PROVA ABERTA Flashcards
quais as salmonelas de controle oficial em aves reprodutoras?
Salmonella Pullorum, Salmonella Gallinarum, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium.
descreva as pp formas de introdução do paratifo aviário nas criações de aves.
O paratifo aviário geralmente se introduz nas granjas por meio de transmissão horizontal ou
vertical. Em relação a transmissão horizontal, ela pode ocorrer através de ração contaminada (armazenamento inadequado), presença de aves silvestres, moscas, roedores e outros animais (podem atuar como transmissores mecânicos) e cama contaminado, sendo que é favorecida em cenários de alta densidade de aves e em criações de aves de diferentes idades. Enquanto isso, a transmissão vertical pode ocorrer por via transovariana ou cloacal (sendo esta a mais comum, em que o ovo vai ter contato com as fezes via casca).
como é realizado o controle e prevenção do paratifo aviário?
o controle é baseado em evitar a introdução, a partir de medidas de limpeza e desinfecção; vazio sanitário; cuidados com os ovos a serem incubados (como não incubar ovos de diferentes lotes ou granjas juntos, evitar incubar ovo de cama); manter lotes com a mesma idade e antes da entrada e a cada mudança de lote fazer a limpeza e tratamento da cama, retirando animais mortos o mais rápido possível; controlar a entrada de pessoas e veículos, com medidas de limpeza e desinfecção em ambos; controlar pragas como insetos, roedores e aves silvestres a partir da limpeza dos arredores da granja, evitando água parada, lixo, mato, lama, árvores frutíferas e sujeira. Associado a essas medidas de biossegurança, pode-se utilizar outras ferramentas como vacinas, ácidos orgânicos, prebióticos e probióticos, mas estes só serão eficazes se o desafio sanitário não for muito alto, logo, não substituem as medidas preventivas.
quais as pp diferencas enter tifo aviário e pulorose?
O tifo aviário é uma doença septicêmica e toxêmica, afetando principalmente aves adultas e gerando diarréia esverdeada, sendo transmitida horizontalmente pelo contato ave-ave. Na necropsia pode ser visto congestão de diversos órgãos, juntamente com processos inflamatórios caracterizados por pontos esbranquiçados em órgãos, o fígado pode se apresentar esverdeado e pode haver também pneumonia e aumento do depósito de urato nos rins. Enquanto a pulorose é apenas septicêmica e afeta normalmente aves jovens levando a uma diarréia esbranquiçada, dificilmente causa óbito em aves adultas e sua transmissão pode ser vertical ou horizontal. Na
necrópsia, também haverão congestão e processos inflamatórios nos órgãos caracterizados por massas esbranquiçadas, diferentemente do tifo na pulorose pode ser visto aumento de volume das articulações.
quais as amostras ideais para isolamento das bact causadoras de tifo e pulorose?
Para realizar o isolamento dessas bactérias, o ideal é que seja realizada a coleta de órgãos como fígado, ovário ou baço. Para que seja feito o diagnóstico diferencial, ainda podemos utilizar testes bioquímicos ou moleculares.
Qual o agente etiológico da coriza infecciosa (CI) das galinhas?
bactéria Avibacterium paragalinarum
Quais os principais sinais clínicos e alterações anatomopatológicas da coriza infecciosa?
Os sinais clínicos da doença estão relacionados ao trato respiratório superior, podendo ter aparecimento súbito. Ocorre o envolvimento das vias áreas com descarga nasal serosa e mucosa, edema facial (uni ou bilateral), conjuntivite e aumento de volume ao redor dos olhos. Além disso, a ave apresenta prostração, parando de se alimentar, com aparência triste, sonolência e “encorujamento”, além de ocorrer queda na postura. Pode ocorrer também a formação de crostas com odor fétido ao redor das narinas e nas penas, sendo que quando muitos indivíduos do lote estão contaminados, o galpão fica com cheiro característico de urina de rato. Na necropsia, as alterações anatomopatológicas mais comumente vistas são inflamação aguda da mucosa dos seios e fossas nasais, com secreção seroso-mucosa; conjuntivite catarral; edema subcutâneo nas barbelas e na face. Na coriza complicada, onde há associação de Mycoplasma sp., pode haver também pneumonia e aerossaculite.
quais as medidas de controle necessarias para o controle da coriza infecciosa?
medidas de biosseguridade, como: limpeza e desinfecção adequadas; não criar aves de múltiplas idades; evitar a aquisição de aves de origem duvidosa. Em aves positivas, o ideal é que sejam isoladas e, se possível, descartadas o quanto antes. Também pode ser feita a vacinação, mas a vacina não possui proteção cruzada, de modo que o ideal é utilizar vacinas autógenas ou as que possuam o maior número de sorotipos, iniciando a primeira dose com 12 semanas e a segunda com 16 semanas, antes de iniciar a produção.
Descreva a fisiopatogenia do botulismo aviário e as principais espécies de aves afetadas.
