PSU-MG Flashcards
RIVA apos IAMCSST trombolizado, mecanismo e conduta
- O ritmo idioventricular acelerado (RIVA) classicamente é descrito na reperfusão miocárdica;
- Ocorre a uma frequência entre 60 e 100 batimentos por minuto;
- É um foco ventricular acelerado que gera um impulso mais rápido que o nó sinusal e assume o controle;
- Mecanismo eletrofisiológico: - maior automaticidade das fibras de Purkinje ou como manifestação de distúrbios metabólicos e eletrolíticos locais.
- Não necessita de drogas antiarrítmicas ou demais intervenções.
Definicao de Glomerulonefrite rapidamente progressiva
Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva (GNRP):
- Definição: Perda rápida da função renal (dias a semanas) com presença de crescênticas em > 50% dos glomérulos na biópsia.
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Achados laboratoriais:
- Hematúria com cilindros hemáticos.
- Proteinúria subnefrótica.
- Insuficiência renal aguda.
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Classificação:
- Tipo I (anti-MBG): Doença de Goodpasture.
- Tipo II (imunocomplexos): LES, infecções, púrpura de Henoch-Schönlein.
- Tipo III (pauci-imune): Vasculites ANCA-associadas.
- Emergência nefrológica: Requer tratamento precoce (imunossupressores, plasmaférese) para prevenir insuficiência renal terminal.
- Homem de 77 anos com dor no hipocôndrio direito, prurido generalizado, dilatação do colédoco (11 mm), vias biliares intra-hepáticas e ducto pancreático principal, sem causas obstrutivas identificadas ao ultrassom e com história de colecistectomia há 3 anos. Qual a hipótese diagnóstica mais provável?
Tumor periampular, especialmente adenocarcinoma de cabeça de pâncreas.
Resumo Adenocarcinoma de pancreas
Adenocarcinoma de Pâncreas
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Definição:
- Câncer maligno do pâncreas exócrino, com alta letalidade.
- Representa aproximadamente 85% dos tumores pancreáticos (adenocarcinoma ductal).
- Prognóstico geralmente ruim, independentemente do subtipo.
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Localização:
- Comumente localizado na cabeça do pâncreas, próximo à papila duodenal.
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Fatores de Risco:
- Ambientais: tabagismo, dieta rica em calorias, consumo de álcool.
- Outros: obesidade, sedentarismo.
- A relação entre dieta e câncer de pâncreas permanece inconclusiva.
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Quadro Clínico:
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Sintomas principais:
- Dor abdominal em hipocôndrio direito, icterícia, perda de peso, anorexia, astenia.
- Colúria e alteração da cor das fezes (hipocolia ou acolia).
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Manifestações adicionais:
- Diabetes recente de início inexplicado.
- Tromboflebite migratória.
- A apresentação varia conforme a localização do tumor:
- Cabeça do pâncreas: Icterícia obstrutiva predominante.
- Corpo/cauda do pâncreas: Geralmente diagnosticado mais tardiamente.
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Sintomas principais:
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Diagnóstico:
- Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética.
- Avaliação laboratorial: marcadores tumorais como CA 19-9 (não específico).
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Prognóstico:
- Prognóstico reservado, com alta mortalidade a curto e longo prazo, mesmo com tratamento.
Paciente em TTO para osteoporose com Acido Zoledronico EV que apresenta febre, cefaleia, mialgia difusa, poliartralgia e calafrios, pensar em: e conduta:
Em 20% dos pacientes, reação de fase aguda autolimitada com febre e mialgia (flu-like). Para tratamento devemos sempre manter níveis suficientes de vitamina D, orientar o paciente que a chance de se repetir nas doses subsequentes é menor (vide HORIZON trial), e tratar as queixas com analgésicos e antitérmicos.
- “Os sintomas pós-dose diminuíram em frequência no grupo do ácido zoledrônico após a segunda e terceira infusão (6,6 e 2,8 por cento, respectivamente)” [HORIZON TRIAL].
