Sangramentos na 1° Metade da Gravidez Flashcards

1
Q

Qual o conceito de Abortamento?

A

Interrupção da gestação com feto com:
- ↓20-22 sem
- ou ↓500g

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Q

Quais as etiologias mais comuns do abortamento?

A
  1. Anormalidades Cromossômicas
    - principal causa
    - mais frequentes:
    . trissomias (16 e 21)
    . monossomia do X (Turner)
    - ↑idade ↑risco
  2. Desordens Anatômicas
    - IIC (incompetência istmo-cervical)
    - malformações uterinas
    . bicorno…
    - sinéquias
    . múltiplas curetagens…
  3. Doenças Endócrinas
    - DM
    - doenças na tireóide
  4. Infecções
    - rubéola
    - CMV
    - parvovirose
    - HIV
    - sífilis
    - sepse
    * não são causa de abortamento de repetição
  5. Trombofilias Hereditárias
    - questionável! maioria não recomenda rastrear
  6. Distúrbios
    - síndrome antifosfolipídeo (SAF)
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Q

O que é a síndrome antifosfolipídeo (SAF) e suas características?

A

Trombofilia Autoimune

  1. abortamento de repetição
  2. óbito fetal
  3. pré-eclâmpsia
  4. trombose arterial e venosa
  5. associação com lúpus
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Q

Como diagnosticar SAF?

A
  1. Critérios Clínicos
    - trombose arterial ou venosa
    OU
    - óbito intrauterino > 10 sem
    - parto prematuro por pré-eclâmpsia <34 sem
    - 3 ou + abortamentos <10 sem
  2. Critérios Laboratoriais
    * 1 repetido após 12 sem
    - lúpus anticoagulante
    - anticardiolipina IgG ou IgM
    - anti-β2glicoproteínas 1 IgG ou IgM
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Q

Qual o tratamento para SAF?

A
  1. SAF apenas com critérios obstétricos
    - AAS + heparina profilática (enoxaparina 0,5 mg/Kg)
  2. SAF com história de trombose
    - AAS + heparina terapêutica (1 mg/Kg de 12/12h)
    . AAS bom pra pré-eclâmpsia
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6
Q

Como classificar Abortamento em relação ao tempo? E qual sua principal causa?

A
  1. Precoce
    - até 12 semanas
    + relacionado com aneuplodia
  2. Tardio
    - entre 12 e 20 sem
    + relacionado com deformação anatômicas
  3. Habitual (recorrente)
    - 3 ou + episódios consecutivos
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7
Q

Como fazer o diagnóstico de abortamento?

A
  1. Dois parâmetros principais:
    - colo uterino
    . aberto ou fechado
    - USG
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8
Q

Como classificar Abortamento em relação ao tipo? e quais seus tratamentos?

A
  1. Ameaça de Sangramento
    - sangramento + dor discretos
    - β-HCG +
    - útero compatível com IG
    - colo uterino fechado
    - USG: BCE presente (batimento cardíaco do embrião)

*TTO:
sintomáticos
+ orientações de sinais de alarme

  1. Abortamento Inevitável
    - sangramento intenso + cólicas
    - β-HCG +
    - útero compatível com IG
    - colo uterino aberto
    - USG: BCE presente/ausente

*TTO:
- aguardar (8 sem de IG): no máximo 2 sem
- esvaziamento uterino
- imunoglobulina anti-Rh

  1. Abortamento Completo
    - sangramento discreto + dor ausente
    - β-HCG ↓ ou em queda
    - útero ↓ que IG
    - colo uterino fechado
    - USG: útero vazio

*TTO
- imunoglobulina anti-Rh

  1. Abortamento Incompleto
    - sangramento variável + cólicas
    - β-HCG ↓ ou em queda
    - útero ↓ que IG
    - colo uterino fechado ou aberto
    - USG: restos ovulares

*TTO:
- esvaziamento uterino
- imunoglobulina anti-Rh

  1. Abortamento Infectado
    - sangramento fétido + dor abd + febre
    - β-HCG -
    - útero amolecido e doloroso
    - colo uterino aberto
    - USG: restos ovulares

*TTO:
- clindamicina 2.700 mg/dia IV + gentamicina 5 mg/kg/dia IV de 7 a 10 dias
- esvaziamento uterino
- imunoglobulina anti-Rh

  1. Abortamento Retido
    - sangramento + dor ausente
    - β-HCG ↓ ou em queda
    - útero ↓ que IG
    - colo uterino fechado
    USG: embrião ≥ 7mm sem BCE

*TTO:
- repetir USG (confirmatório)
- esvaziamento uterino
- imunoglobulina anti-Rh

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9
Q

O que é o abortamento do tipo Ovo Anembrionado? e suas características e tratamento

A

É um subtipo do retido

  1. ausência de embrião em SG íntegro
    . aneuplóide
  2. USG
    - SG ≥ 25mm de DM (diâmetro médio) sem embrião
  • TTO
  • esvaziamento uterino
  • imunoglobulina anti-Rh
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10
Q

Quais as possibilidades para se fazer Esvaziamento cirúrgico?

