Rotura Prematura das Membranas Aminióticas Flashcards
Qual a definição de ROPREMA?
Rotura das membranas aminióticas antes do início do trabalho de parto (TP) independente da idade gestacional (IG).
Quais os fatores de risco para ROPREMA?
- ROPREMA pré-termo anterior
- baixo nível sócio econômico
- TPP prévio
- colo uterino encurtado no 2º trimestre da gestação
- causa não esclarecida
- IMC abaixo de 19,8 kg/m2
- doenças sexualmente transmissíveis
- hemorragias durante a gestação
- distensão uterina ou no âmnion
- insuficiência istmo-cervical
- cerclagem cervical
- descolamento prematuro de placenta
- conização cervical prévia
- parto prematuro prévio
- tabagismo
- amniocentese
- excisão cirúrgica cervical com alta frequência
- conização a laser
- doenças do tecido conjuntivo
- pneumopatias
- deficiências nutricionais de ácido ascórbico e cobre
Quais as etiologias da ROPREMA?
- Infecções coriodeciduais
- corioamnionite
- cervicite
- colonização vaginal com streptococcus do grupo B
- vaginose bacterina (VB)
- o tratamento da VB assintomática não tem se mostrado efetivo em relação à prevenção da amniorrexe prematura - Sobredistensão uterina (estiramento da membrana amniótica): polidramnia, gestação múltipla, macrossomia fetal
- Coito
- Degradação do colágeno
- Defeitos localizados na membrana amniótica
- Anomalias fetais
- Baixo nível econômico
- Anormalidades bioquímicas estruturais = Síndrome de Ehlers-Danlos
- Alterações estruturais possivelmente relacionadas a deficiências dietéticas de cobre e vitamina C
- Trauma materno
- Abuso de substâncias
O que é período de latência na ROPREMA? E qual a sua relação com a IG?
Intervalo entre a rotura das membranas e o início do TP.
O período de latência está inversamente relacionado à IG, quanto mais precocemente ocorrer a amniorrexe maior será o período de latência.
Como se dão as evoluções das gestações em que ocorre ROPREMA nas que são a termo, pré-termo?
Gestações a termo = 80-90% iniciam o TP em 24 hrs.
Gestações pré-termo= 60-80% iniciam o TP em 24 horas; 20-40% = período de latência > 7 dias
Quais as complicações da ROPREMA?
- corioamnionite = 25-35%
- endometrite pós-parto
- prolapso de cordão umbilical = raro na ausência de TP (colo fechado)
- DPP = incidência de 4-12%
- síndrome da compressão fetal: (fácies anormal — Síndrome de Potter—; contratura das extremidades)
- hipoplasia pulmonar: (sequela de ROPREMA prolongada; incidência = 25-30% das pacientes com ROPREMA antes de 22 semanas).
Quais as condições de maior morbidade e mortalidade na ROPREMA?
- corioamnionite
- sepsis neonatal
- endometrite
- hemorragia puerperal
Como é feito o diagnóstico de ROPREMA?
SUSPEITA CLÍNICA + HISTÓRIA DA PACIENTE + ALGUM TESTE DIAGNÓSTICO
- Caso haja visualização do líquido amniótico já se exteriorizando pela vagina se dispensará outros testes diagnósticos
- Casos duvidosos = exame especular (teste do rechaço ou manobra de Valsalva)
- Ideal = AmniSure ou fibronectina
- Confirmação diagnóstica (IG > 23 semanas = internação)
Qual a avaliação inicial a ser feita no caso de ROPREMA?
A conduta assistencial depende da idade gestacional, porém na avaliação inicial é feito exame especular para a avaliação do comprimento e dilatação cervical. (EVITAR TOQUE VAGINAL!!).
Quais os benefícios relacionados com a presença do líquido amniótico circundando o feto durante o seu desenvolvimento?
- proporciona ambiente que permite a movimentação fetal, oferece proteção ao feto contra traumatismos
- evita que o cordão umbilical fique vulnerável a fenômenos compressivos
- promove a manutenção da temperatura dentro da cavidade amniótica
- auxilia o desenvolvimento fetal
- propriedades antibacterianas também são observadas no líquido amniótico o que protege o feto contra infecções
- a presença do líquido permite ainda o desenvolvimento normal dos sistemas respiratório, digestório, urinário e musculoesquelético fetais.
Que informações a avaliação do líquido amniótico pode trazer durante a gestação?
Fornece informações sobre a vitalidade e a maturidade do produto conceptual. O aparecimento de hormônios, enzimas e substâncias diversas com o evoluir da gravidez, demostra que esse líquido é metabolicamente ativo e está envolvido no transporte de sólidos e água, mantendo a homeostase fetal.
Como se dá a produção do líquido amniótico nas primeiras semanas de gestação e e qual a sua composição?