Resumo Pneumonite de Hipersensibilidade
- A pneumonite de hipersensibilidade (PH) é uma doença causada pela inalação de antígenos capazes de desencadear uma resposta inflamatória em pequenas vias aéreas e parênquima pulmonar;
- Vários antígenos têm sido implicados na etiologia da PH. As três maiores categorias de antígenos são os agentes microbianos, proteínas de origem animal e agentes químicos. O pulmão do fazendeiro é a forma de PH mais comum em muitos países;
- A PH é classificada classicamente em formas aguda, subaguda e crônica, de acordo com frequência, duração, intensidade da exposição, bem como com o tempo de história dos sintomas clínicos:
- Aguda: Os sintomas se iniciam de 2 a 9 horas após a exposição, sendo caracterizados por dispneia, tosse, adinamia e febre;
- Subaguda: É a mais difícil de ser classificada, os sintomas se desenvolvem de forma gradual e a intensidade da exposição é variável, mas em geral de baixa intensidade;
- Crônica: O início dos sintomas é lento e progressivo, ao longo de meses a anos. Caracteriza-se pela presença de fibrose pulmonar, que pode ser evidenciada pela presença de achados radiológicos e histológicos. Estertores em velcro, grasnidos e baqueteamento digital são achados frequentes.
- Diagnóstico: Varia com a fase da doença. Mas de maneira geral: é fundamental identificar o antígeno envolvido, TCAR com vidro fosco e nódulos peribroncovasculares, de padrão de três densidades. LBA e biópsia são indicados em casos selecionados;
- Tratamento: Afastar da exposição e corticoide sistêmico.
Resumo Sindrome de Lise tumoral
Síndrome de Lise Tumoral (SLT):
- Definição: Complicação metabólica grave causada pela rápida destruição de células tumorais, liberando conteúdos intracelulares na circulação.
- Causas: Tumores de alta carga proliferativa, como leucemias e linfomas, especialmente após quimioterapia, radioterapia ou espontaneamente.
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Alterações metabólicas:
- Hiperuricemia: Degradação de ácidos nucleicos.
- Hipercalemia: Liberação de potássio intracelular.
- Hiperfosfatemia: Liberação de fosfato intracelular.
- Hipocalcemia: Precipitação de fosfato de cálcio nos tecidos.
- Manifestações clínicas: Arritmias, insuficiência renal aguda, convulsões, fraqueza, náuseas, vômitos.
- Diagnóstico: Critérios laboratoriais (hiperuricemia, hipercalemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia) e clínicos (insuficiência renal, arritmias, convulsões).
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Tratamento:
- Prevenção: Hidratação agressiva, alopurinol ou rasburicase.
- Tratamento específico: Controle de eletrólitos, diálise em casos graves.
- Importância: Potencialmente fatal, exige manejo rápido e monitorização rigorosa.
Manejo SLT
Colateraias dos principais antipsicoticos
- Clozapina exige monitoramento de agranulocitose;
- Quetiapina mais frequentemente causa hipotensão, porém existem relatos de quadros hipertensivos associados à droga;
- Haloperidol é um antipsicótico de primeira geração e tem maiores chances de distúrbio do movimento;
- Olanzapina pode causar ou piorar quadros de síndrome metabólica.
Resumo STC
- O túnel do carpo é um espaço composto em sua base pelos ossos do carpo e seu “teto”, o retináculo dos flexores. Nele passam os 9 tendões flexores da mão e o nervo mediano;
- A STC é a neuropatia compressiva mais comum, justamente definida pela compressão do nervo mediano;
- Predomínio em mulheres (3:1) na faixa etária de 45-65 anos;
- A STC idiopática é mais comum e cerca de 65% é bilateral. Fatores de risco mais associados: DM, artrite reumatoide, hipotireoidismo e gravidez;
- Manifesta-se por dor, parestesia/dormência no território sensitivo do nervo mediano (face palmar 1º-3º dedos e metade lateral do 4º dedo), geralmente de forma intermitente e noturna;
- Temos basicamente 3 testes ao exame físico: Phalen, Tinel e Durkan, sendo o último mais específico;
- Diagnóstico é clínico, USG e ENMG são complementares, sendo a última fundamental no pré-operatório;
- O tratamento é baseado no acometimento neurológico, tendo como condutas conservadoras a utilização de órtese noturna com punho neutro e infiltração de glicocorticoides e descompressão cirúrgica nos casos refratários ou com comprometimento axonal.
Resumo Sindrome das pernas inquietas
Síndrome das Pernas Inquietas (SPI):
- Definição: Distúrbio neurológico caracterizado por desconforto nas pernas associado à necessidade irresistível de movê-las, especialmente à noite ou durante o repouso.
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Fatores de risco:
- Deficiência de ferro.
- Doença renal crônica.
- Gravidez.
- Histórico familiar (componente genético).
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Critérios diagnósticos:
- Necessidade de movimentar as pernas devido a desconforto.
- Sintomas pioram no repouso ou inatividade.
- Alívio temporário com o movimento.
- Sintomas são piores à noite ou exclusivamente noturnos.
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Tratamento:
- Não farmacológico: Higiene do sono, exercícios regulares, evitar cafeína/álcool.