O C. botulinum produz uma exotoxina que fica presente nos substratos em que vive como carcaças, camas de aviário, margem de lagos e outros locais com matéria orgânica em decomposição. A ave ingere materiais que contêm essas toxinas, que possuem resistência à ação proteolítica, sendo assim são absorvidas pelo trato gastrointestinal e alcançam as junções neuromusculares, onde bloqueiam a liberação de acetilcolina nas sinapses neuromusculares, impedindo que estas aconteçam e causando paralisia muscular. As aves afetadas são as domésticas
e silvestres (com exceção do urubu, que consegue neutralizar a toxina).
Quais os principais sinais clínicos e alterações anatomopatológicas em aves com botulismo?
Os sinais clínicos são decorrentes da paralisia muscular, logo, o animal pode apresentar dificuldade
de locomoção, paralisia flácida dos membros, asas, pálpebras e pescoço; as penas destacam-se facilmente; pode haver drenagem de líquido pelo bico (devido ao refluxo) e regurgitação. Em casos mais graves, parada respiratória e morte. É importante ressaltar que o quadro é dose-dependente, ou seja, depende da quantidade de toxina ingerida pelo animal, logo, em casos de ingestão de grandes quantidades, o animal pode vir a óbito sem sinal clínico nenhum. Não existem lesões anatomopatológicas em animais com botulismo.
como deve ser o controle do botulismo?
medidas que evitem a formação e ingestão da toxina, ou seja, realizar o destino correto de carcaças, manter a cama seca e limpa, controle de moscas e larvas, não permitir acesso a água de rios e lagos etc. É importante ressaltar que em animais de vida livre, essas medidas são difíceis de serem implementadas.
Descreva a etiologia, fisiopatologia, o diagnóstico e controle da enterite necrótica.
A enterite necrótica é uma enterotoxemia aguda, causada pelas toxinas alfa e beta produzidas pelo Clostridium perfringens tipo A e C com gene netB.
● Geralmente, está associada com quadros de surto de verminoses e quadros de imunossupressão, sendo que falhas no manejo, utilização de farinha de peixe carne deteriorada da dieta das aves, dietas ricas em fibras de baixa digestibilidade e presença de cascudinho favorecem a multiplicação desses microrganismos e consequentemente, a produção de toxinas. Após a ingestão da toxina, os animais podem apresentar quadros subclínicos (com retardo no crescimento e conversão alimentar ruim) ou clínicos (em que podem ter apatia, perda de apetite, dificuldade de locomoção, diarreia, penas eriçadas etc).
● O diagnóstico pode ser feito através da observação dos sinais clínicos já descritos e das lesões por meio da necropsia (como alterações vasculares, necroses e ulcerações nas alças intestinais). De forma laboratorial, pode ser feito o isolamento com tipificação e PCR para identificação do gene netB.
● Para o controle da enfermidade, podemos utilizar os promotores de crescimento, prebióticos, probióticos evitando a disbiose e a coccidiose. Pode ser feita a vacinação de matrizes com toxóides de C. perfringens A (que também transferem algum grau de imunidade passiva aos pintinhos). Além disso, boas práticas como: evitar doenças imunossupressoras, controlar coccidiose, utilizar matéria prima de origem animal para ração de boa qualidade, não reutilizar a cama sem tratamento etc.
Cite as principais espécies de Mycoplasma de importância na avicultura.
M. gallisepticum, M. sinoviae, M. Meleagridis, M. Iowae.
Quais os sinais clínicos e alterações anatomopatológicas das micoplasmoses aviárias?
Os sinais clínicos são variáveis de acordo com a espécie de Mycoplasma:
- M. gallisepticum: embriões não eclodidos (hiperemia, edema nas patas, artrite).
- M. sinoviae: sinovite infecciosa, aerossaculite, alteração nas cascas de ovos.
- M. Meleagridis: embriões não eclodidos, doença crônica respiratória, aerossaculite.
- M. Iowae: embriões não eclodidos.
Dentre as alterações anatomopatológicas, podemos citar o aumento do volume facial, inflamação catarral (fossas, seios nasais, faringe, traquéia e brônquios), alterações nos sacos aéreos (opacos, espessados, deposição de fibrina e áreas de reação linfofolicular), alterações articulares (artropatia em poedeiras e aumento das articulações do coxim plantar). Pode levar a complicações quando associadas a outros agentes: aerossaculite com formação de material purulento/caseoso, perihepatite fibrinosa, pericardite fibrinosa, peritonite/congestão das alças intestinais, salpingite e pneumonia intersticial. Em perus, pode ser observado aumento do volume facial.
como deve ser o controle das micoplasmoses?
Como para a maioria das outras doenças, para as micoplasmoses o controle também se baseia em medidas de biossegurança. É essencial ter atenção com os pintinhos a serem recebidos na granja, aceitando apenas animais livres de micoplasmoses, deve-se também fazer a monitoria dos plantéis de aves reprodutoras a partir de testes de isolamento, solorogia ou PCR. A vacinação e a antibioticoterapia não podem ser feitas em aves reprodutoras.