A produção do líquido amniótico nas primeiras semanas de gravidez decorre principalmente da passagem passiva de líquidos através da membrana amniótica, seguindo o gradiente osmótico, que tem origem provavelmente no transporte ativo de solutos através dessa membrana semipermeável. Nesse período a composição do líquido se constitui basicamente de um ultrafiltrado do plasma materno. Pequenos solutos atravessam a membrana por difusão simples. Substâncias como ureia, glicose e cloreto de sódio difundem-se rapidamente pela membrana amniótica, mas determinam força osmótico mínima.
Substâncias de alto peso molecular, como as proteínas, não conseguem ultrapassar a membrana com tanta facilidade, pois esta é impermeável a muitos compostos com alto peso molecular, os quais exercem força ideal para a transferência de água. Por isso a concentração de proteínas no líquido amniótico é significativamente menor do que a observada no soro materno.
Qual a sua composição do líquido amniótico entre a 10ª e a 20ª semana?
A composição do líquido amniótico se assemelha à do plasma do sangue fetal e sua quantidade tem correlação direta com o peso do feto. Provavelmente, ocorre homeostase entre o plasma fetal e o líquido amniótico por meio da pele fetal.
Qual a composição do líquido amniótico ao redor de 17 a 20 semanas de gestação?
Nessa época tem início a queratinização da pele fetal, que até então era composta de uma camada de poucas células altamente permeável a água, eletrólitos e ureia, transportados passivamente através dessa barreira. Após a queratinização, a pele fetal torna-se impermeável, reduzindo sua participação na regulação do volume de líquido amniótico.
Qual a composição do líquido amniótico após a 20ª semana de gestação?
A partir da 20ª semana, a diurese fetal e a deglutição passam a desempenhar papéis mais importantes na dinâmica do líquido amniótico. Nesse período, a diurese fetal observada está em torno de 2ml/h. O volume de líquido amniótico aumenta, em média 10ml por dia, atingindo cerca de 500ml na 20ª semana de gestação. As outras estruturas que também contribuem para a produção do líquido amniótico são a face fetal da placenta, o sistema respiratório, o trato gastrointestinal e o cordão umbilical.
Quais as características do líquido amniótico normal e quais os patológicos?
Nos primeiros meses de gestação o líquido amniótico é claro e transparente, tornando-se turvo e opalescente no final desta, quando passa a conter partículas de origem fetal e amniótica. Sua densidade é de 1.006 kg/m3 e o pH é de 7,0.
Ele apresenta cor vermelho-escura ou castanha na presença de feto morto e macerado; amarelada nos casos de sofrimento fetal crônico ou aloimunização feto-materna; e esverdeada quando tinto de mecônio, na ocorrência de hipoxemia fetal, cuja gravidade pode ser avaliada pela intensidade da tonalidade observada.
Quais as características microscópicas do líquido amniótico?
É praticamente acelular até a 14ª semana de gestação. A partir de então e até a 32ª semana, a quantidade de células aumenta progressivamente, observando-se aumento brusco da 37ª semana em diante. As células evidenciadas são dos tipos epidérmicas de descamação e epiteliais do sistema urinário fetal, além de pêlos e fragmentos de células da vulva e do vestíbulo da vagina em fetos femininos, células polimorfonucleares, macrófagos e células anucleadas.
Qual a composição química do líquido amniótico?
98-99% é água, 1 a 2% componentes sólidos representados por substâncias orgânicas e inorgânicas. Encontram-se também no líquido amniótico proteínas, glicose, fosfolípides, ureia, bilirrubinas, vitaminas, ácido úrico, Ig, hormônios e numerosas enzimas. Também há presença de endotelina 1, fator epidérmico de crescimento e hormônio paratireoidiano, possivelmente relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento fetal. Ocorre verdadeiro equilíbrio dinâmico entre mãe e feto, de forma que qualquer doença ou mesmo a idade gestacional podem modificar amplamente a composição do líquido.
Ainda há a presença de elementos inorgânicos como potássio, cálcio magnésio, cloro, bicarbonato e fósforo.
Qual exame mostra a previsão da maturidade pulmonar fetal?
A relação lecitina/esfingomielina na previsão da maturidade pulmonar fetal tem sua base na contribuição do fluido pulmonar. Deve haver troca suficiente desse fluido dos pulmões para o líquido amniótico, o que influencia no conteúdo de lipídeos na cavidade amniótica.
Quais as funções do líquido amniótico?
Além de manter a homeostase térmica, o líquido proporciona proteção ao feto contra traumas mecânicos, evita fenômenos compressivos do cordão umbilical e é fundamental para o adequado desenvolvimento do sistema musculoesquelético, permitindo a movimentação corporal.
Quais as vias de produção e reabsorção do líquido contido na cavidade amniótica?
Produção urinária fetal e fluido pulmonar fetal são as principais fontes de líquido amniótico. A deglutição fetal seguida de absorção intestinal e as trocas através da pele fetal, da superfície da placenta e do cordão umbilical são as principais vias de reabsorção do líquido amniótico. Temos também as secreções das cavidade oral e nasal e as trocas através da membrana amniótica.