Prova 2 Flashcards
O que é uma ME e uma EPP?
Elas não são tipos empresariais, não são pessoas jurídicas, mas sim conformações empresariais que se enquadram dentro de um critério de receita bruta anual → definição de índole tributária e de incentivo legal a essas conformações empresariais que realizam atividade de empresa
O que é a RJ especial para ME e EPP?
É uma forma optativa de RJ, pela qual as MEs e EPPs podem optar. Esse tratamento distintivo é dado em razão da fragilidade que as MEs e EPPs aparentam dentro do mercado
Como deve ser feita a petição inicial da ME e EPP para a RJ especial?
Deve seguir o rito do art. 51, mas respeitando a exceção do art. 170 e do parágrafo 2º do art. 51. sobre as demonstrações contábeis, uma vez que há a necessidade de instruir a inicial com as demonstrações contábeis da empresa que pede a RJ. Contudo, o art. 27 da LC 123 autoriza que seja adotado um modelo de contabilidade simplificado e, portanto, a demonstração será em conformidade com a sua facilitação contábil.
Como deve ser feito o plano de RJ especial?
Os requisitos do plano são os mesmos do plano tradicional, como arrolar as situações de crise, etc.
O que ocorre após o juiz deferir a RJ especial?
Ao deferir a RJ, o juiz permite a apresentação do plano de RJ no prazo de 60 dias
O que ocorre se o juiz indeferir a RJ especial?
O feito é extinto. Não é declarada a falência.
Qual a diferença da RJ normal para a especial quanto a assembleia de credores?
Não há a formação da assembleia-geral de credores, o que traz uma agilidade, por um lado, mas por outro lado, há uma exclusão dos credores.
O que ocorre se o devedor não cumprir alguma obrigação do plano da RJ especial?
não apresentado, há a convolação em falência (Art. 73, II).
O que ocorre se o devedor não apresentar o plano em 60 dias?
não apresentado, há a convolação em falência (Art. 73, II).
Qual o procedimento da RJ Especial?
- Inicial
- Análise prévia do juiz
- Prazo de 60 dias para apresentar o plano
- Prazo de 30 dias para os credores apresentarem impugnação
- Juiz aprova ou não com base nas objeções
- Prazo de 180 dias para pagar a primeira parcela
- Aprovado o plano, a dívida é dividida em 36 parcelas que serão pagas até a extinção
O que ocorre se mais da metade dos credores apresentarem objeção ao plano de RJ especial?
se houver objeções por mais de metade dos credores, o juiz irá rejeitar o plano haverá convolação da empresa em falência
Quais as principais diferenças do plano da RJ tradicional para a especial?
- Parcelamento de até 36 meses sucessivo e mensal na especial → na normal não temos prazo
- Parcelas acrescidas de juros da taxa Selic → na normal não há juros
- Autorização judicial após o administrador judicial e comitê de credores serem ouvidos para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados → não ocorre na normal
- não há a suspensão da prescrição ou das ações e execuções contra as MEs e EPPs sobre os créditos não abrangidos no plano, como ocorre na normal
Por que a RJ especial não é tão favorável
- Limitação de pagamento em 3 anos, enquanto na RJ tradicional não há esse tempo limite
- Juros incidentes com taxa SELIC
- Necessidade de autorização judicial para o aumento de despesas e contratação de funcionários
- Não previsão de uma assembleia-geral de credores, em que a análise da viabilidade do plano é feita pelo juiz e não pelos credores
- Administrador judicial tem um percentual de remuneração menor (2% dos créditos devidos)
O que é a Recuperação extrajudicial?
A RJ extrajudicial consiste em um requerimento de homologação de acordo privado entre o devedor e os seus credores, com o intuito de superar essa situação de crise econômico-financeira.
Como esses acordos da Recuperação Extrajudicial podem ser?
Esses acordos podem ser totais ou parciais, estarem relacionados com a dilação do prazo de pagamento, podem chamar de moratória, podem estar vinculados a redução do montante das dívidas (deságio), etc. → Há uma ampla margem de negociação/ de disposição de direitos patrimoniais entre o devedor e os seus credores → A utilização efetivamente não chama tanta atenção
Qual a natureza jurídica dos pactos extrajudiciais?
natureza contratual ou predominantemente contratual. → Esses pactos, quando submetidos ao judiciário para a homologação, se inserem nas conformações do art. 161 a 167
Como é feita a recuperação extrajudicial?
A negociação é feita por classes!! → Você não vai negociar com cada um dos credores, mas sim vai juntá-los em classes e negociar
Em quais circunstâncias a Rec. extrajudicial é ineficaz sem a homologação?
- Se o plano extrajudicial envolver qualquer coisa que não seja mera modificação de valores ou ajuste da forma de pagamento. Envolvendo, por exemplo, uma venda de estabelecimento, já precisa de homologação judicial.
- Se todos os credores envolvidos não forem favoráveis ao plano.
Quais são as diferenças entre os efeitos de acordos privados da Rec. extrajudicial quando levadas à homologação?
- acordo tem efeito inter partes e RJ extrajudicial tem uma finalidade de preservação da empresa por meio da cooperação
- há a possibilidade na homologação de imposição aos credores que não aderissem à proposta e isso, portanto, extravasaria o efeito inter partes
- Com a homologação há a formação de um título executivo judicial, enquanto não havendo a homologação haveria a formação de título executivo extrajudicial
O que são títulos executivos judiciais e extrajudiciais?
um título executivo judicial e um título executivo extrajudicial são atos que o credor maneja em processo de execução contra o seu devedor
Qual a diferença entre títulos executivos judiciais e extrajudiciais?
A diferença entre eles é que no processo executivo fundado em título executivo judicial, previsto no art. 515 do CPC, há a possibilidade de impugnação do executado quanto a matérias muito restritas → a impugnação tem uma margem de discussão do executado menor quando se está diante de título executivo judicial.
Quando o processo executivo é fundado em títulos executivos extrajudiciais, descritos no art. 784 do CPC, a matéria passível de análise quanto a oposição de embargos é muito mais ampla.
Quais os efeitos que a homologação da recuperação extrajudicial traz?
- Constituição de título executivo judicial (art. 515 do CPC)
- Impossibilidade da desistência do credor → após a distribuição do pedido de homologação, o credor não pode desistir
- Possibilidade de alienação de filiais ou unidades produtivas isoladas
- Vinculação dos credores não signatários do acordo → Evidentemente, desde que esse acordo conste com mais da metade dos créditos de cada espécie, todos os demais credores ficam vinculados por espécie
- Suspensão das tramitações de ações e execuções APENAS dos credores submetidos àqueles planos
Quais são os tipos de homologação de recuperação extrajudicial?
Homologação restrita e cogente
O que é a homologação restrita?
Nesse caso a atuação jurisdicional ocorre apenas para homologar o plano, constituindo um título executivo judicial e vincula apenas os credores signatários, havendo uma limitação dos efeitos apenas a eles
O que é a homologação cogente?
Permite ao devedor requerer a homologação de plano de RJ extrajudicial que obriga todos os credores por abrangidos, desde que assinados por credores que representem mais da metade dos créditos abrangidos pelo plano de RJ extrajudicial, segundo a proporção do valor do crédito a que se refere o art. 38