Português Flashcards
Ênclise
o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua culta, é observada no início das frases ou quando não houver palavra que atraia esse pronome
Próclise
o pronome surge antes do verbo, porque há uma palavra que o atrai, chamada palavra atrativa.
Não nos mostraram nada.
Nada me disseram.
Mesóclise
o pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do presente do indicativo ou futuro do pretérito do indicativo. Mas, se houver palavra atrativa, mesmo com os verbos nestes tempos, a colocação é a próclise: Mostrar-lhe-ei meus escritos.
Nunca lhe mostrarei meus escritos.
Falar-vos-iam a verdade?
Jamais vos falarei a verdade.
Denotação
“Ocorre denotação quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-se a uma realidade concreta ou imaginária.
Já é a quinta vez que perco as chaves do meu armário
Aquela sobremesa estava muito azeda, não gostei.”
Conotação
“Ocorre a conotação quando a palavra é empregada em sentido figurado, associativo, possibilitando várias interpretações. Ou seja, o sentido conotativo tem a propriedade de atribuir às palavras significados diferentes de seu sentido original.
A chave da questão é você ser feliz independente do momento
Margarida é uma mulher azeda, está sempre de péssimo humor.”
As figuras de linguagem costumam ser classificadas em:
figuras de som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas.
Aliteração [SOM]
Consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando…Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito”. (Guimarães Rosa)
Assonância [SOM]
Consiste na repetição ordenada de mesmos sons vocálicos.
“O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa
Paronomásia [SOM]
consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
“Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e Renato Teixeira)
Onomatopeia [SOM]
Consiste na criação de uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma figura que procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los.
Chega de blá-blá-blá-blá
Elipse[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
Na sala, apenas quatro ou cinco convidados. (omissão de havia)
Zeugma[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
ocorre quando se omite um termo que já apareceu antes. Ou seja, consiste na elipse de um termo que antes fora mencionado.
Nem ele entende a nós, nem nós a ele. (omissão do termo entendemos)
Pleonasmo[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
é uma redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.
“E rir meu riso e derramar meu pranto….” (Vinicius de Moraes)
Assíndeto[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
é a supressão de um conectivo entre elementos coordenados
“Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino.” (Cecília Meireles)
Acordei, levantei, comi, saí, trabalhei, voltei.
Polissíndeto[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“…e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre…” (Clarice Lispector)
Anacoluto[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
consiste em deixar um termo solto na frase. Isso ocorre, geralmente, porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra.
“Eu, que me chamava de amor e minha esperança de amor.”
“Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.” (Camilo Castelo Branco)
Os termos destacados não se ligam sintaticamente à oração. Embora esclareçam a frase, não cumprem nenhuma função sintática nos exemplos.
Hipérbato ou Inversão[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
consiste no deslocamento dos termos da oração ou das orações no período. Ou seja, é a mudança da ordem natural dos termos na frase.
São como cristais suas lágrimas.
Batia acelerado meu coração.
Na ordem direta, as frases dos exemplos expostos seriam:
Suas lágrimas são como cristais.
Meu coração batia acelerado.
Hipálage[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
ocorre quando se atribui a uma palavra uma característica que pertence a outra da mesma frase:
Esse sapato não entra no meu pé! (= Eu não entro nesse sapato!)
Essa blusa não cabe em mim. (= Eu não caibo mais nessa blusa.)
Anáfora[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de várias orações, períodos ou versos.
“Tudo é silêncio, tudo calma, tudo mudez.” (Olavo Bilac)
Silepse[CONSTRUÇÃO/SINTAXE]:
ocorre quando a concordância se faz com a ideia subentendida, com o que está implícito e não com os termos expressos. A silepse pode ser:
De gênero:
Vossa excelência é pouco conhecido. (concorda com a pessoa representada pelo pronome)
De número:
Corria gente de todos os lados, e gritavam. (gente dá ideia de plural, gritavam concorda com “gente”)
De pessoa:
Os brasileiros somos bastante otimistas. (brasileiros dá ideia de nós (1º p. do plural) somos, 1º p. do plural “concorda” com “somos”)
Comparação ou símile[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por nexos comparativos explícitos, como tal qual, assim como, que nem e etc. A principal diferenciação entre a comparação e a metáfora é a presença dos nexos comparativos.
“E flutuou no ar como se fosse um príncipe.” (Chico Buarque)
Metáfora[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. Na metáfora ocorre uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo”. (Fernando Pessoa)
Catacrese[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, toma-se outro por empréstimo.
Ele comprou dois dentes de alho para colocar na comida.
O pé da mesa estava quebrado.
Não sente no braço do sofá.
Metonímia[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
assim como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser utilizada com outro sentido. Ou seja, é o emprego de um nome por outro em virtude de haver entre eles algum relacionamento. A metonímia ocorre quando se emprega:
A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do produto do trabalho = alimento)
O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (= veneno)
O instrumento pelo usuário: os microfones corriam no pátio = repórteres).
Antonomásia[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
É a figura que designa uma pessoa por uma característica, feito ou fato que a tornou notória.
A cidade eterna (em vez de Roma)
Sinestesia[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos sensoriais.
Um doce abraço ele recebeu da irmã. (sensação gustativa e sensação tátil)
Antítese[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
é o emprego de palavras ou expressões de significados opostos.
Os jardins têm vida e morte.
Eufemismo[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
consiste em atenuar um pensamento desagradável ou chocante.
Ele sempre faltava com a verdade (= mentia)
Gradação ou clímax[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
é uma sequência de palavras que intensificam uma ideia.
Porque gado a gente marca,/ tange, ferra, engorda e mata,/ mas com gente é diferente.
Hipérbole[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede!
Não vejo você há séculos!
Prosopopeia ou personificação[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
consiste em atribuir a seres inanimados características próprias dos seres humanos.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
Paradoxo[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
consiste no uso de palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas, no contexto se completam, reforçam uma ideia e/ou expressão.
Estou cego, mas agora consigo ver.
Perífrase[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
é uma expressão que designa um ser por meio de alguma de suas características ou atributos.
O ouro negro foi o grande assunto do século. (= petróleo)
Apóstrofe[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
é a interpelação enfática de pessoas ou seres personificados.
“Senhor Deus dos desgraçados!/ Dizei-me vós, Senhor Deus!” (Castro Alves)
Ironia[PALAVRAS/SEMÂNTICAS]:
é o recurso linguístico que consiste em afirmar o contrário do que se pensa.
Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar ninguém.
Consistem no emprego de uma palavra num sentido não convencional, ou seja, num sentido conotativo. São as seguintes: comparação, metáfora, catacrese, metonímia, antonomásia, sinestesia, antítese, eufemismo, gradação, hipérbole, prosopopeia, paradoxo, perífrase, apóstrofe e ironia.
Figuras de palavras ou semânticas
São desvios que são evidenciados na construção normal do período. Elas ocorrem na concordância, na ordem e na construção dos termos da oração. São as seguintes: elipse, zeugma, pleonasmo, assíndeto, polissíndeto, anacoluto, hipérbato, hipálage, anáfora e silepse.
Figuras de construção ou sintaxe
São aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem para reproduzir os sons presentes nos seres. São as seguintes: aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.
Figuras de som ou figuras sonoras