A
  1. AMIU
    - método até 12 sem
    - ↓ risco de perfuração
  2. Curetagem
    - IG ↑12 sem
    - ↑ risco de perfuração
  3. Outros
    - vácuoaspiração
    - microcesariana
  4. Ocitocina
    - expulsão do feto, paralelamente ao tratamento cirúrgico
  5. Misoprostol
    - método de escolha
    - complementar ao tto cirúrgico
  6. Conduta Expectante
    - 6 a 8 sem, estáveis, sangramento discreto
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11
Q

O que é a Incompetência Istmocervical (IIC)?

A

É uma falha do orifício interno em manter a gestação

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12
Q

Qual a clínica de IIC?

A
  1. abortamento tardio
  2. perdas gestacionais indolores
  3. amniorrexe precoce
  4. feto morfologicamente normal
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13
Q

Quais os fatores predisponentes para IIC?

A
  1. amputações do colo
  2. dilatação do colo
    - “vela pra aborto”
  3. fatores congênitos
  4. partos laboriosos
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14
Q

Como fazer o diagnóstico para IIC?

A
  1. Diagnóstico Fora da Gravidez
    - histerossalpingografia
    - histeroscopia
    - passagem da vela de Hegar 8
  2. Diagnóstico na Gravidez
    - dilatação do colo indolor
    - USG: encurtamento do colo*
    . sinal do lápis
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15
Q

Qual o tratamento para IIC?

A

Circlagem Uterina
- entre 12 e 16 sem

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16
Q

Quando é possível fazer Interrupção Voluntária da gravidez?

A
  1. Risco de vida para a gestante
    - abortamento terapêutico
    - atestado por 2 médicos
    - notificação da Comissão de Ética do hospital
  2. Decorrente de Violência Sexual
    - permitida após informar unidade de saúde
    - não precisa de bo ou autorização judicial
    - objeção de consciência
    - até 20-22 sem* -> judicialmente é em qualquer IG
  3. Anencefalia
    - descriminalização pelo STF em 2012
    - interrupção em qualquer IG (se desejar)
    - diagnóstico ultrassonográfico com duas fotografias (sagital e transversal) com laudo assinado por dois médicos
17
Q

O que é Gestação Ectópica?

A

Implantação do blastocisto fora da cavidade endometrial

18
Q

Quais os fatores de risco para Gravidez Ectópica?

A

Distorce a Trompa

  1. cirurgia tubária prévia*
  2. DIU (↑risco relativo)
  3. gestação ectópica prévia
  4. DIP (Doença Inflamatória Prévia)
  5. endometriose
19
Q

Em qual lugar é mais comum de implantação na Gravidez Ectópica?

A

*Gestação Tubária, especificamente na ampola

20
Q

Qual a clínica da Gravidez Ectópica?

A
  1. Sintomas Clássicos
    - dor abdominal
    - amenorreia
    - sangramento vaginal
  2. Subaguda
    - anterior +
    - 70% dos casos, região ampular
    - sem instabilidade hemodinâmica
  3. Aguda
    - 30% dos casos, região ístimica
    - sinal de Laffont
    . dor escapular
    - sinal de Cullen
    . equimose periumbilical
    - sinal de Blumberg
    - sinal de Proust
    . grito de Douglas
    . + específico
    - instabilidade hemodinâmica
21
Q

Como fazer o diagnóstico para a Gravidez Ectópica?

A
  1. β-HCG
    <1500 -> repetir
    ≥ 1500 -> achar SG
  2. USG
    - SG em anexo
    - anel tubário
    - pseudossaco gestacional
    - dopperfluxometria
  3. Outros
    - laparoscopia
    . diagnóstico e terapêutico
22
Q

Qual o tratamento para Gravidez Ectópica?

A
  1. Instabilidade Hemodinâmica
    - laparotomia com salpingectomia
  2. Estabilidade Hemodinâmica
    a) cirúrgico
    - laparoscopia* (vídeo)/laparotomia
  • salpingectomia
    . sangramento incontrolável
    . ectópica recorrente
    . trompa uterina muito lesada
  • salpingostomia
    . trompa contralateral doente
    . manutenção do desejo reprodutivo
    . tubária de pequenas dimensões (≈ ↓6 cm)

b) clínico
- metotrexato
. antagonista do ácido fólico

  • injeção direta sobre o ovo
    . 50mg dose única
    . invasivo
  • IM dose única
    . 50 mg/m2
    . dosagem do β-HCG no 4° e 7° dia
    (repetir se não cair 15%! até 3x)
  • IM em dias alternados (1, 3 e 5)
    . 1 mg/kg
    . + ácido folínico 0,1mg/kg (2, 4 e 6)
    . ↑ efeito colateral

c) expectante (aborto tubário)
- exceção
- níveis ↓ e decrescentes de β-HCG ( <1000 mUI/mL)
- hemodinamicamente estável

23
Q

Quais as condições associadas a melhores resultados do metotrexate?

