Reanimação Cardiorrespiratória Flashcards
O que é parada cardiorrespiratória?
Cessação súbita e inesperada da respiração e da função circulatória
Reanimação cardiorrespiratória
Manobras para manter ou restabelecer as funções cardíaca e pulmonar
Parada cardíaca X parada respiratória
1) Parada cardíaca: pupilas dilatam-se em 45 segundos / respiração cessa em 60 segundos (depressão bulbar) / lesão cerebral após 4 a 6 minutos
2) Parada respiratória: circulação ainda por 5 minutos / lesão cerebral reversível nos 3 a 6 minutos iniciais
Obs: cérebro: órgão mais sensível a hipóxia. Parada cardíaca primeiro - pior prognóstico
Modalidades de parada cardíaca
1) Assistolia: cessação de atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos
ECG: linha isoelétrica
2) Fibrilação ventricular: contração incoordenada do miocárdio, em consequência da atividade caótica das fibras, com ineficiência do coração em manter um rendimento de volume sanguíneo
ECG: ondas irregulares
3) Taquicardia ventricular sem pulso: sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares - deteriorização hemodinâmica - pulso não palpável
ECG: repetição de QRS alargados, não precedidos pela onda P (sucessão e intervalos irregulares)
4) Dissociação eletromecânica: presença de algum tipo de atividade elétrica (excluindo FV ou TV), com ausência de pulso palpável
ECG: complexos QRS largos e bizarros
Causas de falência respiratória
1) Obstrução de vida aérea: vômitos, CE, sangue, secreções, rolha de muco, material sólido, espasmo laríngeo e tumor
2) Depressão do SNC: AVC, TCE, hipercapnia, barbitúricos, narcóticos, tranquilizantes ou anestésicos
3) Falência neuromuscular: 2a.a poliomielite, miastenia, distrofia muscular e bloqueadores neuromusculares
Causas primárias da parada cardíaca ou respiratória
1) Esmagamento de tórax
2) Atelectasia maciça
3) ICC
4) Septicemia por Gram negativos
5) Intoxicação por CO
6) Pneumotórax
7) Embolia pulmonar aguda
8) Pneumonia fulminante
9) Queimaduras/pulmões (incêndio)
10) Hemorragia maciça
Causas de parada cardíaca
1) Hipossistolia: tamponamento cardíaco ou hemorragia
2) Hipercapnia: 2a.obesidade, DPOC, métodos anestésicos incorretos
3) Hiperpotassemia: transfusão sanguínea rápida em baixa T terapêutica de reposição
4) Hipóxia e estímulo vagal: afogamento, intubação traqueal, aspiração de vias aéreas, cor pulmonale, tração de vísceras abdominais
5) Estimulação do coração: colocação de eletrodo, cateter intracardíaco
6) Oclusão coronariana: êmbolo, trombose, ligadura ou substituição/sangue/coronária/contraste
7) Intoxicação - por drogas anestésicas
8) Hipotermia
9) Acidose
10) Choque elétrico
Em quais etapas da anestesia pode ocorrer uma parada cardiorrespiratória?
1) Indução da anestesia
2) Durante a cirurgia
3) Recuperação pós-anestésica
Pacientes com maior predisposição a parada cardiorrespiratória durante a anestesia?
1) Pacientes geriátricos e pediátricos (extremos de idade)
2) Pacientes com história de arritmias, bloqueios cardíacos, intoxicação digitálica, miocardite, infarto do miocárdio, ICC, desequilíbrio hidroeletrolítico e desidratação
3) Pacientes com hemorragia maciça
4)) Pacientes durante ou após uma cirurgia cardíaca
Como prevenir uma parada cardiorrespiratória na anestesia?
1) Identificar os pacientes de risco
2) Coletar informações adequadas e corrigir as omissões:
-manutenção do volume sanguíneo adequado
a) escolha criteriosa da medicação pré-anestésica
b) manobras de estimulação vagal (intubação )-precedida de O2
c) perdas sanguíneas durante a cirurgia – avaliação e reposição
d) gases arteriais, PH e os eletrólitos – monitorizados
e) insuficiência respiratória pós operatória(depressão) – O2
3) Evitar manobras intempestivas: sucção da traquéia em pacientes hipóxicos – estímulo a parada
4) Indução anestésica de maneira cuidadosa – particular/ em pacientes de alto risco
Precauções:
-monitorização contínua com ECG (cardioscópio e batimentos)
-monitorização contínua com oxímetro
-uso de estetoscópio esofágico ou precordial
-disponibilidade de um desfibilador
-disponibilidade imediata de todas as drogas necessárias-RCR
Diagnóstico de parada cardiorrespiratória
1) sinais e sintomas precoces de hipóxia e ou insuficiência circulatória
a) SNC :ansiedade, agitação e desorientação
b) respiratórios : dispnéia, taquipnéia, resp. espasmódica, estridor laríngeo, palidez e cianose
c) cardiovasculares : cianose, distensão venosa, pulso irregular, hipotensão e sudorese
2) Sinais e sintomas tardios de parada cardiocirculatória
a) ausência de pulso carotídeo ou femoral (pulso radial ?)