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Farmacológico:
- Agonistas dopaminérgicos (ex.: pramipexol, ropinirol).
- Suplementação de ferro se ferritina < 50 ng/mL.
- Gabapentina ou pregabalina em casos refratários ou dor neuropática.
- Importante: Diferenciar de cãibras noturnas ou movimentos periódicos dos membros.
o que aumenta VC e VM no ventilador? quais parametros temos que alterar?
PI E FR
Modos ventilatórios: VCV, PCV, PSV → Lembrar do volume minuto: VM = FR x VC.
Variáveis que modificam PaCO2:
- FR / Tempo inspiratório x expiratório.
- Volume corrente.
Variáveis que modificam PO2:
- FiO2.
- PEEP.
Na SDRA:
- Volume corrente ideal: 4-6 mL/kg.
- Lembrar da necessidade de uma FR mais alta para “compensar” o baixo VC.
- PEEP: > 5 cmH2O. Otimização da PEEP para melhor complacência do paciente.
- Pressão de platô < 30 cmH2O.
- Driving pressure < 15 cmH2O.
- pH > 7,2.
- Relação de troca (índice de Horowitz): PaO2/FiO2. Lembrar que se < 150 (pensar na possibilidade de pronar o paciente e bloquear).
Resumo Demencia por corpos de Lewy
Demência por Corpos de Lewy (DCL):
- Definição: Doença neurodegenerativa caracterizada pela presença de corpos de Lewy (agregados de alfa-sinucleína) no córtex cerebral e tronco encefálico.
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Características principais:
- Flutuações cognitivas: Alterações episódicas na atenção e alerta.
- Alucinações visuais: Detalhadas e recorrentes.
- Sintomas parkinsonianos: Rigidez, bradicinesia e instabilidade postural, geralmente após o início da demência.
- Sensibilidade a antipsicóticos: Reações graves como piora motora e confusão.
- Distúrbio comportamental do sono REM: Movimentos anormais durante o sono.
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Diagnóstico:
- Clínico, baseado em critérios de consenso.
- Exames complementares: Neuroimagem (atrofia cortical), SPECT/PET (hipometabolismo occipital).
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Tratamento:
- Cognitivo: Inibidores da acetilcolinesterase (ex.: rivastigmina).
- Sintomas motores: Cautela com levodopa devido ao risco de alucinações.
- Distúrbios do sono: Melatonina ou clonazepam.
- Alucinações/Psicose: Preferir antipsicóticos de baixa potência (ex.: quetiapina).
- Importante: Diferenciar da Doença de Alzheimer e Parkinson com demência, observando a sequência dos sintomas.
Resumo Dermatomiosite
Dermatomiosite:
- Definição: Doença inflamatória autoimune que afeta pele e músculos, causando fraqueza muscular e manifestações cutâneas.
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Manifestações clínicas:
- Fraqueza muscular proximal: Simétrica, acometendo cinturas escapular e pélvica.
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Lesões cutâneas características:
- Heliótropo: Rash violáceo em pálpebras.
- Pápulas de Gottron: Lesões eritematosas ou violáceas em superfícies extensoras de articulações (mãos, cotovelos).
- Sinal do xale: Eritema em áreas fotoexpostas (ombros, pescoço, tórax).
- Sinal de V: Rash em forma de “V” no tórax.
- Outros: Calcinose, disfagia, artralgias.
- Associações: Neoplasias malignas (em adultos), doenças intersticiais pulmonares.
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Diagnóstico:
- Laboratorial: Aumento de CK, LDH, AST, ALT; FAN Pontilhado fino nuclear ou citoplasmático, relacionado a autoanticorpos como o anti-Jo-1 (antissintetase) ou anti-Mi-2 (helicase nuclear).
- Imagem: RM muscular (edema inflamatório).
- Biópsia muscular: Inflamação e necrose.
- Eletromiografia: Alterações miopáticas.
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Tratamento:
- Corticosteroides: Primeira linha.
- Imunossupressores: Azatioprina, metotrexato.
- Imunoglobulina intravenosa (IVIG): Casos refratários.
- Antimaláricos: Lesões cutâneas.
- Prognóstico: Depende da gravidade muscular, envolvimento pulmonar e presença de malignidade.
Fatores de risco para PBE em cirroticos
Fatores de risco para o desenvolvimento de peritonite bacteriana espontânea em pacientes cirróticos incluem a presença de ascite, baixa proteína total no líquido ascítico (< 1,0 g/dL), hemorragia digestiva por varizes esofágicas e o uso de inibidores de bombas de prótons.