A
  1. SG < 3,5 cm
  2. embrião sem atividade cardíaca
  3. β-HCG < 5000 mUI/mL
24
Q

O que é a Doença Trofoblástica?

A

Proliferação anormal do trofoblasto

25
Q

Como classificar a Doença Trofoblástica?

A
  1. Benigna ou Mola Hidatiforme
    - mola completa
    - mola incompleta
  2. Maligna ou Neoplasia Trofoblástica Gestacional
    - mola invasora
    - coriocarcinoma
    - tumor trofoblástico do sítio placentário
26
Q

Quais os fatores de risco para Doença Trofoblástica?

A
  • idade > 40 anos
  • mola hidatiforme anterior
  • inseminação artificial
  • tabagismo
  • abortamento prévios
27
Q

Quais a clínica da Doença Trofoblástica?

A
  1. Sangramento Vaginal*
  2. Náuseas e Vômitos*
    - incoercíveis
  3. Útero amolecido, ↑IG*
  4. Emissão de Vesículas
    - patognomônico
  5. Pré-Eclâmpsia Precoce
  6. Cistos Tecaluteínicos
  7. Hipertireoidismo
    - HCG ≈ TSH
    - reação cruzada
28
Q

Quais as características da Mola Hidatiforme?

A
  1. Completa
    - 46XX/XY
    - sem feto
    - β-HCG ↑ elevado
    - cistos tecaluteínicos presente
    - USC: ecos amorfos
    - NTG: 10 a 30%
  2. Incompleta
    - 69XXY / XXX / XYY
    - feto +/-
    - β-HCG ↓ elevado
    - cistos tecaluteínicos raro
    - USC: ecos dispersos
    - NTG: 5 a 10%
29
Q

Como fazer o diagnóstico de Mola Hidatiforme?

A
  1. USG
    - tempestade de neve
    . ecos amorfos
  2. Laboratorial
    - β-HCG > 200.000 mUI/mL
  3. Histopatológico
    - padrão ouro
30
Q

Qual a conduta diante de Mola Hidatiforme?

A
  1. Vacuoaspiração
    - procedimento de escolha
    - ↓ risco de perfuração
  2. AMIU e Curetagem
    - alternativas se não tiver vacuoaspiração
  3. Histerectomia Total Profilática
    - prole completa
    - >40 anos (↑ risco de malignidade)
    - hemorragia intensa
    - manter os ovários (vai ↓ sozinho)
31
Q

Como fazer o controle Pós-Molar?

A
  1. β-HCG
    * semanal até zerar (3 negativas)
    * mensalmente até 6M do 1° resultado negativo
  • acompanhamento clínico
  • acompanhamento ultrassonográfico
  • raio-X de tórax
    . metástase pulmonar é o + comum
  • exame ginecológico seriado
    . metástase vaginal é o 2° + comum
  • anticoncepção
    . não pode DIU
    . depois de curar pode engravidar
32
Q

Quando pensar em malignização da Mola?

A
  1. β-HCG
    - elevação por 2 semanas*
    . 3 medidas
    - estabilização dos níveis por 3 sem (+/- 10%)*
    . 4 medidas -> platô
    - ausência de negativação em 6M*
  • surgimento de metástase
  • USG com imagem intramiometrial
    . ↓ fluxo
  • RI e PI das aa. uterinas ↓
    . índice de resistência da aa
33
Q

Como classificar a Neoplasia Trofoblástica?

A
  1. Mola Invasora
    - 70 a 90% dos casos
    - sequela da mola hidatiforme
  2. Coriocarcinoma
    - 10 a 30% dos casos
    - pós mola, aborto, gestação a termo ou ectópica
  3. Tumor Trofoblástico do Sítio Placentário
    - trofoblasto intermediário
    - raro
    - ↑hPL (lactogênico placentário)
34
Q

Qual o tratamento para Neoplasia Trofoblástica?

A
  1. Limitada ao Útero ou Baixo Risco ( ≤ 6)
    - monoquimioterapia: metotrexato
  2. Metástase à Distância (pp pulmões, cérebro e fígado) ou Alto Risco ( ≥ 7)
    - poliquimioterapia: EMA-CO