b) ruídos cardíacos inaudíveis
c) parada resp. ou resp. espasmódica (45 a 60 seg. - PC )
d) dilatação pupilar-1 a 2 min.após PC-indica início de lesão cerebral por anóxia
e) ausência de sangramento ou sangue escuro no campo oper.
f) flacidez
g) convulsões ou perda da consciência
h) ECG – assistolia ou fibrilação ventricular
Terapêutica para parada cardiorrespiratória
1) Estabelecer o diagnóstico : apnéia, ausência de pulso, colapso, ausência de ruídos cardíacos, insensibilidade aos estímulos e pele de cor acinzentada
2) Solicite auxilio – prestar atenção ao tempo, pois temos de 4 a 6 minutos para restabelecer a ventilação e a circulação
3) Golpear o tórax com vivacidade uma vez em caso de parada presenciada
4) Verifique a ausência de respiração:
-desloque a mandíbula do paciente para frente
-limpe a via aérea manualmente se necessário
-inclinar a cabeça para trás
-se o paciente assume a respiração espontânea – OK
-caso contrário iniciar respiração artificial
5) Colocar um suporte debaixo do tórax do paciente para então iniciar a respiração artificial e massagem cardíaca externa
6) Introdução do tubo endotraqueal: ventilar com O2 a 100%. Caso não consiga, indicar via aérea cirúrgica de emergência
7) Iniciar administração de líquido EV por punção venosa ou dissecção de veia
8) Monitorar com ECG: surgindo FV, após O2, massagem externa, adrenalina bicarbonato - tente desfibrilar
9) Injetar adrenalina – não obtendo a desfibrilação – repetir a desfibrilação externa
10) restaurada a função cardíaca – injetar lidocaina EV para combater a irritabilidade cardíaca – dose de 1 mg/Kg
11) Na presença de assistolia – a função cardíaca pode ser recuperada após O2 e massagem externa
12) Se persistir assistolia – injetar adrenalina e bicarbonato EV:
-usar também cloreto de cálcio – 5 ml ( 10% ) – EV
-isoproterenol de 2 a 20 ug/Kg/min – EV (gotejamento)
-adrenalina pode ser repetida de 5 em 5 minutos - dose 0,5 mg
13) A dissociação eletromecânica e na TV-conduta da assistolia
14) O uso de corticosteróides é recomendado, pois diminuem o edema cerebral – dexametasona na dose de 1 mg/Kg e a prednisolona na dose de 5 mg/Kg
15) Pós terapêutica da PC - diuréticos, hipotermia e hiperventilação (O2 a 100% com paciente intubado)
- monitorar : P.A. , Pulso, ECG, PVC saturação de O2 e diurese - gasometria - dosar os eletrólitos - radiografar o tórax - indicação de tratamento intensivo
Como pode ser feita a respiração artificial?
1) Boca a boca ou com máscara (a última é preferível)
2) Válvula unidirecional com bolsa auto-insuflável (No caso de máscara)
Massagem cardíaca externa
Razão 30:2: fazer 30 compressões e depois realizar 2 ventilações. Repetir esse ciclo (comprimir o peito do paciente em uma frequência de 100 a 120 compressões/minuto - ritmo de Staying alive)
Comprimir a região inferior do externo cerca de 5 cm, com a região tenar das mãos sobrepostas
Administração de líquido EV por punção venosa ou dissecção de veia
-adrenalina de 0,1 a 1 mg em solução a 1:1000
-bicarbonato de sódio na dose de 1 mEq/Kg (?)
-repetir bicarbonato na dose de 0,5 mEq/Kg de 10 em 10 minutos até que sejam conhecidas valores de gasometria
reposição : mEq = BE x 0,3 x P (adultos) mEq = BE x 0,15 x P (crianças)
-o bicarbonato tem apresentação em ampolas de 10 ml, nas seguintes concentrações:
- 10 % - 1,2 mEq/ml
- 8,4 % - 1 mEq/ml