar à insuficiência respiratória
aguda).
Do ponto de vista funcional, as vias respiratórias podem
ser divididas em:
• Zona condutora: constituída por vias respiratórias que apenas
conduzem os gases entre a periferia pulmonar e a boca,
englobando as 15 ou 17 primeiras gerações de vias respiratórias
(Figura 38.2B)
• Zona respiratória: na qual são encontrados os alvéolos que
participam das trocas (Figura 38.2B) .
.,.. Relação ventilação/perfusão. Em um indivíduo saudável, na posição
ortostática, encontra-se predomínio da perfusão sanguínea
nas bases pulmonares, que diminui gradativamente em
direção aos ápices.
Assim como a perfusão, a ventilação também não é uniforme,
havendo evidências de ser menor nos alvéolos dos ápices
do que nas bases pulmonares.
As alterações da relação ventilação/perfusão podem ser:
• Efeito shunt: o alvéolo está hipoventilado e normalmente
perfundido
• Shunt: o alvéolo não está ventilado, mas continua perfundido
(p. ex., alvéolo atelectasiado)
• Efeito espaço morto: seria o volume de ar alveolar que não
participa das trocas gasosas na hipoperfusão do alvéolo,
que, no entanto, está normoventilado
• Espaço morto: alvéolo não perfundido, porém, ventilado.
A soma do espaço morto anatômico com o efeito espaço
morto e o espaço morto alveolar é denominada espaço morto
fisiológico, este representando o volume de ar que inspiramos,
mas que não participa de trocas gasosas.
A relação espaço morto fisiológico/volume corrente é a
expressão do volume inspirado que não participa da hematose
e representa 30 a 33% do volume corrente.
Todas as afecções que aumentam a insuflação alveolar ou
diminuem a perfusão pulmonar aumentam o espaço morto
fisiológico, com consequente diminuição da ventilação alveolar,
menor eliminação de co2 no ar expirado e tendência a
hipercapnia.
Assim, as alterações da relação ventilação/perfusão levam
às seguintes consequências:
• Hipoxemia predominantemente (efeito shunt)
• Produção de hipercapnia (efeito espaço morto)
.,.. Difusão. É um mecanismo pelo qual um gás se movimenta de
uma região para outra. É um processo passivo, pois os gases
respiratórios difundem-se de regiões de pressões mais altas
para regiões com pressões mais baixas. Por meio da difusão
ocorre o transporte de gases das vias respiratórias distais para
a membrana alveolocapilar e desta membrana para o sangue
que circula no capilar pulmonar. Uma vez nos capilares sistêmicos,
a difusão será responsável pelo deslocamento do oxigênio
do sangue para as células, onde será consumido pelas mitocôndrias e seguido pela saída de dióxido de carbono produzido
no tecido.
Para compreender as trocas gasosas, é necessário considerar
os fatores que interferem na taxa de difusão dos gases pela
membrana respiratória:
• Espessura da membrana (edema pulmonar ou doença pulmonar
intersticial são causas de difusão dificultada e hipoxemia)
• Área de superfície da membrana (remoção de partes do
pulmão por cirurgia, destruição do pulmão por enfisema
são exemplos)
• Coeficiente de difusão do gás (o gás carbônico se difunde
20 vezes mais rapidamente que o oxigênio, por isso durante
a evolução da DPOC a primeira anormalidade a aparecer é
a hipoxemia e só quando a doença está muito avançada a
hipercapnia associa-se a hipoxemia)
• Diferença de pressão entre os lados da membrana
(mesmo com pulmão normal pode ocorrer hipoxemia se
a musculatura responsável pela inspiração estiver comprometida,
como na síndrome de Guillain-Barré ou na miastenia
gravis, quando o ar atmosférico não consegue penetrar
nos alvéolos para que haja diferença de pressão de 0 2 e co2
entre o ar alveolar e o sangue do capilar pulmonar).
A difusão é deficiente em pulmões enfermos. Na fibrose
intersticial, há espessamento da membrana alveolocapilar; outro exemplo é o enfisema, no qual ocorre marcada redução
na área de trocas resultante de destruição das paredes dos septos
alveolares.
Projeção dos pulmões na parede torácica:
Para desenhar a projeção dos pulmões na parede torácica,
traça-se uma linha que se inicia aproximadamente 3 em superiormente
às clavículas, marca o ápice de cada pulmão e desce
medialmente, passando pela articulação esternoclavicular e o
manúbrio do esterno até a articulação entre o manúbrio e o
corpo do esterno, próximo ao plano mediano (Figura 38.4).
A partir desse ponto, as duas linhas seguem direção inferior,
praticamente paralelas à linha medioesternal até o nível
das quartas articulações costocondrais. A linha que marca
a projeção do pulmão direito continua verticalmente até a
sexta articulação costocondral. A linha que marca a projeção
do pulmão esquerdo desce lateralmente até alcançar a linha
paraesternal aproximadamente no nível da quinta articulação
costocondral. A partir desse ponto, desce medialmente até
em torno da sexta articulação costocondral. Na posição em
expiração, uma linha levemente curva de convexidade inferior que vai da sexta articulação costocondral até a articulação costovertebral
no nível do processo espinhoso da décima vértebra
torácica marca a borda inferior de ambos pulmões na caixa
torácica. Essa linha cruza a linha hemiclavicular na sexta costela
e a medioaxilar na oitava costela. A partir da articulação
costovertebral, no nível da décima vértebra torácica, as
linhas sobem de cada lado da coluna vertebral, cruzando as
articulações costovertebrais até o nível do processo espinhoso
da sétima vértebra cervical. Durante a inspiração esses níveis
descem no mínimo dois espaços intercostais.
Cada fissura oblíqua inicia-se no nível da terceira vértebra
torácica; curvando-se inferiormente, segue a linha da sexta
costela, terminando pouco abaixo do nível da sexta articulação
costocondral, onde se encontra com a borda inferior do pulmão.
Quando o membro superior está em abdução e a mão
posicionada na parte posterior da cabeça, a borda mediai da
escápula, aproximadamente, indica a fissura oblíqua. A fissura
horizontal inicia-se na fissura oblíqua sobre a sexta costela
aproximadamente na linha medioaxilar e dirige-se para a
borda anterior do pulmão, terminando aproximadamente no
nível da quarta cartilagem costal Para localizar esses pontos é
necessária a contagem de costelas, que deve ser feita sempre
a partir do ângulo esternal, que indica a segunda costela. É
útil também saber que a fita visível mais superior do serrátil
anterior marca a sexta costela. Não é recomendada a contagem
de costelas a partir da décima segunda, em direção superior,
quando o paciente está em decúbito lateral, devido à possibilidade
de erro, uma vez que esta costela pode estar ausente ou
ser tão curta que sua saliência não ultrapasse o limite lateral do
músculo eretor da espinha.
Linhas torácicas verticais, face anterior
Na face anterior do tórax identifica-se a linha medioesternal
que coincide com o plano mediano e divide o tórax em
hemitórax direito e esquerdo. A partir dessa linha, para a
direita ou para a esquerda, encontra-se a linha estemallateral,
ao longo da margem lateral do estemo, e a linha hemiclavicular,
que desce verticalmente do ponto médio da clavícula.
Em uma situação equidistante entre a linha hemiclavicular e a
linha esternallateral encontra-se a linha paraesternal.
Linhas toácicas verticais, face lateral:
Na face lateral do tórax, identificam-se a linha axilar anterior,
que desce verticalmente a partir da prega axilar anterior,
formada pela margem inferior do músculo peitoral maior;
a linha axilar posterior, que desce verticalmente a partir da
prega axilar posterior, a qual é formada pelo músculo grande
dorsal; já a linha axilar média, que se encontra equidistante às
linhas axilares anterior e posterior, desce do ápice da axila em
direção ao tubérculo da crista ilíca.
Linhas torácicas verticais, face posterior:
Na face posterior do tórax identificam-se a linha vertebral,
que passa sobre os processos espinhosos das vértebras torácicas,
e a linha escapular, que passa através do ângulo inferior da
escápula na posição anatômica. Destacam -se dois pontos para
procedimentos invasivos em relação às linhas torácicas verticais:
a linha hemiclavicular no segundo espaço intercostal para
descompressão de pneumotórax hipertensivo com agulha, e a
linha escapular imediatamente inferior ao ângulo da escápula
para toracocentese, pois, na posição anatômica, corresponde
à sétima costela ou ao sétimo espaço intercostal.
Linhas torácias horizontais
Na face anterior do tórax são identificadas as linhas das
terceira e sexta articulações condroesternais que passam horizontalmente
sobre as referidas articulações, e as linhas daviculares
que passam sobre as clavículas direita e esquerda.
Na face lateral do tórax é necessário identificar somente a
linha da sexta articulação condroesternal.
Na face posterior do tórax são identificadas as linhas escapular
superior, que tangencia a borda superior da escápula, e a
escapular inferior, que tangencia a borda inferior da escápula.
Regiões da face anterior do tórax:
A região esternal corresponde à superfície do esterno,
podendo ser dividida em superior e inferior pela linha da
terceira articulação condroesternal. Cada região infradavicular
(direita e esquerda) é limitada lateralmente pela
borda anterior do músculo deltoide, medialmente pela
linha esternal lateral, superiormente pela linha davicular
e inferiormente pela linha da terceira articulação condroesternal.
A região mamária (direita e esquerda) é limitada
superiormente pela linha da terceira articulação condroesternal,
medialmente pela linha esternal lateral, lateralmente
pela linha axilar anterior e inferiormente pela linha
da sexta articulação condroesternal. A região inframamária
ou hipocondríaca (esquerda e direita) é limitada superiormente
pela linha da sexta articulação condroesternal,
inferomedialmente pela margem costal e lateralmente pela
linha axilar anterior.
Regiões da face lateral do tórax:
A face lateral do tórax é dividida em regiões axilar e
infra-axilar pela linha da sexta articulação condroesternal. A
região axilar (direita e esquerda) é limitada pelo côncavo axilar,
pela linha axilar anterior, pela linha axilar posterior e pela
linha da sexta articulação condroesternal. A região infra-axilar
(direita e esquerda) é limitada pela linha da sexta articulação
condroesternal, pela linha axilar anterior, pela linha axilar
posterior e pela arcada costal.